Condições meteorológicas ou mesmo a presença de obstáculos na pista podem levar o piloto a abortar o pouso, em um procedimento corriqueiro e normal na aviação civil. Veja perguntas e respostas.
Manobra de arremetida de aviões (Foto: Elcio Horiuchi/Arte/G1) |
Arremetidas acontecem quando o avião precisa interromper o pouso por alguma razão. O o procedimento é SEGURO e NORMAL na aviação. Na quinta, dois aviões arremeteram no aeroporto de Guarulhos.
O piloto de avião Mateus Ghisleni explicou ao G1 o que isso significa: "É um procedimento executado pelos pilotos na aproximação para o pouso em que se decide não mais pousar naquele momento. Isso pode acontecer tanto quando o avião ainda está voando quanto quando ele já tocou o solo", diz.
"O piloto, então, decide que é mais seguro o avião voltar a voar do que continuar o pouso ou parar sobre a pista", completa Ghisleni.
Veja abaixo perguntas e respostas sobre a arremetida de aviões
Por que aviões arremetem?
Avião se aproxima para o pouso (Foto: HAL9001/Unsplash) |
São vários os motivos que podem levar o piloto a decidir pela interrupção do pouso. Os mais comuns, segundo Ghisleni, são os seguintes:
- Mudança repentina na direção ou na velocidade do vento
- Chuva forte sobre o aeroporto
- Presença de algum obstáculo na pista, como um animal ou mesmo pedras
"Turbulências muito fortes na aproximação também levam o piloto a decidir pela arremetida", explica o especialista. "Às vezes o próprio controle de tráfego aéreo, na torre, pede para arremeter por algum procedimento como a medição da quantidade de água na pista", enumera.
Neblina encobre a pista do aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de SP, em julho de 2018 (Foto: Marília da Silva/Arquivo Pessoal) |
É seguro um avião arremeter?
SIM, muito seguro. Aliás, é uma manobra feita justamente para aumentar a segurança do voo, que já é alta. Muitas vezes, o piloto sequer seria obrigado a arremeter e poderia continuar normalmente o pouso, mas apenas por uma precaução adicional e para seguir os altos padrões das companhias, decide-se pela interrupção, explica Ghisleni, que dá outro exemplo:
"Às vezes, um piloto percebe que está descendo com velocidade um pouco mais alta do que o padrão. Vai acontecer algo grave se ele decidir pousar assim mesmo? Não. Mas, como a companhia estabelece uma outra velocidade padrão de decida, o piloto decide arremeter e voltar".
Decolagem de avião (Foto: Unsplash/Dominik Scythe) |
Além disso, pilotos são frequentemente treinados para esse tipo de situação. De seis em seis meses, os profissionais passam por treinamentos em simuladores que ajudam na tomada de decisão e na melhor execução das arremetidas.
E se o avião arremeter mais de uma vez? Aí o piloto pode decidir aguardar outro momento para pousar ou pode alternar: isto é, voar até outro aeroporto. Isso é mais comum quando as condições meteorológicas não estão muito favoráveis: muita chuva, muito vento, muita névoa.
Nesse cenário, também não há motivo para preocupação: aviões que fazem voos comerciais regulares no Brasil precisam no plano de voo ter combustível suficiente para isso. É comum, inclusive, que as aeronaves tenham combustível para ir e voltar ao aeroporto de origem.
Com isso, o único transtorno para o passageiro será, provavelmente, o atraso na chegada. "O passageiro tem que ter em mente que, se o piloto resolveu não pousar e arremeter, é porque foi a melhor medida a ser tomada", explica Ghisleni.
"Para muitos, pode não parecer. Mas, para quem trabalha no setor de aviação, arremeter é algo simples."
Via g1
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