quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Conheça alguns museus aeronáuticos espalhados pelo mundo

Museus aeronáuticos pelo mundo trazem um rico acervo da tecnologia da aviação aos visitantes
 (Foto: Divulgação/Smithsonian Institution)
Os fãs da aviação contam com um amplo leque de museus espalhados pelo mundo para poder conhecer o objeto de sua paixão. Em grande parte desses locais é possível conhecer não só a história e exemplares de aeronaves, mas, também, objetos aeroespaciais, como, até mesmo, um ônibus espacial.

O Nossa destaca diversos museus para que os apaixonados por aviões (e helicópteros também!) possam conhecer um pouco mais dessas máquinas. Alguns contam com exposições virtuais para quem não quiser esperar o fim da pandemia para visitar e aprender sobre a história da aviação.

Musal - Rio de Janeiro (Brasil)


Avião de treinamento T-33, em exposição no Musal (Foto: Sargento Johnson/Força Aérea Brasileira)
Fundado em 1976 no Campo dos Afonsos, localizado na cidade do Rio de Janeiro, o Musal (Museu Aeroespacial) conta com uma área de mais de 15 mil m² e um acervo de 137 aeronaves, algumas datadas do início do século 20. No acervo do museu, é possível conhecer réplicas do 14-Bis e Demoiselle (de Santos Dummont), aviões de guerra, como o caça Mirage 2000, e civis, como o Boeing 737-200 - VC-96, que foi usado para o transporte presidencial.

Atualmente, o Musal está fechado, mas disponibiliza experiências virtuais, onde é possível conhecer salas do museu ou "embarcar" nos aviões Demoiselle e 14-Bis, em uma experiência 360°.

Mais informações: https://www2.fab.mil.br/musal

Museu Imperial de Guerra - Duxford (Inglaterra)


Diversos tipos de aviões, históricos e atuais, podem ser encontrados no Museu Imperial de Guerra, na Inglaterra  (Foto: Divulgação/Museu Imperial de Guerra)
Localizado a cerca de 90 km de distância de Londres, o Museu Imperial de Guerra em Duxford contém um dos maiores acervos de aviões da Segunda Guerra Mundial. Alguns desses exemplares costumam voar com frequência no local até hoje.

Um desses modelos é o Spitfire, avião monomotor de caça inglês fabricado entre 1938 e 1948. O museu oferece uma experiência aos visitantes com uma volta em torno da aeronave por 20 minutos, mostrando sua história e detalhes. Depois, é possível passar 15 minutos dentro do caça, conhecendo todos os controles e equipamentos do cockpit.

Como está fechado temporariamente em decorrência da pandemia do novo coronavírus, é possível ter uma experiência virtual de observação de caças. Durante a guerra, um grupo de voluntários observava os céus da Grã-Bretanha em busca de aeronaves inimigas. Hoje, o museu permite reproduzir essa atividade de maneira virtual com um celular.


Museu Nacional do Ar e Espaço - Washington D.C (EUA)


Avião militar SR-71 Blackbird, que voava a mais de 3.500 km/h, em exposição no
Museu Nacional do Ar e Espaço (Foto: Dane Penland/Smithsonian Institution)
O Museu Nacional do Ar e Espaço, nos EUA, possui duas unidades, localizadas em Washington - DC e em Chantilly (Virginia), e é um dos principais museus do mundo. Ali, é possível encontrar, além de aviões, outros temas relacionados à exploração espacial.

As duas unidades dividem um amplo acervo, e é recomendado consultar o site do museu para escolher qual exposição visitar. Entre os itens disponíveis para visitação estão um ônibus espacial e os modelos X-15 e SR-71, alguns dos aviões mais rápidos do mundo.

A distância entre um museu e outro é de cerca de 35 quilômetros, o que torna possível conhecer os dois em uma mesma viagem. Mesmo estando fechados durante a pandemia, é possível fazer uma visita virtual e conhecer a cabine de diversos aviões.

Mais informações: https://airandspace.si.edu/

Museu Aeroespacial do Aeroporto de Paris - Le Bourget (França)

Museu aeroespacial localizado no Aeroporto Le Bourget, em Paris (França) tem desde aviões históricos até foguetes (Foto: Frédéric Cabeza/Museu Aeroespacial do Aeroporto de Paris - Le Bourget)
Ligado às Forças Armadas da França, o Museu Aeroespacial do Aeroporto de Paris - Le Bourget se destaca pelo seu tamanho e acervo, um dos maiores do mundo. Possui uma biblioteca online que permite conhecer e baixar milhares de imagens, vídeos e outras informações sobre a aviação.

Algumas das curiosidades encontradas no local são as peças restauradas do avião Lockheed Lightning P38 F5B, no qual o aviador escritor Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro "O Pequeno Príncipe", desapareceu em 1944. O museu ainda conta com exemplares do avião de guerra Spitfire, o supersônico Concorde (avião de passageiros aposentado em 2003) e do Boeing 747.


Mais informações: https://www.museeairespace.fr/

Museu Nacional da Força Aérea dos Estados Unidos - Dayton (Ohio)


Está em exibição no Museu Nacional da Força Aérea dos EUA o polêmico B-29 Bockscar, que lançou a bomba atômica em Nagasaki (Japão), em 1945 (Foto: Divulgação/Ken LaRock/NMUSAF)
Considerado o maior e mais antigo museu da aviação militar do mundo, o Museu Nacional da Força Aérea dos Estados Unidos dispõe de um acervo formado por mais de 350 veículos aeroespaciais e mísseis em exibição. Fica localizado na Base Aérea Wright-Patterson, próximo a Dayton, Ohio, nos EUA.

Entre os modelos históricos de seu acervo, há o polêmico B-29 Bockscar, que lançou a bomba atômica em Nagasaki (Japão), o russo MiG-15, os mais recentes B-52, F-22A Raptor, além do Reaper e do Global Hawk, aviões pilotados remotamente. No museu também está disponível o bombardeiro stealth B-2, o único exemplar aberto ao público para visitas no mundo. O museu pode ser visitado virtualmente também.


Memorial Aeroespacial Brasileiro - São José dos Campos (São Paulo)


Memorial em São José dos Campos (SP) armazena os destaques da indústria aeroespacial nacional
 (Foto: Divulgação/Lucas Mauro/Força Aérea Brasileira)
Um participante de honra dessa lista é o Memorial Aeroespacial Brasileiro, ligado ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, da Aeronáutica. O local não tem a estrutura de um museu, mas possui uma área total de 75 mil m², tendo na sua área de exposição externa com oito aeronaves, um radar e oito maquetes de foguetes em tamanho natural.

