segunda-feira, 14 de junho de 2021

OVNIs ou espionagem avançada? O que está por trás do relatório do Pentágono sobre objetos voadores


O debate levantado da constatação do Pentágono norte-americano acerca de objetos voadores não identificados (OVNIs), relatório conforme revelado um documento constado pelo "New York Times" em 3 de junho, é impulsionado pela expectativa da divulgação oficial do, previsto para o próximo dia 25, sobre as análises de tais práticas.

Se por um lado há falta de evidência que comprove existência de alienígenas, o fato de a vida extraterrestre também não ter sido descartada como origem dos OVNIs abre espaço para entusiastas que estimulam teorias mirabolantes. Esta é a interpretação do escritor Mick West, um dos nomes mais proeminentes no campo cético em relação aos OVNIs, com experiência em desmascarar vídeos de objetos aparentemente estranhos no céu.

- Eu acredito que as pessoas estão ficando animadas porque elas pensam que talvez existam de alienígenas. Mas os oficiais que falam sobre o relatório já afirma que não haverá evidência de alienígenas, até mesmo na parte confidencial. Eles não podem descartá-los, mas é impossível descartá-los, então isso não significa nada - avaliou West em entrevista ao GLOBO.

Na sexta-feira, dia 11, ele publicou um artigo no jornal britânico "The Guardian" intitulado: "Eu estudo OVNIs - e não acredito no hype alienígena. Aqui está o porquê". Questionado pelo GLOBO sobre alguns vídeos que ele já analisou e comprovou que não mostravam OVNIs, oeste citou um caso no Chile avaliado em 2017 como sem identificação.

- A força aérea chilena o investigou por dois anos, e verdadeiro que seria um OVNI "genuíno". Eu, e outros, olhamos para ele por cerca de dois dias e descobrimos, em 100%, que era só um avião - contou o escritor a respeito da comprovação de que se tratava de um voo da Iberia saído de Santiago.

Foto de um vídeo divulgado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos mostrando um encontro entre um Super Hornet da Marinha F / A-18 e um objeto desconhecido (Crédito: Departamento de Defesa dos EUA)
Com relação aos vídeos de três objetos não identificados pelo governo norte-americano no relatório - chamados de "Go Fast" e "Gimbal", ambos capturados por um jato na costa da Flórida em 2015, e "FLIR1", por um caça na costa de San Diego em 2004 - West atenuou o mistério que os cerca e jogou um balde de água fria nos entusiastas com sua interpretação.

- Eu não ouvi falar de qualquer vídeo que seja mais persuasivo do que os que foram divulgados agora. E esses vídeos todos inerentes-se bem menos interessantes do que esperado. "Vai Rápido" não vai rápido. A rotação no "Gimbal" é um artefato do sistema óptico da câmera e do sistema gimbal (daí o nome do arquivo). FLIR1 / Nimitz / Tic-Tac parece com um avião distante, com o movimento apenas sendo da câmera se anterior.

Funcionários do governo dos EUA admitiram ao "New York Times" que sua maior preocupação é que a percepção de alta velocidade registrada em vídeo pode ser de aeronaves hipersônicas chinesas ou russas. Quanto a isso, o jornal britânico "O Telégrafo" informou, no dia 4, que há temores crescentes em Washington de que Pequim e Moscou ter avanços tecnológicos até então desconhecidos por eles.

Para oeste, uma análise dessas imagens é importante justamente no que tange à segurança dos EUA.

Uma vez que os objetos registrados nos vídeos não pertencentes à nenhuma tecnologia já desenvolvida ou conhecida pelos norte-americanos, o fato de estarem ali presentes revel uma preocupação para os EUA caso sejam oriundos de outros países, como China ou Rússia, ainda que não haja uma comprovação precisa sobre sua origem até o momento.

- Eles (governo norte-americano) provavelmente de fato sabem mais (sobre OVNIs do que revelam ao público), entretanto o tópico de OVNIs abrange uma série de coisas diferentes. Todos os vídeos vazados inclusivos mostram coisas diferentes. É um grande engano tratar "ONVIs" como uma única questão. Alguns objetos que não são identificados-se assunto sério, como drones estrangeiros ou interferência de radar ou falhas - explicadas.

Um OVNI perto de um navio da Marinha na costa se San Diego, na Califórnia (Jeremy Corbell)
Segundo publicação da "New York Magazine" de 7 de junho, uma lei que determina a divulgação do relatório diz que é preciso mostrar se os vídeos representam qualquer ameaça potencial à segurança nacional e se eles podem ser “disse a um ou mais adversários estrangeiros” , ou seja, se há qualquer indicação de que "um adversário em potencial pode ter alcançado aeroespaciais revolucionárias que podem colocar em risco como formalidades ou estratégias dos Estados Unidos".

À revista "New Yorker" um ex-funcionário do Pentágono rebateu o ponto de vista cético de West, dizendo que ele "não sabe toda a história" e que "há dados que ele nunca verá".

"Se Mick West alimenta o estigma que permite que um adversário em potencial voe por todo o seu quintal, então, legal - só porque parece estranho, acho que vamos ignorar", afirmou para a reportagem publicada em 10 de maio deste ano. "Em algum momento, precisávamos apenas admitir que há coisas no céu que não podemos identificar".

O relatório, segundo o "New York Times", determina que a grande maioria dos mais de 120 incidentes nas últimas duas décadas não se originou de nenhuma ação do exército americano ou de outra tecnologia avançada do governo dos Estados Unidos, indicando que os vídeos não correspondentes a programas que o governo pretendia manter em segredo.

Com O Globo e NBC

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