segunda-feira, 20 de julho de 2009

Grandes planos para a Lua e para Marte, se o orçamento da Nasa permitir

Se EUA não voltarem à Lua, não está claro se alguém mais poderá ir.

Painel que avalia missões tripuladas solta relatório final em agosto.


O programa da Nasa de enviar astronautas de volta à Lua, até 2020, é muitas vezes chamado de "Apollo com esteroides". Para os detratores, essa é uma descrição de menosprezo – fazer o mesmo caminho de 40 anos atrás, mas com foguetes maiores e mais custosos.

Altair parece uma atualização fashion – com um visual mais redondo e moderno – do transportador que levou Neil Armstrong e Buzz Aldrin para o Mar da Tranquilidade

No entanto, representantes da agência espacial americana afirmam que as novas missões serão muito mais grandiosas – com astronautas morando na Lua por meses, percorrendo centenas de quilômetros da superfície lunar e, pela primeira vez, construindo um posto avançado num solo fora da Terra.

"Não se trata só de bandeiras e pegadas", diz John Olson, da diretoria de missões exploratórias da Nasa, que coordena os diversos fronts do programa lunar.

As tecnologias e as habilidades, dizem representantes da agência espacial americana, são essenciais antes de ir a Marte, o próximo grande destino.

Cientistas enxergam várias possibilidades empolgantes de pesquisa na Lua, como construir um radiotelescópio no lado mais distante, protegido do barulho da Terra, e observar camadas congeladas em crateras sombreadas próximas aos polos, onde possivelmente estão preservadas informações sobre o passado do sistema solar.

Entretanto, com déficits no orçamento federal de trilhões de dólares e um painel de notáveis reavaliando o programa de viagens espaciais tripuladas dos Estados Unidos, há questionamentos sobre a viabilidade de construção dos projetos lunares que a Nasa tem elaborado nos últimos cinco anos. A agência pode ser orientada a focar em missões robóticas, a participar de alternativas mais baratas para chegar à Lua, ou mudar o alvo para outro corpo celeste, como um asteróide.

Se a Nasa não for à Lua, também não fica claro se alguém mais poderia ir. Alguns representantes da China e da Rússia falaram sobre estabelecer uma base lunar por volta de 2025, mas nenhum desses países fez qualquer pronunciamento oficial – e seus foguetes atuais são pequenos demais para cumprir essa tarefa.

A nascente indústria de voos espaciais particulares, que ainda deverá mandar uma pessoa à órbita, não considera a Lua um destino viável, pois não existem lucros óbvios para cobrir os bilhões de dólares em custos. "A ideia de que um investidor privado possa juntar fundos para desenvolver foguetes capazes de realizar uma missão lunar é extremamente especulativa, beirando a fantasia", diz John Logsdon, chefe de história espacial do Museu Nacional do Ar e do Espaço.

Talvez o mais provável é que o programa lunar vá, assim como a Estação Espacial Internacional, se tornar um esforço combinado de várias nações.

Na primeira reunião pública do painel que analisa o programa espacial tripulado da Nasa, o general Anatoly Perminov, chefe da Roscosmos, a agência espacial russa, afirmou, por telefone, que "a Roscosmos apoia a necessidade de envolver o potencial técnico e científico de outros países para projetos de larga escala como esse", incluindo o envio de astronautas à Lua e a Marte.

A Nasa deu o nome de Programa Constellation a seu sistema de transporte espacial de última geração. As primeiras duas peças do Constellation – o foguete Ares 1, com a cápsula Orion – devem levar astronautas à Estação Espacial Internacional a partir de 2015. Dois reforços serão necessários para a viagem à Lua: a Ares 5, foguete enorme e pesado, e o Altair, para levar os astronautas à superfície da Lua.

À primeira vista, o Ares 5 parece mais ou menos como o Saturn 5 da era Apollo e o Altair parece uma atualização fashion – com um visual mais redondo e moderno – do transportador que levou Neil Armstrong e Buzz Aldrin para o Mar da Tranquilidade.

Aprimoramentos

Mas há três diferenças. O Ares 5 é só um pouco mais alto que o Saturn 5 – 116,13 metros versus 110,64 metros, mas será capaz de transportar 63,5 mil kg numa viagem à Lua – 40% mais que o Saturn 5.

O Ares 5, ao contrário do Saturn 5, não transportará astronautas. Seguindo recomendações do painel que investigou a perda do ônibus espacial Columbia, o programa Constelação colocará tripulação e carga em foguetes separados para aumentar a segurança dos astronautas. Enquanto grande parte dos equipamentos da nave – o Altair entre eles – vai no Ares 5, uma equipe de quatro astronautas parte numa cápsula Orion no topo do Ares 1.

Em órbita ao redor da Terra, a cápsula Orion vai receber os componentes enviados pelo Ares 5, e a nave espacial vai, então, seguir para a Lua.

Todo mundo junto

Na Apollo 11, Michael Collins teve de ficar sozinho circundando a superfície lunar no módulo de comando, enquanto seus dois companheiros iam ao satélite no veículo de desembarque. Para as próximas missões na Lua, todos os quatro astronautas devem ir à superfície, enquanto a cápsula Orion, vazia, cuidará de si própria.

Isso significa que o Altair deve ser muito maior que o congênere da era Apollo para poder levar os astronautas e suprimentos a mais e alcançar mais partes da Lua. Os avanços na tecnologia também poderiam permitir versões de carga do Altair – sem astronautas – para trazer componentes modulares de um posto avançado, assim como rovers.

O conceito de rovers exige uma cabine totalmente pressurizada na qual os astronautas podem trabalhar usando roupas de mangas curtas. Para viagens que duram mais ou menos uma semana, os astronautas viveriam essencialmente do veículo.

As roupas espaciais seriam, na verdade, acondicionadas fora do rover, e os astronautas poderiam entrar neles através de aberturas na parte de trás, permitindo-os ir de dentro para fora em cerca de dez minutos.

"Isso muda completamente o jogo", diz Olson.

Sem dinheiro para tantos sonhos

Todavia, o orçamento federal proposto pelo presidente Barack Obama não pagaria por isso, certamente não antes de 2020. Após aumentos no ano atual e no ano fiscal de 2010, os gastos propostos pelo presidente americano em explorações humanas nos anos de 2011 até 2013 foram de vários bilhões a menos do que o presidente George W. Bush propôs no ano passado. Isso basicamente elimina os recursos para transformar o Altair e o Ares 5 de conceitos no papel em projetos detalhados e naves espaciais reais.

"Sem dinheiro, não existe Buck Rogers", brinca Olson.

Porém, a esperança de muitos dentro e fora da Nasa é que os níveis orçamentários da administração Obama possam ser alterados, dependendo das recomendações do painel que analisa o programa espacial tripulado da agência. O relatório do painel é esperado para o final de agosto.

O painel está buscando alternativas ao Ares 1 e 5, como adaptar foguetes já existentes, como o Delta 4, para as necessidades dos astronautas da Nasa.

Fonte: Kenneth Chang (New York Times) via G1 - Imagem: Nasa/Constellation Project

Foto do Dia

Ar quente vindo da turbina de avião Mig 21 durante decolagem hoje, na base militar de Fetesti, na Romênia - Foto: AP

Caça chinês cai durante exercício e mata os dois ocupantes

Um caça-bombardeiro Xian JH-7 (similar ao da foto acima) da 28ª Divisão da Força Aérea da China caiu neste domingo (19) perto da Base de Taonan, na Província de Jilin, na China.

O avião caiu depois de perder velocidade durante manobra de ataque ao solo. A provável causa do desastre foi erro do piloto.

Ambos os pilotos morreram no acidente. A aeronave ia tomar parte dos próximos exercícios antiterroristas russo-chineses que serão realizados entre 22 e 26 de julho.

"Este acidente não vai afetar os preparativos para os treinos", declarou uma fonte do Ministério da Defesa russo, confirmando a morte dos dois pilotos.

A operação "Missão de Paz 2009" irá envolver mais de 3.000 soldados, centenas de veículos e quase 50 helicópteros e aeronaves das duas nações. Desde 2005, a cada dois anos, a Rússia e a China, organizam essas manobras militares com o objetivo de refinar as suas capacidades antiterroristas. Alguns analistas ocidentais acreditam que, na verdade, os exercícios sejam mais uma demonstração de força para os EUA e para Taiwan.