Seu acervo busca manter viva a memória dos projetos de ciência e tecnologia desenvolvidos no Brasil pela Aeronáutica. Ali, além do segundo protótipo do avião Bandeirante (que deu origem à Embraer) e do AT-26 Xavante (primeiro avião a jato produzido no país), é possível encontrar o primeiro protótipo da Urna Eletrônica e maquetes em tamanho natural de veículos espaciais nacionais.

Outros museus


Diversos museus aeroespaciais mundo afora também merecem ser conhecidos (presencialmente ou virtualmente). Entre eles:
Via Alexandre Saconi (UOL)

Aconteceu em 2 de fevereiro de 2016: Atentado a bomba no voo Daallo Airlines 159

O voo 159 da Daallo Airlines foi um voo regular de passageiros operado pela Daallo Airlines, de propriedade da Somália. Em 2 de fevereiro de 2016, ocorreu uma explosão a bordo da aeronave 20 minutos após sua decolagem de Mogadíscio. A aeronave conseguiu retornar ao aeroporto com segurança, com uma fatalidade (o terrorista) relatada. 

Aeronave



A aeronave envolvida era o Airbus A321-111, prefixo SX-BHS, da Daallo Airlines (foto acima), de 19 anos, de propriedade da Hermes Airlines e operado pela Daallo Airlines no momento do incidente. 

A aeronave foi entregue à Daallo Airlines em 5 de janeiro de 2015. A aeronave já havia sido operada pela Hermes Airlines, Air Méditerranée, Myanmar Airways International e Swissair. 

O número de série do fabricante da aeronave (MSN) é 642 e voou pela primeira vez em 6 de janeiro de 1997. A aeronave foi entregue à Swissair em 21 de janeiro de 1997. Está equipada com dois motores CFM International CFM56 e tem uma configuração econômica de 220 lugares. Em março de 2013, ele experimentou uma excursão de pista após o pouso no aeroporto Lyon–Saint-Exupéry.

Em 9 de agosto de 2016, a aeronave foi transportada em baixa altitude para o Aeroporto Internacional Queen Alia para armazenamento.

Incidente


Mapa da Somália com o Aeroporto Internacional Aden Adde (MGQ), Aeroporto Internacional Djibouti-Ambouli (JIB) e Balad, o local onde o corpo queimado foi encontrado
Em 2 de fevereiro de 2016, 20 minutos após decolar de Mogadíscio, na Somália, às 11h00 hora local, a caminho da cidade de Djibouti, Djibouti, em a uma altitude de cerca de 14.000 pés (4.300 m), uma explosão ocorreu a bordo a aeronave, abrindo um buraco na fuselagem atrás da porta R2. 

Foi relatado naquele dia que a explosão provavelmente ocorreu perto dos assentos 15/16F, ao lado da raiz da asa dianteira e dos tanques de combustível. Havia 74 passageiros e 7 tripulantes a bordo no momento do incidente.


Reagindo à explosão, os comissários de bordo levaram os passageiros para a parte traseira da aeronave (vídeo acima). Os pilotos alertaram a torre de Mogadíscio, relatando um problema de pressurização, mas não declararam uma emergência. 

A aeronave retornou ao Aeroporto Internacional de Aden Adde e fez um pouso de emergência. Dois feridos foram relatados, e o corpo queimado do homem-bomba caiu da aeronave, pousando na cidade de Dhiiqaaley perto de Balad, na Somália, que foi encontrado por residentes próximos.

O voo estava atrasado antes da partida, portanto, no momento da explosão, a aeronave ainda não estava em altitude de cruzeiro e a cabine ainda não estava totalmente pressurizada . Pensou-se que um laptop tinha sido equipado com um temporizador para explodir a bomba durante o voo.


De acordo com Mohamed Ibrahim Yassin Olad, CEO da Daallo Airlines, o homem-bomba e 69 dos outros 73 passageiros a bordo deveriam embarcar em um voo da Turkish Airlines, que foi cancelado na manhã de 2 de fevereiro devido ao mau tempo condições. 

Isso resultou na Daallo Airlines redirecionando os passageiros para Djibouti, onde seriam transferidos para um voo da Turkish Airlines. O cancelamento do voo da Turkish Airlines foi confirmado por Yahya Ustun, um porta-voz da empresa.

Investigação


A Autoridade de Investigação de Acidentes Aéreos da Somália (SAAIA) declarou em 3 de fevereiro que uma pessoa estava desaparecida da aeronave assim que ela retornou a Mogadíscio e posteriormente confirmou que o corpo da pessoa desaparecida foi encontrado perto de Balad. 

Uma investigação sobre o atentado foi realizada pela Agência Nacional de Inteligência e Segurança , com a cooperação das autoridades aeroportuárias e da polícia local. 

A Daallo Airlines, em nota, disse que uma equipe técnica da Hermes Airlines, proprietária da aeronave, bem como a fabricante da aeronave, a Airbus, tiveram um papel importante na investigação ativa. O FBI também contribuiu com seus esforços para a investigação.

Os testes iniciais dos danos no voo 159 confirmaram traços de resíduos explosivos. Acredita-se que uma bomba, possivelmente escondida dentro de um laptop, foi carregada para a aeronave por uma pessoa em uma cadeira de rodas. 


O passageiro teria sido transferido para um assento normal após ser trazido para o avião. Dois passageiros do avião, incluindo um que estava sentado no assento ao lado, foram presos sob suspeita de serem cúmplices. 

Em 6 de fevereiro, o ministro dos Transportes, Ali Ahmed Jama, confirmou que a explosão foi causada por uma bomba que "deveria matar todos a bordo".

Autoridades somalis identificado o passageiro falecido como Abdullahi Abdisalam Borleh, um homem de 55 anos de idade a partir de Hargeisa, capital da Somalilândia região da Somália, mas não confirmou que ele era suspeito de ser o homem-bomba.

Borleh era professor em uma escola islâmica e disse que estava indo para o exterior por motivos de saúde, de acordo com o xeque Mohamed Abdullahi, um imã de mesquita em Hargeisa. 


Um oficial federal somali afirmou que Borleh havia sido monitorado por agentes de segurança, "mas nunca o consideramos perigoso". Um alto funcionário da imigração da Somália disse que Borleh havia obtido um visto turco para trabalhar na Turquia como assessor do Ministério das Relações Exteriores. 

Uma carta foi supostamente enviada da Embaixada da Somália em Ancara à Embaixada da Turquia em Mogadíscio, pedindo à Embaixada da Turquia que facilitasse um visto para Borleh ser "um conselheiro do Ministro dos Negócios Estrangeiros e Promoções de Investimentos". A Embaixada da Somália em Ancara negou o envio de qualquer carta.

