terça-feira, 7 de setembro de 2021

Turismo astronômico: avião espacial reutilizável conclui 5 voos em 3 dias


A Dawn Aerospace, uma empresa de parceria neozelandesa-holandesa que está buscando desenvolver aviões espaciais reutilizáveis, conduziu com sucesso cinco voos de teste do seu avião espacial suborbital Mk-II Aurora. Realizados entre 28 e 30 de julho, os voos do protótipo — que decolou de um aeródromo na Nova Zelândia — atingiram altitudes de até 3.400 pés (1.036 metros).

Os voos de teste do Mk-II Aurora foram realizados para avaliar a estrutura e aerodinâmica do avião espacial. Em um futuro próximo, os motores a jato devem ser substituídos por um motor de foguete movido a combustível líquido, que atualmente está passando por testes estáticos de fogo.

Quando o avião espacial for equipado com o motor da Dawn Aerospace, atingirá velocidades supersônicas e, por fim, voará acima da Linha de Kármán — que define uma altura de 100 km do mar —, o que significa que ele viajará pelo espaço suborbital.

Veja imagens dos voos de teste do avião espacial:


A Dawn Aerospace afirma que o Mk-II Aurora está sendo testado como um demonstrador para seu veículo Mk-III, que será um avião espacial de dois estágios para órbita. A empresa pretende operar uma frota de aviões espaciais comerciais com vários lançamentos diários, permitindo que os viajantes cheguem ao seu destino em uma fração do tempo que levam hoje. Se a empresa conseguir esse feito, poderá se tornar a primeira a lançar a mesma aeronave ao espaço várias vezes em um único dia.

Com os testes encerrados, a Dawn Aerospace agora se junta a várias outras empresas que possuem o objetivo de comercializar voos supersônicos, viagens espaciais ou uma combinação de ambos. A Boom Supersonic está realizando testes em sua aeronave XB-1 e a Virgin Galactic levou recentemente o fundador da empresa, Richard Branson, para o espaço suborbital a bordo da SpaceShipTwo. A última, em breve vai começar a oferecer voos comerciais de turismo espacial.

Entenda o que é um voo suborbital


Diferentemente de uma viagem completa ao espaço, na qual entramos em órbita, o voo suborbital só permite dar uma espiadinha na Terra lá de cima. Isso porque a altitude alcançada por esses veículos é apenas levemente acima do limite entre a atmosfera terrestre e o espaço exterior. O tempo que um voo do gênero atinge de imponderabilidade (algo próximo à gravidade zero) é apenas cerca de três minutos. A velocidade atingida por essas aeronaves não é suficiente para mantê-las em órbita.

Sustentabilidade no espaço


A Dawn está buscando criar tecnologias espaciais reutilizáveis e sustentáveis — aviões suborbitais e orbitais movidos a foguetes que operam como uma frota de aeronaves, decolando e pousando horizontalmente em aeroportos. “A Dawn está focada no acesso sustentável e escalonável ao espaço e nosso veículo Mk-II é totalmente reutilizável”, afirmou Stefan Powell, CEO da empresa, em comunicado à imprensa.

Quando a tecnologia estiver disponível, no entanto, não deve ser nada barata: os voos suborbitais operados pela Virgin Galactic, por exemplo, que devem ser implementados em breve após o sucesso do primeiro voo da empresa, irão custar a bagatela de US$ 250.000, o que equivale a aproximadamente R$ 1,3 milhão.

Por Luciana Penante (TecMundo)

Nenhum comentário: