A NASA está desenvolvendo uma aeronave supersônica silenciosa que conseguirá revolucionar o mercado e abrir portas para viagens em aviões comerciais de forma muito mais rápida.
As aeronaves militares, são veículos capazes de realizar voos supersônicos, isto é, voar a velocidades superiores à velocidade do som. Entretanto, os aviões comerciais têm sido um pouco restritos em terra por conta dos grandes barulhos que acompanham este tipo de voo. Chamados de estrondos sônicos, são uma sequência de ondas de choque geradas por aeronaves supersônicas que se unem para formar dois estrondos ensurdecedores que podem ser ouvidos a quilômetros de distância.
Por terra, essas barreiras geram níveis de ruído inaceitáveis para o público e apesar de haver alguns casos de sucesso anteriores, como o agora aposentado Concorde, estes foram proibidos de realizar voos sobre a terra. De lá para cá, em geral, houveram poucas tentativas de tornar o voo supersônico algo normal para os aviões comerciais.
Entretanto, se fossem gerados meios para reduzir o ruído criado por essas aeronaves, especialmente em terra, isso poderia reduzir de forma drástica os tempos de viagem. Desta forma, aeronaves como a planejada aeronave supersônica X-59 da NASA podem ser revolucionárias para o setor de viagens aéreas.
O veículo é equipado com QueSST (Quiet Supersonic Technology), tecnologia de redução de barulho sônico que está sendo desenvolvida com o objetivo de tornar o voo supersônico sobre a terra uma possibilidade real futuramente.
O X-59 conta com 29 metros de comprimento e possui uma envergadura de 9 metros. Assim como o Concorde, o avião possui um nariz longo e pontiagudo que obstrui a visão frontal, entretanto, essa obstrução é compensada por um sistema de visão de voo aprimorado, provavelmente composto por câmeras 4K.
Os 105 – 110 decibéis de nível percebidos (PLDB) do Concorde no solo são muito maiores se comparados com as metas da aeronave projetada pela NASA, que é de 75 PLDB. De acordo com seus projetistas, o estrondo gerado por esta aeronave não deve ser mais alto do que a batida de uma porta de carro.
Para se ter uma ideia desses números da aeronave, um sussurro conta com 30 dB, uma conversa normal é cerca de 60 dB e o motor de uma motocicleta funcionando é de aproximadamente 95 dB. Níveis consistentemente acima de 70 dB podem prejudicar a audição humana, e acima de 120 dB podem gerar danos graves aos tímpanos.
Para Gautam Shah, do NASA Langley Research Center, suas características serão discutidas quando for apresentar, durante o 183º Encontro da Acoustical Society of America, o Quesst Mission – Community Response Testing Plans.
Como parte do encontro que aconteceu durante os dias 5 a 9 de dezembro deste ano no Grand Hyatt Nashville Hotel, a apresentação foi realizada no dia 6 de dezembro às 10h50, leste dos EUA, no Summit Broom.
O modelo X-59, de acordo com Shah, é destinada a validar e demonstrar as tecnologias e ferramentas de design que permitem desenvolver uma aeronave com uma forma diferente que altera o comportamento das ondas de choque supersônicas.
Em vez de se unirem para serem ouvidas como um grande estrondo, as ondas de choque não se fundem, se enfraquecendo rapidamente, resultando em um som mais parecido com uma batida suave.
A NASA sobrevoará diversas vilas e cidades americanas para testar o feito e determinar como o público reagiria a diversos níveis de ruído. Shah e sua equipe medirão o som da aeronave e farão pesquisas com a população geral.
A organização deseja informar um padrão de som supersônico terrestre, disponibilizando esse conhecimento aos órgãos reguladores.
Via Valdemar Medeiros (clickpetroleoegas.com.br) - Imagens: Divulgação/NASA
Nenhum comentário:
Postar um comentário