Uma câmera de segurança gravando do aeroporto mostra dois homens (vídeo abaixo), aparentemente funcionários do aeroporto, dando um laptop para Borleh. Autoridades americanas disseram que os investigadores acreditam que o homem-bomba tinha algum tipo de conexão com o pessoal da companhia aérea ou do aeroporto.


Pelo menos 20 pessoas, incluindo funcionários do governo e os dois funcionários da companhia aérea, foram presos sob suspeita de estarem vinculados ao ataque. Um piloto sérvio, Vlatko Vodopivec, criticou a falta de segurança em torno da aeronave no aeroporto, descrevendo a instalação como "caótica". 

Em entrevista à Associated Press, a Vodopivec explicou que “a segurança é zero. "Quando estacionamos lá, cerca de 20 a 30 pessoas vêm à pista. Ninguém tem crachá ou aqueles coletes amarelos. Entram e saem da aeronave, e ninguém sabe quem é quem. Eles podem colocar qualquer coisa dentro quando os passageiros saem da aeronave."

Mohamed Ibrahim Yassin Olad, CEO da Daallo Airlines, afirmou que a companhia aérea continuaria voando para a Somália, apesar do incidente. "Estamos lá há 25 anos", disse ele. "Nossos esforços para manter a Somália conectada ao resto do mundo continuarão."

Em 13 de fevereiro, onze dias após o incidente, o grupo militante islâmico Al-Shabaab, em um comunicado por e-mail, assumiu a responsabilidade pelo ataque, afirmando que era "uma retribuição pelos crimes cometidos pela coalizão de cruzados ocidentais e suas agências de inteligência contra os muçulmanos da Somália."

Al-Shabaab também disse que tinha como alvo a Turkish Airlines porque a Turquia é um estado da OTAN que apoia operações ocidentais na Somália e que eles tinham como alvo oficiais de inteligência ocidentais e soldados turcos da OTAN que estavam a bordo.

Condenações penais


Em 30 de maio de 2016, um tribunal militar somali considerou dois homens culpados de planejar o complô e de serem membros da al-Shabab e os condenou à prisão perpétua. Um dos dois homens era um ex-oficial de segurança do aeroporto e o outro, que financiou o ataque, não foi preso e foi julgado à revelia. 

Oito outros trabalhadores do aeroporto foram condenados por ajudar no complô, mas não foram condenados por serem membros da al-Shabab, e receberam sentenças de prisão que variam de seis meses a quatro anos. Eles trabalharam em uma variedade de empregos no aeroporto, incluindo inspetores de segurança, policial, porteiro e oficiais de imigração.

Uma investigação subsequente indicou que a explosão foi causada por uma bomba, detonada em um ataque suicida. O grupo militante islâmico Al-Shabaab mais tarde assumiu a responsabilidade pelo atentado. Um total de dez pessoas foram condenadas em relação à trama.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia e ASN)

Aconteceu em 2 de fevereiro de 1988: Voo Cebu Pacific 387 - 104 mortos em queda nas Filipinas


Em 2 de fevereiro de 1998, um McDonnell Douglas DC-9 da Cebu Pacific caiu nas encostas do Monte Sumagaya na cidade de Gingoog, nas Filipinas. O acidente resultou na morte de todos os 104 passageiros e tripulantes a bordo da aeronave.


A aeronave envolvida no acidente era um McDonnell Douglas DC-9-32, prefixo RP-C1507, da Cebu Pacific (foto acima), e foi entregue à Air Canada em setembro de 1967 antes de ser adquirida pela Cebu Pacific em março de 1997.

O avião transportou cinco membros da tripulação e 94 passageiros filipinos, incluindo cinco crianças. Cinco passageiros eram da Austrália, Áustria, Japão, Suíça e Canadá. Além disso, um cirurgião em missão médica era dos Estados Unidos.

O avião saiu de Manila às 01h00 GMT e estava programado para chegar às 03h03 GMT em Cagayan de Oro, também nas Filipinas. 


O avião fez uma escala em Tacloban às 02h20 GMT, embora as fontes difiram sobre se foi uma parada programada ou não. De acordo com uma fonte, o voo fez uma parada não programada em Tacloban para entregar um pneu de avião necessário para outra aeronave Cebu Pacific em Tacloban. 

O último contato foi 15 minutos antes da hora prevista para o pouso do avião, com o ATC do aeroporto. Nessa transmissão, o piloto disse que estava a 68 quilômetros do aeroporto e estava começando a descer. Não havia indicação de que o avião estava com problemas. 


O avião caiu a 45 quilômetros (28 milhas; 24 milhas náuticas) de distância do aeroporto, resultando na morte de todos os 104 passageiros e tripulantes a bordo da aeronave.

A causa do acidente ainda é fonte de controvérsia nas Filipinas. O coronel Jacinto Ligot foi o chefe da equipe de resgate da Força Aérea Filipina , que enfrentou dificuldades devido às ravinas profundas e à densa vegetação nas encostas da montanha. 

Os pilotos estavam voando visualmente, não instrumentalmente, quando o avião desapareceu do radar. Enquanto o céu estava claro no aeroporto, as montanhas podem ter sido cobertas por névoa. 

O Chefe do Estado-Maior General Clemente Mariano especulou que o avião "quase atingiu o topo da montanha, mas pode ter sofrido uma queda de ar , o que o levou a atingir a montanha". 

Jesus Dureza, o gerente de crise durante as operações de resgate e recuperação, disse que descobriu que os mapas do Escritório de Transporte Aéreo usados ​​pelos pilotos listavam a elevação do Monte Sumagaya a 5.000 pés acima do nível do mar, enquanto a montanha na verdade está 6.000 pés acima do nível do mar. 

Esse erro pode ter induzido os pilotos a acreditar que estavam longe do terreno, quando na verdade estavam voando perigosamente baixo. A ATO, por outro lado, apontou em seu relatório oficial deficiências na formação dos pilotos.


Por Jorge Tadeu (com Wikipedia e ASN)

Aconteceu em 2 de fevereiro de 1953: O desaparecimento do Avro York da Skyways no Pacífico Norte


Em 2 de fevereiro de 1953, o avião comercial quadrimotor
Avro 685 York I, prefixo G-AHFA, da Skyways Limited, desapareceu no Atlântico Norte em um voo do Reino Unido para a Jamaica. A aeronave levava 39 ocupantes, incluindo 13 crianças.

O Avro York transportava tropas militares para o Ministério da Aeronáutica Britânico do Aeroporto de Stansted, no Reino Unido, à Jamaica, com seis tripulantes e 33 passageiros, incluindo soldados com suas famílias.

