sábado, 9 de novembro de 2024

Aconteceu em 9 de novembro de 1999: A Queda do DC-9 do voo TAESA 725 - Desorientação espacial

Em 9 de novembro de 1999, o McDonnell Douglas DC-9-31F, prefixo XA-TKN, da TAESA Lineas Aéreas (foto abaixo), partiu para realizar o voo 725, com origem no Aeroporto Internacional de Tijuana e término no Aeroporto Internacional do México, na Cidade do México, com escalas intermediárias em Guadalajara e Uruapan.


O DC-9 que realizava o voo entrou em serviço pela Trans Australia Airlines em fevereiro de 1970, portanto, tinha 29 anos de uso em 1999 e acumulava mais de 59.000 ciclos de decolagem/pouso e 58.000 horas de voo. Antes de ser entregue à TAESA, operou para a Australian Airlines, Sunworld International Airlines, Midway Airlines, NASA e Aeroméxico. O DC-9 é um avião que transporta cerca de 100 passageiros em voos, principalmente de curta distância.

A TAESA foi fundada em 1989 como um serviço executivo de fretamento aéreo e se expandiu para operações comerciais em 1991, usando tarifas reduzidas para desafiar as operadoras estabelecidas Mexicana e Aeromexico.

O comandante era Jesús José Graciá, de 36 anos. Ele tinha 5.368 horas de voo. O primeiro oficial era Héctor Valdez, de 22 anos, com 250 horas de voo na época.

As duas primeiras partes do voo transcorreram sem problemas. Na escala em Uruapan, 85 passageiros desembarcaram da aeronave.

Às 18h59 (hora local), o DC-9 decolou de Uruapan com destino à Cidade do México às 18h59, para realizar a perna final do voo. A bordo da aeronave estavam 13 passageiros e cinco tripulantes.

Após a decolagem, a aeronave ficou anormalmente alta, com o nariz elevado além do normal, entrou em um estol, caiu e chocou-se em um campo de abacate, a 3,3 milhas ao sul da pista de partida, em um rumo de 110 graus. Todas as 18 pessoas a bordo morreram.


O inspetor Juan Alfonso Lara, da agência de proteção civil do estado de Michoacan, disse que o avião aparentemente explodiu no ar. Ele disse que testemunhas viram uma luz brilhante no céu e os destroços caíram nas montanhas 6 milhas a sudoeste de Uruapan.

Agustin Gutierrez, gerente estadual da TAESA em Michoacan, disse que o avião aparentemente teve algum tipo de defeito, despencou e caiu em uma plantação de abacate, informou a agência de notícias governamental Notimex.

O zelador da plantação, Felipe Guzman, disse que a traseira do avião estava em chamas quando atingiu o solo e explodiu, disse Notimex. "Depois disso, houve outras explosões", disse ele.

“Ouviu-se um estrondo, os motores quebraram e o avião caiu”, disse o diretor da Cruz Vermelha Uruapan, Alejandro Moreno, à Rádio Fórmula. 

No aeroporto da Cidade do México, parentes chorando foram levados a um hangar onde funcionários da companhia aérea os ajudaram e se ofereceram para levá-los a Uruapan.

Uruapan, uma cidade de 250.000 habitantes que data do século 16, é conhecida por sua produção de abacate. Os turistas costumam ficar lá quando visitam o vulcão Paricutin, a 32 quilômetros a oeste. O vulcão é famoso por ter surgido de um milharal em 1943.

Em Seattle, uma porta-voz da Boeing Co, Susan Davis, disse que as autoridades mexicanas solicitaram que a empresa enviasse um representante para ajudar na investigação, o que a Boeing faria.

A Boeing adquiriu a McDonnell Douglas, sucessora da Douglas Corporation, empresa que construiu o DC-9 entre 1965 e 1982. O DC-9 é um avião que transporta cerca de 100 passageiros em voos principalmente de curta distância.

O acidente levou TAESA a encostar sua frota e suspender as operações um ano depois, em 2000.

Os investigadores determinaram que a causa provável do acidente foi: “Queda da aeronave, após uma sobrerotação na descolagem e uma subida com ângulo muito acentuado, que provocou a perda de controlo, com desorientação espacial (perda do horizonte), numa operação de voo por instrumentos (IFR), no qual, segundo a tripulação, houve uma possível falha na indicação de assimetria nos flaps do bordo de ataque (slats), com a tripulação negligenciando o controle do voo da aeronave."

Os fatores contribuintes apontados pela investigação foram:

  1. Preparação inadequada de informações para decolagem por instrumentos (IFR) do aeroporto de Uruapan e não adesão aos procedimentos operacionais do Manual de Publicação de Informações Aeronáuticas (AIP).
  2. Não cumprimento dos procedimentos do checklist para a operação da aeronave nas suas diferentes fases.
  3. Perda de visão externa (desorientação espacial), agravada pelo acendimento das luzes da cabine, antes da corrida de decolagem.
  4. Procedimento inadequado de rotação da aeronave durante a decolagem, arrastando a cauda na pista.
  5. Ângulo de subida maior que o estabelecido no Manual de Operações da aeronave.
  6. Falta de gestão de recursos do cockpit (CRM).

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com ASN, Wikipédia e Washington Post

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