domingo, 25 de fevereiro de 2024

Condição rara faz aviões voarem acima de 1.000 km/h e encurta voos nos EUA

As correntes de jato se formam devido ao contraste entre o ar frio e denso nos polos e o ar quente e leve nos trópicos, em combinação com a rotação da Terra. Na foto, ventos de jato (mais rápidos em vermelho escuro)
Passageiros dos voos 22 da Virgin Atlantic Airways, 292 da British Airways, 216 da British Airways, 64 da United Airlines e 120 da American Airlines, tiveram uma experiência atípica, quando as aeronaves passaram de 1.000 km/h e chegaram antes do previsto em seus destinos. O caso ocorreu no último final de semana, segundo o jornal La Nacion.

Todos eram voos comerciais e estavam sobre o Atlântico, quando se depararam com ventos incomuns, muito mais fortes que o habitual. Eles impulsionaram as aeronaves a atingir velocidades superiores a 1.300 km/h.

O avião da American Airlines que viajava de Filadélfia para Doha chegou a 1.350 km/h. Geralmente, a velocidade de uma aeronave não passa dos 925 km/h.

Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, o fenômeno atípico foram as correntes de ar de 420 km/h, que ventaram cerca de 10.600 metros acima de Washington, região em que os aviões voam.

De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional dos EUA, os ventos atingiram velocidades de
265 mph a cerca de 35.000 sobre Washington – a altitude em que os aviões voam
"Esta noite detectamos os segundos ventos mais fortes já registrados na história local, desde meados do século 20", postou o Serviço Nacional de Meteorologia de Baltimore e Washington, no X (antigo Twitter).


Voos encurtados


A corrente de vento permitiu que os aviões chegassem aos seus destinos antes do previsto. O voo 22 da Virgin Atlantic para Londres chegou 45 minutos mais cedo; e os voos 292 e 216 da British Airways, 32 e 20 minutos antes, respectivamente. O avião da United Airlines com destino a Lisboa e o avião da American Airlines com destino a Doha também encurtaram o tempo de voo em 20 e 30 minutos.

Alguns passageiros relataram que perceberam que chegaram antes do previsto, mas que não notaram nada de diferente durante o trajeto. Já outro, que estava a bordo do 292 da British Airways, sentiu momentos de turbulência, mas nada preocupante ou que precisasse de intervenção do comandante na cabine.

Em entrevista ao Jornal La Nacion, o meteorologista da WFLA Tampa Bay, Jeff Berardelli, explicou que, apesar da alta velocidade atingida pelos aviões, eles não quebraram a barreira do som. "Quando eles atingiram a velocidade 1.343,8 km/h, teoricamente é mais rápido que a velocidade do som, que é de 1.234 km/h. Mas, o avião está imerso em ventos de mais de 320 km/h. Ou seja, ele se move com o vento e, portanto, o avião em si não está realmente viajando a uma velocidade superior a 1.234 km/h em relação ao ambiente em que está localizado", explicou,


As aeronaves comerciais que quebraram a barreira do som foram os aposentados Concorde, que atingia 2.172 km/h, e o soviético Tupolev Tu-144.

Atualmente, o avião comercial mais rápido em atividade é o Airbus A330Neo, uma versão mais moderna de um dos modelos de maior sucesso da fabricante europeia. Segundo dados da Airbus, a velocidade máxima dessa aeronave é de 1.061 km/h, apenas 10 km/h a mais do que o Boeing 787 Dreamliner, considerado por muitos especialistas a aeronave mais eficiente do planeta.

Aquecimento global e os ventos


O aquecimento global está acelerando os ventos nas correntes de jato devido às mudanças na densidade do ar na atmosfera da Terra, segundo um estudo realizado no ano passado por especialistas da Universidade de Chicago. Essas velocidades mais rápidas do vento causam correntes ascendentes e descendentes mais violentas, resultando em turbulência severa para as aeronaves.

Via UOL e Daily Mail

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