terça-feira, 22 de março de 2022

Avião que transportava 500 quilos de cocaína é interceptado por caça da FAB

Piloto foi preso e disse ter sido contratado para transportar peças agrícolas.


Um avião Piper PA-34-200T Seneca II que transportava 500 quilos de cocaína foi obrigado a pousar na pista do aeroporto de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, após ser interceptado por dois caças A-29 Super Tucano da Força Aérea Brasileira com o acompanhamento de duas aeronaves. O piloto Rogério Blumenthal de Moraes, de 59 anos, foi preso em flagrante.

O Seneca entrou no território controlado pela aviação militar vindo da linha da fronteira Bolivia-Paraguai. Não tinha identificação e estava sem plano de voo. Rastreado pelos radares de controle do tráfego e defesa, não respondeu aos chamados de rádio-comunicação.

Nessa condição passou a ser considerado intruso. Os dois Super Tucano, integrantes do Esquadrão Flecha, da base da FAB em Campo Grande, foram então acionados para a missão de interceptação. Um grande jato E-99M, do Esquadrão Guardião acompanhou a operação para vigiar a zona de atividade com sensores eletrônicos e coordenar os aviões de combate.

Quando o P-34 foi alcançado, os pilotos militares cumpriram diversos procedimentos de abordagem considerando a possibilidade de o silêncio de rádio ser consequência de uma falha no equipamento. O protocolo, para compelir o piloto interceptado a tomar o rumo determinado pelos interceptadores, obedece várias etapas -- tentativas de contato por frequências de emergência, sinalização visual, indução de direção -- e pode chegar ao recurso do tiro de advertência, quando são feitos disparos com as metralhadoras .50 do A-29 na frente da aeronave irregular.

Depois disso, se o intruso continuar ignorando as indicações, será abatido. No domingo, "não houve risco de uma medida extrema; o piloto do voo ilícito cumpriu as ordens de pronto", disse um agente da Polícia Federal envolvido na ocorrência.


Em depoimento, ele contou que foi contratado por R$ 1 mil por hora de voo para pegar o avião no aeroporto de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, e leva-lo para manutenção na cidade de Varginha, em Minas Gerais. De lá, ele seguiu viagem para uma fazenda em Cuiabá, no Mato Grosso, onde houve o carregamento, que teria como destino final a cidade de São João da Boa vista, no interior de São Paulo.

A reportagem do Jornal da Band teve acesso ao processo. Rogério, que teve a prisão preventiva decretada, diz ter sido contratado por uma pessoa chamada “Júnior” e achava que iria transportar peças agrícolas.

Ele também afirmou que assim que chegou na fazenda foi recebido por “peões”, que carregaram e abasteceram o avião.

A Polícia Federal tenta descobrir quem era o dono da carga milionária de cocaína. Em um ano e meio, a FAB inaugurou novos radares que aumentam a capacidade de vigilância aérea na região de fronteira.

Via Jornal da Band e Dinheiro Rural - Foto: Divulgação/FAB

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