A Nasa já conseguiu tirar do papel todo o projeto do Telescópio Espacial James Webb, o sucessor do Hubble, e já começou há alguns meses a polir os segmentos do espelho gigante que servirá como "lente de aumento" do novo observatório orbital. Segundo Jonathan Gardner, chefe do Laboratório de Cosmologia Observacional da agência espacial, nada deve deter agora os planos de colocar o Webb em órbita até 2013.
"Temos o dinheiro, temos tempo e temos o plano", afirmou o astrofísico durante uma apresentação detalhada do projeto no fim de maio em um congresso no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro. "Os EUA estão dando US$ 4,5 bilhões para o projeto. Os europeus não contam quanto estão gastando, mas têm o foguete que vai lançá-lo e contribuem para diversos instrumentos - eu diria que algo na escala de 10% a 15% (do orçamento americano)."
O James Webb - batizado em homenagem ao diretor da Nasa na década de 1960 - terá diâmetro quase três vezes maior que o Hubble e permitirá enxergar galáxias a 13,4 bilhões de anos-luz de distância, quase no limite do Universo.
"No ano passado acabamos de desenvolver todas as invenções e novas tecnologias de que precisávamos, e neste ano terminamos o projeto", diz Gardner. "E já começamos a construir o espelho primário, recortado em metal berílio, porque é a coisa que leva mais tempo."
As outras partes do telescópio, como o escudo que vai protegê-lo da radiação solar e o satélite que vai guiá-lo, devem começar a ser construídas em 2009.
O James Webb tem aspecto bem diferente do Hubble por fora, que por fora é como um grande tubo. O sistema de funcionamento, porém, é o mesmo: um espelho côncavo primário que agrupa os feixes de luz da imagem, ampliando-a, e um espelho secundário que direciona os raios para ajustes finais e para a os instrumentos de detecção e análise.
O que tornará o Webb mais potente, em parte, é seu tamanho maior, só que isso implica engenharia diferenciada. "O foguete Ariane (que lançará o Webb) tem 5 m de largura, e para colocar um espelho de 6,6 m nele, teremos que dobrá-lo."
O novo telescópio, porém, terá outro salto de qualidade em relação ao Hubble: ele será capaz de enxergar muito melhor no infravermelho - a forma em que a luz das galáxias mais distantes do Universo chega à Terra. Para isso, porém, o telescópio terá de funcionar a uma baixíssima temperatura (-225C), que será garantida por seu escudo solar de cinco camadas -basicamente, é o guarda-sol mais refrescante já projetado.
"Infravermelho é calor. Se quisermos usar o telescópio para observar no infravermelho, temos que protegê-lo de seu calor para evitar interferências", explica Gardner. "Se não fizermos isso, será como usar um telescópio durante o dia aqui na Terra."
Já se passaram mais de cinco anos desde a concepção original do James Webb, e agora restam mais cinco anos até seu lançamento. Pode parecer muito tempo, mas agenda dos mais de 2.000 cientistas que trabalham no projeto vai estar cheia até lá. O esforço tem de ser concentrado todo nesse período, por uma razão simples: o Webb não poderá falhar no espaço.
Se o telescópio parar de funcionar a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, tudo se acabará. "Não temos planos de mandar humanos tão longe para consertá-lo", diz Gardner. É totalmente diferente de trabalhar com o Hubble, que está com uma de suas câmaras quebradas: ele será arrumado por astronautas em outubro. Até 2013, diz Gardner, a maior parte do tempo dos cientistas será gasta com exaustivos testes de cada uma das peças do Webb.
Fonte: Folha Online - Imagem: NASA
"Temos o dinheiro, temos tempo e temos o plano", afirmou o astrofísico durante uma apresentação detalhada do projeto no fim de maio em um congresso no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro. "Os EUA estão dando US$ 4,5 bilhões para o projeto. Os europeus não contam quanto estão gastando, mas têm o foguete que vai lançá-lo e contribuem para diversos instrumentos - eu diria que algo na escala de 10% a 15% (do orçamento americano)."
O James Webb - batizado em homenagem ao diretor da Nasa na década de 1960 - terá diâmetro quase três vezes maior que o Hubble e permitirá enxergar galáxias a 13,4 bilhões de anos-luz de distância, quase no limite do Universo.
"No ano passado acabamos de desenvolver todas as invenções e novas tecnologias de que precisávamos, e neste ano terminamos o projeto", diz Gardner. "E já começamos a construir o espelho primário, recortado em metal berílio, porque é a coisa que leva mais tempo."
As outras partes do telescópio, como o escudo que vai protegê-lo da radiação solar e o satélite que vai guiá-lo, devem começar a ser construídas em 2009.
O James Webb tem aspecto bem diferente do Hubble por fora, que por fora é como um grande tubo. O sistema de funcionamento, porém, é o mesmo: um espelho côncavo primário que agrupa os feixes de luz da imagem, ampliando-a, e um espelho secundário que direciona os raios para ajustes finais e para a os instrumentos de detecção e análise.
O que tornará o Webb mais potente, em parte, é seu tamanho maior, só que isso implica engenharia diferenciada. "O foguete Ariane (que lançará o Webb) tem 5 m de largura, e para colocar um espelho de 6,6 m nele, teremos que dobrá-lo."
O novo telescópio, porém, terá outro salto de qualidade em relação ao Hubble: ele será capaz de enxergar muito melhor no infravermelho - a forma em que a luz das galáxias mais distantes do Universo chega à Terra. Para isso, porém, o telescópio terá de funcionar a uma baixíssima temperatura (-225C), que será garantida por seu escudo solar de cinco camadas -basicamente, é o guarda-sol mais refrescante já projetado.
"Infravermelho é calor. Se quisermos usar o telescópio para observar no infravermelho, temos que protegê-lo de seu calor para evitar interferências", explica Gardner. "Se não fizermos isso, será como usar um telescópio durante o dia aqui na Terra."
Já se passaram mais de cinco anos desde a concepção original do James Webb, e agora restam mais cinco anos até seu lançamento. Pode parecer muito tempo, mas agenda dos mais de 2.000 cientistas que trabalham no projeto vai estar cheia até lá. O esforço tem de ser concentrado todo nesse período, por uma razão simples: o Webb não poderá falhar no espaço.
Se o telescópio parar de funcionar a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, tudo se acabará. "Não temos planos de mandar humanos tão longe para consertá-lo", diz Gardner. É totalmente diferente de trabalhar com o Hubble, que está com uma de suas câmaras quebradas: ele será arrumado por astronautas em outubro. Até 2013, diz Gardner, a maior parte do tempo dos cientistas será gasta com exaustivos testes de cada uma das peças do Webb.
Fonte: Folha Online - Imagem: NASA
Nenhum comentário:
Postar um comentário