Fontes: Avionews / ASN - Foto: Área Militar

Avião britânico cai em base da OTAN no Afeganistão

Acidente não deixou mortos; queda já é o sexto acidente com aeronaves no país em menos de um mês

Um jato britânico caiu dentro da maior base da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no Afeganistão nesta segunda-feira, 20, causando o segundo acidente no local nos últimos dois dias.

Um jato de combate GR4 Tornado da RAF

O GR4 Tornado da Força Aérea Real cair dentro da Base Aérea de Kandahar por volta das 7h20 do horário local (por volta da meia-noite no horário de Brasília) durante o processo de decolagem, segundo disse o capitão Ruben Hoornveld, um porta-voz da OTAN. Os dois tripulantes ejetaram da aeronave antes da queda e receberam tratamento na própria base.

O GR4 Tornado é o quarto avião a cair no Afeganistão em três dias a já é o sexto do mês de julho. Autoridades militares dizem que não há uma razão comum aparente entre todos os acidentes.

Não houve indícios de que insurgentes do Taleban pudessem estar por trás dos acidentes, mas Hoornveld disse que as causas dos acidentes ainda não puderam ser estabelecidas.

O acidente com o avião britânico ocorreu um dia depois que o helicóptero russo Mi-8 caiu na mesma base, deixando as 16 pessoas a bordo mortas.

No sábado, um avião e um helicóptero americanos caíram em diferentes regiões no país. Um caça F-15 Strike Eagle da Força Aérea Americana caiu na região central do Afeganistão deixando dois mortos e o helicóptero fez o que os militares chamam de "aterrissagem forçada", que deixou vários soldados feridos.

Militantes do Taleban derrubaram um helicóptero civil de transporte Mi-6 na última terça-feira, no sul do país, matando seis civis ucranianos e uma criança afegã. N começo de julho, dois soldados canadenses e um britânico morreram na queda de um helicóptero em Zabul.

Fonte: Associated Press via Estadão.com.br - Foto: AFP

Queda de helicóptero no Afeganistão provoca 16 mortes

A queda de um helicóptero civil russo Mil Mi-8 na maior base da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), no sul do Afeganistão neste domingo (19), provocou a morte de 16 pessoas, segundo informações da organização. Mas pelo menos cinco passageiros sobreviveram. A Otan, no entanto, não soube informar a condição destas pessoas.

A agência russa de notícias Interfax informou que havia 20 pessoas no helicóptero da companhia Vertikal-T. Segundo a nota, entre os sobreviventes estariam três tripulantes e dois passageiros. A discordância entre o número de ocupantes não foi explicada - 21 segundo a Otan e 20 conforme a agência russa Interfax. O helicóptero tem capacidade para receber até 24 pessoas, disse o capitão Glen Parent, porta-voz da Otan em Kandahar. Os helicópteros civis ajudam a transportar trabalhadores para pequenos postos militares dentro do Afeganistão.

Este é o segundo acidente neste fim de semana. Ontem, um jato de caça da Força Aérea norte-americana caiu na área central do Afeganistão, matando seus dois ocupantes, de acordo com militares dos Estados Unidos. Em nota oficial, o Comando da Força Aérea disse que a queda não foi provocada por fogo hostil e as causas estão sendo investigadas.

Fontes: Estadão.com.br / The New York Times

Queda de pequeno avião mata 4 pessoas no Marrocos

Um avião de pequeno porte caiu hoje nos arredores da cidade marroquina de Casablanca, matando seus quatro ocupantes, dos quais três eram estrangeiros.

Segundo as autoridades locais, a aeronave caiu em Duar Uled Abdenbi, perto do aeroporto de Tit Melil.

A agência oficial "MAP" disse que o piloto e o copiloto do aparelho eram portugueses. Quanto aos passageiros, um era marroquino e outro, um empresário francês.

A Gendarmaria Real de Casablanca informou que o pequeno avião decolou de Tânger. Aparentemente, o piloto perdeu o controle da aeronave quando estava a apenas um quilômetro da pista de aterrissagem.

As causas do acidente ainda não foram determinadas. Uma investigação foi aberta para esclarecer o ocorrido.

Fonte: EFE via G1 - Mapa: AFP

Avião que levava Skank perde porta após decolagem em MG

Grupo tocou sábado (18) na cidade de Capelinha; músicos passam bem.

Empresa de táxi aéreo informou que cedeu nova aeronave para a banda
.

Os integrantes do grupo Skank (foto acima) tiveram de trocar a aeronave logo após a decolagem, na manhã de domingo (19), em Minas Gerais. O avião, um King Air, em que os músicos estavam sofreu uma pane, segundo informações da Líder Táxi Aéreo, empresa responsável pelo transporte dos músicos no momento do incidente.

De acordo com a assessoria de imprensa da banda, o Skank fez um show em Capelinha, no interior de Minas Gerais (no Vale do Jequitinhonha), na noite de sábado (18). Quando os artistas decolaram, no domingo (19) de manhã, rumo a Belo Horizonte, a porta da aeronave se descolou e caiu aos cinco minutos de voo.

A cabine sofreu despressurização e o piloto teve de fazer um pouso de emergência no mesmo local de onde o avião tinha decolado, em uma fazenda em Capelinha. Ainda segundo a assessoria do grupo, os integrantes do Skank estão tranquilos e passam bem.

Nove pessoas estavam no jato - o piloto, copiloto, empresário, o produtor, segurança e os quatro integrantes do Skank.

A assessoria de imprensa da empresa disse que a Líder Táxi Aéreo não vai se pronunciar sobre o caso e informou que uma nova aeronave foi fornecida para os músicos, que seguiram viagem após o problema.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ainda não divulgou informações sobre as condições da aeronave.

Fontes: G1 / Portal UAI / Terra - Foto: Divulgação

Empresa aérea não explica acidente ocorrido com a banda Skank

A Líder Táxi Aéreo se recusa a comentar o incidente que pôs em risco a vida dos quatro integrantes da banda Skank no fim da manhã desse domingo. O grupo fretou uma aeronave da empresa para retornar a Belo Horizonte após um show em Capelinha, no Vale do Jequitinhonha. Após cinco minutos de voo, a porta da aeronave se soltou e o piloto foi obrigado a fazer um pouso forçado em uma fazenda da região. Ninguém ficou ferido.

De acordo com a assessoria de imprensa da banda, o grupo fez show na noite de sábado durante a 23ª Festa do Capelinhense Ausente, em Capelinha, cidade a cerca de 160 Km de Belo Horizonte. Eles dormiram na cidade e embarcaram no voo por volta das 11 horas. Além dos quatro músicos, estavam na aeronave um produtor e um segurança.

Quando a porta do avião se soltou houve despressurização da cabine e o piloto precisou fazer manobras ousadas para conseguir pousar numa área semelhante a um campo em uma fazenda num distrito próximo a Capelinha. O proprietário da fazenda teria cedido uma van para que a banda fosse levada até Diamantina, de onde pegaram um novo voo com destino a Belo Horizonte.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Líder Táxi Aéreo disse que o incidente foi provocado por uma pane, cuja natureza não foi especificada. Segundo foi informado, a empresa entende que não há nada a ser esclarecido uma vez que tudo terminou bem.

Fonte: Daniel Silveira (O Tempo)

Astronautas do ônibus espacial Endeavour fazem 2ª caminhada espacial

Duração programada dos trabalhos externos é de 6 horas e meia.

Objetivo principal da missão é concluir instalações de laboratório japonês.

Os astronautas Dave Wolf e Tom Marshburn realizaram nesta segunda-feira (20) a segunda caminhada espacial para dar continuidade às instalações e reparos na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). A duração prevista do trabalho externo era de 6 horas e meia. Não haveria tempo suficiente para instalar uma câmera na “bandeja externa” do laboratório japonês Kibo.

Os astronautas Dave Wolf e Tom Marshburn (foto acima) realizam nesta segunda-feira (20) a segunda caminhada espacial para dar continuidade às instalações e reparos na Estação Espacial Internacional.

Fonte: G1 - Foto: Nasa TV

XIII Encontro Nacional das Aviadoras

CONVITE

Clique no convite para ampliá-lo

Data: 22 de agosto de 2009
Local: Auditório da Universidade Anhembi Morumbi
Campus Vila Olímpia
Rua Quatá, 67 - São Paulo - SP


Horários:
das 8 às 12 hs. somente para aviadoras
das 13 às 18 hs. aberto aos aviadores, entusiastas e público em geral


Entrada franca.

Blog: http://aviadoras.blogspot.com/

Acidentes preocupam peritos da aviação

A recente vaga de acidentes aéreos à escala mundial é uma fonte de preocupações para os defensores da segurança da aviação, anunciou uma ONG sediada nos Estados Unidos.