A aeronave parou no Campo de Lajes, nos Açores, e decolou às 23h25 em 1 de fevereiro de 1953, para o Aeroporto de Gander em Newfoundland. A aeronave transmitiu Relatórios Meteorológicos Operacionais Posicionais em intervalos de aproximadamente uma hora de 00h10 a 04h25 em 2 de fevereiro.

Às 04h10, a posição da aeronave foi dada como 44° 32'N 41° 38'W. Às 05h31 Gander ouviu um sinal de Urgência da aeronave dando uma posição um minuto antes da mensagem como 46° 15'N 46° 31'W. 

O sinal de urgência foi seguido por uma mensagem de socorro SOS, SOS, SOS DE GA, a mensagem parou abruptamente e nenhuma outra comunicação da aeronave foi ouvida. 

Uma extensa busca aérea e marítima não encontrou qualquer vestígio da aeronave ou dos 39 ocupantes. No dia seguinte (3 de fevereiro), o cortador Campbell da Guarda Costeira dos Estados Unidos relatou várias manchas grandes de óleo e marcadores de corante cerca de 120 milhas a sudoeste da última posição relatada da aeronave; o Campbell relatou que a área de busca teve rajadas de neve. 

Aeronave

O Avro York (registro: G-AHFA) foi construído em 1946 e completou 6.418 horas de voo total. Ele tinha um certificado de aeronavegabilidade válido emitido três dias antes do desaparecimento e tinha sido completamente reformado em novembro de 1952. A aeronave era propriedade da Lancashire Aircraft Corporation e operada pela Skyways Limited.

A aeronave foi registrada pela primeira vez no Ministério de Abastecimento e Produção de Aeronaves em 20 de março de 1946. Foi registrada na British South American Airways (BSAA) em 20 de agosto de 1946 e operada com o nome "Star Dale". Foi vendida para a British Overseas Airways Corporation (BOAC) em 3 de setembro de 1949. A BOAC vendeu a aeronave em 1951 e foi registrada para a Lancashire Aircraft Corporation em 11 de dezembro de 1951.

Investigação

Um inquérito público foi aberto em Londres, no Holborn Town Hall, em 2 de julho de 1953, para considerar as possíveis causas da perda do York. O procurador-geral representando a Coroa absolveu a tripulação da culpa; ele também descartou sabotagem ou combustível contaminado. 

No segundo dia, o Chief Investigation Officer do Accidents Investigation Branch (AIB) opinou que pode ter sido um incêndio incontrolável em um dos motores da aeronave.


O relatório do inquérito foi publicado em 3 de dezembro de 1953 e afirmava que a causa era incontestável. O tribunal concluiu que a perda não foi contribuída por nenhum ato ilícito ou inadimplência de qualquer pessoa ou parte.

Concluiu-se que o sinal de urgência foi transmitido a uma velocidade normal e possivelmente não uma indicação de que era necessária assistência urgente, seguido rapidamente por um sinal de socorro apressado indicou que qualquer que seja o problema que ele desenvolveu de maneira repentina e violenta.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia e ASN)

Boeing lança avião cargueiro com maior alcance do mercado

O 777-8 Freighter é o novo avião cargueiro bimotor da Boeing. Com 25% de melhora na eficiência energética, ele possui um alcance máximo de até 8.167 km.


A Boeing lançou o 777-8 Freighter, o mais novo membro da família 777X widebody, o qual foi anunciado como o avião cargueiro bimotor de maior alcance do mercado. A construção ocorrerá na fábrica de Everett, nos Estados Unidos – a empresa investiu US$ 1 bi no polo para apoiar a produção do modelo 777X.

A primeira entrega do 777-8 Freighter está prevista para 2027 e a aeronave apresenta algumas inovações, entre elas, como a asa composto de fibra de carbono e uma melhoria na ordem de 25% na eficiência energética, que reduzirá tanto as emissões quanto os custos operacionais.

Avião arremete após quase ser 'virado' por vento na Inglaterra; veja vídeo


Um avião da empresa British Airways precisou arremeter na manhã de segunda-feira (31/01) no aeroporto de Heathrow, em Londres, na Inglaterra, após o piloto ter problemas para pousar na pista local. A ação, que surpreendeu quem estava no local, foi registrada e divulgada nas redes.

No vídeo, registrado pela Big Jet TV, é possível ver o veículo aéreo descendo em aparente situação de normalidade. Ele chega a tocar uma das rodas na pista, mas logo volta ao ar, deixando um rastro de fumaça para trás.

"Ele consegue. Calma, calma, devagar", grita um dos operadores na pista, antes do avião voltar a voar. O voo vinha de Aberdeen, na Escócia, para Londres, e pousou pouco após arremeter, por volta das 10h (7h no horário de Brasília). Apesar do susto, ninguém ficou ferido.


Os ventos fortes na região ainda são decorrência da Tempestade Corrie, que deixou mais de 38 mil pessoas sem energia no Reino Unido e mudou o tempo na área desde o último domingo, 30.

'É um milagre', diz dono de avião que sobreviveu à queda em fazenda de Nelson Piquet, no DF

Renato Joner conversou com g1 e contou que houve rajada de vento momentos antes do pouso. Filha, genro, neta e piloto também não se feriram.


O produtor rural e dono do avião que caiu no Aeródromo Nelson Piquet, em Brasília, Renato Joner, conversou com o g1, nesta terça-feira (1°), um dia após o acidente. O homem, a filha, o genro e a neta de dois meses decolaram da Bahia na segunda (31) e, a aeronave caiu próximo ao momento do pouso, em Brasília. Nenhum dos cinco ocupantes se feriu.

"Estarmos todos com saúde é um milagre", disse Renato ao g1.

Apesar do susto, ele contou que todos ficaram bem, inclusive o piloto. De acordo com o produtor rural, a filha, Renata Andrea Joner, mora em Brasília e tinha ido passar o fim de semana na Bahia.

"Uso esse avião para transporte de familiares. Quando estávamos voltando, aconteceu essa tragédia. Mas, apesar de tudo, estamos tranquilos e aliviados por estarmos bem, é o que importa."

Renato disse também que o acidente aconteceu no momento em que o avião iria tocar a pista de pouso. "Houve uma rajada de vento, ele subiu e foi para o mato", comentou.


De acordo com o produtor rural, após a queda, só deu tempo de pegar a neta dele, que tem 2 meses, e ir para a porta de emergência. O homem conta que todos decidiram correr para longe da aeronave, porque o tanque estava cheio de combustível e eles tinham receio de que pudesse pegar fogo.

