A companhia britânica de voos de baixo custo easyJet revelou que está prestes a testar um detector de cinza vulcânica. De acordo com a operadora aérea, o novo sistema vai permitir aos aviões detectar e passar ao lado das nuvens de cinza potencialmente perigosas como as que foram expelidas pelo vulcão Eyjafjallajokull da Islândia. Em Abril a erupção vulcânica levou ao encerramento do espaço aéreo europeu provocando milhares de milhões de euros em prejuízos.
O sistema que a easyJet se prepara para testar utiliza minúsculas câmaras de infravermelhos, montadas na cauda do avião, as quais deverão permitir aos pilotos detectar concentrações de cinza atmosférica até 100 quilômetros de distância e a altitudes entre os 5.000 pés e os 50.000 pés.
Os dados dos sensores infravermelhos também podem ser enviados para os centros de controlo de voo, de forma a permitirem ao pessoal de terra construir um mapa tridimensional detalhado da cinza atmosférica.
O sistema foi inventado pelo Dr. Fred Prata do Instituto Norueguês para a Pesquisa Aérea e conta com o apoio da Autoridade Britânica para a Aviação Civil. Os seus construtores chamaram-lhe "Identificador e Detector de Objetos Vulcânicos Aéreos" - Airborn Volcanic Object Identifier and Detector - ou "AVOID", um acrônimo que revela um toque de humor já que, na língua inglesa, a palavra "avoid" significa "evitar".
A tecnologia utiliza princípios semelhantes aos já utilizados nos detectores de tempestades a bordo das aeronaves e tem o potencial de evitar perturbações em larga escala da aviação comercial, como as que foram provocadas pelo vulcão da Islândia.
Testes nos próximos dois meses
A easyJet diz que investiu um milhão de libras (cerca de um milhão e duzentos mil euros) no novo sistema e espera tê-lo instalado numa dúzia de aviões até ao final do ano. Recorde-se que, em Abril, a companhia "low cost" britânica perdeu mais de 90 milhões de euros com o encerramento do espaço aéreo europeu.
Os primeiros testes do "AVOID" vão ser realizados nos próximos dois meses pela Airbus, a pedido da easyJet, utilizando um Airbus 340.
Mesmo que tudo corra bem, antes de entrar ao serviço o sistema terá ainda de ser certificado pela Agência Européia de Segurança da Aviação, (AESA) sediada em Colônia.
Jeremie Tehan, um porta-voz da AESA, disse que a agência está pronta a acolher pedidos de certificação de qualquer equipamento que tenha o potencial de aumentar a "segurança aérea", mas adiantou que ainda não foi recebido nenhum pedido nesse sentido por parte da easyJet.
A companhia "low cost" diz que ainda não se debruçou sobre o modelo de comercialização do novo sistema, mas garante que quer partilhar a tecnologia com os outros operadores aéreos.
"Aquilo que nós não queremos é obter uma vantagem comercial sobre as outras companhias aéreas, ao estar numa posição em que nós possamos voar e elas não", disse o diretor executivo da easyJet, Andy Harrison. "Este é um grande passo em frente e a melhor coisa será colocar esta tecnologia em centenas de aviões, operados por muitas companhias", disse.
Concorrência observa
Outras companhias aéreas estão a observar os testes do novo sistema com interesse, mas sem se comprometerem. A Virgin Atlantic emitiu um comunicado em que diz "saudar os ensaios de qualquer tecnologia que possa contribuir, quando estiver provada e certificada, para evitar a repetição dos encerramentos discricionários e desnecessários do espaço aéreo do Reino Unido”. Também a British Airways emitiu idêntico comunicado dizendo que vai aguardar os resultados dos testes.
Recorde-se que o encerramento sem precedentes do espaço aéreo europeu em Abril causou perdas direta de mil milhões de euros ás companhias de aviação e cerca de mil e seiscentos milhões de euros a outras indústrias do continente.
As companhias aéreas acusaram então as autoridades reguladoras da Europa de reagirem de forma alarmista e exagerada ao que disseram ser uma ameaça "que podia ser gerida" e exigiram que fossem estabelecidos padrões internacionais de contaminação por cinza.