Num comunicado publicado domingo em Nova Iorque, a ONG "Flight Safety Foundation" anunciou que "o número de acidentes de avião ocorridos nos últimos cinco anos é superior ao dos cinco anos precedentes", considerando estes desenvolvimentos como "uma tendência inquietante".

"Se continuarmos neste ritmo, vamos voltar ao nível de segurança de há 10 anos", advertiu o presidente da fundação, Bill Voss, acrescentando que "isto não é bom para a indústria da aviação".

A ONG notou que "este ano 11 grandes acidentes foram assinalados à escala mundial, incluindo a queda de um avião de fabricação russa que que custou a vida a 168 pessoas".

Entre os acidentes, pode-se citar o recente despenhamento do A330 da Air France no qual 228 pessoas morreram e o acidente dum avião da Yemenia Airways, que custou a vida a 152 pessoas.

A fundação definiu um grande acidente como aquele durante o qual o avião é destruído e há um ou vários mortos.

Fonte: Panapress

Detalhes da Missão Apollo 11

Acompanhe pelos infográficos os detalhes da Missão Apollo 11

Clique nas imagens para ampliá-las



Fonte: Especial Terra

Conquista da Lua foi motivada por disputa de poder


No dia 20 de julho de 1969, há exatos 40 anos, o astronauta americano Nei Armstrong foi o primeiro homem a pisar na Lua. Este feito, que tinha como principal objetivo ser uma demonstração de poder tecnológico dos Estados Unidos frente à antiga União Soviética, acabou transformando-se em uma das mais incríveis conquistas da humanidade até hoje.

Naquele dia, milhões de pessoas em todo o mundo acompanharam maravilhadas as imagens desfocadas – pela baixa qualidade dos equipamentos de comunicação da época – a descida do astronauta do Módulo Lunar Eagle e os primeiros passos e palavras no solo lunar. A frase "este é um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade", dita por Neil Armstrong naquele momento, é uma das mais conhecidas e repetidas da história.

HISTÓRIA

No dia 16 de julho de 1969, há 40 anos, decolou do Cabo Canaveral, nos EUA, o Apollo 11, ônibus espacial que deu início à missão que transformou em realidade um dos sonhos mais antigos da humanidade: a chegada do homem à Lua. O feito, realizado pelo astronauta americano Neil Armstrong quatro dias depois, teve como motivação a disputa por poder entre os Estados Unidos e União Soviética. Conheça os fatos por trás da aventura que entrou para a história como uma das maiores conquistas da humanidade.

No final da década de 60, o mundo estava polarizado pela chamada Guerra Fria, que teve início ao final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) com a disputa entre soviéticos e americanos sobre o destino dos países da Europa liberados do jugo dos nazista. Os países da Europa Oriental (como Polônia, Tchecoslováquia e Hungria e a parte oriental da Alemanha), que respondiam à governos comunistas, disputavam poder mundial com embates estratégicos e conflitos velados com os Estados Unidos (apoiados pelos países da Europa Ocidental), com governo capitalista e democrático. Os dois blocos iniciaram uma corrida armamentista, com os dois lados construindo bombas nucleares.

"Como resultado da corrida pelas armas nucleares, com suas ogivas, americanos e soviéticos começaram a investir, de forma pesada, no desenvolvimento de mísseis que pudessem levar armas nucleares até o território do adversário. Isto permitiu o desenvolvimento de foguetes capazes de chegar ao espaço", lembra Pedro Paulo A. Funari, professor do Departamento de História e Coordenador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp.

A União Soviética foi o primeiro país a colocar um satélite em órbita, em 1957, com o lançamento do Sputnik. No mesmo ano, mandou ao espaço a cadela Laika. Seu maior feito veio em 1961, quando o cosmonauta Yuri Gagarin tornou-se o primeiro homem a viajar no espaço. "A União Soviética definiu a conquista do espaço como a medida de poder e de atração de uma sociedade moderna, e o Presidente Kennedy decidiu que deixar uma conquista espacial espetacular apenas para a União Soviética não era do interesse dos Estados Unidos", afirma John Logsdon, atual curador e perito do Museu Nacional do Ar e Espaço dos Estados Unidos em entrevista à agência AFP. Assim iniciava a chamada corrida espacial, um símbolo da batalha da Guerra Fria.

Para não ficar atrás, em 1961 o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, lançou um desafio. "Acredito que esta nação deve comprometer-se a alcançar a meta, antes que esta década acabe, do desembarque do homem na Lua e seu regresso em segurança à Terra", disse o Kennedy. Foi então que os EUA desenvolvem o programa Apollo, que transformou-se em uma arma bem sucedida na prova de domínio na corrida espacial que culminou com os passos do americano Neil Armstrong na lua durante a missão Apollo 11, em 1969.

A Apollo 11

A Apollo 11 era formada pelos astronautas Neil Armstrong, comandante, Michael Collins, piloto do Módulo de Comando Colúmbia, e pelo Piloto do Módulo Lunar, Buzz Aldrin, segundo homem a pisar na Lua. A missão teve início no dia 16 de julho de 1969, quando o Colúmbia foi lançado do centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida, na ponta do foguete Saturno V. Quatro dias depois, o Módulo Lunar se desprendeu do Colúmbia e pousou próximo ao Mar da Tranquilidade, na superfície do satélite da Terra. Logo após, o astronauta Neil Armstrong consagrou-se como o primeiro homem a pisar na Lua, seguido pelo colega de missão Buzz Aldrin.

Como símbolo dessa vitória sobre a União Soviética, Neil Armstrong fixou uma bandeira dos Estados Unidos em solo lunar e colocou uma placa com os dizeres: "Aqui homens do planeta Terra colocaram pela primeira vez o pé na Lua. Julho de 1969. Nós viemos em paz, em nome da humanidade". Na placa, as assinaturas dos três astronautas e do então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon.

Após duas horas de caminhada de Armstrong e Aldrin na Lua, os dois retornam ao Modulo de Comando com 46 kg de amostras de solo lunar. Os oito dias de duração da missão foram acompanhados atentamente pela televisão e rádio por milhões de pessoas ao redor do mundo e, no lançamento, por milhares de espectadores nas proximidades do Centro Espacial.

Na chegada à Terra, Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins ficaram em isolamento para evitar que possíveis agentes contaminantes trazidos por eles entrasse em contato com a população. Após a quarentena, os três viajaram o mundo, quando foram aclamados heróis por milhões de pessoas.

Após a Apollo 11, o programa Apollo fez outros cinco bem sucedidos desembarques na Lua entre 1969 e 1972. Ao total, 12 homens pisaram na superfície lunar, todos americanos. Os onze anos do programa Apollo, segundo informações da Reuters, custaram aos cofres americanos US$ 25,4 bilhões - quase US$ 150 bilhões com correção monetária -, ou mais de seis vezes o orçamento atual da Nasa.

Fim da corrida espacial

Em 1970, meses após os primeiros desembarques lunares, o dissidente soviético Andrei Sakharov escreveu em uma carta aberta ao Kremlin que a capacidade dos Estados Unidos de colocar um homem na Lua revelou a superioridade da democracia.

"Depois da conquista da Lua pelos americanos, os Russos redirecionaram seus objetivos em duas novas frentes: missões tripuladas, com as Estações Espaciais, e a pesquisa de planetas com sondas automáticas (não tripuladas).", disse o professor Naelton de Araújo, astrônomo da Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro.

A primeira estação espacial, Mir, foi criada neste contexto. Porém, como afirma o professor Funari, "a tecnologia soviética não se aperfeiçoou tanto, mas puderam manter um programa confiável nas estações espaciais posteriores. Com o fim da União Soviética, a Rússia deu continuidade aos seus programas espaciais, mas em cooperação como os Estados Unidos e a Europa."

Em 1975, uma nave Apollo e uma nave Russa Soyuz se encontraram em órbita, como parte de uma "trégua" entre os dois países. Astronautas americanos e cosmonautas russos apertam as mãos no espaço. Este fato foi um marco para o início do entendimento entre as duas nações.

Mas, segundo o professor Funari, o fim da Corrida espacial só se deu anos mais tarde. "O fim da corrida espacial correspondeu ao fim da Guerra Fria (1989). A dissolução da União Soviética e a democratização da Europa Oriental, russos, americanos e europeus começaram a cooperar na exploração do espaço", afirma o professor.

