sábado, 5 de junho de 2010

Marte possuía ambiente para vida

Após quatro anos de análises, a NASA anuncia a comprovação de que Marte realmente possuía um ambiente favorável ao aparecimento da vida.

A descoberta foi publicada na última quarta-feira pela revista Science.

Foto tirada em 2055 pela Spirit da região de Comache (colorida artificialmente)

Rochas examinadas pelo veículo Spirit, que desde 2004 explora o planeta vermelho, mostraram claros indícios de que Marte já teve regiões úmidas e não ácidas que podem ter sido favoráveis para a vida.

As duas sondas da NASA em Marte já haviam encontrado outras evidências de ambientes possivelmente úmidos no passado, mas os dados dessas amostras indicavam locais que provavelmente eram ácidos – e , portanto, menos favoráveis à vida.

Já esta amostra examinada pela Spirit pela primeira vez em 2005, revelou altas concentrações de carbonato, um mineral que tem origem em condições úmidas e de ph quase neutro, mas se dissolve no ácido.

A Agência Espacial Americana está considerando esta uma das mais importantes descobertas das sondas marcianas, pois os dados confirmam que as condições favoráveis à vida realmente existiram.

A equipe responsável pelo trabalho foi liderada por Dick Morris, do Centro Espacial Johnson em Houston.

A região que chamou a atenção é chamada Comanche, entre os morros Husband e a planície Home Plate. O carbonato de magnésio encontrado constitui cerca de um quarto do volume medido em Comanche. Esta quantidade é dez vezes maior do que qualquer concentração previamente medida em rochas marcianas.

Em busca da atmosfera perdida

Encontrar grandes depósitos de magnésio em Marte é uma busca antiga para confirmar teorias sobre o passado do planeta. Muitos canais, aparentemente cavados por fluxos de água no passado, sugerem que Marte já foi quente. A antiga atmosfera marciana era densa, provavelmente rica em dióxido de carbono – afinal, o gás compõe quase 100% da atual atmosfera do planeta (uma camada muito fina se comparada ao que provavelmente existiu um dia).

Uma das grandes dúvidas era determinar aonde a maioria do dióxido da atmosfera antiga foi parar. Uma das hipóteses seria a de que foi para o espaço, porém outros acham que o gás deixou a atmosfera na mistura de dióxido de carbono com água - em condições que levaram à formação dos carbonatos. Na década de 90, essa possibilidade, aliada à descoberta de pequenas amostras de carbonatos em meteoritos marcianos, levou ao surgimento da hipótese de que os carbonatos seriam abundantes em Marte.

Mas naves que orbitam o planeta e usaram seus espectrômetros encontraram apenas evidências de depósitos localizados de carbonato, e pequenas amostras espalhadas pelo planeta. Estes dados não indicavam condições favoráveis para o surgimento da vida.

A equipe de Morris, no entanto, suspeitou da região de Comanche há alguns anos depois de analisar dados da sonda Spirit. O instrumento Alpha Particle X-ray Spectrometer detectou uma grande concentração de elementos leves, incluindo carbono e oxigênio, o que ajudou a quantificar o conteúdo de carbonato das amostras.

As sondas Spirit e Opportiunity pousaram em Marte em janeiro de 2004 para missões de 3 meses. A Spirit está for a de comunicação desde 22 de março de 2010. Já a Opportunity está ativa e indo rumo à cratera Endeavour.

Fonte: Paula Rothman (INFO Online) - Foto: NASA/JPL-Caltech/Cornell University

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