"Fomos protegidos por Deus. Eu, minha família e o piloto sobrevivemos sem machucados nenhum", afirmou Renato.

O produtor rural disse ainda que a aeronave tem seguro e que vai voltar para a Bahia ainda nesta terça-feira (1º). "Estamos bem e com saúde. Isso é o que vale", disse.

Acidente



O acidente aconteceu por volta das 9h30, em uma pista que fica na fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, na região do Jardim Botânico. O piloto da aeronave informou aos bombeiros que o avião recebeu uma rajada de vento lateral, em baixa altitude, que a fez cair.

O avião, fabricado em 2010, tinha licença para fazer serviços aéreos privados com transporte de até cinco passageiros.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticas (Cenipa), do Comando da Aeronáutica, vai investigar a queda da aeronave. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o monomotor estava em situação regular e com certificado válido até setembro deste ano.

Via g1 DF - Fotos: CBMDF/Divulgação

Universitário que rastreia avião de Elon Musk recebe proposta de emprego

Jack Sweeney (à esquerda) recebeu uma oferta de emprego da Stratos Jet Charters
(Crédito: Reprodução YouTube)
O universitário Jack Sweeney, de 19 anos, que entrou em conflito com Elon Musk por administrar uma conta no Twitter que rastreia o jato particular do bilionário, recebeu uma oferta de emprego da Stratos Jet Charters.

A empresa de voos charters, com sede em Orlando, convidou Sweeney para a equipe de desenvolvimento de tecnologia, informou o jornal ‘The Post’. A Stratos é concorrente da Wheels Up e da NetJets, que também oferecem serviços de jatos particulares.

Sweeney disse ao ‘The Post’ que ainda não tem certeza se aceitará a oferta. O estudante universitário trabalha como desenvolvedor de aplicativos em meio período para a UberJets, outra empresa de fretamento.

O CEO da Stratos, Joel Thomas, disse ao que o estudante mostrou sua criatividade com o rastreamento de jatos. Para Thomas, o conhecimento de Sweeney pode ajudar a Stratos a fazer consultas mais eficientes de fornecedores e prever tempos de voo com mais precisão.

Sweeney opera contas que rastreiam voos de jatos de outros bilionários, como Jeff Bezos e Bill Gates.

Musk ofereceu US$ 5.000 para Sweeney fechar a conta @ElonJet, no Twitter, mas o estudante rejeitou a oferta e fez uma contraproposta de US$ 50.000 e pediu um estágio. Musk não respondeu Sweeney e o bloqueou no Twitter.

O que o piloto faz quando alguém nasce a bordo? Qual a nacionalidade?

(Imagem: Suhyeon Choi/Unsplash)
O que acontece quando um bebê nasce durante um voo? Esse tipo de ocorrência não costuma ser tão crítica quanto outras emergências médicas, mas merece a total atenção dos tripulantes para problemas.

Sempre caberá ao comandante do avião decidir qual a melhor atitude a ser tomada para que tudo saia da melhor maneira possível.

Trabalho de parto 


Quando é identificado o início do trabalho de parto, o comandante do avião tem uma série de decisões a tomar. Ao mesmo tempo, comissários de bordo atuam para prestar o socorro a quem está em trabalho de parto.

Se houver algum médico a bordo que se voluntarie, ele pode atuar junto à gestante e manter a equipe de voo informada para que a melhor decisão seja tomada, seja ela pousar o quanto antes ou prosseguir com o voo até o destino inicialmente planejado. De acordo com o piloto Marcelo Ceriotti, diretor do SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas), são fatores dependem de cada situação.

"Se houver risco para a mãe ou o bebê, a recomendação é pousar no local mais próximo para ser feito o atendimento médico. Caso haja um médico a bordo que sugira que não há riscos, o voo pode seguir. A decisão cabe exclusivamente ao comandante", diz Ceriotti.

Entretanto, segundo o piloto, é comum escolher pousar nessas situações. "Tendo aeroportos com apoio médico, a tendência é decidir por alternar [o aeroporto de destino] e garantir o apoio médico necessário", diz o comandante.

Nasceu no voo. E agora?


Caso não dê tempo de pousar ou o parto não ofereça maiores complicações e a criança nasça a bordo, é preciso tomar uma série de medidas administrativas pelos pilotos.

"Se o bebe nasceu durante o voo dentro do território nacional, o comandante anota no diário de bordo a coordenada geográfica, o horário do nascimento e demais dados que achar pertinente para se determinar o local exato onde isso aconteceu", diz Ceriotti.

Na sequência, essas anotações são levadas para o cartório da cidade onde o pouso foi realizado para que os registros adequados sejam realizados.

Qual a nacionalidade?


Se nascer enquanto sobrevoa o Brasil, a criança é registrada na cidade que o avião sobrevoava naquele momento. Em voos fora do Brasil, existem regras diferentes.

"Filhos de brasileiros nascidos dentro de aeronaves brasileiras em qualquer lugar do mundo podem ser registrados como cidadãos brasileiros", diz Ceriotti, que ainda lembra que o Brasil reconhece o avião operado a partir do país como sua extensão territorial.

Já em alguns países, como é o caso dos Estados Unidos, qualquer pessoa que nasça em seu território pode ser registrada como cidadã daquele país. Em resumo, é possível ser reconhecida a cidadania do bebê que nasceu a bordo de acordo com critérios da nacionalidade dos pais ou do território onde nasceu, dependendo do país onde isso ocorreu.

Por isso é importante que o comandante faça o registro no livro de bordo adequadamente e com o máximo de informações possível, justamente para que não haja dúvidas sobre como deverá ser feito o registro.

Viagem de grávidas


De acordo com Alessandra Abrão, CEO da Voar Aviation, é bem difícil um bebê nascer a bordo de um voo. "Na realidade, esse tipo de situação não acontece com frequência porque grávidas embarcam até o 7º mês de gestação, no geral. A partir desse mês, só com aprovação médica. Então é bem raro acontecer, mas pode ocorrer ainda assim", diz Alessandra.

"Se acontecer [de a pessoa dar à luz durante o voo], a tripulação tem treinamento de primeiros socorros, a bordo das aeronaves tem um kit de emergência etc. Neste caso a aeronave pousa no aeroporto mais próximo para dar um atendimento adequado para o bebê e para a mãe", diz Alessandra sobre os procedimentos adotados em aviões fretados.

Já quanto às companhias aéreas brasileiras, embora não exista uma regra única, as gestantes podem viajar tranquilamente, desde que atendam a algumas recomendações das empresas. No geral, em quase todas o limite para voar sem autorização médica é o sétimo mês de gestação.

