sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Aconteceu em 30 de agosto de 2002: Acidente com o voo Rico Linhas Aéreas 4823 no Acre


“Eu vi a morte na minha frente”. A frase pertence à aposentada, Maria de Fátima Meireles de Almeida, sobrevivente do maior desastre aéreo registrado no território acreano. Pode até parecer dura, mas se levamos em questão a magnitude do acidente e a estatística de sobrevivência, das condições, logo concluímos: Foi um milagre!

A data é sexta-feira, 30 de agosto de 2002. O Voo 4823 da Rico Linhas Aéreas com procedência de Cruzeiro do Sul, fez uma escala no aeroporto de Tarauacá. Dali até a capital, estimativa de uma hora de voo.


O dia estava lindo, no horizonte um belíssimo por do sol. A bordo da aeronave Embraer EMB-120ER Brasilia, prefixo PT-WRQ, da Rico Linhas Aéreas (foto acima), havia 28 passageiros e três tripulantes. 

Na sala de informação para pilotos, o co-piloto Paulo Roberto Nascimento obtém as informações meteorológicas de Tarauacá e Rio Branco. Aqui na Capital, o tempo começa a piorar a partir das 17 horas.

Na cabine, Nascimento começa os procedimentos de pré-voo e comunica as informações do tempo ao comandante Paulo de Freitas Tavares.

Na sala de embarque, o então deputado federal Ildefonço Cordeiro conversava com os amigos empresários João Gaspar, o “João Garapa” e Hasseni Cameli, o Manu. Só estes últimos dois vão sobreviver.

Uma confusão se forma. Passageiros sem reserva querem embarcar. Muitos querem chegar a tempo de ir para o antepenúltimo dia de Expoacre, dali a poucas horas, com atrações de bandas nacionais, em Rio Branco.

Mais de dez pessoas estão na fila de espera, entre eles o pecuarista Júnior Betão e Antonia Sales, hoje candidata a vice pela “Coligação Por um Acre Melhor”, encabeçada por Marcio Bittar ao Governo do Estado.

Júnior Betão, que a época era candidato a deputado federal, desiste de seguir no voo quando a servidora pública estadual Clenilda Nogueira chega nervosa. Ela reclama que alguém ocupou sua vaga no avião. Betão, que não tinha reserva porque comprou a passagem de última hora, cede a sua vaga no voo.

Com o avião prestes a decolar lotado, na escala em Tarauacá, pelo menos sete pessoas também não embarcam. Na cidade, somente três têm reservas.

Ainda no solo, em Cruzeiro, a passageira Rosângela Pimentel Cidade Figueira também não tem reserva. Ela estava no Juruá para um seminário na área de saúde. Começa um bate-boca com a médica Célia Rocha, exigindo uma vaga no avião. A então secretária de Saúde, Maria Jesuíta, ao perceber a confusão, entrega sua passagem a Rosângela e ao ceder-lhe o lugar, opta pelo voo da Varig do dia seguinte. Clenilda e Rosângela morrerão na tragédia.

Às 17h40m25s,  o comandante do voo RLE 4823, Paulo Tavares, chama o Controle de Aproximação de Rio Branco, o APP-RB. Neste momento se inicia um desvio de rotina na empresa. Ao acionar o APP-RB, Tavares se põe na condição de piloto não voando. Ou seja, é o copiloto quem está no comando da aeronave.

A recomendação do Manual de Rotina Operacional do avião Brasília da Rico, no item Política Operacional, recomendava que quando não houvesse visibilidade externa, o pouso deveria ser feito pelo comandante e por instrumentos. Mas Tavares não estava.

Às 17h40m31s, o APP-RB informa que Rio Branco opera (pousos) por instrumentos, fornece os ajustes de altímetro, pista em uso e outros dados técnicos para orientar a tripulação do RLE 4823 até a aproximação pela pista 06, localizada para o lado da BR-364.

Entre o repassado, o controlador reporta “chuva forte e trovoada”, com visibilidade reduzida.

Na cabine de passageiros, já se avistam relâmpagos na região de descida. A educadora Maria de Fátima Meireles, que está na segunda fileira de bancos, vê clarões por todos os lados. Ela fica apreensiva.

Passados mais de oito minutos de voo e da primeira tentativa de pouso na cabeceira 06, a tripulação do RLE 4823 decide tentar a aterrissagem pela cabeceira 24, no lado oposto.

