sexta-feira, 21 de maio de 2010

Fim de operação de satélite não influencia monitoramento na Amazônia

Pesquisadores usavam 500 imagens por ano enviadas pelo Cbers-2B.

Satélite indiano que opera desde outubro tem capacidade semelhante.

O fim da operação do satélite Cbers-2B, anunciado por Brasil e China na semana passada, não deve prejudicar o monitoramento de áreas de desmatamento na Amazônia. O Cbers-2B foi lançado ao espaço em 2007 e chegou a completar cerca de 13 mil voltas na órbita da Terra, gerando cerca de 270 mil imagens para usuários brasileiros e outras 60 mil para mais de 40 países.

Sua contribuição para a medição do corte ilegal de madeira na Amazônia significava o envio de imagens da floresta a cada 26 dias. Por ano, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) utilizava cerca de 500 fotografias enviadas pelo satélite, cada uma cobrindo uma área de 14400 quilômetros quadrados. Com o fim do satélite, as imagens deixam de ser enviadas.

Lançamento do Cbers-2, em 2003, satélite que deu origem ao Cbers-2B

"Com a perda do Cbers-2B, contratamos uma campanha de margeamento da Amazônia para fazer isso durante certo tempo", diz João Vianei Soares, responsável pela Coordenação-Geral de Observação da Terra do Inpe. "Não existe hipótese de o monitoramento ser prejudicado pela falta de um satélite, por que há outros".

O pesquisador explica que, desde 2003, o instituto usa uma série de satélites para ajudar no monitoramento. A vantagem dessa estratégia é que diminuem as chances de ter a visão prejudicada pelo excesso de nuvens.

Além de usar imagens dos satélites americanos Terra/ Modis e Landsat-5, o Inpe recebe dados do indiano Resource Sat desde outubro do ano passado, que tem desempenho semelhante ao Cbers-2B no que diz respeito ao desmatamento na Amazônia, segundo Soares.

O Inpe também tem parceria com a empresa britânica DMC, que gerencia um consórcio de satélites de diversos países, os quais podem ser programados de acordo com a necessidade do cliente. "São dados que servem como um backup. Se outros falharem, usamos esses. Também usamos essa opção geralmente entre julho e agosto, quando a cobertura de nuvens é a menor possível e podemos registrar mais imagens", explica Soares.

Fonte: Lucas Frasão (Globo Amazônia) - Foto: Cbers / Inpe / Divulgação

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