quarta-feira, 4 de maio de 2022

Carga aérea é atingida com queda na demanda em março, diz IATA

A carga aérea sofreu uma queda anual de 5,2% na demanda em março, mostram os últimos números da IATA.


Assim como os mercados de transporte aéreo de passageiros estão se recuperando, os efeitos combinados da Omicron na Ásia, a guerra Rússia/Ucrânia e um cenário operacional desafiador contribuíram para um declínio no frete aéreo, revela a mais recente análise global dos mercados de carga aérea da associação.

Voltando às comparações de tráfego ano a ano, em vez de corresponder ao período de pandemia de 2019, a demanda de carga está abaixo dos níveis pré-COVID-19 e a capacidade permanece restrita.

A demanda global, medida em carga-tonelada-quilômetro (CTKs), caiu 5,2% em relação a março de 2021 (uma queda de 5,4% nas operações internacionais).

A capacidade foi 1,2% superior à de março de 2021 (+2,6% para operações internacionais). “Embora isso esteja em território positivo, é um declínio significativo em relação ao aumento anual de 11,2% em fevereiro. A Ásia e a Europa sofreram as maiores quedas de capacidade”, aponta um comunicado.

A IATA diz que vários fatores no ambiente operacional atual devem ser observados: a guerra na Ucrânia levou a uma queda na capacidade de carga para servir a Europa, pois várias companhias aéreas com sede na Rússia e na Ucrânia eram os principais players de carga; Além disso, as sanções contra a Rússia levaram a interrupções na fabricação e o aumento dos preços do petróleo está tendo um impacto econômico negativo, incluindo o aumento dos custos de envio, relata a associação.

Novos pedidos de exportação, um indicador importante da demanda de carga, estão encolhendo em todos os mercados, exceto nos EUA. O indicador Purchasing Managers' Index (PMI), que acompanha os novos pedidos globais de exportação, caiu para 48,2 em março, o menor desde julho de 2020, aponta o comunicado da IATA.

O comércio de bens globais continuou a diminuir em 2022, com a economia da China crescendo mais lentamente em grande parte por causa dos bloqueios relacionados ao COVID-19 – e as interrupções na cadeia de suprimentos foram amplificadas ainda mais pela guerra na Ucrânia.

“Os mercados de carga aérea refletem os desenvolvimentos econômicos globais. Em março, o ambiente comercial piorou”, diz o diretor-geral da IATA, Willie Walsh.

A combinação da guerra na Ucrânia e a disseminação da variante Omicron na Ásia levaram ao aumento dos custos de energia, exacerbaram as interrupções na cadeia de suprimentos e alimentaram a pressão inflacionária. Como resultado, em comparação com um ano atrás, há menos mercadorias sendo enviadas – inclusive por via aérea.

“A paz na Ucrânia e uma mudança na política de COVID-19 da China fariam muito para aliviar os ventos contrários do setor. Como nenhum dos dois parece provável no curto prazo, podemos esperar desafios crescentes para a carga aérea, assim como os mercados de passageiros estão acelerando sua recuperação”, acrescenta Walsh.

Com informações de aircargoeye.com e avitrader.com

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