Legado para a humanidade

A conquista da Lua não foi o único resultado da corrida espacial. Muitos dos avanços tecnológicos que desfrutamos hoje - como a comunicação mundial instantânea,via satélite e o uso de computadores pessoais - foram criados na época durante pesquisas de aprimoramento das missões espaciais.

"A corrida espacial produziu avanços tecnológicos incríveis. Em termos práticos, podemos dizer que ele foi responsável pelo desenvolvimento de satélites espaciais de telecomunicação, por exemplo, satélites de avaliação meteorológica, computadores, eletrônicos, plásticos, materiais sintéticos... Nos deixou uma herança tecnológica muito rica. (...) Em termos de astronomia, a chegada do homem à Lua foi importante porque permitiu acesso à amostras do solo lunar e análise destas amostras em laboratório. (...) Com o material trazido da Lua tivemos mais informações sobre o composição geoquímica do Sistema Solar.", afirma o professor Naelton.

Funari vai mais longe. "Em termos simbólicos, o pouso na Lua mostrou que os desafios humanos podem ultrapassar limites", diz.



Fontes: Terra / Wikipédia / Agências Internacionais

O dia em que a Terra parou

Veja no vídeo como aconteceu um dos maiores feitos da humanidade.



Fonte: Especial Globo News

20 de julho de 1969: O homem pisa na Lua

Veja como foi o início da descida do homem na Lua

Veja algumas imagens que mostram diálogos originais entre o módulo lunar e a sala de controle, no momento em que a cápsula espacial Eagle começa a trajetória de descida à Lua.




A Águia (quase não) pousou

Neil Armsntrong, piloto do módulo lunar Eagle, conseguiu pousar a nave na lua faltando segundos para o fim do combustível.

Você há de perguntar: mas os caras vão até lá e na hora de pousar percebem que não tinha combustível suficiente?

Parece incrível, mas foi assim. Na verdade, o plano era pousar numa outra área, que os computadores de bordo, juntamente com os da Terra, calcularam e indicaram para os astronautas. Mas Neil Armstrong tinha uma ferramenta muito mais poderosa: seus próprios olhos que viram, pela janelinha de vidro da nave, que o lugar apontado era um campo de rochas. Eles estavam preparados para um pouso assim, mas se houvesse algum estrago nas “patas” da Eagle - cujo formato lembrava o de uma aranha - isso poderia comprometer a volta.

Armstrong, que era conhecido por ter nervos de aço, tomou a decisão de procurar um lugar melhor para o pouso. Como o cálculo de combustível tinha sido feito para chegar até aquele ponto específico, rapidamente os engenheiros em Terra refizeram as contas e descobriram que só havia um minuto de reserva. Pra não atrapalhar muito a concentração de Armstrong, deram um aviso lacônico: “60 seconds”.

Mas o lugar perfeito, ou pelo menos próximo disso, não chegava.

“30 seconds”, avisa o comandante, na sala de controle, em Houston.

E Armstrong procurando.

Respirações suspensas. Não se ouvia uma palavra.

Nas imagens, o solo da lua bem ali, a poucos metros. Se o combustível chegasse ao limite, a missão seria abortada. Ou eles não teriam como retornar ao módulo de comando, que ficou em órbita e os levaria de volta pra casa.

E então, surgiu um lugar. Armstrong pousou e desligou os motores. Faltavam 17 segundos para o fim da reserva.

E então…

“Houston… Tranquility Base here… The Eagle has landed.” (”Houston… Aqui, Base da Tranquilidade. A Águia pousou.”)

E o resto é História.

Módulo lunar Eagle pousa na Lua

POUSO NA LUA

O momento exato em que o módulo lunar “Eagle” toca o solo da Lua e Armstrong comunica ao comando da missão em terra: “Houston… Tranquility base here. The Eagle has landed.”. Em português: “Houston… aqui, Base da Tranquilidade. A Águia pousou.”




A chegada à Lua: a frase histórica de Neil Armstrong

Veja no vídeo o momento em que Neil Armstrong pisa na Lua e diz a frase:

“That´s one small step for a man, one giant leap for mankind” , em português, “Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade.”




Fonte: Especial Globo News

domingo, 19 de julho de 2009

Problema em Aeroporto do Paraná é comum no país

O Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Transporte Aéreo (Abetar), Apostole Chryssafidis afirma que os problemas encontrados no Aeroporto Afonso Pena se repetem em todo o Brasil. “É exatamente a mesma realidade de Guarulhos, Congonhas ou do Galeão”, diz. Para Chryssafidis, a falta de estrutura dos aeroportos é um desafio a ser resolvido da forma mais ágil possível, independentemente da realização da Copa. “Todo o sistema se estrangula se não ocorrem melhorias. Só que essas obras não são feitas da noite para o dia”, afirma.

Conforme Chryssafidis, além do aeroporto, é preciso ter o controle e planejamento do entorno por parte do município. “É preciso observar as vias de acesso e outros pontos estratégicos”, diz. Muitos aeroportos, como Congonhas, sofrem com a construção de prédios próximos, o que dificulta a execução de manobras pelos pilotos e aumenta o risco em caso de erros. “Se não houver gerência, as áreas são invadidas e se transformam em pequenos centros urbanos”, explica. “No Galeão, no Rio de Janeiro, temos um lixão ao lado do aeroporto. É um atestado de incapacidade do município”, acrescenta.

No Brasil

Assim como Curitiba, outras cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014 avaliam melhorias e reformas nos aeroportos. Confira:

Brasília – Aeroporto Juscelino Kubitschek

A reforma inclui ampliação do terminal de passageiros e mudanças no acesso viário.

Custo estimado: R$ 514 milhões

Cuiabá – Aeroporto Cândido Rondon

Ampliação do terminal de embarque internacional, que recebe 580 mil passageiros por ano.

Custo estimado: R$ 30 milhões

Fortaleza – Aeroporto Internacional Pinto Martins

O aeroporto deverá ganhar novo terminal, novos estacionamentos e área para manutenção de aeronaves.

Custo estimado: R$ 525 milhões

Manaus – Aeroporto Eduardo Gomes

Ampliação e reforma do terminal de passageiros, aumento dos pátios e da pista e construção de uma segunda pista de pouso e decolagem.

Custo estimado: R$ 793 milhões

Porto Alegre – Aeroporto Internacional Salgado Filho

O projeto de ampliação prevê a extensão da pista dos atuais 2,7 mil metros para 3,5 mil metros.

Custo estimado: R$ 122 milhões

Recife – Aeroporto Internacional dos Guararapes Gilberto Freyre

A modernização será iniciada a partir de fevereiro de 2010.

Custo estimado: R$ 8,75 milhões

Rio de Janeiro – Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão)

O aeroporto passa por reformas desde março de 2008. A principal delas foi a renovação da pista principal, concluída em junho de 2008.

Custo estimado: R$ 818 milhões

São Paulo – aeroportos de Congonhas, Guarulhos e Viracopos

Congonhas, no centro de São Paulo, terá obras de modernização. Em Guarulhos está prevista a construção do terceiro terminal de passageiros. Viracopos, em Campinas (100 km de São Paulo), será o principal articulador da malha aeroviária brasileira, segundo os planos da Infraero para 2014.

Custo estimado: R$ 6 bilhões

Fonte: Vinicius Boreki (Gazeta do Povo - Portal RPC)

Aeroporto Afonso Pena opera acima da capacidade desde 2006

Em julho de 2007, a Gazeta do Povo publicou matéria indicando que o Aeroporto Afonso Pena operava acima de sua capacidade. As informações da Infraero na época mostravam que o espaço comportava 3,5 milhões de usuários por ano. Em 2006, passaram 32.234 pessoas a mais, o equivalente a 180 Airbus A320 lotados. No ano retrasado, o movimento também cresceu em 10%, aumentando a diferença entre a perspectiva dos órgãos oficiais e a realidade.

As informações integravam levantamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O estudo apontava que, em 2010, aproximadamente 4,5 milhões de passageiros usariam o Afonso Pena. A capacidade de um terminal é calculada para garantir conforto e agilidade nos serviços, estimando quantidade de guichês, número de equipamentos de raio-x, e espaços nas salas de espera e saguão.

Uma nova versão do estudo está em fase de produção pela Anac. A análise será divulgada neste ano, mas não há data definida. Conforme a instituição, apesar de estar acima da capacidade, existe rígido controle para manter a segurança dos voos. Qualquer viagem depende de vários quesitos, entre eles a capacidade do aeroporto e a checagem do espaço aéreo. Somente com esses aspectos sob controle as vendas de passagens são autorizadas.