Às 17h48m59s, o voo RLE 4823 pede autorização ao Controle de Aproximação para fazer o pouso pela cabeceira 24. O Controle prontamente, responde: “Afirmativo, autorizado!”

Às 17h49m26s, o Controle de Aproximação faz um alerta ao voo RLE 4823: “Tá ciente de que não há auxílios visuais na aproximação da 24? Não há “papi” ou apapi e nem o ALS?”

O apapi, a que o controlador, se refere são luzes na cabeceira que orientam o piloto num pouso com pouca visibilidade, mas não com visibilidade zero, assim como o ALS, que significa Sistema de Luzes para Aproximação.

O comandante Paulo Roberto Tavares então responde: “Afirmativo, mas é que….a gente tá desviando aqui da formação pesada e…aparentemente aqui pela 24 tá melhor. (…) quando chegar mais próximo a gente avisa!”

Às 17h54m49s, o Rico RLE 4823 opta por pousar na cabeceira 06, para onde seguiriam originalmente e onde existem os auxílios apapi e ALS. “Estamos aprovando pro procedimento da zero meia!”, afirmou Tavares.

Às 17h57m39s, o APP-RB anuncia que vai colocar o balizamento do ALS, do apapi e das luzes da pista no brilho máximo. Pede então que a tripulação reporte assim que avistar a iluminação, para então, reduzir o brilho.

Na cabine de passageiros, todos começam a perceber que o tempo não está colaborando para o pouso. A chuva permanece forte e a visibilidade cai ainda mais. Mas por alguns segundos, o clima ainda não era de apreensão, segundo sobreviventes.

O deputado Ildefonço Cordeiro mostra um álbum ao amigo, Hasseni Cameli, o “Manu”. Entre as fotos estão as da solenidade em que fora homenageado pelas Forças Armadas, em Brasília.

[Torre de Controle] – Reporte avistando ou iniciando a arremetida, 4823!

[Aeronave Rico] – Dois Três!

[Torre] – 4823 três informe a sua posição e confirme o trem de pouso!

(Nesse momento, o comandante deixou de responder e o silêncio pairou nas gravações da caixa preta)

O Brasília da Rico Linhas Aéreas colide contra o solo a quatro quilômetros da cabeceira 06 do aeroporto de Rio Branco, entre o intervalo de 17h57 e 18h03.

A aeronave bate na copa de uma mangueira, atinge um mourão e vai parar retorcido num descampado às margens do ramal da Chapada, na fazenda dos Alves, na divisa entre Rio Branco e Bujari. Três bois também são atingidos em terra.


Os três tripulantes e 17 passageiros morrem na hora. Outros três faleceram posteriormente. Seis sobrevivem com lesões graves e outros dois escapam quase ilesos, entre eles Hasseni Cameli, o “Manu”, que sofreu apenas fraturas no maxilar.

Sobre este momento dramático, descreveu Manu à reportagem o seguinte. “O Maciel estava com o rosto na janela tentando visualizar alguma luz lá fora. Foi neste momento que, de repente, ficamos todos calados. Então veio o impacto inicial. O avião já saiu batendo e a gente pareceu milho dentro de lata”. “O Nosso Senhor tinha um propósito para mim”, diz Manu.


Os trabalhadores da fazenda aonde a aeronave caiu, foram os primeiros a prestar socorro às vítimas. Não havia veículo para levar os feridos. Com a chuva que caia, o ramal ficou intrafegável. 

Enquanto isso, a imprensa já havia sido chamada para cobrir o acidente na cabeceira 06. Na época, a equipe da TV Rio Branco, que usava uma caminhonete traçada, foi a primeira a chegar ao local.



A jornalista, Lenilda Cavalcante, foi uma das interlocutoras que chamou a população, a pedido do Corpo de Bombeiros que não tinha suporte para atender grandes acidentes, para que comparecesse com outras caminhonetas para ajudar no socorro aos feridos.

O carro levou três pessoas em estado grave. Enquanto isso, na porta do PS, diversos profissionais da saúde preparavam as salas que seriam usadas para atender os feridos. Maqueiros que estavam saindo do plantão não tiveram outra opção a não ser ficar. Policiais militares também foram designados para esse serviço.

