Objetivo final é achar recursos que facilitem missões lunares tripuladas.
Antes de enviar astronautas de volta à Lua, a Nasa quer estudar o território que praticamente ignorou desde a última visita, quase 40 anos atrás. O Lunar Reconnaissance Orbiter realizará a primeira de uma série de missões robotizadas para mapear e medir a Lua com muito mais detalhes do que anteriormente. Um interesse especial é se haveria água congelada e escondida nas sombras de crateras próximas aos pólos lunares.
“Na verdade, temos poucas informações sobre aquelas áreas da Lua”, disse Craig Tooley, o gerente de projeto da missão. “Temos mapas muito melhores de Marte do que das regiões polares de nossa Lua." Para os ocupantes de um futuro assentamento lunar, o gelo seria uma fonte não só de água potável, mas também de ar e energia. Moléculas de água podem ser quebradas em oxigênio e hidrogênio.
A carga da sona inclui uma câmera que distingue objetos com menos de um metro de comprimento, um instrumento de mapeamento térmico para saber onde pode estar frio o bastante para que o gelo persista sobre a superfície, um altímetro a laser para gerar mapas topográficos e um telescópio de raios cósmicos para medir a radiação na Lua.
Objetivo primário
O objetivo primário da missão é ajudar a Nasa a localizar locais de pouso para os astronautas e planejar como construir uma base lunar. Os dados também serão uma bênção para os cientistas. O gelo, caso exista, poderia oferecer um registro único dos últimos 2 bilhões de anos do Sistema Solar.
Partes das crateras polares ficam em sombra permanente, com temperaturas abaixo dos 185ºC negativos. Cientistas planetários supõem que, quando a Lua foi atingida por cometas, o vapor de água dos impactos poderia ter se acumulado nos locais frios das crateras. Caso isso seja verdade, “a Lua se torna um depósito de registros de antigos impactos”, disse James B. Garvin, cientista-chefe da Nasa.
Em meados da década de 1990, a nave especial Clementine, uma colaboração entre a Nasa e o Departamento de Defesa, descobriu fortes reflexos no radar que sugeriam algo brilhante no fundo das crateras próximas ao polo sul. Em 1998, a nave Lunar Prospector, da Nasa, detectou a presença de hidrogênio, e talvez a explicação mais simples seja que o hitrogênio está dentro das moléculas de água – embora o elemento também possa vir das partículas de vento solar, arremessadas no solo lunar por bilhões de anos.
Os instrumentos a bordo do Lunar Reconnaissance Orbiter são muito mais sensíveis e precisos, e podem trazer uma resposta definitiva. Se isso não for suficiente, uma segunda sonda espacial – que pegará carona com o orbiter – poderia oferecer evidências ainda mais diretas. Como o foguete Atlas V, o transportador do orbiter, é capaz de elevar uma carga mais pesada, a Nasa usou o espaço e peso extras para uma segunda missão – conhecida como Lunar Crater Observation and Sensing Satellite, ou LCROSS.
Após o lançamento, o Orbiter e o LCROSS serão desconectados. O LCROSS ficará preso ao segundo estágio do foguete e passará pela Lua numa órbita polar em volta da Terra. Em outubro, essa órbita cruzará com o caminho da Lua. O LCROSS vai lançar seu estágio superior na direção de uma das crateras polares e fotografar o impacto. Se a nuvem de detritos contiver água congelada, o LCROSS será capaz de detectá-la. Em seguida, ele enviará rapidamente os dados de volta à Terra – antes que ele mesmo se choque com o satélite, quatro minutos depois.
Fonte: Kenneth Chang (New York Times) via G1 - Imagem (concepção artística): NASA
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