quinta-feira, 28 de maio de 2009

Doente teve dificuldade em entrar nos EUA por não ter impressões digitais

Medicamento que combate doença causa problemas na pele das mãos e pés

As impressões digitais são diferentes em todos as pessoas

Em Dezembro de 2008, o senhor S. ficou retido durante quatro horas na alfândega, à entrada dos Estados Unidos. Os seguranças não o deixaram sair imediatamente do aeroporto para ir ter com os seus familiares porque não encontraram as suas impressões digitais nas mãos.

Há três anos que o senhor de 62 anos tomava capecitabina para combater um cancro na cabeça e pescoço. O químico foi gradualmente removendo as linhas das mãos, chamadas dermatóglifos, que nos distinguem do resto das pessoas.

O síndrome é bem conhecido nos corredores de oncologia, vários tratamentos contra o cancro, incluindo a capecitabina, provocam uma inflamação crónica na palma das mãos e dos pés, que afecta a pele. “Com o tempo, isto pode dar origem à erradicação das impressões digitais”, disse Eng-Huat Tan, médico do doente. O oncologista de Singapura reportou o caso na revista científica “Annals of Oncology”, defendendo que estes pacientes deveriam andar com uma carta médica explicando a situação.

“A perda de impressões digitais tem sido reportada por vários pacientes nos seus blogues, e alguns comentaram também o problema da entrada nos Estados Unidos”, explica o médico na carta para o editor da revista. Qualquer emigrante que chega ao EUA é obrigado a dar as suas impressões digitais às autoridades para que possam verificar se a pessoa tem outro cartão Visa que possa ser utilizado, e para despistar possíveis criminosos.

A capecitabina é uma droga utilizada regularmente para o tratamento de vários cancros como o da cabeça, pescoço, estômago e do cólon. Segundo o médico, os doentes que correm o risco de sofrer este síndrome “devem preparar-se adequadamente antes de viajarem para evitar as mesmas inconveniências por que o senhor S. teve que passar”.

O doente de cancro saiu ileso da experiência com a recomendação das autoridades norte-americanas para trazer com ele um aviso médico. “O meu paciente, posteriormente, viajou outra vez com uma carte nossa e teve menos problemas”, rematou em comunicado Eng-Huat Tan.

Fonte: Público (Portugal)

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