Práticas erradas fizeram vítimas pagarem com a vida
“Lembro que entrei para trabalhar de tarde e quando olhei para a janela já era manhã. O trabalho passou tão rápido que esqueci até de jantar. Durante muitos dias não conseguir dormir, pois as cenas fortes ficaram na minha memória”, lembrou o funcionário Oterval Cavalcante, superior à época dos maqueiros do PS.

Oterval foi quem levou até a sala de emergência o deputado federal, Idelfonso Cordeiro, que faleceu na unidade hospitalar. Idelfonso na companhia de sua esposa, Arlete Soares de Souza, e de empresários do Juruá, iria participar da penúltima noite da Expoacre. Cordeiro foi eleito deputado no ano de 1998, o terceiro bem mais votado do Acre. 

O Acre parou após o acidente que vitimou políticos, empresários, funcionários públicos e a própria tripulação. A cerimônia fúnebre dos 23 passageiros do voo 4823 foi comovente e uniu o estado por completo. Talvez, nenhuma situação uniu tanto o povo do Acre. Em Rio Branco, a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) e o Colégio Barão do Rio Branco (CERB) foram usados como capela para velar os corpos.

Depois de embalsamados, os corpos foram transladados para Cruzeiro do Sul. Ao chegar ao Juruá, dois carros do corpo de bombeiros, esperavam no Aeroporto. Uma rápida cerimônia foi realizada com a participação de milhares de pessoas. Em cortejo, percorreram as principais ruas da cidade. Os comerciantes fecharam as portas em homenagem às vítimas. Havia pranto nos quatro cantos da cidade.


Qual foi a causa? Essa pergunta até hoje não possui resposta satisfatória ou categórica. Uns falam em “Tesoura de Vento”, outros em falta de combustível, e ainda existe quem defenda a hipótese de falha no aparelho. 

Porém, um laudo pericial do Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) tirou a hipótese de falha mecânica, elétrica ou hidráulica. Havia combustível suficiente. “Falha humana” poderia ter sido apontada como causa do acidente, no entanto, o documento técnico apresentado em 08 de julho de 2004 concentra-se em dizer que é de caráter preventivo ou de alerta. Ou seja, não acusa com propriedade se foi ou não falha humana.

Em um dos trechos do laudo pericial composto por 26 páginas, o Cenipa descartou a ideia de que “eventos metrológicos pudessem levar a aeronave a altitudes anormais ás de deslocamento na aproximação final para pouso. 

Quatro testemunhas sobreviventes informaram não haver turbulência durante a aproximação, até o momento do impacto” e que “o combustível remanescentes nos tanques da aeronave contava com cerca de 1.057kg, suficiente para uma autonomia de aproximadamente 2h30min de voo”.

Outro fator que chamou atenção no laudo foi o perfil psicológico dos tripulantes. Durante as pesquisas e diversas entrevistas realizadas pelo órgão, foi constatado “ansiedade, aspecto perceptivo e da atenção, hábitos adquiridos, improvisação, excesso de autoconfiança e relacionamento interpessoal entre eles”. 

È possível que a junção desses aspectos tenha propiciado uma situação onde se consta que as normas de Segurança de Voo na operação da aeronave não foram adequadamente observadas e consideradas.


Além disso, o laudo citou que havia uma pressão, mesmo que inconsciente, para que a aeronave pousasse em Rio Branco naquela noite, em virtude dos passageiros que transportava serem de influência. 

Afinal, o voo transcorreu sem nenhum problema que fosse de conhecimento dos órgãos de controle e até mesmo dos passageiros sobreviventes que foram entrevistados durante a investigação. É possível ainda que a carga de ansiedade e tensão na tripulação em virtude de estarem realizando um voo noturno, sob condição de mau tempo, tenha gerado falhas de percepção.

O laudo do Cenipa foi assinado pelo coronel-aviador Mauro Roberto Ferreira Teixeira, chefe do Cenipa à epoca e pelo brigadeiro-do-ar, Astor Nina de Carvalho Netto, na época, comandante da Aeronáutica.


Na Fazenda dos Alves, no Ramal da Chapada, a perícia encontrou objetos do aparelho a 650 metros de distância. O Departamento de Aviação Civil (DAC) retirou nove toneladas de destroços do avião. A caixa-preta onde armazenou o último diálogo do comandante com a Torre de Comando foi enviada para São José dos Campos (SP) para análise.

Um inquérito policial foi instaurado em setembro de 2002 pelo Ministério Público Federal (MPF) e encerrado oito anos depois. Tal inquérito apurou a responsabilização penal dos possíveis responsáveis pelo acidente.

