Maior navio de guerra do Brasil, o porta-aviões foi vendido pela Marinha no ano passado para ser transformado em sucata. Ação quer usá-lo como museu.
Porta-avião São Paulo, em foto de quando ainda estava em operação (Foto: Rob Schleiffert via Wikipedia) |
Até o próximo mês, os brasileiros ainda poderão ver em águas nacionais o maior navio de guerra já operado pelo país. Depois disso, o porta-aviões São Paulo será rebocado do Rio de Janeiro para a Turquia, onde deverá ser desmantelado e transformado em sucata.
Atualmente o navio-aeródromo, como é chamado pela Marinha do Brasil, ainda permanece atracado na Baía da Guanabara, em instalações militares ao lado da Ilha das Cobras. Em nota ao Diário do Porto, a assessoria de comunicação do Comando em Chefe da Esquadra afirmou que “o casco do ex Navio-Aeródromo (NAe) São Paulo está atracado no Rio de Janeiro, sob a responsabilidade da Cormack Marítima, representante do estaleiro turco Sök Denizcilik ve Ticaret. A previsão é de que ele seja rebocado para a Turquia até maio deste ano.”
Há uma ação popular tramitando na Justiça do Rio que tenta impedir que o porta-aviões seja desmantelado e propõe sua transformação em museu flutuante. Porém desde março do ano passado, quando ele foi arrematado em leilão pela empresa Cormack Marítima, por R$ 10,5 milhões, o navio já não é mais um bem público.
O navio foi comprado pela Marinha brasileira no ano 2000, por cerca de US$ 12 milhões. Antes, por 37 anos o porta-aviões serviu à França, com o nome de Foch, atuando em confrontos no leste europeu, África e Oriente Médio. No Brasil, sua história foi breve, com constantes problemas técnicos e mecânicos, e marcada por um acidente com três mortos. Enquanto esteve ativo em águas brasileiras, era considerado o porta-aviões mais antigo do mundo em operação, com 265 metros de comprimento e 32,8 mil toneladas de deslocamento.
A Marinha do Brasil deixou de utilizar o São Paulo em 2017 e, antes de vendê-lo, retirou todos os equipamentos eletrônicos e de navegação, o que tecnicamente o transformou em um casco, não sendo mais capaz de navegar sem ser rebocado.
O comprador do navio assumiu a responsabilidade de transportá-lo de forma segura, sem causar danos ao ambiente. Por exigência da França, o desmanche só poderá ocorrer em estaleiro credenciado pela União Europeia para esse tipo de operação. Estimativas apontam que o navio tem cerca de 900 toneladas de amianto em sua estrutura, o que é uma substância altamente tóxica e cancerígena. Se fosse transformado em museu, o São Paulo poderia repetir o exemplo do porta-aviões Intrepid Museum Sea, uma das atrações de Manhattan, em Nova York, que tem restaurantes, salas de exposições, área de visitação e acervo ligado à história militar.
Via Diário do Porto
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