Fonte: Vinicius Boreki (Gazeta do Povo - Portal RPC) - Foto: Infraero

Para Copa do Mundo, Afonso Pena (PR) precisa de reformas

Operação em condições de neblina e ampliação da capacidade são os principais desafios para receber os turistas que assistirão aos jogos na capital


Saguão do Afonso Pena: fluxo atual de passageiros já ultrapassa o limite ideal do aeroporto, fazendo da ampliação uma prioridade para a Copa do Mundo

Com menos de cinco anos para a Copa do Mundo no Brasil, o Aeroporto Afonso Pena, que deve ser um dos principais pontos de chegada de turistas ao Paraná, enfrenta uma avalanche de tormentos causados pelo espaço escasso e dificuldades estruturais. A indesejada neblina do inverno evidencia as falhas. As salas de embarque ficam pequenas para o volume de passageiros, existem poucas poltronas no saguão e as filas para estacionar o carro e até para passar os pertences pelo raio-x ficam enormes. Soma-se a isso a falta de uma terceira pista para pouso e decolagem – ou ampliação da segunda – e a impossibilidade de transportar cargas.

Não existe ainda levantamento ou planejamento das viagens domésticas que devem ocorrer durante a Copa. Curitiba, contudo, deve ser muito procurada pela proximidade com duas cidades turísticas indicadas pela Fifa: Foz do Iguaçu e Paranaguá. “O fluxo de turistas não é só para os jogos em Curitiba. Teremos muito embarque e desembarque de pessoas que querem conhecer as Cataratas”, afirma o engenheiro civil Nivaldo Almeida Neto, vice-presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP).

ILS

De acordo com o vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR), Gilberto Piva, o aeroporto precisa instalar equipamentos que permitam pouso e decolagem sob qualquer condição, o ILS-III. Além do novo sistema, é necessário adequar as aeronaves – para que o ILS-III funcione, ele precisa estar instalado tanto no aeroporto quanto no avião – e treinar a tripulação. “Seria muito triste saber que uma das seleções foi obrigada a desembarcar em Florianópolis e seguir de ônibus para Curitiba porque o aeroporto estava fechado. Infelizmente, é o que ocorre com os usuários o tempo todo. E a Copa do Mundo é o momento ideal para tirar isso do papel”, afirma Piva.

Além dos R$ 7,8 bilhões previstos pela Infraero para todos os aeroportos do país, existem R$ 2,6 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento. O PAC, aliás, prevê R$ 500 bilhões em investimentos até a Copa. A infraestrutura logística (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos) deve receber R$ 58,3 bilhões em todo o Brasil, valores menores apenas do que os destinados à infraestrutura energética e melhorias sociais e urbanas.

Para o Afonso Pena, estão previstos investimentos de R$ 40,9 milhões até 2011 em duas obras preferenciais: a adequação da infraestrutura de pistas e pátios (estudos para uma terceira pista estão em andamento) e a ampliação do terminal de cargas. As obras estão com contratos firmados e prazo de conclusão definido. Outras intervenções estão programadas até 2014: recuperação das pistas auxiliares; adequação do pátio de manobras; ampliação da área de hangares; implementação de estacionamento; e melhoria dos equipamentos e infraestrutura de navegação. Há, também, estudo preliminar para adequação do terminal de passageiros em fase de execução.

Demora

O vice-presidente do Crea-PR acredita que as obras devem dar nova vida ao aeroporto e adequá-lo aos padrões de qualidade. “Os recursos, porém, me parecem escassos para se realizar todas as intervenções”, estima. Piva também reclama da demora para a elaboração de projetos e, especialmente, da dificuldade para se tomar decisões. “Há anos se discute a construção da terceira pista. Como há anos também se fala da ampliação da segunda pista. Ninguém trata as ideias de forma definitiva. Nós precisamos de projetos aprovados e desapropriações feitas”, afirma.

Em documento enviado por e-mail, a administração do Aeroporto Afonso Pena explica que os recursos colocados à disposição dependem das reuniões de planejamento realizadas no fim do ano. Nesse período do ano passado, não havia a confirmação de que a Copa do Mundo de 2014 aconteceria no Brasil. Por esse motivo, “pode haver ajustes conforme o cenário e aprofundamentos de eventos como a Copa”, segundo o documento.

Entorno

Não só o aeroporto necessita de reformas. O acesso ao local precisa ser incrementado. “Evidentemente, a Avenida das Torres precisa de ampliação. Isso significa construir pelo menos mais uma faixa em cada sentido”, diz Nivaldo Almeida Neto. Segundo Neto, o projeto da avenida já previu essa intervenção. “As construções laterais estão mais afastadas por conta desse planejamento”, acrescenta. Piva alega que, caso o aumento lateral não possa ser aplicado, seria possível derrubar as torres, incluir cabos subterrâneos e construir duas pistas no canteiro que divide os sentidos da via.

Passageiros pedem melhorias

Falta de conforto e atrasos são as principais reclamações dos passageiros que usam o Afonso Pena. “Era preciso melhorar a aparelhagem para ter teto com neblina”, diz o engenheiro civil Luis Sergio Barcelos. O gaúcho afirma que a questão se repete em Porto Alegre e implica, mais do que em atraso, em perda de voos. “Aguardar um tempo a mais até não incomoda. Mas, muitas vezes, você perde a conexão. E aí atrapalha. Isso mostra um problema geral dos aeroportos do Brasil”, diz.

Luís Barcelos aponta semelhanças entre aeroportos de Curitiba e Porto Alegre e diz que atrasos causados pelo mau tempo prejudicam mais quem precisa fazer conexões

O vendedor Vinicius Mendonça acompanha há três meses o andamento do aeroporto. Ele observa a falta de conforto como problema. “Deveriam aumentar as salas de embarque, colocar mais aparelhos de raio-x e ampliar o saguão. Na última quarta-feira, não dava para andar aqui”, diz. “Também poderiam colocar poltronas mais confortáveis”, completa. A arquiteta Lucia Vasconcelos reclama da falta de ar-condicionado. “Aqui é muito abafado no calor”, opina.

A vendedora Laurene (que preferiu não informar o sobrenome) começa a trabalhar cedo e conta que às vezes vê pessoas que chegaram junto com ela ao aeroporto ainda aguardando o voo, depois de 4 ou 5 horas. “As pessoas ficam irritadas com razão. E nós, que trabalhamos aqui, é que levamos as patadas”, diz. “Quando tem neblina, saio de casa e sei que o meu dia vai ser duro”, afirma.

Outro dos problemas citados pelos usuários, a falta de vagas no estacionamento, se agrava quando ocorrem festas no aeroporto. “Um dos restaurantes aluga o espaço para festa e as pessoas não conseguem parar o carro. Vieram umas 200 pessoas de uma só vez ao evento, acabando com as poucas vagas”, diz Mendonça.

Fonte: Vinicius Boreki (Gazeta do Povo - Portal RPC) - Fotos: Aniele Nascimento (Gazeta do Povo)

Alunos de curso de comissário de voo passam por treinamento no Aeroclube de Santa Maria (RS)

Exercícios simularam sobrevivência na selva e até a queda de um avião

O final de semana foi intenso para os alunos da quarta edição do curso preparatório para comissário de voo, realizado pelo Aeroclube de Santa Maria (foto acima).

Eles tiveram de enfrentar 48 horas de treinamentos práticos com desafios de sobrevivência na água e na selva. Entre os exercícios, houve a simulação da queda de um avião.

Esta é somente uma das etapas do curso preparatório para comissário de voo que dura cerca de cinco meses. Para exercer a profissão, depois de garantida a aprovação no curso, ainda é necessário ser aprovado por uma banca da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Fonte: Sílvia Medeiros (Diário de Santa Maria) - Foto: Site do Aeroclube

Associação das vítimas cobra resultados da TAM

Assessor dos familiares de passageiros do avião que sofreu acidente em 2007 diz que conteúdo do inquérito é preocupante

Foi no domingo, 15 de julho de 2007, que os sete irmãos Gomes se reuniram pela última vez. Na terça-feira seguinte, dia 17, o empresário gaúcho Mário Gomes embarcou no voo TAM JJ 3054 para São Paulo, onde pretendia alugar uma casa na cidade. "E em São Paulo ele ficou, nunca mais voltou para Porto Alegre", lembrou seu irmão Roberto, hoje assessor de imprensa voluntário da Associação dos Familiares e Amigos do Voo TAM JJ3054 (Afavitam).

