A Organização Mundial da Saúde disse na quarta-feira que o mundo está à beira de uma pandemia de gripe suína, que fez sua primeira vítima fora do México - um bebê no Texas.
"A pandemia de 'influenza' (gripe) deve ser levada a sério precisamente por causa da sua capacidade de se espalhar rapidamente para todos os países do mundo", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, numa entrevista coletiva em Genebra na qual anunciou o aumento do grau de alerta contra pandemias para 5, penúltimo estágio antes que a pandemia seja declarada.
"A maior questão é: quão grave será a pandemia, especialmente agora no começo", disse Chan, acrescentando no entanto que o mundo "está mais bem preparado para uma pandemia de 'influenza' do que em qualquer momento da história".
Quase uma semana depois da descoberta dos primeiros casos do vírus H1N1 na Califórnia e no Texas, e da sua identificação como causa de dezenas de mortes no México, a Espanha relatou o primeiro caso na Europa de um paciente que contraiu a doença sem ter ido ao México, o que ilustra o perigo do contágio entre pessoas.
Autoridades nos EUA e na Europa disseram que a gripe suína deve começar a provocar mortes nesses lugares. No caso norte-americano, a primeira vítima fatal foi um bebê mexicano que tinha sido levado ao Texas.
Quase todos os pacientes fora do México apresentaram sintomas brandos, e poucos deles precisaram de internação.
Apesar da preocupação global com o impacto da doença sobre a economia global, as Bolsas mundiais subiram na quarta-feira, refletindo a declaração do Federal Reserve (Banco Central) de que os EUA podem estar se encaminhando para o fim da recessão.
"Duvidamos que os mercados reajam com a mesma preocupação vista durante os sustos com a gripe aviária no passado", disse o analista Tobias Levkovich, do Citigroup em Nova York.
O Banco Central do México alertou que a epidemia pode agravar a recessão do país, cujo PIB já encolheu até 8 por cento no primeiro trimestre em relação ao ano anterior.
ESTOQUES DE REMÉDIOS
Chan também pediu que os laboratórios ampliem a produção de medicamentos. Dois antivirais (Relenza, da GlaxoSmithKline, e Tamiflu, da Roche e Gilead Sciences) têm eficácia comprovada contra o vírus H1N1. Os laboratórios já doaram milhões de doses de seus medicamentos à OMS.
Chan alertou também os governos a se prepararem para distribuir seus estoques de antivirais. Os fabricantes de vacinas estão de prontidão para desenvolverem um novo tipo de imunização contra esse vírus específico quando for necessário.
No México, onde até 159 pessoas já morreram e cerca de 1.300 estão sendo submetidas a exames, as pessoas sofrem com uma emergência que praticamente paralisou o país na última semana.
"Estou deprimida. Não entendo de onde isso saiu, como se espalha, quanto tempo vai durar ou o que fará com a economia", disse a idosa Licha, sentada no banco de um parque da capital mexicana usando uma máscara cirúrgica.
Alemanha e Áustria relataram casos da doença, elevando para nove o total de países afetados. Em geral, as vítimas são pessoas que estiveram no México.
Autoridades texanas disseram que um bebê de 1 ano e 10 meses morreu durante uma visita a familiares no Texas. Foi a primeira morte pela gripe suína nos EUA.
Na cidade fronteiriça texana de Brownsville, onde ocorreu o diagnóstico do bebê e onde muitos moradores têm parentes do outro lado do rio Grande, algumas pessoas diziam estar com medo de cruzar a fronteira.
"Estou extremamente preocupado, porque pode-se morrer", disse o estudante Santiago Pérez, 18 anos.
Cerca de 30 marines da maior base militar dos EUA, no sul da Califórnia, estão de quarentena porque um colega teve a doença confirmada.
O presidente Barack Obama, enfrentando sua primeira crise da saúde pública em meio aos esforços para tirar o país da recessão, disse que a morte do bebê no Texas mostra que é hora de tomar "precauções máximas".
Muitos norte-americanos estão atendendo aos alertas e acabando com os estoques de sabonete e toalhas higiênicas. "Entendo que vai piorar antes de melhorar, certo?", disse a corretora imobiliária Kathy Ivcich, 53 anos, de Chicago.
MEDO DE VIAGENS
A França disse que irá propor que a União Europeia proíba os voos para o México.
UE, Canadá e EUA aconselharam as pessoas a evitarem viagens não-essenciais ao México, um popular destino turístico. Muitos turistas que já estão no México se apressam em deixar o país, lotando os aeroportos e tentando mudar suas passagens.
"Não queremos ficar presos aqui", disse o australiano Alex Grinter, que interrompeu suas férias numa praia de Oaxaca (sul) para pegar um voo com destino a Vancouver.
Na Cidade do México, uma metrópole de 20 milhões de habitantes, todas as escolas, restaurantes, boates e eventos públicos estão fechados, para evitar o contágio.
O vírus H1N1 é considerado a maior ameaça à saúde global desde o ressurgimento em 2003 do H5N1 (gripe aviária), que matou 257 pessoas e infectou 421 em 15 países, especialmente na Ásia. A última pandemia de gripe ocorreu em 1968, a chamada "gripe de Hong Kong", que matou cerca de 1 milhão de pessoas. Uma pandemia anterior, em 1957, matou 2 milhões.
Num ano normal, a gripe sazonal mata 250-500 mil pessoas por ano, inclusive crianças saudáveis em países ricos.
