Seis a cada dez brasileiros que planejam viajar de avião pela primeira vez nos próximos 12 meses são da classe C (com renda de três a dez salários mínimos).
É o que mostra levantamento feito pelo instituto Data Popular com 5.000 consumidores de todo o país durante o primeiro semestre.
O crescimento da participação da nova classe média no setor aéreo deve pressionar ainda mais a infraestrutura aeroportuária, que já enfrenta os desafios impostos pela Copa do Mundo de 2014.
"O impacto é muito maior que o de uma Copa", afirma Renato Meirelles, sócio do Data Popular, especializado em baixa renda.
O Ministério do Turismo estima que 600 mil estrangeiros e 3 milhões de brasileiros circularão pelo país durante a competição.
Nos próximos 12 meses, 10,7 milhões de pessoas devem fazer sua primeira viagem de avião. Do total, 7 milhões são da classe C e 1,7 milhão da classe D.
A projeção indica uma expansão mais rápida do que a dos últimos sete anos, em que o percentual de passageiros da classe C cresceu 29%. Apesar disso, o Brasil ainda tem uma proporção de passageiros entre os habitantes equivalente a 20% da média dos mercados maduros, como EUA e Espanha.
Para Juliano Norman, superintendente de Regulação Econômica da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o mercado tem potencial para triplicar em 15 anos, desde que o país supere os gargalos de infraestrutura.
Estudo feito pela consultoria McKinsey mostra que os 20 principais aeroportos já apresentavam no ano passado algum tipo de gargalo em pista, pátio ou terminal.
"Há gargalos no chão e no céu, ineficiências em aeroportos e no controle de tráfego aéreo", resume Gianfranco Beting, diretor de comunicação e marketing da Azul.
Novos serviços
Apesar da restrição de infraestrutura, as empresas se dedicam a conquistar o novo cliente com mais canais de venda, parcelamento e material didático, após a guerra de tarifas do ano passado.
Para Paulo Castello Branco, vice-presidente da TAM, preço e modo de pagamento são decisivos. A TAM passou a vender bilhetes nas Casas Bahia de São Paulo, parcelados a partir de R$ 20.
"Venda presencial é importante. Há um esforço para que as pessoas se sintam à vontade para viajar." Os destinos preferidos são o Nordeste e a América do Sul.
A Azul negocia com o Magazine Luiza a venda de passagens. A Gol planeja abrir mais lojas do programa de parcelamento Voe Fácil.
"Ainda há um descompasso entre o ritmo de crescimento da classe C e as iniciativas das empresas", diz o consultor do Data Popular.
Uma das ideias que as companhias poderiam explorar, segundo ele, é criar vendas de bilhetes aéreos integradas com passagens de empresas rodoviárias.
O passageiro que mora em Feira de Santana (BA), por exemplo, compraria o voo a Salvador já integrado com o ônibus para sua cidade. "O consumidor de baixa renda quer uma solução completa. Como tem menos dinheiro no bolso, é mais exigente."
Fonte: Janaina Lage e Claudia Rolli (Folha.com)
É o que mostra levantamento feito pelo instituto Data Popular com 5.000 consumidores de todo o país durante o primeiro semestre.
O crescimento da participação da nova classe média no setor aéreo deve pressionar ainda mais a infraestrutura aeroportuária, que já enfrenta os desafios impostos pela Copa do Mundo de 2014.
"O impacto é muito maior que o de uma Copa", afirma Renato Meirelles, sócio do Data Popular, especializado em baixa renda.
O Ministério do Turismo estima que 600 mil estrangeiros e 3 milhões de brasileiros circularão pelo país durante a competição.
Nos próximos 12 meses, 10,7 milhões de pessoas devem fazer sua primeira viagem de avião. Do total, 7 milhões são da classe C e 1,7 milhão da classe D.
A projeção indica uma expansão mais rápida do que a dos últimos sete anos, em que o percentual de passageiros da classe C cresceu 29%. Apesar disso, o Brasil ainda tem uma proporção de passageiros entre os habitantes equivalente a 20% da média dos mercados maduros, como EUA e Espanha.
Para Juliano Norman, superintendente de Regulação Econômica da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o mercado tem potencial para triplicar em 15 anos, desde que o país supere os gargalos de infraestrutura.
Estudo feito pela consultoria McKinsey mostra que os 20 principais aeroportos já apresentavam no ano passado algum tipo de gargalo em pista, pátio ou terminal.
"Há gargalos no chão e no céu, ineficiências em aeroportos e no controle de tráfego aéreo", resume Gianfranco Beting, diretor de comunicação e marketing da Azul.
Novos serviços
Apesar da restrição de infraestrutura, as empresas se dedicam a conquistar o novo cliente com mais canais de venda, parcelamento e material didático, após a guerra de tarifas do ano passado.
Para Paulo Castello Branco, vice-presidente da TAM, preço e modo de pagamento são decisivos. A TAM passou a vender bilhetes nas Casas Bahia de São Paulo, parcelados a partir de R$ 20.
"Venda presencial é importante. Há um esforço para que as pessoas se sintam à vontade para viajar." Os destinos preferidos são o Nordeste e a América do Sul.
A Azul negocia com o Magazine Luiza a venda de passagens. A Gol planeja abrir mais lojas do programa de parcelamento Voe Fácil.
"Ainda há um descompasso entre o ritmo de crescimento da classe C e as iniciativas das empresas", diz o consultor do Data Popular.
Uma das ideias que as companhias poderiam explorar, segundo ele, é criar vendas de bilhetes aéreos integradas com passagens de empresas rodoviárias.
O passageiro que mora em Feira de Santana (BA), por exemplo, compraria o voo a Salvador já integrado com o ônibus para sua cidade. "O consumidor de baixa renda quer uma solução completa. Como tem menos dinheiro no bolso, é mais exigente."
Fonte: Janaina Lage e Claudia Rolli (Folha.com)
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