sábado, 16 de janeiro de 2010

Aviões do Brasil conseguem pousar no Haiti. Mortos podem chegar a 200.000

Mais cinco aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) com suprimentos e equipes médicas conseguiram aterrissar no aeroporto da capital do Haiti, Porto Príncipe, autorizados pelos Estados Unidos, que controlam o confuso tráfego aéreo a pedido do governo haitiano.

De acordo com informações da FAB divulgadas na manhã deste sábado, três aviões com suprimentos, remédios e equipes médicas que aguardavam autorização para pousar em Santo Domingo, na vizinha República Dominicana, partiram durante a madrugada de sexta-feira e já pousaram na capital haitiana. Outras duas aeronaves que aguardam em Boa Vista (RR) também já decolaram e chegaram ao local na manhã deste sábado.

Outros três aviões brasileiros já haviam levado mantimentos durante a semana. Ao todo, 140 homens e mais de 80 toneladas de carga foram transportadas para a capital haitiana desde o terremoto que devastou o Haiti na terça-feira.

Diante da dificuldade de acesso a Porto Príncipe, o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, falou por telefone com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. "Mencionei o problema que está havendo de acesso da própria Minustah (Missão de Estabilização da ONU no Haiti) ao aeroporto e dos próprios aviões brasileiros, inclusive alguns deles levando ajuda, e que estão com dificuldades de chegar lá", relatou Amorim. A Minustah tem 12.000 pessoas em operação no país e é liderada pelo Brasil.

Vítimas

O número de mortos pelo terremoto no Haiti pode chegar a 200.000, disse na noite desta sexta-feira à agência de notícias Reuters o ministro do Interior, Paul Antoine Bien-Aime. "Já recolhemos cerca de 50.000 corpos e achamos que haverá entre 100.000 e 200.000 mortos no total, mas talvez nunca saibamos o número exato", disse.

Horas antes, o secretário de Estado para Segurança Pública, Aramick Louis, afirmara que 40.000 corpos haviam sido enterrados e que 100.000 pessoas poderiam ter morrido no terremoto.

Ele acrescentou que grupos armados estavam tomando as ruas e que o governo temia um aumento da violência.

Milhares de pessoas que ficaram feridas ou desabrigadas por causa do terremoto imploram por água, comida e assistência médica, enquanto o mundo se apressa em enviar ajuda antes que o desespero se transforme em revolta generalizada.

A Organização Pan-Americana da Saúde estima que entre 50.000 e 100.000 pessoas tenham morrido. A Cruz Vermelha Haitiana vinha divulgando uma estimativa de 45.000 a 50.000.

Brasileiros

O ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim, disse nesta sexta que não há esperança de encontrar com vida os cinco brasileiros ainda desaparecidos - quatro militares e um civil - em consequência do terremoto. Jobim elevou para 17 o número de brasileiros mortos no país - 14 militares e mais três civis, entre eles a médica Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Crianaça, e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa.

Fonte: Veja.com

Nenhum comentário: