sábado, 16 de abril de 2022

Fita adesiva e algemas: as armas em aviões contra passageiros desobedientes

Passageiros desobedientes podem ter de ser contidos com fita adesiva e algemas
descartáveis em último caso (Imagem: Montagem/Reprodução)
Passageiros desobedientes costumam causar muitos problemas para companhias aéreas. Por isso, os tripulantes precisam estar treinados para lidar com os mais diferentes tipos de situação.

Mesmo conseguindo contornar a maioria dos problemas, nem sempre o passageiro colabora. Então é preciso conter a pessoa para garantir a segurança dos demais a bordo e do próprio voo. Em último caso, pode até mesmo ser necessário amarrar e imobilizar o passageiro em um dos assentos do avião com fita adesiva e algemas descartáveis.

Armas a bordo


As armas que os comissários têm para controlar passageiros desobedientes não são equipamentos de choque ou armamentos de fogo. Em diversos países, se, após um processo de tentativa de convencimento, o passageiro insistir em colocar a segurança em risco, ele pode ser contido fisicamente. 

Algema descartável, como as que podem ser utilizadas a bordo dos aviões (Foto: Reprodução)
Para isso, os comissários, não raramente com a ajuda de outras pessoas a bordo, precisam amarrar o passageiro em seu assento. Isso costuma ser feito com o uso de algemas descartáveis.

Cada empresa tem sua política própria do que pode ser levado a bordo e como cada item deve ser utilizado. Então, isso não pode ser considerado regra, embora seja uma prática que vem sendo observada nos últimos anos mundo afora. 

Ainda pode ser necessário utilizar uma fita adesiva para manter o passageiro em seu assento.

Casos recentes


Em 2019, um passageiro tentou entrar à força na cabine de comando de um avião durante um voo da S7 Airlines na Rússia. Segundo o governo daquele país, o passageiro foi algemado e preso com fita adesiva ao seu assento em decorrência da falta de obediência às normas a bordo. 

Em 2021, um homem de 22 anos foi amarrado com fita adesiva ao seu assento no avião durante um voo nos EUA. O motivo seria o fato de ele ter tentado agarrar os seios de duas comissárias e ter se recusado às ordens para parar, de acordo com o sindicato da categoria.


Apenas em último caso


As técnicas de restrição de passageiros só são utilizadas em último caso. Antes disso, são tentadas outras formas de convencimento para garantir que nada saia fora do planejado ou do aceitável no voo.

Há uma interpretação no meio, entre várias outras, de que existem três tipos de passageiros desobedientes nos voos: 
  1. Colaborativo: Ele retruca, reclama dos pedidos dos tripulantes, mas acaba obedecendo
  2. Problemático: Discute com a tripulação, oferece uma resistência maior, mas a equipe da companhia aérea consegue contornar o problema conversando com ele
  3. Agressivo: É necessário agir de maneira mais contundente, incluindo a contenção física
Antes do último nível, se o passageiro se recusa em obedecer às ordens, algumas companhias recomendam a leitura de uma carta padrão de falas. Nela podem estar escritas as consequências do ato do passageiro, o que a tripulação está autorizada a fazer etc.

A legislação brasileira prevê pena de até cinco anos para quem expõe uma aeronave a uma situação de perigo. Se houver queda ou destruição da aeronave por causa da conduta do passageiro, a pena pode chegar a 12 anos.

E depois?


Enquanto a situação problemática se desenvolve dentro do avião, os tripulantes avisam o comandante para que ele esteja ciente e decida qual a melhor postura a ser tomada. Eventualmente, pode até ser necessário que seja feito um pouso em um local não planejado inicialmente. 

Nesse tipo de situação, também é comum haver a presença da Polícia Federal (ou órgão similar em outros países) no desembarque para a retirada do passageiro que está a bordo da aeronave.

Via Alexandre Saconi (UOL)

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