domingo, 23 de outubro de 2022

Juiz dos EUA decide que passageiros em acidentes com Boeings 737 MAX são 'vítimas de crimes'

Essa designação determinará quais soluções devem ser adotadas. Dois acidentes envolvendo esse modelo de avião, um em 2018 e outro em 2019, deixaram 346 mortos.

Três aviões Boeing 737 Max são vistos do alto, estacionados no tarmac da fábrica da
marca em Renton, Washington (EUA) (Foto: Lindsey Wasson/Reuters)
Um juiz no Estado norte-americano do Texas decidiu nesta sexta-feira (21) que as pessoas que morreram em dois acidentes com aviões 737 MAX da Boeing são legalmente consideradas "vítimas de crimes", uma designação que determinará quais soluções devem ser adotadas.

O 737 MAX foi suspenso em março de 2019 após a queda do voo 302 da Ethiopian Airlines, perto de Addis Abeba, que matou todos os 157 a bordo. Em outubro de 2018, um Lion Air 737 MAX caiu na Indonésia, matando todos as 189 pessoas no avião.

Em dezembro do ano passado, parentes de algumas vítimas dos acidentes disseram que o Departamento de Justiça dos EUA violou seus direitos legais quando firmou um acordo de acusação em janeiro de 2021 com a fabricante de aviões por dois acidentes que mataram no total 346 pessoas.

As famílias argumentaram que o governo "mentiu e violou seus direitos por meio de um processo secreto" e pediram ao juiz distrital Reed O'Connor para rescindir a imunidade da Boeing nos processos criminais - que fazia parte do acordo de 2,5 bilhões de dólares - e ordenar que a fabricante de aviões fosse acusada criminalmente e implicada publicamente.

O'Connor decidiu na sexta-feira que "em suma, se não fosse a conspiração criminosa da Boeing para fraudar (a Agência Federal de Aviação dos EUA), 346 pessoas não teriam perdido a vida nos acidentes".

Paul Cassell, advogado das famílias, disse que a decisão "é uma tremenda vitória" e "prepara o cenário para uma audiência crucial, onde apresentaremos soluções propostas que permitirão que processos criminais responsabilizem a Boeing".

A Boeing não comentou o assunto imediatamente.

Via David Shepardson (Reuters) / g1

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