sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Barrado em Xangai, ativista chinês acampa em aeroporto no Japão

Um ativista de direitos humanos chinês está acampado no aeroporto internacional de Tóquio desde 4 de novembro porque as autoridades da China o impediram de voltar ao país.

Feng Zhenghu, 55, um morador de Xangai que pode ser encontrado por telefone celular no aeroporto de Narita, disse que está dormindo em um sofá perto do setor de imigração e está sobrevivendo à base de comida e água doados pelos passageiros que chegam e vão.

Ativista de direitos humanos, Feng Zhenghu já tentou voltar oito vezes à China sem sucesso

Feng viajou ao Japão em abril. Segundo sua irmã, Natsuki Suzuki, que mora no arquipélago com o marido, o visitante de Xangai tentou voltar para casa oito vezes desde então - todas sem sucesso.

Em quatro delas, a companhia aérea não o deixou embarcar. Nas outras quatro, ele conseguiu chegar até o aeroporto de Pudong, em Xangai, mas as autoridades chinesas o proibiram de entrar no país e o mandaram de volta para o Japão. A última tentativa de retorno de Feng foi no começo deste mês - e foi barrado.

Fumio Ikeda, um funcionário da imigração, contou que Feng chegou de Xangai no dia 4 de novembro com um passaporte chinês válido e um visto para entrar no Japão, mas se recusou a deixar o aeroporto de Narita.

"Quero voltar para a China. Não tenho nenhum motivo para ficar no Japão", disse Feng, 55, por telefone à agência de notícias "Associated Press". Ele não quis dizer por quanto tempo mais planejava ficar no aeroporto. Ikeda explicou que as autoridades japonesas não podem obrigá-lo a deixar o local.

A Anistia Internacional considera Feng Zhenghu um importante defensor dos direitos humanos na China. Em 2001, ele foi condenado a três anos de prisão por conduzir "negócios ilegais". Desde que foi libertado, em 2004, o ativista chinês se dedica a artigos que criticam o descaso dos governos locais e os despejos forçados em seu país, segundo relatório da ONG com sede em Londres.

Fonte: UOL Notícias - Foto: Yoshikazu Tsuno (AFP)

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