O anúncio foi feito por Temur Yakobashvili, ministro da reintegração. Ele também disse que as forças da Geórgia abateram quatro aviões russos que entraram em seu território.
Tropas georgianas atacam a região separatista desde quinta-feira, com a ajuda de tanques e aviões de guerra. O líder separatista Eduard Kokoity disse à agência russa Interfax que o ataque das tropas da Geórgia matou centenas de civis em Tskhinvali.
Ao mesmo tempo, tropas russas entraram no território georgiano para coibir os ataques. O comandante russo Igor Konashénkov disse que unidades do exército russo estão se aproximando de Tskhinvali.
O ministério russo da Defesa disse que os reforços foram enviados para "proteger as tropas russas de paz e os cidadãos da Geórgia". Segundo a Rússia, dez soldados russos teriam sido mortos nos conflitos.
O presidente georgiano, Mikheil Saakashvili, criticou a Rússia pela incursão e disse que os russos estão "em guerra" contra a Geórgia.
"Isso é uma clara invasão do território de um outro país. Temos tanques russos em nosso território, aviões em nosso território em plena luz do dia", disse.
Na Ossétia
Um correspondente da Reuters disse que o barulho dos aviões e das explosões era ensurdecedor a mais de três quilômetros de distância da cidade de Tskhinvali. Muitas casas estavam em chamas.
Combatentes da Ossétia do Sul tomam posição em floresta próximo à capital da região, Tskhinvali.
Andrei Chistyakov, correspondente da emissora de TV russa Vesti-24, disse que pelo menos 15 civis foram mortos em Tskhinvali, onde milhares de pessoas se refugiaram em porões.
"Estas são as pessoas cujos corpos foram vistos nas ruas e em seus quintais", disse por telefone.
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse ter recebido relatos de que cidades na Geórgia estariam sendo alvo de "limpeza étnica". Segundo ele, o número de refugiados cresce, e o pânico é crescente na província.
O Acnur (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) disse ter recebido relatos de que há milhares de pessoas que tiveram de deixar suas casas na região.
A crise com a Geórgia é a primeira que o novo presidente russo Dmitry Medvedev enfrenta desde que assumiu o cargo, em maio. Ela desperta temores de uma guerra na região, que está se tornando uma importante rota para o trânsito de energia. Tanto a Rússia quanto o Ocidente tentam influenciar a área.
A Otan, a União Européia e os Estados Unidos, forte aliado da Geórgia, fizeram um apelo pelo fim do derramamento de sangue.
Em Pequim
O presidente dos EUA, George W. Bush, e o premiê russo, Vladimir Putin, discutiram os combates na Geórgia nesta sexta-feira em Pequim, onde estão para acompanhar a abertura dos Jogos Olímpicos. "Eles discutiram a situação", disse Gordon Johndroe, porta-voz americano, sem acrescentar mais detalhes.
O Pentágono informou que está "monitorando de perto" a situação na região e que manteve contato com autoridades da Geórgia, mas não recebeu pedido de ajuda.
O provável candidato republicano à Presidência dos EUA, John McCain, disse que os EUA deveriam apelar ao Conselho de Segurança da ONU para que a Rússia desista das ações na Geórgia.
Fonte: G1 com Agências - Foto: AP - Arte: G1