Após esse período é preciso que um médico avalie a situação da gestante e autorize sua viagem. Veja as regras no site de cada empresa:

Voo de graça vitalício e mãe deportada


Em 2020, um bebê nasceu a bordo de um voo da EgyptAir que saiu do Cairo (Egito) com destino a Londres (Inglaterra). Informados de que a mãe havia entrado em trabalho de parto, os pilotos optaram por desviar o avião para fazer um pouso em Munique (Alemanha), mas não deu tempo, e a criança veio ao mundo ainda durante o voo.

Com o fato, a empresa aérea deu de presente para a criança uma passagem aérea vitalícia, e poderá voar em qualquer linha operada pela EgyptAir até o fim da vida.


Em 2015, um bebê nasceu a bordo de um voo que partiu de Taiwan para Los Angeles (EUA). Como já estava sobre território dos Estados Unidos, a criança foi considerada cidadã daquele país.

Acusada de mentir sobre em qual semana de gestação estava, a mãe foi deportada, e a criança ficou sob a guarda do serviço social daquele país, já que tinha a condição de ser cidadã dos EUA.

Por Alexandre Saconi (UOL)

Passageira dá à luz a um menino em avião durante viagem de 11 horas


Passageira deu à luz a um menino em avião que ia de Gana para os Estados Unidos
(Imagem: Reprodução/Instagram)
Uma passageira da United Airlines deu à luz a uma criança em um avião durante um trajeto que durou 11 horas, que ia de Gana para os Estados Unidos, no domingo (30). Segundo informou a empresa à CNN, o voo já estava há cerca de seis horas no ar quando a mulher entrou em trabalho de parto.

Um médico, uma enfermeira e uma comissária de bordo da United, que é ex-enfermeira, estavam no voo e apoiaram a mulher em todo o processo.

"Nossa equipe foi incrível", escreveu a United em comunicado à CNN. "Eles agiram rapidamente, auxiliaram os profissionais médicos a bordo e garantiram que todos ficassem seguros durante todo o voo. Ficamos especialmente emocionados ao ver o avião pousar com um cliente extra a bordo."

O nascimento da criança ocorreu no chão da cabine, próximo às saídas de emergência, e durou cerca de duas horas e meia. Antes do avião pousar, a mãe e o bebê já estavam limpos e estáveis, sentados na cadeira. A aterrissagem ocorreu por volta das 5h41 do domingo.

Uma passageira, que também estava no voo, compartilhou a experiência nas redes sociais. Segundo a CNN, Tiana Warren é de Los Angeles e voltava de uma viagem de três semanas a Gana.

Ela informou que a mãe estava na fileira detrás dela. "Eu estava dormindo e eu pensei que estava sonhando quando ouvi gemidos. Levantei da minha cadeira e vi alguém no chão", contou ela à publicação.

No Instagram, a passageira ainda afirmou que a criança era um menino e que viveu momentos de tensão durante o parto. "Tudo que eu fiz foi segurar a mão dela depois que ela empurrou ele para fora (Pensei que eu ia desmaiar!). Meu Deus, ele parou de respirar por quase 20 minutos, mas conseguiu a vitória mais uma vez", relatou ela.


A mãe da criança não foi identificada, mas, de acordo com Warren, ela é natural de Gana e atualmente mora em Nova York.

Via UOL

Conheça Alice, o primeiro avião totalmente elétrico a decolar

O primeiro avião completamente elétrico será lançado em três “versões”, a comercial,
executivo e de carga (Imagem: Reprodução/Eviation)
Alice, o primeiro avião comercial totalmente elétrico, passou por testes de motor no Aeroporto Municipal de Arlington, em Seattle, nos EUA. De acordo com a empresa israelense Eviation, responsável por sua criação, a aeronave poderá decolar dentro de poucas semanas.

O modelo do avião Alice foi lançado em 2019, no Paris Air Show. Porém, seu primeiro voo só foi possível esse ano. Além de sua versão comercial, também foram desenvolvidas mais duas versões do protótipo, uma executiva e outra de carga.

Com uma bateria semelhante às utilizadas em carros elétricos, a aeronave conta com um carregamento de apenas 30 minutos – o tempo habitual das escalas de aviões tradicionais. Seu modelo comercial possui 12 metros de comprimento e capacidade para 9 passageiros.

Lançado pela primeira vez em 2019, o Alice irá decolar dentro de poucas semanas de acordo
com sua equipe de desenvolvimento (Imagem: Reprodução/Eviation)
Sua velocidade pode chegar a 461 km/h, o que representa metade da velocidade de outros aviões, como um Boeing 737. De acordo com Eviation, o raio de alcance do Alice é de até 800 km – a distância média entre capitais brasileiras de uma mesma região.

A aeronave, que conta com dois motores elétricos de 640 kW de potência, irá competir com outras companhias aéreas locais no cenário europeu. Mas ainda nem está próxima de desenvolver uma tecnologia semelhante para viagens de longas distâncias.

Para Omer Bar-Yohay, CEO da Eviation, a criação de um avião como Alice é um passo importante para o desenvolvimento de novos meios de transporte rápidos e sustentáveis.

“Quando começarmos a ver aviões como este, toda a maneira como vemos onde moramos, como nos deslocamos, como saímos de férias mudará. Será um trem de alta velocidade sem trilhos”, declarou à CNN Business.


Por Renan Nunes (MoneyTimes)

Funcionários da Ethiopian Airlines fogem do país escondidos nos aviões da empresa

Conflito entre o governo etíope e a minoria tigré já dura 14 meses.

Aeroporto de Adis Abeba, capital da Etiópia (Foto: Addis Ababa Airport/Divulgação)
Yohannes e Gebremenkel sabiam que poderiam congelar na área de carga a granel dentro do avião Airbus A350 no longo voo da capital da Etiópia para a Bélgica.

Mas os dois técnicos em terra da Ethiopian Airlines, ambos da minoria tigré, achavam que a ameaça das autoridades etíopes não lhes dava outra escolha a não ser se esconder entre caixas de flores frescas.

Os dois homens disseram que parentes haviam sido detidos sob as crescentes leis de emergência que visavam pessoas da etnia tigré. Eles temiam ser os próximos da lista.

As leis foram impostas em novembro enquanto militares do governo etíope travavam uma batalha na região de Tigré, no norte do país, em um conflito amargo que agora se arrasta por 14 meses. O governo nega que leis fossem dirigidas a qualquer grupo específico e recentemente suspendeu o estado de emergência.

