sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Quem assume? O procedimento quando o piloto de um avião morre a bordo


Uma aeronave da companhia Turkish Airlines fez um pouso de emergência em Nova York na quarta-feira (9) após o piloto responsável pelo voo morrer a bordo . Nestes casos, qual procedimento deve ser adotado pela tripulação?

O piloto teve um desmaio e morreu em pleno voo. Segundo a companhia aérea, o voo havia decolado de Seattle, na costa oeste dos Estados Unidos, e tinha como destino a cidade de Istambul, na Turquia. Até o momento, a empresa não divulgou a causa da morte. De acordo com a rede norte-americana CNN, o piloto se chamava Lçehin Pehlivan e tinha 59 anos.

Avião fez curva extrema e partiu em direção à cidade de Nova York. Segundo registros do site de rastreamento de voos FlightAware, a aeronave se aproximava da costa leste do continente quando teve mudança em sua rota, rumo ao pouso de emergência.

"O capitão do nosso Airbus 350 [do voo número] TK204 desmaiou durante o voo. Após uma tentativa frustrada de primeiros socorros, nossa cabine, composta por outros dois pilotos, decidiu fazer um pouso de emergência, mas nosso capitão perdeu a vida antes do pouso", declarou Yahya Üstün, porta-voz da Turkish Airlines.

O que fazer?


Segundo especialistas, não há motivo para que os passageiros se preocupem. O piloto Chris Manno —que já integrou a Força Aérea dos Estados Unidos, é comandante de avião comercial desde 1991 e tem experiência em guiar Boeings 737-800— escreveu a respeito em artigo publicado pelo site Mashable.

Piloto e copiloto dividem as responsabilidades no cockpit, de forma que sempre haja um olhar extra sobre os procedimentos, explicado o especialista. Desta forma, se um dos pilotos passar mal, o outro está habilitado a realizar a aterrissagem. Para mitigar eventuais riscos, em voos de longa duração há outros pilotos a bordo do avião.

A tripulação dos aviões é submetida a testes de saúde regularmente, e os casos em que os comandantes se tornam incapacitados para exercer sua função durante o voo não são comuns. Segundo a Turkish Airlines, Pehlivan havia realizado exames periódicos em março deste ano e nenhuma condição que pudesse prejudicar sua atuação como piloto foi identificada.

Quando um piloto passa mal durante o voo, há um kit médico no avião. Qualquer profissional da área médica pode usar para socorro imediato, além de um desfibrilador que os comissários são treinados para usar. Também é possível entrar em contato com um médico solo pela rádio.

Se um dos pilotos ficar incapacitado, o outro vai cuidar primeiramente da navegação da aeronave. Depois, vai coordenar a assistência com o médico em terra por meio de ligação. A partir da altitude de cruzeiro, um pouso seguro costuma ser realizado em cerca de 30 minutos.

A partir do momento em que um problema médico é comunicado ao controle de tráfego aéreo, o avião ganha prioridade. A aeronave também ganha liberação antecipada para pouso no aeroporto mais próximo e preparada para o procedimento.

Casos em que todos os pilotos e copilotos oficiais fiquem indisponíveis durante o voo são considerados extremos. Neste cenário, é possível verificar se há, entre os passageiros, pilotos fora de serviço que podem assumir o controle até o pouso em segurança. Os comissários de bordo têm conhecimento sobre teoria do voo e navegação aérea, mas não têm treinamento específico para pousar a aeronave.

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