Vítimas fatais

Paulo Roberto Freitas Tavares (comandante), Paulo Roberto Nascimento (co-piloto), Kátia Regina Figueiredo Barbosa (comissária), Luís Marciel Costa, José Waldeir Rodrigues Gabriel, Francisco Darichen Campos, Ildefonso Cordeiro, Arlete Soares de Souza, Maria de Fátima Soares de Oliveira, Walter Teixeira da Silva, Francisco Cândido da Silva, Ailton Rodrigues de Oliveira, Carina Matos de Pinho, José Edilberto Gomes de Souza, Maria Alessandra de Andrade Costa, Geane de Souza Lima, Rosimeire dos Santos Lobo, Raimundo Araújo Souza, Maria Raimunda Iraide Alves da Silva, Maria José Pessoa Miranda, João Alves de Melo, Rosângela Pimentel Cidade Figueira e Clenilda Nogueira.

Sobreviventes

Napoleão Silva, Raceni Cameli, Maria Célia Rocha, Theodorico de Melo, Maria de Fátima Almeida, João Gaspar, Maria José Albuquerque e Luiz Wanderlei.

Por Jorge Tadeu (Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN, A Gazeta do Acre e AC24horas

Aconteceu em 30 de agosto de 1984: Explosão no voo 786 da Cameroon Airlines - Acidente ou terrorismo?

O Boeing 737-2H7C, TJ-CBA, da Cameroon Airlines, similar ao acidentado
Em 30 de agosto de 1984, o 
Boeing 737-2H7C, prefixo TJ-CBD, da Cameroon Airlines, estava programado para operar o voo 786, um voo doméstico regular de passageiros do Aeroporto Internacional de Douala, para Garoua via Yaoundé, todas localidades de Camarões.

Com 109 passageiros e sete tripulantes a bordo, a aeronave estava taxiando em preparação para a decolagem, quando um disco compressor de alta pressão no motor Pratt & Whitney JT8D-15 número dois (lado direito) falhou e se desintegrou, com fragmentos danificando a asa direita e perfurando o tanque de combustível.

O combustível começou a vazar do tanque rompido para o solo abaixo da aeronave e um incêndio começou seguido de uma explosão. Todos os ocupantes conseguiram evacuar a aeronave, mas dois passageiros morreram devido ao incêndio externo. O avião foi completamente destruído.

Em Washington, um funcionário do Departamento de Estado disse que havia sete americanos não identificados a bordo, pertencentes a duas famílias, e que cinco dos cidadãos norte-americanos sofreram ferimentos leves.


Foi relatado pelas autoridades dos Camarões que uma bomba colocada no poço da roda principal esquerda explodiu durante o táxi, causando a ruptura do tanque principal de combustível esquerdo. Um incêndio eclodiu, destruindo parcialmente a aeronave. Parece que a bomba foi colocada por membros da “Frente de Libertação dos Camarões”. Essa informação nunca foi confirmada.

De acordo com o piloto-chefe (aposentado) da Cameroon Airline, Jean Louis Angounou, entrevistado em maio de 2009 no Le Jour Quotidien, a causa exata do acidente nunca foi determinada porque "nos Camarões, algumas investigações começam, mas nunca chegam ao fim".

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN e baaa-acro

Aconteceu em 30 de agosto de 1983: Voo Aeroflot 5463 Colisão contra montanha

Um Tupolev Tu-134 da Aeroflot similar ao acidentado
Em 30 de agosto de 1983, a aeronave Tupolev Tu-134A, prefixo CCCP-65129, da Aeroflot, estava programada para operar o voo 5463, um voo doméstico soviético de passageiros de Chelyabinsk para Almaty, levando a bordo 84 passageiros e seis tripulantes. 

Os tripulantes eram o piloto Viktor Mikhailovich Khramov, o copiloto Alexander Ivanovich Novikov, o engenheiro de voo Vladimir Ilyich Napaev, o navegador Zuraf Ravilovich Ravilov e dois comissários de bordo.

Após um voo sem intercorrências de Chelyabinsk a uma altitude de 10.200 metros, a tripulação foi autorizada a iniciar a aproximação ao Aeroporto de Alma-Ata tendo em vista um pouso na pista 05. 

À noite, a tripulação foi instruída a iniciar uma curva à esquerda e descer a uma altitude de 600 metros após serem informados de que um II-62 se aproximava oito km à direita de sua posição. 

