quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Europa ordena mais revisões de sensores em aviões Airbus

As autoridades europeias de segurança aérea determinaram verificações em certos sensores de velocidade dos aviões Airbus fornecidos pela fábrica norte-americana Goodrich, semanas depois de apertar a vigilância sobre equipamentos similares da fábrica francesa Thales.

Investigadores suspeitam que falhas nas leituras de velocidade de sensores da Thales podem ter sido decisivas para o acidente de 1o. de junho com um avião A330-200 da Air France que fazia a rota Rio-Paris, matando os 228 ocupantes.

Em um documento datado de terça-feira, a Agência Europeia de Segurança da Aviação disse que houve relatos de peças com folga nos sensores da Goodrich, uma peça conhecida como "sonda de pitot."

De acordo com a agência, que tem sede em Colônia, isso poderia ser resultado de "uma falha de torque (...) ocorrida na fabricação do equipamento."

Se não for corrigido, esse problema pode levar a um vazamento de ar e a leituras falsas de velocidade, disse a agência em nota ao setor aéreo.

A Goodrich rejeitou as suspeitas, dizendo "não ter experimentado quaisquer problemas de manufatura, serviço ou reparo com sondas," segundo e-mail assinado por sua vice-presidente de comunicação, Lisa Bottle. Ela acrescentou que a orientação da agência europeia foi uma precaução em resposta a um alerta de uma única companhia aérea.

"A Goodrich checou seus registros de fabricação para essas sondas e concluiu que elas estavam de acordo com as exigências de desenho, fabricação e teste de aceitação funcional," afirmou a executiva.

As ações da Goodrich, que também produz rodas e freios para aviões, além de sistemas de reconhecimento militar de alta tecnologia, caíram 1,4 por cento na quinta-feira.

Um porta-voz da Airbus disse que as verificações afetavam um "lote limitado" de sensores, identificados por meio de seus números de série. Uma porta-voz da Easa, agência de segurança aérea da União Europeia, disse que os problemas seriam "relativamente fáceis" de resolver, sem afetar o serviço das aeronaves. O número de empresas e aviões envolvidos nessa investigação não foi divulgado.

Investigadores disseram que três sensores da Thales apresentaram leituras de velocidade errôneas no acidente da Air France sobre o Atlântico, mas afirmam que é cedo para apontar as causas exatas da queda do avião.

As sondas de pitot leem a velocidade do avião com base na pressão exercida pelo fluxo de ar que recebem, mas são suscetíveis a congelamentos e outros fatores que interrompam esse fluxo.

Sem dados precisos, os pilotos podem acidentalmente colocar o avião em velocidades excessivas, sobrecarregando sua estrutura, ou muito baixas, o que faz com que perca estabilidade e caia.

Fonte: Tim Hepher (Reuters/Brasil Online) via O Globo

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