terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Avião totalmente elétrico Maxwell, da NASA, “voa nas asas” de pequenas empresas dos EUA

Aeronave X-57 Maxwell (Imagem: NASA)
A Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos, mais conhecida pela sigla NASA, informou que o projeto X-57 “Maxwell”, a aeronave totalmente elétrica experimental da agência, está trabalhando para fornecer, à indústria e aos reguladores, conhecimento que revolucionará a aviação sustentável.

O desenvolvimento desse conhecimento envolveu mais de uma década de estreito alinhamento entre a NASA e seus parceiros do setor privado – e isso começou com o apoio a uma pequena empresa.

A criação dessa nova aeronave exigiu intensa pesquisa e desenvolvimento e, para produzi-la, a NASA trabalhou com a Empirical Systems Aerospace (ESAero), uma pequena empresa com sede em San Luis Obispo, Califórnia.

A ESAero, a principal contratada do projeto X-57, forneceu suporte para o projeto, análise, fabricação, integração, teste de solo, ferramentas de diagnóstico e modelagem de software para a aeronave.

Os primeiros esforços da ESAero na pesquisa de aeronaves elétricas foram apoiados pela NASA através do programa Pesquisa de Inovação em Pequenas Empresas e Transferência de Tecnologia para Pequenas Empresas (SBIR/STTR – Small Business Innovation Research and Small Business Technology Transfer).

(Imagem: NASA via YouTube)
Em 2009, a empresa recebeu seu primeiro prêmio SBIR da NASA para projetar e analisar a eficiência de novos conceitos de aeronaves totalmente elétricas e híbridas. A partir deste e de outros prêmios SBIR, veio a aeronave experimental de Pesquisa Operacional de Tecnologia de Propulsão Elétrica Convergente Escalável (SCEPTOR – Scalable Convergent Electric Propulsion Technology Operations Research), posteriormente designada como X-57 Maxwell.

Starr Ginn foi um dos primeiros apoiadores da pesquisa de aeronaves elétricas da NASA. Durante os primeiros dias da ESAero desenvolvendo o SCEPTOR, Ginn atuou como vice-diretor de pesquisa aeronáutica no Armstrong Flight Research Center em Edwards, Califórnia.

Nessa função, ela emitiu a chamada do programa SBIR/STTR da NASA para propostas relacionadas a testes de voo, incluindo aeronaves elétricas híbridas. Ele também ajudou a ESAero enquanto o trabalho SBIR da empresa evoluía para escalas maiores. Um prêmio SBIR da NASA de Fase III permitiu que a ESAero fizesse a transição para contratante principal do projeto X-57.

Durante seu tempo no projeto, Ginn disse que viu a aeronave X-57 servir como uma importante parceria entre os setores público e privado.

“Esta indústria de construção de aviões elétricos é muito competitiva”, disse Ginn, que agora atua como estrategista líder de Mobilidade Aérea Avançada da NASA. “Ter um projeto patrocinado pela NASA, onde podemos compartilhar com o público todas as nossas lições aprendidas, permite que a indústria cresça. O projeto X-57 tem sido rico em conhecimento para que as pessoas não precisem reinventar a roda.”


O projeto X-57 é um esforço de equipe. Envolveu a colaboração entre o Armstrong Flight Research Center da NASA, o Langley Research Center em Hampton, Virgínia, e o Glenn Research Center em Cleveland, além da ESAero, que adicionou várias pequenas empresas subcontratadas à equipe de inovadores da indústria, que apoiam a pesquisa e o desenvolvimento da aeronave elétrica. São elas:

– A inovadora da indústria de Mobilidade Aérea Urabana, Joby Aviation, de Santa Cruz, Califórnia, forneceu os controladores e motores elétricos de cruzeiro refrigerados a ar JMX57;

– A inovadora de baterias EPS – Electric Power Systems, de Logan, Utah, é responsável pelo desenvolvimento do sistema de baterias da aeronave;

– A Sierra Technical Services, de Tehachapi, Califórnia, apoiou melhorias de design, embalagem e resfriamento na nacele de cruzeiro e na fabricação de peças compostas;

– A TMC Technologies, de Fairmont, West Virginia, apoiou a validação e verificação de todos os sistemas de software.

O motor de cruzeiro totalmente elétrico usado ​​no X-57 Maxwell (Imagem: NASA)
A aeronave X-57 tem seu voo de ensaio inaugural planejado para 2023, para continua a ser pioneira para uma nova geração de aeronaves elétricas. Seu sucesso até agora serve como prova da importância dos investimentos da NASA em pequenas empresas americanas e no compartilhamento de conhecimento.

“O trabalho da NASA com o setor privado neste projeto trouxe muita transparência para a indústria, e as empresas conseguiram crescer sozinhas”, diz Ginn. “Essa é uma grande parte dos SBIRs. O governo assume as ideias de alto risco e ajuda a amadurecê-las até que se tornem um produto viável para a indústria.”

Via Murilo Basseto (Aeroin) - Com informações da NASA

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