"A pandemia de 'influenza' (gripe) deve ser levada a sério precisamente por causa da sua capacidade de se espalhar rapidamente para todos os países do mundo", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, numa entrevista coletiva em Genebra na qual anunciou o aumento do grau de alerta contra pandemias para 5, penúltimo estágio antes que a pandemia seja declarada.
"A maior questão é: quão grave será a pandemia, especialmente agora no começo", disse Chan, acrescentando no entanto que o mundo "está mais bem preparado para uma pandemia de 'influenza' do que em qualquer momento da história".
Quase uma semana depois da descoberta dos primeiros casos do vírus H1N1 na Califórnia e no Texas, e da sua identificação como causa de dezenas de mortes no México, a Espanha relatou o primeiro caso na Europa de um paciente que contraiu a doença sem ter ido ao México, o que ilustra o perigo do contágio entre pessoas.
Autoridades nos EUA e na Europa disseram que a gripe suína deve começar a provocar mortes nesses lugares. No caso norte-americano, a primeira vítima fatal foi um bebê mexicano que tinha sido levado ao Texas.
Quase todos os pacientes fora do México apresentaram sintomas brandos, e poucos deles precisaram de internação.
Apesar da preocupação global com o impacto da doença sobre a economia global, as Bolsas mundiais subiram na quarta-feira, refletindo a declaração do Federal Reserve (Banco Central) de que os EUA podem estar se encaminhando para o fim da recessão.
"Duvidamos que os mercados reajam com a mesma preocupação vista durante os sustos com a gripe aviária no passado", disse o analista Tobias Levkovich, do Citigroup em Nova York.
O Banco Central do México alertou que a epidemia pode agravar a recessão do país, cujo PIB já encolheu até 8 por cento no primeiro trimestre em relação ao ano anterior.
ESTOQUES DE REMÉDIOS
Chan também pediu que os laboratórios ampliem a produção de medicamentos. Dois antivirais (Relenza, da GlaxoSmithKline, e Tamiflu, da Roche e Gilead Sciences) têm eficácia comprovada contra o vírus H1N1. Os laboratórios já doaram milhões de doses de seus medicamentos à OMS.
Chan alertou também os governos a se prepararem para distribuir seus estoques de antivirais. Os fabricantes de vacinas estão de prontidão para desenvolverem um novo tipo de imunização contra esse vírus específico quando for necessário.
No México, onde até 159 pessoas já morreram e cerca de 1.300 estão sendo submetidas a exames, as pessoas sofrem com uma emergência que praticamente paralisou o país na última semana.
"Estou deprimida. Não entendo de onde isso saiu, como se espalha, quanto tempo vai durar ou o que fará com a economia", disse a idosa Licha, sentada no banco de um parque da capital mexicana usando uma máscara cirúrgica.
Alemanha e Áustria relataram casos da doença, elevando para nove o total de países afetados. Em geral, as vítimas são pessoas que estiveram no México.
Autoridades texanas disseram que um bebê de 1 ano e 10 meses morreu durante uma visita a familiares no Texas. Foi a primeira morte pela gripe suína nos EUA.
Na cidade fronteiriça texana de Brownsville, onde ocorreu o diagnóstico do bebê e onde muitos moradores têm parentes do outro lado do rio Grande, algumas pessoas diziam estar com medo de cruzar a fronteira.
"Estou extremamente preocupado, porque pode-se morrer", disse o estudante Santiago Pérez, 18 anos.
Cerca de 30 marines da maior base militar dos EUA, no sul da Califórnia, estão de quarentena porque um colega teve a doença confirmada.
O presidente Barack Obama, enfrentando sua primeira crise da saúde pública em meio aos esforços para tirar o país da recessão, disse que a morte do bebê no Texas mostra que é hora de tomar "precauções máximas".
Muitos norte-americanos estão atendendo aos alertas e acabando com os estoques de sabonete e toalhas higiênicas. "Entendo que vai piorar antes de melhorar, certo?", disse a corretora imobiliária Kathy Ivcich, 53 anos, de Chicago.
MEDO DE VIAGENS
A França disse que irá propor que a União Europeia proíba os voos para o México.
UE, Canadá e EUA aconselharam as pessoas a evitarem viagens não-essenciais ao México, um popular destino turístico. Muitos turistas que já estão no México se apressam em deixar o país, lotando os aeroportos e tentando mudar suas passagens.
"Não queremos ficar presos aqui", disse o australiano Alex Grinter, que interrompeu suas férias numa praia de Oaxaca (sul) para pegar um voo com destino a Vancouver.
Na Cidade do México, uma metrópole de 20 milhões de habitantes, todas as escolas, restaurantes, boates e eventos públicos estão fechados, para evitar o contágio.
O vírus H1N1 é considerado a maior ameaça à saúde global desde o ressurgimento em 2003 do H5N1 (gripe aviária), que matou 257 pessoas e infectou 421 em 15 países, especialmente na Ásia. A última pandemia de gripe ocorreu em 1968, a chamada "gripe de Hong Kong", que matou cerca de 1 milhão de pessoas. Uma pandemia anterior, em 1957, matou 2 milhões.
Num ano normal, a gripe sazonal mata 250-500 mil pessoas por ano, inclusive crianças saudáveis em países ricos.
Dados sobre o vírus H1N1
Fonte: Laura MacInnis e Stephanie Nebehay (Reuters via Abril.com) - Reportagem de Maggie Fox e Tabassum Zakaria em Washington, Jason Lange, Catherine Bremer Alistair Bell e Helen Popper na Cidade do México; Matt Bigg em Atlanta - Imagem: AFP
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