domingo, 20 de setembro de 2009

Pulseira de piloto americano desaparecida na II Guerra Mundial volta para casa

Jack Harold Glenn foi um piloto de caça na II Guerra Mundial que foi morto durante um combate aéreo durante uma missão sobre a Alemanha em 1944. Seu corpo foi parar em um campo em uma vila rural.

A pulseira de prata que Glenn usava (foto), foi dada a um rapaz de 16 anos que ajudou a recuperar o seu corpo. Ele manteve a pulseira desde então, uma lembrança do aviador americano morto.

Sessenta e cinco anos mais tarde, a pulseira está retornando à irmã de Glenn no Alasca, graças a um empresário - veterano da II Guerra Mundial - que descobriu a relíquia em uma recente viagem à aldeia alemã.

Helen Glenn Foreman, de Anchorage, diz que receberá a pulseira de seu irmão em uma semana, e que pretende enviá-la para um museu em Matagorda County, no Texas, EUA, onde Glenn cresceu.

Helen Glenn Foreman segurando um retrato de seu irmão Jack Glenn, que usava uma pulseira de prata em sua missão final sobre a Alemanha, 65 anos atrás - Foto: Al Grillo/AP

Foreman ouviu falar da pulseira pela primeira vez na semana passada através da família e dos amigos de Bernerd Harding, de 90 anos, um homem de New Hampshire, que viajou este mês para Quenstedt Klein, da Alemanha, uma aldeia a sudoeste de Berlim, em uma busca para encontrar suas "asas de piloto".

Seu bombardeiro B-24 foi abatido no mesmo dia do de Glenn. Harding foi capturado, socorrido e mantido em uma fazenda. Temendo ser espancado ou fuzilado - porque era um piloto -, Harding cavou um buraco raso no porão imundo onde estava em cativeiro e enterrou suas asas.

Ele não encontrou as asas nessa viagem, mas foi entregue a ele por Heinz Kruse a pulseira de prata de Jack Harold Glenn.

"Se partiu no ar"

Em 7 de julho de 1944, Kruse foi a plantação de batatas em um campo de propriedade de seu pai, quando um bombardeiro americano B-24 apareceu no céu. Caças alemães vinham logo atrás, disparando suas metralhadoras.

"Ele se partiu no ar e caiu no chão", afirmou Kruse.

Heinz Kruse, de Klein Quenstedt - Foto: Eckehard Schulz/AP

Kruse, então com 16 anos, correu para casa. Ao meio-dia, um adulto disse-lhe para ajudar um colega de escola - com uma carroça puxada a cavalo - a recuperar o corpo de um aviador americanos morto que haviam caído em um campo fora da cidade.

Ao carregarem o corpo para a carroça, os rapazes perceberam que o soldado estava usando uma pulseira de prata. Eles apresentaram a pulseira para o prefeito, que escreveu o nome Jack H. Glenn e a entregou de volta à Kruse.

"Ele disse: 'Você pode mantê-la como uma lembrança'", afirmou Kruse.

Por 65 anos, foi o que Kruse fez.

"Era sempre uma lembrança ... com certeza foi um grave incidente na história de minha vida", disse Kruse, agora com 81 anos e ainda vivendo em Klein Quenstedt. "É por isso que eu mantive ela."

Placa na entrada de Klein Quenstedt, na região leste da Alemanha
Foto: Eckehard Schulz/AP Photo

Uma irmã mais velha

Quando ele viu Harding, decidiu ver se a pulseira poderia ser devolvida à família de Glenn.

O único membro vivo da família do piloto é sua irmã, Helen, 17 meses mais velha do que Glenn. Ela tinha 22 anos quando Glenn foi dado como desaparecido em ação.

Ela já foi casada e esperava em Seattle com seu marido por um emprego no Alasca. Ele conseguiu um emprego na Elmendorf Air Force Base, em Anchorage, mas Helen, como uma dependente, não foi autorizada a seguir, até que ela começou seu próprio trabalho militar no Alasca.

Ela lembra que ela não tinha preocução com seu irmão. Poucas semanas depois, ela soube que Jack havia morrido.

"À minha família foi dito que o paraquedas do meu irmão não abriu", disse ela.

"Em sua curta vida, Jack foi um garoto quieto e trabalhador", disse com orgulho a irmã.

Seu pai era proprietário de uma loja de distribuição de jornais como Houston Post entre outros. Helen fazia as entregas de manhã e Jack fazia as entregas à tarde.

Quando tinha apenas 15 anos, ele começou a trabalhar em uma equipes de sismógrafos na emergente indústria do petróleo, disse Helen. Depois do colegial, onde foi um aluno exemplar, ele trabalhou em uma farmácia até que conseguiu dinheiro suficiente para se inscrever na Universidade Texas A&M.

Heinz Kruse

Em janeiro de 1945, Heinz Kruse foi convocado para o exército alemão. Apenas quatro meses depois, sua unidade foi derrotada pelo Exército russo em Pritzwalk, a noroeste de Berlim. Ele foi enviado para um campo de prisioneiros de guerra russo.

Em julho de 1949, Kruse foi liberado e voltou para Klein Quenstedt, onde voltou a trabalhar como agricultor.

Kruse afirmou que nunca pensou em devolver a pulseira ou contatar qualquer familiar que Glenn poderia ter, em parte porque durante muito tempo Klein Quenstedt fez parte da Alemanha Oriental, separada do mundo pela Cortina de Ferro.

"Agora, eu estou tão velho que eu não tenho mais grandes ambições", disse ele.

Kruse não fala Inglês. A barreira da língua significava que ele e Harding, o piloto norte-americano, não podiam falar diretamente sobre um dia de suas juventudes que afetou ambos tão profundamente, mas Kruse sentiu que Harding apreciou o gesto.

"Ele estava profundamente comovido", disse Kruse.

A pulseira dá aos amigos de Glenn outra oportunidade para homenageá-lo.

"Jack era amado e respeitado", disse Bobbie Gaspard, um colega de escola em Bay City. "Todo mundo sabia que era trabalhador e que ele deu a vida por este país. Esse é o tipo de pessoa que ele era."

O corpo de Glenn permanece em um cemitério americano na Bélgica. Helen Foreman tem uma foto de Jack e de sua lápide em sua parede.

Assista a reportagem da MSNBC (em inglês):

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Fontes: MSNBC / AJC - Tradução: Jorge Tadeu

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