quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Aconteceu em 26 de novembro de 1975: Voo American Airlines 182 x Voo TWA 37 - Habilidade de piloto evita o que seria uma das maiores colisões aéreas da história


Em 26 de novembro de 1975, Guy Eby (9 de novembro de 1918 – 30 de julho de 2021) um capitão da American Airlines impediu que o avião comercial que pilotava, realizando o voo AA 182, colidisse com outro voo, o TWA 37, após um erro de um controlador de tráfego aéreo em Cleveland, no Ohio.

Eby nasceu em 9 de novembro de 1918, em Ephrata, Pensilvânia. Ele recebeu a Medalha Aérea em 1946 por seus serviços à Marinha dos Estados Unidos (1938–1950) contra o Japão em 1945, perto do fim da Segunda Guerra Mundial. Ele voou no Bloqueio de Berlim. Ele se juntou à American Airlines em 1950.


Em 26 de novembro de 1975, Guy Eby pilotava o McDonnell Douglas DC-10-10, prefixo N124AA, da American Airlines (foto acima), que operava o voo 182, do Aeroporto Internacional O'Hare, em Chicago, Illinois, com destino ao Aeroporto Internacional Newark Liberty, em Newark, em Nova Jersey. A bordo estavam 205 pessoas, sendo 192 passageiros e 13 tripulantes.


A segunda aeronave envolvida no incidente era o Lockheed L-1011-1 Tristar, prefixo N11002, da Trans World Airlines (TWA) (foto acima), que operava o voo 37, do Aeroporto Internacional da Filadélfia, na Pensilvânia, com destino ao Aeroporto Internacional de Los Angeles, na Califórnia. A bordo estavam 114 pessoas, sendo 103 passageiros e 11 tripulantes.

Os dois aviões, transportando um total de 319 passageiros e tripulantes — 192 passageiros e 13 tripulantes a bordo do voo 182 da American Airlines, mais 103 passageiros e 11 tripulantes a bordo do voo 37 da Trans World Airlines (TWA) — estavam, segundo relatos, a apenas 30 metros (100 pés) de distância um do outro enquanto sobrevoavam a cidade de Carleton, Michigan. 

O avião de Eby (o DC-10 da American Airlines, que naquele dia voava como voo 182) seguia de Chicago, Illinois, para Newark, Nova Jersey. Sua origem era São Francisco, na Califórnia. O outro avião, um Lockheed L-1011 TriStar da TWA, que naquele dia voava como voo 37, seguia de Filadélfia, na Pensilvânia, para Los Angeles, na Califórnia.

Eby reduziu rapidamente a altitude de seu avião para 35.000 pés (11.000 m) em meio a uma significativa cobertura de nuvens, uma ação que acabou salvando a vida de seus passageiros e da tripulação. 

Após o piloto interromper a descida e estabilizar a altitude em direção a Detroit, Eby usou o intercomunicador para assegurar aos passageiros que a aeronave estava "estruturalmente íntegra" e os informou sobre o pouso de emergência iminente. Essa foi a última coisa que ele disse aos passageiros.

Ele não mencionou nada sobre a quase colisão. Ninguém na cabine tinha visão suficiente para ver a aeronave que quase se chocou contra a deles, pois estava diretamente acima. Eby se perguntou se ele estava certo em não revelar o motivo da descida brusca.

Todos os 10 comissários de bordo, além de 14 passageiros, sofreram ferimentos no avião da American Airlines (o incidente ocorreu enquanto o jantar estava sendo servido), e a aeronave foi forçada a fazer um pouso de emergência em Detroit, em Michigan.

Eby foi o último a sair do avião. Ao sair da cabine de comando e observar a cabine vazia, viu manchas vermelhas no teto. Naquele instante, ficou horrorizado. Pensou que estava vendo sangue. Sabia que havia passageiros feridos, alguns dos quais tiveram que ser retirados do avião em macas. Ele logo percebeu que haviam servido lasanha. As manchas eram de molho de tomate.

Na época, Eby já havia acumulado quase 22.000 horas de voo. Se a colisão não tivesse sido evitada, teria sido o desastre aéreo mais mortal da história dos Estados Unidos até então, com mais de 300 mortos um dia antes do Dia de Ação de Graças.


O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) determinou que a causa provável dessa quase colisão foi a falha do controlador de radar em aplicar os critérios de separação prescritos quando tomou conhecimento de um potencial conflito de tráfego que exigiu uma manobra abrupta para evitar a colisão.


Ele também permitiu que tarefas secundárias interferissem na detecção oportuna do iminente conflito de tráfego, que estava claramente visível em seu radar. Contribuiu para o acidente um briefing incompleto do setor durante a troca de pessoal de controle de tráfego aéreo — cerca de 1 minuto antes do acidente.


O avião da TWA envolvido no incidente foi posteriormente destruído por um incêndio em 30 de julho de 1992, enquanto voava como voo 843 da TWA.

Eby aposentou-se da American Airlines em 1978. Eby completou 100 anos em 9 de novembro de 2018, em Ormond Beach, na Flórida, onde residia desde 1983. 


Um dos passageiros do voo 182 da American Airlines, no Burt Herman (que estava viajando com sua esposa Elaine, suas filhas gêmeas Laura e Leslie e seu filho Larry na época), escreveu e publicou um livro sobre Eby e o incidente, chamado "Eby: Master of the Moment" em 2018 (foto abaixo do encontro entre ambos).


Burt Herman sorri com seu livro e seu herói de longa data, Guy Eby, no Bistro de
Los Angeles, em 5 de abril de 2018 (Foto: Jarleene Almenas)
Guy Eby aposentou-se da American Airlines em 1978 e estabeleceu-se em Ormond Beach, na Flórida. Ele faleceu lá em 30 de julho, aos 102 anos.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN e Daytona Beach News-Journal

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