Os slots são horários previamente aprovados para uma aeronave. Se uma companhia aérea cancela uma viagem, por exemplo, cria um slot de oportunidade, ou seja, um horário aprovado e não usado. As empresas de táxi aéreo aproveitam essas brechas para levar os clientes a seus destinos.
“Sem os slots de oportunidade, a aviação geral (civil, não comercial) fica inviável em Congonhas”, diz o presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Adalberto Febeliano da Costa. Em Congonhas, a aviação geral tem uma cota de quatro slots por hora que, apesar de serem insuficientes para o movimento do aeroporto, eram até agora compensadas com slots de oportunidade. “Com essa nova restrição, seria necessário ter uma cota de dez slots”, diz Costa.
O cancelamento também afeta os negócios das empresas de hangares, instaladas no aeroporto. Há pelo menos 14 galpões ali. Em 1985, quando foi inaugurado o Aeroporto de Guarulhos, Congonhas ficou sem movimento. Chamar essas empresas foi a forma encontrada para aumentar o fluxo e o caixa do aeroporto.
Hoje, elas são responsáveis por 1.709 empregos diretos. Os hangares oferecem, entre outros serviços, uma equipe que cuida de manutenção, limpeza e reabastecimento das aeronaves. Também viabilizam a infra-estrutura para a tripulação realizar tarefas básicas, como planejamento de vôo.
Em Congonhas, os hangares atuais abrigam 148 aeronaves e prestam atendimento aos aviões que chegam de outras partes do País - que não são poucos. Estima-se que representem aproximadamente 30% do movimento da pista paulistana.
Uma saída para os táxi aéreos seria migrar para o Aeroporto de Guarulhos. “Mas em Cumbica só é permitido ficar no máximo duas horas no solo. Imagine um executivo de outra cidade que voa para uma reunião em São Paulo. Ele aterrissa em Cumbica e o avião tem de procurar outro aeroporto para estacionar. No fim do dia, a aeronave volta para buscá-lo”, explica Costa. “Isso aumento o custo de combustível e o trânsito aéreo, que já é muito intenso.”
Fonte: G1