Fumaça sai do depósito da TAM atingido pelo avião em 2007

Roberto Gomes diz que, nos dois anos após o acidente, ele perdeu um pouco de sua identidade ao se dedicar à Afavitam e a pedir celeridade da Polícia Federal em São Paulo, que é a responsável pelo inquérito do acidente que matou 199 pessoas quando o avião da TAM se chocou contra o prédio da própria companhia em 2007 quando não conseguiu aterrisar na pista do Aeroporto de Congonhas. "Eu tinha uma vida particular em Porto Alegre. Antes, eu era o Roberto Gomes, hoje sou o Roberto, irmão do Mario, vítima da tragédia, e estou respirando a Afavitam", afirmou.

Segundo Roberto, a preocupação dos parentes é com o inquérito: "Queremos saber a verdade, nosso objetivo nunca foi a indenização". De acordo com ele, hoje, o documento elaborado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, ambos de São Paulo, tem mais de 40 mil páginas e foi inserido no inquérito da Polícia Federal. "Eles estão fazendo o cruzamento entre os dois inquéritos e estamos sem notícias desde janeiro passado", completou.

A Afavitam tem cerca de 400 associados, que representam quase 160 vítimas e que pagam uma taxa de R$ 5 por mês. Durante este final de semana em São Paulo, cerca de 180 pessoas se encontraram pela 21ª vez. "Os encontros são mensais e só não realizamos durante três meses. São dois anos de convivência e acabamos nos tornando uma família", disse Roberto.

Além do inquérito, outro desafio dos parentes é construir um memorial para as vítimas no local do acidente. A Afavitam já ganhou o projeto assinado pelo arquiteto Ruy Othake, mas ainda falta a verba de R$ 6 milhões e a liberação completa da área pela prefeitura de São Paulo. "Queremos um espaço útil, com salas para cursos e um museu lembrando a tragédia. Para nós é importante que as pessoas não esqueçam", completou Roberto Gomes.

Fonte: Abril.com - Foto: Agência Brasil

Banheiro da Estação Espacial quebra com 13 astronautas a bordo

Eles terão de usar o outro banheiro ou o do ônibus espacial Endeavour.

Comando da missão disse que é cedo para avaliar o impacto do problema.


Estação Espacial Internacional (ISS) abriga atualmente 13 astronautas - Foto: Divulgação/Nasa

Os 13 astronautas que estão a bordo da Estação Espacial Internacional tiveram problemas neste domingo (19), quando um dos dois banheiros da nave quebrou.

Depois de uma tentativa frustrada de consertar o banheiro, o comando da missão pediu que um dos tripulantes colocasse um aviso de "não funciona" na porta do banheiro.

Os seis astronautas da estação tiveram de se virar indo no outro banheiro, e os sete tripulantes do ônibus espacial americano Endeavour -que está acoplado à estação para transferir o último módulo de um laboratório japonês- foram orientados a usar apenas o sanitário de sua nave.

Os astronautas faziam neste domingo um complexo trabalho de transferência de equipamentos do ônibus para a estação espacial com a ajuda de braços mecânicos. Nunca houve tantas pessoas juntas no espaço.

Astronautas retiram material do compartimento de carga da Endeavour neste sábado (18). Ao fundo, o Oceano Pacífico - Foto: AFP/Nasa

O diretor de voo, Brian Smith, não quis especular o que provocou o defeito. "Ainda não sabemos o tamanho do problema", ele disse a jornalistas. "Ele pode não ter consequências. Ele pode se tornar significativo. É cedo demais para dizer."

Segundo ele, a situação não é urgente. Mas, se o banheiro continuar quebrado por muitos dias, a situação será reavaliada.

Especialistas das agências espaciais americana e russa reuniram-se para discutir o problema.

Uma tripulação de seis pessoas precisa de dois banheiros. Smith disse que não sabe por quanto tempo os ocupantes poderão aguentar com um banheiro único.

Nesta missão, a Nasa queria que pelo menos 4 dos tripulantes da Endeavour usassem o banheiro da estação espacial, para não sobrecarregar o tanque de água usada do ônibus espacial -enquanto a Endeavour está acoplada na estação espacial, ela não pode ejetar água usada.

Tanto a estação como o ônibus espaciais estão equipados com outros apetrechos para os astronautas se aliviarem, disse Smith. Eles incluem as bolsas coletoras de urina da era do programa Apolo.

A estação já havia enfrentado um problema semelhante em maio de 2008, mas ele foi reparado uma semana depois.

Fonte: G1 (com agências internacionais)

Empresa lamenta morte de executivo brasileiro em acidente aéreo

A siderúrgica Magnesita divulgou nota neste domingo em que lamenta a morte do executivo Maurício Lustosa de Castro, 40 anos, diretor Financeiro e de Relações com os Investidores da empresa. Castro estava a bordo do avião monomotor que caiu na Venezuela, no último sábado. Ontem, o Centro de Comunicação Social da Força Aérea Brasileira informou que foram resgatados os corpos do empresário e do piloto da aeronave.

Os destroços da aeronave, que seguia de Miami (EUA) para Belo Horizonte, foram localizados pelas equipes de resgate venezuelanas em uma área de floresta amazônica perto da localidade de Ilu Tepuy, a cerca de 100 km da fronteira com o Brasil, no Estado de Roraima. Castro e o piloto, Alessandro Traugott Binder Morais, voavam para Belo Horizonte.

A Aeronáutica informou que os corpos foram resgatados por terra por militares venezuelanos e levados para a cidade de Santa Helena do Uairen, no país vizinho. Não há previsão do traslado para Belo Horizonte. A Magnesita informou que Castro era casado e pai de uma menina de 3 anos.

Fonte: Terra

Cias aéreas britânicas vão barrar passageiros com sintomas da Gripe Suína

Passageiros com com gripe suína serão impedidos de embarcar em voos de duas das maiores companhias aéreas britânicas, a British Airways e a Virgin Atlantic. Além disso, o Departamento de Saúde alertou neste domingo que os turistas que contraírem a doença no exterior devem evitar voltar para casa até que os sintomas tenham passado, informou o jornal The Guardian.

Ambas as companhias disseram ter providenciado para as equipes de check-in e de cabine um guia sobre como agir se eles acreditarem que um passageiro não está bem. A Virgin Atlantic afirmou que aqueles que tiverem dor de cabeça e de garganta, corisa e dores musculares serão barrados até que apresentem um atestado médico que garanta seu bom estado de saúde.

As novas medidas foram colocadas em prática em plenas férias, com milhares de famílias chegando e saindo do país diariamente. Até agora, no entanto, a British Airways registrou um "pequeno número" de passageiros que apresentavam esses sintomas e que foram barrados. A companhia aérea diz que esse é um dos seus planos de contingência para enfrentar a doença.

"Nós estamos em cooperação com as autoridades de saúde do mundo inteiro para obter informações dos passageiros", disse um porta-voz da British Airways. A associação de viagens ABTA disse que as precauções são "inteligentes" e enfatiza que o custo dos voo cancelados em função do vírus devem ser repassados às empresas responsáveis pelo seguro de saúde do passageiro afetado.

Fonte: Terra

Sonda envia fotografias de pontos de pouso das missões Apollo

Lunar Reconnaissance Orbiter capturou imagens entre 11 e 15 de julho.

Missão do LRO é servir de batedor para futuras missões de exploração.


Os pontos indicam localizações de pouso e de atividades das missões Apollo, fotografadas pela sonda LRO

A sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) transmitiu uma série de fotografias dos locais de pouso de 5 das 6 naves Apollo na Lua. Os registros das localizações das missões foram feitos entre 11 e 15 de julho. Imagens dos rastros deixados pela Apollo 12 devem ser obtidas nas próximas semanas, informou a Nasa.

A agência espacial americana informou que uma nova fornada de fotos, na próxima órbita do LRO, terá resolução duas a três vezes superior.

As fotos servem para lembrar os antigos feitos da Nasa, mas o foco principal dos trabalhos do LRO é servir como “batedor” de futuras missões. Com informações detalhadas, será possível identificar pontos seguros de lunissagem e tentar descobrir recursos naturais que ajudem a sustentar missões.

Detalhes de rastros deixados pela Apollo 14

“As imagens não apenas revelam as grandes conquistas da Apollo, mas mostram que a exploração lunar continua”, afirmou Richard Vondrak, membro do Centro de Voo Espacial Goddard, da Nasa. “Elas demonstram como o LRO será empregado para identificar os melhores destinos para as próximas jornadas à Lua.”