Os especialistas de segurança aérea dizem a cinza vulcânica pode representar um perigo sério para os aviões, pois reduz a visibilidade, danifica os controles de voo e pode acabar por provocar a avaria dos motores a jato.
Fonte: RTP (Portugal) - Foto: AFP
O sistema que a easyJet se prepara para testar utiliza minúsculas câmaras de infravermelhos, montadas na cauda do avião, as quais deverão permitir aos pilotos detectar concentrações de cinza atmosférica até 100 quilômetros de distância e a altitudes entre os 5.000 pés e os 50.000 pés.
Os dados dos sensores infravermelhos também podem ser enviados para os centros de controlo de voo, de forma a permitirem ao pessoal de terra construir um mapa tridimensional detalhado da cinza atmosférica.
O sistema foi inventado pelo Dr. Fred Prata do Instituto Norueguês para a Pesquisa Aérea e conta com o apoio da Autoridade Britânica para a Aviação Civil. Os seus construtores chamaram-lhe "Identificador e Detector de Objetos Vulcânicos Aéreos" - Airborn Volcanic Object Identifier and Detector - ou "AVOID", um acrônimo que revela um toque de humor já que, na língua inglesa, a palavra "avoid" significa "evitar".
A tecnologia utiliza princípios semelhantes aos já utilizados nos detectores de tempestades a bordo das aeronaves e tem o potencial de evitar perturbações em larga escala da aviação comercial, como as que foram provocadas pelo vulcão da Islândia.
Testes nos próximos dois meses
A easyJet diz que investiu um milhão de libras (cerca de um milhão e duzentos mil euros) no novo sistema e espera tê-lo instalado numa dúzia de aviões até ao final do ano. Recorde-se que, em Abril, a companhia "low cost" britânica perdeu mais de 90 milhões de euros com o encerramento do espaço aéreo europeu.
Os primeiros testes do "AVOID" vão ser realizados nos próximos dois meses pela Airbus, a pedido da easyJet, utilizando um Airbus 340.
Mesmo que tudo corra bem, antes de entrar ao serviço o sistema terá ainda de ser certificado pela Agência Européia de Segurança da Aviação, (AESA) sediada em Colônia.
Jeremie Tehan, um porta-voz da AESA, disse que a agência está pronta a acolher pedidos de certificação de qualquer equipamento que tenha o potencial de aumentar a "segurança aérea", mas adiantou que ainda não foi recebido nenhum pedido nesse sentido por parte da easyJet.
A companhia "low cost" diz que ainda não se debruçou sobre o modelo de comercialização do novo sistema, mas garante que quer partilhar a tecnologia com os outros operadores aéreos.
"Aquilo que nós não queremos é obter uma vantagem comercial sobre as outras companhias aéreas, ao estar numa posição em que nós possamos voar e elas não", disse o diretor executivo da easyJet, Andy Harrison. "Este é um grande passo em frente e a melhor coisa será colocar esta tecnologia em centenas de aviões, operados por muitas companhias", disse.
Concorrência observa
Outras companhias aéreas estão a observar os testes do novo sistema com interesse, mas sem se comprometerem. A Virgin Atlantic emitiu um comunicado em que diz "saudar os ensaios de qualquer tecnologia que possa contribuir, quando estiver provada e certificada, para evitar a repetição dos encerramentos discricionários e desnecessários do espaço aéreo do Reino Unido”. Também a British Airways emitiu idêntico comunicado dizendo que vai aguardar os resultados dos testes.
Recorde-se que o encerramento sem precedentes do espaço aéreo europeu em Abril causou perdas direta de mil milhões de euros ás companhias de aviação e cerca de mil e seiscentos milhões de euros a outras indústrias do continente.
As companhias aéreas acusaram então as autoridades reguladoras da Europa de reagirem de forma alarmista e exagerada ao que disseram ser uma ameaça "que podia ser gerida" e exigiram que fossem estabelecidos padrões internacionais de contaminação por cinza.
Os especialistas de segurança aérea dizem a cinza vulcânica pode representar um perigo sério para os aviões, pois reduz a visibilidade, danifica os controles de voo e pode acabar por provocar a avaria dos motores a jato.
Fonte: RTP (Portugal) - Foto: AFP
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