quarta-feira, 27 de abril de 2022

Após fim de máscaras, aéreas podem reembolsar quem tem medo de contágio

Parte dos passageiros tem medo de viajar nos EUA após o fim das máscaras a bordo, o que motivou companhias a analisarem políticas e pedidos de cancelamentos, remarcações e reembolsos (Imagem: Ashim DSilva/Unsplash)
Após a ordem da juíza federal Kathryn Kimball Mizelle que eliminou a obrigatoriedade do uso de máscaras em aviões nos Estados Unidos na segunda-feira (18), grandes companhias aéreas americanas estão tentando acomodar as hesitações de passageiros que não se sentem seguros em viajar em um avião cheio em que a maioria não faz mais uso da proteção.

Ao programa Today Show, o presidente da United Airlines, Scott Kirby, garantiu que passageiros com questões de saúde ou que não puderam ser vacinados, como crianças pequenas, poderão receber um reembolso ou crédito para ser utilizado em passagens futuras.

"Para clientes assim, imunocomprometidos ou que têm outras preocupações e problemas, estamos trabalhando junto com eles [para encontrar uma solução] se eles realmente não quiserem voar. Se eles realmente não quiserem voltar a voar, estamos dispostos a dar um reembolso", comprometeu-se.

A United Airlines, que já permitia o cancelamento sem taxas de bilhetes de todas as classes, exceto a econômica, também estendeu o período para uso de créditos de voos até 31 de dezembro de 2023.


"Entendemos que muitas pessoas estão preocupadas com a covid-19. Quaisquer dos nossos clientes ou funcionários que prefiram usar uma máscara podem fazê-lo. Além disso, a filtragem de ar nas nossas aeronaves torna a qualidade do ar que você respira a bordo a mais limpa que encontrará em qualquer lugar", insistiu ainda uma porta-voz da empresa à revista Travel and Leisure.

Já a Delta Air Lines prometeu analisar caso a caso os pedidos de cancelamentos devido ao fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em aviões. À agência Associated Press, uma representante da companhia orientou passageiros que já tenham bilhetes comprados a entrar em contato com a aérea por telefone para discutir sua situação.

Este é também o posicionamento da Alaska Airlines, parceira da Latam no Brasil. Ao Los Angeles Times, a empresa anunciou que discutiria alternativas "com os passageiros caso a caso se eles não estivessem se sentindo confortáveis em voar". No entanto, a Alaska, assim como a Delta, não detalhou quais seriam as possibilidades oferecidas aos viajantes arrependidos.

(Imagem: Getty Images)
Já a American Airlines tem regras mais rígidas. À Travel and Leisure, a aérea destacou ter "uma política pré-covid-19 que cria exceções às restrições de cancelamento para pessoas com problemas de saúde", no entanto, a empresa não esclareceu quais tipos de questões ou doenças seriam consideradas motivos suficientes para um cancelamento e se este tipo de situação garantiria reembolso ou créditos.

Crianças não contempladas pelos programas de vacinação, no entanto, não se encaixam na política da companhia. No Twitter, a American Airlines respondeu a uma passageira preocupada com seu bebê de 2 anos que "não devolveria o valor de passagens não reembolsáveis."


Uma porta-voz da companhia ainda afirmou à publicação que membros de seu programa de fidelidade podem utilizar seus créditos de viagem em qualquer momento até o fim de 2022, mas que bilhetes comprados após 31 de março de 2021 não podem mais ser alterados ou estornados.

Ainda segundo o Los Angeles Times, além daqueles cadastrados nos programas da fidelidade, poderão fazer mudanças em suas programações de viagem e até receber um reembolso aqueles viajantes que compraram bilhetes estornáveis, como exemplificou a companhia acima. No entanto, passageiros da classe econômica não se enquadram nesta categoria.

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