Fonte: G1 - Foto: NASA/Goddard Space Flight Center/Arizona State University

Relação custo-benefício lança sombra sobre futuro das missões tripuladas

Retorno à Lua não deve acontecer antes de 2020; Marte é incógnita.

Para diretor do Inpe, manter astronautas é 'dinheiro jogado fora'.


A humanidade não visita a Lua desde 1972 (é bom lembrar que as naves Apollo estiveram seis vezes lá), e o motivo não poderia ser mais prosaico: orçamento. Enquanto, em seu auge, a Nasa chegava a mordiscar 4% do Produto Interno Bruto (PIB) americano, os cortes orçamentários passaram a atingir em cheio a agência espacial - e levar uma tripulação com segurança à Lua, sem falar em Marte e outros locais do Sistema Solar, custa muito mais dinheiro do que está facilmente disponível hoje. Existe alguma chance de essa situação mudar? E, acima de tudo, vale a pena mandar seres humanos à Lua de novo?

Concepção artística de futura missão americana à Lua

Em parte, a motivação para enviar gente aos confins do espaço ainda lembra a da Guerra Fria: geopolítica pura. "O caso da China [que anunciou planos de ampliar sua capacidade de colocar astronautas em órbita da Terra e até na Lua] é bem claro: trata-se de um meio de projeção nacional. Os taikonautas [nome dado aos astronautas chineses] são heróis por lá. E não há separação, na prática, entre o programa espacial e as Forças Armadas", diz o engenheiro eletrônico Gilberto Câmara, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Outra potência emergente com população na casa dos bilhões de pessoas, a Índia, também está ensaiando uma busca pela capacidade autônoma de mandar homens (e mulheres) ao espaço. "China e Índia têm motivações diferentes, mas ambas ligadas à geopolítica. Enquanto a China quer provar que não é só um potencial mercado consumidor de alta tecnologia, mas um mercado produtor de alta tecnologia, a Índia vive uma 'guerra fria particular' com o Paquistão -- e foguetes poderosos são elementos imprescindíveis tanto para um programa militar nuclear quanto para um programa espacial tripulado", afirma Salvador Nogueira, jornalista de ciência especializado na cobertura da corrida espacial e autor do livro "Rumo ao infinito - passado e futuro da aventura humana na conquista do espaço".

Embora não se passa exagerar a semelhança da situação atual com a da Guerra Fria - "a China não quer exportar sua revolução, como a União Soviética fazia", lembra Câmara -, Estados Unidos e Rússia acabam fazendo esforços, mesmo assim, para manter a hegemonia que conquistaram nos anos 1960. E, em especial nos EUA, existe também uma motivação econômica, afirma o diretor do Inpe. "É preciso lembrar que um fator muito importante nos Estados Unidos é a existência de um complexo industrial que nasceu para tocar esse tipo de programa aeroespacial. Há um esforço para preservar essa indústria, que tem um lobby muito forte no Congresso americano", diz Câmara.

Obama e o espaço

A chegada de Barack Obama à presidência americana ainda é, por enquanto, uma incógnita nesse sentido. "O Obama lembrou muito o Lula antes de virar presidente. O da campanha era um, o do governo era outro. Durante a campanha, para ficar mais afinado com a ideologia democrata, Obama falava de adiar a ida à Lua por cinco anos (passando de 2020 para 2025), e surgiram algumas especulações sobre a possibilidade de ele estender a vida útil dos ônibus espaciais além de 2010", lembra Nogueira. "Repare que, no discurso que fez para a Academia Nacional de Ciências dos EUA, Obama elogia o projeto Apollo como um marco, mas diz que os engenheiros e cientistas americanos agora têm de centrar seus esforços na busca por novas fontes de energia", ressalta Câmara.

Charles Bolden, o astronauta que hoje comanda a Nasa

Após a eleição, porém, ao menos no papel, o novo presidente americano voltou para a meta de retorno à Lua em 2020 e escolheu um ex-astronauta, Charles Frank Bolden Jr., para liderar a Nasa, o que pode ser um gesto significativo de apreço pelo programa tripulado. Câmara, no entanto, diz ser cético a esse respeito. "Acho que é só da boca para fora, sinceramente. O tempo de aposentadoria dos ônibus espaciais, o chamado 'phase-out', vai ser estendido de dez para 20 anos, e pronto", avalia.

O diretor do Inpe vê problemas estruturais sérios na maneira como a Nasa funciona, e no próprio conceito atual de programas tripulados. "Sinceramente, para mim, hoje, programa tripulado equivale a jogar dinheiro fora", diz Câmara. "O programa Apollo foi, sem dúvida, um marco fantástico. Uma história de superação, uma inspiração. Mas não tem o menor sentido repetir tudo isso só por repetir."

Para Câmara, o ponto-chave é que os programas tripulados não são mais motores de inovação tecnológica como as naves Apollo indiscutivelmente foram nos anos 1960. "O que a ISS [Estação Espacial Internacional] trouxe de avanço tecnológico? Quais foram as grandes revoluções que ela trouxe nas áreas de fármacos ou de software graças à microgravidade? Nada. Zero", afirma. Como problema adicional, diz ele, a falta de continuidade na cultura de trabalho da Nasa impede que as lições do passado sejam melhor aproveitadas. "Para você ter uma ideia, os planos do foguete Saturn V [o que carregava as naves Apollo para o espaço] simplesmente foram perdidos", critica.

Marte? Quando?

Mesmo com uma visão muito mais otimista em relação ao futuro da astronáutica, Nogueira reconhece que há sérios obstáculos para a mais ambiciosa de todas as missões: a viagem de humanos para Marte.

"Para as maiores potências espaciais, EUA, Rússia e Europa, Marte é um alvo claro para uma missão tripulada. O que não é claro para nenhuma dessas potências é quando isso vai acontecer. Se tem uma coisa que a história ensina é que, se não há um plano definido e concreto, não vale a pena esperar. Basta lembrar que a Nasa, no auge do Programa Apollo, queria fazer uma viagem a Marte até o fim dos anos 1970", conta. "Claro que o dinheiro não veio."

"George W. Bush foi mais modesto e realista em seu novo plano: 'Vamos primeiro para a Lua, até 2020, e depois a gente vê o que faz'. É nesse passo que estamos. Ninguém vai sequer cogitar estabelecer uma data ou arquitetura para a viagem a Marte antes de retornarmos à Lua, que deve acontecer, na pior das hipóteses, no início dos anos 2020. Daí depreendemos que uma data otimista para a primeira viagem tripulada a Marte seria meados dos anos 2030. Mas que vai acontecer, vai. Só não espere de pé", afirma Nogueira. O sonho de transcendência cósmica da humanidade, por enquanto, ainda depende dos problemas econômicos e políticos do chão para se concretizar.

Fonte: Reinaldo José Lopes (G1) - Imagens: NASA

A história oficial dos ÓVNIS no Brasil - Parte 4

Hoje na reserva, o brigadeiro de 67 anos foi considerado por muitos anos o guardião da chave do cofre de segredos ufológicos brasileiros. Foi ele quem ordenou o recolhimento de todo material sigiloso produzido sobre o tema espalhado em bases aéreas e aeroportos do Brasil. A papelada foi levada para o Comando de Defesa Aeroespacial (Comdabra), em Brasília, onde ele exercia a função de comandante- geral, no início da década. Mas somente no ano passado os documentos começaram a chegar ao arquivo nacional.

Revirar os porões das Forças Armadas e revelar os segredos ufológicos é uma tendência verificada em outros países (leia quadro). "Com essa abertura, a Aeronáutica reconhece a necessidade de tratar o fenômeno UFO de maneira séria, deixando de lado o tom pejorativo e irreverente que quase sempre aparece quando se levanta a plausível hipótese de estarmos recebendo a visita de seres extraterrestres", diz Ademar José Gevaerd, 47 anos, coordenador da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), que elaborou uma campanha em prol da liberdade de informações sobre UFOs.

Hoje, a pessoa que quiser relatar a aparição de um óvni dificilmente encontrará eco na FAB. "A Aeronáutica não dispõe de estrutura especializada para realizar investigações científicas", informou a FAB à IstoÉ. Porém, durante o funcionamento do Sioani, no IV Comar, toda testemunha era submetida a exames nos quais se avaliavam a presença de psicopatologia, o desvio de personalidade ou a tendência à mitomania. O Sioani procurava saber, ainda, a condição psicofísica da pessoa no momento da observação (em jejum, alimentado, com teor alcoólico, cansado, trabalhando ou distraído), se ela vivia tensões familiares ou políticas e qual religião seguia. O local da aparição do oani (objeto aéreo não identificado, como o óvni era chamado à época) também era esmiuçado: tipo de vegetação, umidade e temperatura aparecem citados nos relatórios.

