quinta-feira, 13 de maio de 2021

Aviador que voou com o Príncipe William desenvolve câncer raro ‘causado’ por helicóptero


Um aviador que pilotava helicópteros com o príncipe William provou que sua forma rara de câncer de medula óssea foi causada pelo helicóptero “Rei do Mar”, da Royal Air Force (RAF) [na tradução, “Força Aérea Real”]. Após anos inalando gases tóxicos de exaustão expelidos pelos bimotores da aeronave, agora aposentada, o sargento de voo Zach Stubbings foi diagnosticado com mieloma múltiplo.

Em abril deste ano, Stubbings ganhou um acordo do Ministério da Defesa (MoD) após uma batalha legal de seis anos. Ele recebeu uma quantia de indenização não revelada e o MoD teve que admitir por escrito que os 15 anos de serviço na RAF causaram sua condição de risco de vida.

Stubbings acabou sendo diagnosticado com mieloma latente em 2012, aos 33 anos de idade. Os médicos disseram que ele era muito jovem para contrair a doença rara que afeta o sangue e a medula óssea. Mais tarde, foi diagnosticado com um mieloma múltiplo mais sério e os médicos disseram a ele que algo deveria ter “desencadeado” o câncer.

O aviador passou por várias rodadas de quimioterapia extenuante e um transplante de células-tronco depois que foi diagnosticado com câncer pela primeira vez. Felizmente, o mieloma está inativo no momento, mas os médicos o avisaram que o câncer pode retornar a qualquer momento.

O princípe William pilotou o Rei do Mar em 150 operações de busca e resgate ao longo de três anos, mas não se sabe se ele foi afetado pelos vapores. O príncipe Andrew também pilotou a aeronave nas Malvinas em 1982.

Princípe William (Foto: Reprodução/The Sun)
Stubbings disse ao The Sun, portal de notícias do Reino Unido, que William até lhe ofereceu apoio quando soube do câncer. “Acabei de saber do mieloma e ele veio conversar comigo no balcão de operações e foi muito simpático, perguntou-me como estava e ficou muito preocupado”. Mas acredita que William ficará surpreso ao saber como seu antigo companheiro de tripulação contraiu a doença, “o câncer não discrimina de acordo com o cargo e todos, incluindo William, devem estar cientes disso”, afirmou.

De acordo com o The Sun, documentos descobertos por Stubbings durante sua luta legal provam que especialistas alertaram o MoD sobre os perigos do escapamento do Rei do Mar já em 1999, mas nada foi feito. “Eles já sabiam que os Reis do Mar eram um perigo e que os gases do escapamento podiam causar câncer, mas optaram por ignorar e não fazer nada”, explicou Stubbings.

Foto: Reprodução/The Sun
O The Sun também tomou conhecimento de um ex-piloto do Rei do Mar que recentemente ganhou uma ação de indenização contra o MoD em circunstâncias semelhantes. Além disso, a descoberta de Stubbings coincidiu com um relatório oficial de 2016 sobre a morte de um militar australiano, que foi atribuída à exposição ao amianto, gasolina ou outras toxinas enquanto trabalhava em uma base naval. Outro caso foi o do suboficial Greg Lukes, técnico de aviônica que cuidava da manutenção do Rei do Mar em New South Wales e que morreu em 2014 de uma forma rara de câncer.

Stubbings disse que ficou surpreso com a vitória, “foi uma longa luta, mas estou feliz com o resultado. Mas há outras pessoas lá fora que não sabem, pessoas que podem estar sofrendo de problemas de saúde, mas não sabem que isso está relacionado ao seu serviço na RAF”.

Via GMC com The Sun

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