Na ausência de explicações técnicas oficiais e convincentes por parte do Escritório de Investigações e Análises para a Aviação Civil (BEA) da França, um gabinete de advogados inglês anunciou hoje ter identificado quatro supostas causas do acidente do voo AF447, entre Rio e Paris, em 31 de maio passado. Segundo o escritório Stewarts Law, de Londres, ao clima adverso se somaram duas falhas técnicas no aparelho - na aferição de velocidade (feita pelos tubos de pitot) e no sistema de navegação (Adiru) - e a erros humanos.
A avaliação foi divulgada em entrevista coletiva realizada hoje. Segundo o escritório, a investigação paralela realizada por peritos contratados indicou que a confluência dos quatro fatores teria sido decisiva para a sorte dos 228 passageiros e tripulantes do Airbus A330 que realizava a rota entre o Rio e Paris. "Identificamos quatro fatores na cadeia de erros que resultou neste acidente. Sem esses fatores, o acidente não teria acontecido", disse Charles-Henri Tadivat, um dos advogados do gabinete, segundo informou a agência de notícias France Presse (AFP).
Segundo os peritos ouvidos pelo Stewarts Law, duas falhas mecânicas também teriam acontecido no momento do acidente. A primeira diz respeito à aferição da velocidade pelas sondas pitot, que transmitem dados aos demais sistemas de navegação da aeronave. Este problema, reconhecido pelo BEA, foi o primeiro identificado pelas mensagens automáticas enviadas pelo Airbus A330 antes de sua queda, mas não teria sido responsável, sozinho, pelo desastre. A seguir, o sistema de navegação auxiliada Adiru teria falhado, desorientando totalmente os sistemas eletrônicos do avião. A esses erros, a tripulação teria respondido de forma errônea, tomando decisões que teriam determinado a queda. "O quarto elemento é o treinamento dos pilotos, que não puderam tomar as decisões adequadas", afirmou Tadivat.
Os argumentos dos advogados são respaldados por medidas tomadas após o acidente. Em decorrência do desastre, a Agência Europeia de Segurança da Aviação Civil (EASA) ordenou a substituição dos tubos de pitot da marca Thalès, que equipavam todos os Airbus A330 da frota da Air France - incluindo o avião acidentado. Sem responsabilizar os pilotos, a companhia aérea também anunciou que um programa de reciclagem dos comandantes vem sendo implantado nas últimas semanas. "Nós decidimos reforçar a formação dos nossos pilotos para o caso de perda indicação de velocidade", confirmou hoje, em entrevista ao jornal "Les Echos", o diretor-geral da Air France, Pierre-Henri Gourgeon.
O executivo afirmou ainda que a empresa está aprimorando seus sistemas de informação meteorológica, assim como implantando um método de verificação a cada 10 minutos das mensagens automáticas enviadas pelas aeronaves ao centro de controle da companhia.
O parecer do escritório londrino e as iniciativas tomadas pela Air France vieram a público na véspera da primeira audiência na Justiça de Paris, que investigará as eventuais responsabilidades civis pelo acidente.
Fonte: Andrei Netto (Agência Estado)
A avaliação foi divulgada em entrevista coletiva realizada hoje. Segundo o escritório, a investigação paralela realizada por peritos contratados indicou que a confluência dos quatro fatores teria sido decisiva para a sorte dos 228 passageiros e tripulantes do Airbus A330 que realizava a rota entre o Rio e Paris. "Identificamos quatro fatores na cadeia de erros que resultou neste acidente. Sem esses fatores, o acidente não teria acontecido", disse Charles-Henri Tadivat, um dos advogados do gabinete, segundo informou a agência de notícias France Presse (AFP).
Segundo os peritos ouvidos pelo Stewarts Law, duas falhas mecânicas também teriam acontecido no momento do acidente. A primeira diz respeito à aferição da velocidade pelas sondas pitot, que transmitem dados aos demais sistemas de navegação da aeronave. Este problema, reconhecido pelo BEA, foi o primeiro identificado pelas mensagens automáticas enviadas pelo Airbus A330 antes de sua queda, mas não teria sido responsável, sozinho, pelo desastre. A seguir, o sistema de navegação auxiliada Adiru teria falhado, desorientando totalmente os sistemas eletrônicos do avião. A esses erros, a tripulação teria respondido de forma errônea, tomando decisões que teriam determinado a queda. "O quarto elemento é o treinamento dos pilotos, que não puderam tomar as decisões adequadas", afirmou Tadivat.
Os argumentos dos advogados são respaldados por medidas tomadas após o acidente. Em decorrência do desastre, a Agência Europeia de Segurança da Aviação Civil (EASA) ordenou a substituição dos tubos de pitot da marca Thalès, que equipavam todos os Airbus A330 da frota da Air France - incluindo o avião acidentado. Sem responsabilizar os pilotos, a companhia aérea também anunciou que um programa de reciclagem dos comandantes vem sendo implantado nas últimas semanas. "Nós decidimos reforçar a formação dos nossos pilotos para o caso de perda indicação de velocidade", confirmou hoje, em entrevista ao jornal "Les Echos", o diretor-geral da Air France, Pierre-Henri Gourgeon.
O executivo afirmou ainda que a empresa está aprimorando seus sistemas de informação meteorológica, assim como implantando um método de verificação a cada 10 minutos das mensagens automáticas enviadas pelas aeronaves ao centro de controle da companhia.
O parecer do escritório londrino e as iniciativas tomadas pela Air France vieram a público na véspera da primeira audiência na Justiça de Paris, que investigará as eventuais responsabilidades civis pelo acidente.
Fonte: Andrei Netto (Agência Estado)
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