"Admitir a 'possibilidade' de existência do oani é atitude científica... penetrar no âmago do fenômeno, investigando- o sob os aspectos psiquiátricos, psicológicos, sociológicos, astronômicos, meteorológicos, jurídicos, etc, constitui uma necessidade. Eis a posição em que se coloca o Ministério da Aeronáutica", diz um dos dois boletins produzidos pelo Sioani, que encerrou suas atividades supostamente porque pesquisar discos voadores não interessava mais aos militares, em meio à repressão no País.

Para os ufólogos, seria fundamental a liberação das filmagens feitas na selva amazônica para um estudo mais apurado dos fenômenos. No momento, nenhuma das 16 horas de filmagens feitas em super-16 mm estão disponíveis para consulta. Poucas pessoas fora do ambiente militar tiveram acesso a esse material. Pedagoga aposentada, em Belém, Nahima Lopes de Oliveira Gonçalves assistiu às gravações. Ela é filha do brigadeiro Protásio Lopes de Oliveira, que era comandante do I Comar, em 1977. "Papai chegava com os rolos de filmes e ia direto para a biblioteca", conta ela, hoje, com 60 anos. "Um dia, ele deixou a gente assisti-los. Dava para ver luzes se deslocando em todos os sentidos", completa, dizendo que seu pai, morto há seis anos, sempre acreditou em óvnis.

Astrônomo do Laboratório Nacional de Astrofísica, de Itajubá (MG), Carlos Alberto Torres afirma não fazer o menor sentido a iluminação em discos voadores. "Avião tem luzes para sinalizar para os outros", diz. Para o professor de astrofísica João Steiner, da Universidade de São Paulo (USP), as histórias de avistamentos de óvnis não passam de ocorrências naturais para as quais a ciência ainda não tem explicação. O brigadeiro Pereira endossa o ceticismo: "Os fenômenos ocorrem, são investigados, tiram-se fotos e 98% dos casos a ciência explica. Agora, para os 2%, eu pergunto: cadê o ET, o pedaço da nave capturada?"

Parentes e amigos do capitão Uyrangê, que esteve à frente da Operação Prato, contam que ele teve até um contato imediato de terceiro grau na margem do rio Guajará-Mirim, no Pará, em dezembro de 1977. Ele e mais um oficial, também já morto, teriam avistado uma nave de 100 m de comprimento, no formato de uma bola de futebol americano, pousar em pé na outra margem do rio. A cerca de 70 m do local, os militares teriam visto uma porta se abrir no alto do objeto e um ET descer e flutuar sobre as águas. Após ouvir o relato dessa experiência, o comandante Protásio teria ordenado o fim da Operação Prato. Nem o contato imediato e nem o epílogo da missão constam do acervo liberado pelo Arquivo Nacional. Se vierem a público, Roswell deverá ficar a anos-luz das nossas histórias de UFOs.

CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIÁ-LAS

Fonte: Rodrigo Cardoso (Revista IstoÉ) - Fotos: Joédson Alves (IstoÉ) / Divulgação - Ilustração: Fernando Brum sobre foto de Frederic Jean

A história oficial dos ÓVNIS no Brasil - Parte 3

Relatos de civis

Desenhos de militares na Operação Prato retratam objetos vistos por testemunhas.

CAUDA COLORIDA

Corpo luminoso de 1,50 metro de cor amarelo-avermelhada, deslocando-se a baixa altura (5 a 10 m), de forma circular. O óvni tinha cauda multicolorida, não fazia ruído e emitiu um foco de luz azulado, segundo um morador do município de Vigia, no Pará, que o teria avistado em 16 de outubro de 1977.

O RUÍDO DO ÓVNI

O objeto de cerca de 1,40 m teria aparecido em Santo Antônio do Tauá, no Pará, em setembro de 1977, às 22h. A pessoa que o teria avistado o descreve como tendo a forma de um prato invertido com um vértice acentuado vermelho na parte inferior. Diz ainda que ele acelerou até atingir uma grande velocidade e produzia um ruído sibilante.

UFO PERFORMÁTICO

Com movimento ondulante, paradas e voltas rápidas em torno de um eixo, este óvni de forma ligeiramente cônica teria feito evoluções sobre a parte nordeste de Colares, no Pará, em 1977. A testemunha, que relatou ter observado o fenômeno às 18h30, teve a nítida impressão de o objeto ser de cor metálica.

MÉTODO - Além de relatórios (acima), o Sioani submetia a testemunha de um óvni a exames psicológicos

CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIÁ-LAS

Fonte: Rodrigo Cardoso (Revista IstoÉ)

A história oficial dos ÓVNIS no Brasil - Parte 2

Acabou, porém, registrando e presenciando o que até então acreditava ser ficção científica. "Meu irmão viu várias naves", contou à IstoÉ Uyranê Soares de Hollanda Lima, referindo- se ao chefe da Operação Prato, que morreu em 1997. Comissário de bordo aposentado, Uyranê lembra bem de uma ligação feita por Uyrangê, no auge das investigações. "Ele me disse: 'Hoje, um disco voador ficou a 50 metros da minha cabeça. Era do tamanho do (avião) DC-10 que você voa. Filmei e fotografei tudo.'" Para os ufólogos, o termo disco voador faz referência a objetos de vários formatos e cores que não são aviões, executam diversos tipos de manobras e aparecem em locais variados.

REVELAÇÃO - Foram liberados três lotes sobre UFOs dos anos 50, 60 e 70. Em agosto, será a vez do material da década de 80

Há diversas ocorrências documentadas. A de número 16 da pasta Registro de Observações de Óvni, por exemplo, detalha um avistamento feito pelos militares, que escrevem sobre um "corpo luminoso, emitindo lampejos azulados de intensidade" de cor "amarela (âmbar ou quartzo-iodo)" que percorria uma "trajetória de curva à direita, descendente e ascendente" a uma velocidade estimada de 800 km/h. Ele foi presenciado em Colares, às 19h do dia 1º de nov embro de 1977, pela equipe do I Coma r : "Além da luminosidade, o óvni apresentava um pequeno semicírculo avermelhado na parte superior. Sentido de deslocamento sudoeste/ nordeste. Ausência de ruído ou deslocamento de ar." Entre as informações liberadas sobre a Operação Prato, não há registro de contatos com ETs, tampouco explicação para o fenômeno do chupa-chupa.

RETRATO - 200 páginas e 100 fotos da Operação Prato tornaramse públicas: missão na selva amazônica

Os arquivos, agora públicos, trazem depoimentos de civis, trocas de correspondências entre militares sobre óvnis, recortes de jornais da época e várias conversas entre pilotos e controladores de voos sobre estranhos fenômenos no espaço aéreo nacional: "Sierra Bravo Juliete, solicitaremos que... se possível, nos fornecesse toda a performance desse objeto luminoso e faremos uma gravação de vídeo, positivo?", comunica a torre de controle de Brasília, como mostra um relatório, a uma aeronave, em 6 de dezembro de 1978. "Afirmativo, inclusive (a luminosidade) está agora a nossa direita, nos acompanhando, ela aumenta e diminui a intensidade... está... não é camada, não é nada... a gente vê que ela aumenta e diminui a intensidade", responde o piloto. Diante de fenômenos desconhecidos no céu, a FAB orienta os pilotos a preencher um formulário. Hoje, o sistema é informatizado, mas, até meados dos anos 70, o papel ficava em bases aéreas e aeroportos. Estima-se que só 10% dos pilotos façam isso.

No momento, apenas os relatórios de UFOs classificados como reservados e confidenciais da Aeronáutica tornaram- se públicos. Espera-se que o Exército e a Marinha façam o mesmo. São aguardadas, também, as páginas com os carimbos de secreto e ultrassecreto. Por lei, as que cumpriram 30 anos de ressalva deveriam ser públicas, mas na prática não é o que ocorre. "Não se quebra uma cultura de uma vez. E eu não sou a favor de divulgar documentos que ferem a privacidade das pessoas, induzem pânico à população ou colocam a segurança do País em risco", defende o brigadeiro José Carlos Pereira, ex-comandante de operações da FAB e ex-presidente da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIÁ-LAS

Fonte: Rodrigo Cardoso (Revista IstoÉ) - Ilustração: Fernando Brum sobre foto de Frederic Jean