domingo, 30 de maio de 2010

Problemas com bagagens em aeroportos de SP já superam total de 2009, diz Procon

Saiba como evitar furtos; registro de bens pode garantir indenização

Os aeroportos podem dar a sensação de segurança, mas é preciso ficar atento. Os roubos de bagagem não se restringem às áreas de saguão e podem acontecer depois que a mala é despachada. Infográfico produzido pelo R7 (ver abaixo) dá dicas de como se precaver e o que fazer se o passageiro for roubado.

Segundo o Procon de São Paulo, órgão de defesa do consumidor, só neste ano, foram registradas 42 reclamações de extravio e avaria em bagagem ou carga durante o transporte. No ano passado, foram 30 queixas. A reportagem procurou a Secretaria de Segurança Pública do Estado, a delegacia da Polícia Civil do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), e as principais companhias aéreas que informaram não possuir um balanço sobre o número de furtos registrados em terminais de voos.

Clique sobre a imagem para acessar o infográfico

Passageiros relatam furtos

O consultor de tecnologia Ian Black foi vítima de furto em abril passado. Ele comprou nos Estados Unidos um iPad e uma câmera fotográfica e percebeu, apenas em solo brasileiro, que os itens haviam sido levados quando ia à Receita Federal para declarar os objetos. Como nos EUA é proibido trancar as malas com cadeados, as bagagens estavam fechadas apenas com o zíper.

Black diz que, no Brasil, o atendimento das autoridades e da companhia aérea deixou a desejar. Ele recebeu da empresa uma folha em branco para registrar a queixa e não teve prazo para receber uma resposta. Em contato com os EUA, o consultor diz ter ganho um formulário e foi informado da data limite para a conclusão da investigação.

No início deste mês, a arquiteta Sarah Feldman estranhou quando chegou de viagem e viu que o fecho de sua mala estava danificando. Ela abriu a bolsa e tudo parecia estar em ordem. No entanto, quando chegou em casa, notou que seu netbook não estava lá.

- Foi trabalho de profissional. Alguém deve ter visto pelo raio X onde estava o computador e foi direto no ponto. A mala não estava remexida.

A arquiteta procurou a empresa aérea e ouviu que ela deveria ter relatado o furto logo no desembarque. Por meio de nota, a TAM afirmou que, no momento do check-in, os funcionários da empresa reforçam a informação do chamado "manual do passageiro", que diz que objetos eletrônicos de uso pessoal devem ser levados na bagagem de mão. Em caso de violação, danos ou extravio, a companhia aérea ressalta que o passageiro deve procurar um de seus funcionários antes de deixar a sala de desembarque. Segundo a nota, desse modo, "fica caracterizado que o problema ocorreu dentro dos domínios do aeroporto”.

De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a empresa aérea responde pelo extravio ou dano da bagagem transportada no bagageiro. Já a mala de mão - onde devem ser colocados eletrônicos, dinheiros e joias – é exclusiva responsabilidade do passageiro. A agência ainda ressalta que é importante tomar conhecimento das leis sobre bagagens de onde os voos partem – são elas que valem, não importando a origem da companhia aérea.

O advogado Thiago Silvestre que trabalha com alguns artistas contou que já teve que entrar na Justiça por causa de bagagem danificada.

- A gente vê esses problemas com frequência em voos com conexão.

Ele lembra que um de seus clientes já teve a guitarra quebrada durante uma viagem. Silvestre ensina que a primeira coisa se fazer é reclamar coma companhia aérea. Ele diz que, normalmente, as empresas procuram uma forma de ressarcir o cliente. Em último caso, é possível recorrer à Justiça.

No saguão

O passageiro também pode ser furtado no aeroporto. A Polícia Civil orienta que as pessoas adotem medidas de cautela, como não descuidar de malas e bolsas, especialmente em assentos. Outro cuidado é não abandonar objetos pessoais sob cuidados de estranhos e se manter atento à movimentação de pessoas ao redor. As precauções devem ser mantidas, inclusive, em lojas de conveniência e cafés.

A polícia reforça ainda que é necessário o registro de todas ocorrências para que sejam adotadas medidas. Os policiais dos aeroportos estão sempre identificados e, em caso de dúvidas, os passageiros podem se dirigir à delegacia especializada.

Fonte: R7

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