sexta-feira, 28 de julho de 2023

Analista explica que não vale a pena investir em ações do setor aéreo, mesmo com a retomada da aviação


Como mostrado na sexta-feira, 21 de julho, no AEROIN, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informou na última semana que o setor aéreo brasileiro transportou 7,2 milhões de viajantes em junho, maior resultado para o mês desde 2015.

Como consequência da boa notícia, no mesmo dia as ações das companhias Gol e Azul, listadas na bolsa de valores do Brasil (B3) chegaram a subir 6,7% e 4,2%, respectivamente.

Porém, segundo explica o analista Ruy Hungria, da Empiricus Research, embora muitos investidores possam estar se perguntando se é hora de investir nas companhias aéreas por consequência desse cenário, há opções melhores na bolsa, pois a aviação é um setor bastante arriscado.

“Acho que essa opinião é unânime entre os investidores do mundo todo. O setor aéreo é um dos mais difíceis de se investir, porque você está sempre exposto a vários fatores que podem te surpreender e estão fora do seu controle. É um setor complicado de ‘pegar na veia’, como costumamos falar no mercado. É difícil não se deparar com nenhum revés”, pontua.

Como exemplo, ele cita a guerra da Ucrânia e a pandemia, eventos muito improváveis, mas que prejudicaram intensamente essas empresas. “Quando a guerra estourou, os preços dos combustíveis usados na aviação simplesmente explodiram. Esse tipo de coisa dificulta muito a previsibilidade para as ações”.

Além disso, o analista adiciona aos riscos o nível de endividamento dessas companhias: “Essas empresas costumam ser muito alavancadas. Um avião normalmente é caro, então são companhias com muitas dívidas e muitas vezes essas dívidas são em moeda estrangeira, inclusive. Então, um desequilíbrio cambial, em um cenário em que o dólar dispare, pode prejudicar muito as aéreas”.

Por fim, Ruy afirma que, a menos que alguma das ações do segmento apresente preços muito atrativos e uma alavancagem bem confortável, por enquanto a Empiricus Research prefere deixar o setor de fora das carteiras recomendadas pela casa.

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