Há quase 115 anos, Alberto Santos Dumont, a bordo do 14-Bis, voou pela primeira vez em um avião impulsionado por um motor a gasolina. O marco deu origem ao Dia do Aviador, comemorado neste sábado, 23 de outubro. Desde então, a aviação tem atraído adeptos em todo o mundo. É o caso do morador de Bom Retiro do Sul (RS), Jorge Roberto Matias, que expõem a sua paixão através da fabricação de aeromodelos. Segundo ele, as aeronaves são uma escala reduzia do tamanho original. O interesse pela produção existe desde criança, no entanto, as primeiras miniaturas foram feitas há cerca de cinco anos.
“Sempre tive essa vontade, só que há 20 anos era mais difícil de ter acesso as coisas. Depois, com o avanço da internet, facilitou bastante para a importação. As peças eletrônicas são compradas por sites chineses, pois não existe fabricante no Brasil. Agora, de um tempo pra cá, ficou mais fácil. Então eu comecei a comprar as coisas devagar e fui fazendo”, explica.
Desde então, Matias fabricou cerca de dez modelos. A produção acontece apenas nas horas vagas, durante a noite e nos finais de semana. Diante da restrição de horário, o bom-retirense chega a levar até um ano para concluir uma miniatura e não coloca os aviões a venda. Ele acredita que, se fosse construir os modelos dentro do horário comercial, precisaria cerca de quatro meses.
“Primeiro, a gente escolhe um modelo de preferência. O segundo passo é baixar a planta. Existe um site americano que tem umas 20 mil plantas, então eu imprimo lá e começo a tirar do papel, que sempre foi umas das minhas maiores dificuldades. Por eu não ser desta área, não entender muito, foi um pouco mais complicado no início. Tive que passar bastante tempo pesquisando na internet para entender bem a planta. Depois se compra o material, recorta os moldes de cada peça e começa a montagem”, descreve.
O custo para a fabricação varia de acordo com o modelo e o tamanho. Um aero de isopor pode ser feito com até R$ 200. Já para a produção de uma miniatura mais qualificada, com 2 metros de envergadura e motor a gasolina, o valor se aproxima dos R$ 4 mil. O maior modelo já construído por Matias tem 2,70 metros.
“O peso é o mais importante, pois quanto mais pesado fica, maior é o custo do motor. Normalmente, é utilizada a madeira balsa, que é leve e resistente. Alguns fabricantes fazem com fibra também. No início, para aprender, geralmente se usa isopor, por ser bem mais leve e, se der uma queda, fica mais fácil de consertar na hora”, afirma o morador do Vale.
Ao ser questionado, ele lembra que chegou a ter alguns aviões de isopor destruídos quando estava em fase de aprendizagem. No ar, as miniaturas são controladas via rádio. Mas, para que o voo ocorra, é necessário um lugar adequado para a prática. “É proibido voar em área urbana. Tem que ter uma pista de no mínimo 150 metros para pousos e decolagem. Existe um clube na Linha Wink, então vamos lá e fazemos os voos durante o final de semana”, relata. Um dos próximos desejos de Matias é construir um biplano (modelo antigo utilizado na segunda guerra mundial).
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