Nas primeiras horas de 4 de dezembro, Yohannes e Gebremenkel, ambos de 25 anos, tomaram uma decisão por impulso de subir para a seção de armazenamento de um avião de carga da Ethiopian Airlines que estava pousado em um dos hangares do Aeroporto Internacional de Adis Abeba, à espera do voo matinal para Bruxelas, na Bélgica.

Como técnicos em terra da companhia aérea comercial líder da Etiópia nos últimos cinco anos, eles tinham acesso ao compartimento para fins de inspeção de rotina. Mas, se o esconderijo fosse descoberto, eles enfrentariam um castigo pesado. A CNN mudou os nomes de ambos os homens por razões de segurança.

Durante mais de três horas antes da decolagem, eles se esconderam no frio entre a bagagem da tripulação de cabine, não muito longe do carregamento do avião, composta de caixas carregadas com rosas prontas para serem entregues na Europa. 

Yohannes, que conseguiu asilo na Bélgica, relatou a situação em uma de várias conversas telefônicas com a CNN.  

"Corremos o risco. Nós não tínhamos escolha, não tínhamos escolha, não podíamos viver em Adis Abeba, estávamos sendo tratados como terroristas", disse Yohannes.

Quatro de seus parentes foram mortos, sua noiva está na prisão na região de Afar, na Etiópia, e sua irmã, grávida de cerca de sete meses, foi levada de casa junto com seu mobiliário.

Yohannes acredita que esses assassinatos e detenções foram motivados pela sua etnia tigré e acionados de acordo com as novas leis de emergência da Etiópia.

“Eu não sei onde ela [a noiva] está atualmente”, acrescentou. A CNN não pôde verificar de forma independente as mortes ou prisão de parentes de Yohannes.  

Uma porta-voz do gabinete do primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, escreveu em uma declaração enviada por email à CNN que o estado de emergência foi suspenso em 26 de janeiro de 2022.

“Gostaria de observar que o Conselho de Ministros decidiu hoje suspender o Estado de Emergência. Indivíduos apreendidos sob o SOE (Estado de Emergência na sigla em inglês) foram libertados em grande número nas últimas semanas pelo setor de segurança após investigações”, disse a porta-voz Billene Seyoum Woldeyes.

“O SOE nunca foi promulgado para ‘perseguir’ qualquer grupo de pessoas baseado em sua identidade”, continuou.

Os dois entrevistados não são os únicos funcionários da companhia aérea a tentar uma fuga arriscada do seu país nas últimas semanas.

Em 10 de dezembro, pouco antes de Yohannes e Gebremenkel fugirem para a Bélgica, dois outros técnicos da Ethiopian Airlines se esconderam em um avião de passageiros destinado a Washington, nos EUA, segundo confirmou um porta-voz da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA .

Yohannes e Gebremenkel decidiram fugir do Aeroporto Internacional de Adis Abeba depois de relatos de que a segurança era mais frouxa lá após a suspensão de dezenas de guardas da etnia tigré (Foto: Addis Ababa Airport/Divulgação)
Eles se encaixaram no espaço do teto acima dos assentos, de acordo com uma fonte na Ethiopian Airlines envolvida com a investigação interna relativa ao caso.

A viagem do país africano à América duraria mais de 36 horas no total, já que o avião voou de Adis Abeba via Lagos, Nigéria, e Dublin, Irlanda, antes de finalmente pousar no Aeroporto Internacional Dulles em Washington, DC.

Na chegada aos EUA, os indivíduos foram detidos pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA antes de serem posteriormente transferidos para os Serviços Aduaneiros e de Proteção das Fronteiras dos EUA.

A CNN também conversou com vários outros funcionários da etnia tigré da Ethiopian Airlines que fugiram da Etiópia nos últimos meses usando seus empregos de membros da tripulação.

Eles contaram histórias semelhantes de detenções generalizadas de pessoas de sua etnia na Etiópia e de assédio étnico dentro da companhia aérea.

Escondido acima do beliche


A CNN não conseguiu falar diretamente com os dois clandestinos que chegaram a Washington, DC, mas a fonte da Ethiopian Airlines disse que ambos os homens eram também de origem tigré.

Um porta-voz do Serviço de Alfândega disse que, após um exame de identificação e segurança, as autoridades descobriram os dois homens com “cartões de identificação de funcionários da Ethiopian Airlines, e que eles haviam fugido com a intenção de pedir asilo nos Estados Unidos”.

“Os dois homens etíopes estão atualmente alojados numa unidade de detenção federal enquanto se aguarda uma audiência perante um juiz de imigração”, acrescentou a declaração.

“O Serviço de Alfândega emitiu uma sanção civil à Ethiopian Airlines pela violação da segurança e foi informado sobre as medidas com as quais a companhia aérea deve se comprometer para melhorar seu plano de segurança.”

A CNN obteve fotografias do interior do avião Boeing 777 tal como visto durante uma inspeção na sequência da fuga. Em algumas imagens, é possível ver o beliche da tripulação no centro da área de estar do avião. Foi ali que os dois homens supostamente se enfiaram e em seguida ergueram o colchão para ter acesso a um painel de manutenção. 

As imagens indicam que, em seguida, eles cortaram um orifício maior no painel para permitir sua passagem pelo buraco até chegar ao teto do avião. Os dois se esconderam nesse local, pouco acima dos banheiros dos aviões, por mais de um dia e meio.

A CNN mostrou à Boeing as fotografias e um representante da Boeing pediu que os comentários fossem solicitados à Ethiopian Airlines.

A fonte na companhia aérea disse à CNN que acreditava que os clandestinos eram ex-técnicos de manutenção da companhia aérea, o que lhes permitiu saber exatamente onde se esconder dentro do avião para viajar sem serem detectados nem danificar a estrutura da aeronave. 

Segundo a fonte, o fato de eles terem as ferramentas necessárias para cortar o painel sugere que o par tenha planejado a tentativa com antecedência.

No total, 16 técnicos da Ethiopian Airlines podem ter escapado usando meios como embarcar como tripulação de cabine ou se esconder como clandestinos. A CNN não conseguiu verificar este número de forma independente.

Para Yohannes e Gebremenkel, a decisão de fugir foi improvisada. Eles escolheram o primeiro voo programado para um país europeu que estava disponível e tiverem de deixar posses, incluindo os seus telefones celulares, em seus armários. 

Durante todo o voo de sete horas para Bruxelas, eles se sentaram na área de carga do Airbus A350 sem alimentos, sem água, no frio congelante, sem conhecimento dos outros membros da tripulação a bordo.  

“Eu não tinha nem roupas comigo, eu estava usando o uniforme para manutenção. Eu ainda estou vestindo isso”, contou Yohannes.  

“Não temos nenhuma troca aqui, sem roupa, sem sapatos… Tentamos cobrir os pés e as pernas com o que tínhamos naquele momento, como era o turno noturno, no turno noturno temos o casaco da equipe da Ethiopian Airlines”, detalhou Gebremenkel, quem também obteve asilo na Bélgica.

Não era assim que Gebremenkel imaginava que ele iria experimentar a sua primeira viagem para fora da Etiópia. Apesar de trabalhar durante cinco anos na Ethiopian Airlines, ele nunca tinha embarcado num voo internacional. 

Funcionários relatam discriminação


Muitas pessoas deixaram a Etiópia por terra desde que o conflito começou em novembro de 2020. Em meados de dezembro de 2021, mais de 50 mil pessoas já haviam atravessado para o vizinho Sudão, de acordo com os números das Nações Unidas.

No auge do movimento migratório, “mais de 1,000 pessoas em média chegavam todos os dias, sufocando a capacidade de fornecer ajuda”, disse um relatório da ONU.

Campo de refugiados em um Rakuba, Sudão, em foto tirada em agosto. Mais de 50 mil etíopes fugiram para o Sudão desde que o conflito do Tigré começou no final de 2020, segundo a ONU (Foto: Abdulmonam Eassa/Getty Images)
As tentativas de deixar a Etiópia por via aérea por meios legais se tornaram cada vez mais difíceis para as pessoas da etnia tigré, de acordo com os funcionários da Ethiopian Airlines com os quais a CNN falou.

Vários tentaram sair pelos aviões de passageiros do Aeroporto de Bole de Adis Abeba como viajantes legítimos, mas tiveram o acesso negado por motivos étnicos, segundo contam.

Um ex-funcionário disse que havia quatro pontos de verificação no aeroporto nos quais os passageiros tinham seus passaportes verificados antes da partida.  

“Eles verificam o local de nascimento e o nome”, contou à CNN, recordando três de suas próprias tentativas fracassadas de sair. Se a pessoa nasceu em Tigré ou tinha um nome tigré, sua saída do país era negada.

Como resultado, vários funcionários contaram que escaparam trabalhando a bordo de voos internacionais como tripulantes de voo e fugindo quando a aeronave pousava em solo estrangeiro, muitas vezes quando o destino era na Europa ou nos EUA.

A CNN obteve os documentos que confirmam as identidades dos quatro homens que fugiram. As rotas dos dois voos – um para Bruxelas e outro de Adis para o aeroporto de Dulles através de Dublin – também foram confirmados pelo site FlightRadar24. 

A Ethiopian Airlines não respondeu ao pedido da CNN de comentários relativos às viagens dos clandestinos ou às alegações de discriminação contra pessoas de Tigré.

Esta não é a primeira vez que a Ethiopian Airlines foi parar nas manchetes durante o conflito na Etiópia.

Em outubro do ano passado, a CNN revelou que a companhia aérea havia transportado armas entre a Etiópia e a Eritreia no início do conflito, em novembro de 2020, um ato que foi condenado pela comunidade internacional como uma potencial violação do direito da aviação.

A investigação da CNN provocou apelos dos legisladores nos EUA por sanções e investigações sobre a elegibilidade da Etiópia para um lucrativo programa comercial dos EUA. A Etiópia foi expulsa do programa sobre violações dos direitos humanos no início de 2022.

A companhia aérea emitiu várias recusas sobre o transporte de armas. 

“A gente tremia”


Depois que o avião que transportou Yohannes e Gebremenkel desceu em Bruxelas, os dois esperaram por sua chance de chegar ao edifício do terminal.  

“Havia dois caras trabalhando no avião. Um deles descarregava a carga e o outro estava vindo com uma lanterna ao redor do avião”, disse Yohannes. “Daí, quando o primeiro foi descarregar as flores, saltamos para o chão, eu e meu amigo, pulamos, e corremos para o terminal.”  

No interior, os funcionários deram-lhes água e algo para comer, mas Yohannes e Gebremenkel ainda estavam em choque. “Temíamos que eles nos enviassem de volta. Os guardas nos trouxeram chá, mas nós nos ajoelhamos no chão, a gente tremia”, Yohannes acrescentou.  

Lentamente, sentiram um sentido de alívio, talvez pela primeira vez desde que saíram de Adis Abeba.

A decisão de fugir tinha sido motivada, em parte, por relatos de que 38 guardas de segurança de origem tigré tinham sido recentemente suspensos no Aeroporto de Bole, o que significa que a segurança estava mais frouxa do que o habitual, disseram. 

"Estávamos com medo, claro… Felizmente, não fomos encontrados. Se tivéssemos sido encontrados, a punição teria sido dura", comentou Gebremenkel.

Com menos guardas trabalhando, a preocupação maior passou a ser o NISS, o serviço nacional de segurança de informações da Etiópia, que faz buscas em todas as partes do avião antes da partida, explicou Gebremenkel.

A porta-voz do primeiro-ministro etíope, Billene Seyom, não se pronunciou sobre estas alegações. A Ethiopian Airlines não respondeu ao pedido da CNN para comentar a situação de segurança no Aeroporto de Bole.

“A gente tinha algumas ferramentas conosco e tinha medo de que eles nos apanhassem porque eles verificavam tudo, o cara do serviço nacional de segurança da inteligência verifica todos os voos antes da partida”, disse Gebremenkel.  

“Estávamos com medo, claro. Estávamos sentados carregando algumas ferramentas. Talvez eles viessem checar se a gente estava trabalhando [com as ferramentas]. Felizmente, não fomos encontrados. Se tivéssemos sido encontrados, a punição teria sido dura.” 

Yohannes espera que, na Bélgica, encontre um país que “respeite as minhas exigências, o direito à vida”.

Pieter-Jan De Block, seu advogado, confirmou em uma declaração à CNN que os dois clientes tinham “obtido proteção internacional na Bélgica” e que eles haviam sido liberados do centro onde estavam hospedados. 

Para Gebremenkel, o quadro é bom, mas triste. Com a sua família ainda muito longe (os pais estão num campo de refugiados no Sudão) e sem dinheiro ou emprego na Bélgica, a vida não está fácil.

Embora tenha acomodação agora, suas primeiras duas noites após ter sido concedido asilo foram passadas dormindo em uma estação ferroviária.

Ele disse à CNN que espera um dia voltar à Etiópia, desde que o país fosse um lugar onde “as pessoas não são tratadas de forma diferente de acordo com a etnia” – uma esperança que ele sente ainda estar distante.

Por Gianluca Mezzofiore e Katie Polglaseda (CNN)