Mas a tripulação do "cento e trinta e quatro", seguindo até o ponto da terceira curva, erroneamente fez um curso de 199 graus, em vez de 145. O avião começou a desviar para oeste, ficando mais longe do aeroporto do que o Il-62. 

Portanto, às 20h08 (23h08 horário local), o controlador decidiu pousar primeiro o Il-62, enviando o Tu-134A para a área do DPRM a fim de criar um intervalo seguro entre as aeronaves..

Sabendo que a aeronave estava em rota de colisão com terreno montanhoso e tendo o direito de ignorar o ATC nesta situação, de acordo com os regulamentos de voo soviéticos , a tripulação optou por fazer uma curva, continuando a descida até 600 m (2.000 pés). 

Às 20h10, horário de Moscou, o avião de Kazan estava a 40 km do aeroporto e na direção 290, o controlador de aproximação entregou a "placa" para comunicação ao controlador de círculo Vitaly Ivanovich Ilyushchenko. Ele permitiu que o Il-62 pousasse, ordenou que Khramov seguisse o curso reverso 110 até o DPRM e descesse até 900 metros.

Às 20h12min10, o controlador ordenou que a tripulação seguisse o curso 230. Ao realizar uma curva em alta velocidade e pequena inclinação (14 graus), a aeronave ultrapassou o corredor aéreo e acabou no curso 230 com desvio lateral de 4 a 5 km do alinhamento da pista (pistas de decolagem e pouso). O controlador não corrigiu este erro da tripulação.

A rota do voo Aeroflot 5463
Além disso, os erros começaram a se sobrepor: a situação passou de emergencial a catastrófica. Isto é evidenciado pela gravação do gravador de voz:

20:15:10 Despachante: "129, faça a quarta curva à esquerda, pegue 600"

Naquele momento a aeronave estava a uma distância de 30,7 km da pista. Mas o aeroporto de Alma-Ata é cercado por montanhas e a altitude mínima naquela área era de 4.620 m

20:15:17 Copiloto: "129, da esquerda para a quarta, 600."

20:15:19 Navegador: Rumo 140.

20:15:20 FAC: "140"

20:15:51 FAC: "Onde você trouxe isso, árvores de Natal!"

VP: "Droga, muito longe."

Engenheiro de vôo: Aí a placa vira (IL-62 URSS-86609).

20:16:22 VP: “Aqui (inaudível) está normal, algo está longe.”

20:16:26 FAC: “Sim, entendo. Eu não me importo, agora existem montanhas, entendeu?

20:16:33 ET: “Sim, sim”

20:16:35 L: “129, pressione por favor” (por favor pressione o botão do transponder da aeronave ATC COM-64 para que a altura, velocidade e direção reais apareçam no controlar aeronaves com tela de radar).

20:16:37 VP: “129, pressiono, rumo 140”

20:16:42 L: “129, rumo 40, continue virando à esquerda”

Sabendo que o avião estava fora do padrão de aproximação estabelecido e virando em direção às montanhas, o controlador do círculo Vitaly Ilyushchenko demonstrou descuido criminoso e permitiu que a tripulação continuasse a curva. O diretor de voo interino, Anatoly Bobrovsky, que estava assistindo, não tomou nenhuma atitude.

20:16:48 VP: “Continuando na direção 40, 129”

20:16:54 FAC: “Calma, o que você está fazendo?”

VP: “600” (altitude 600 metros)

FAC: “Bem, serão 600, já configurei o modo, só isso”

20:16:59 VP: “Já tenho 560”

20:17:02 Som intermitente é acionou o alarme SSOS.

20:17:04 Equipe: "Foda-se a mãe dela."

20:17:07 Engenheiro de vôo: "Sim, desligue."

20:17:08 O alarme SSOS contínuo soa.

20:17:14 FAC: "Pare, ótimo."

20:17:16 "O que é isso?" (talvez naquele momento os pilotos tenham visto as montanhas)

20:17:22 Engenheiro de voo: “Que diabos é você, desligue…”

Ele não teve tempo de dizer "você não pode". No segundo seguinte, o avião, a uma altitude de 1.365 m acima do nível do mar (690 m acima do nível do campo de aviação), caiu na encosta do Monte Dolan, com 1.403 m de altura, e explodiu. 

Obviamente, os pilotos no último momento colocaram o avião em uma subida vigorosa, tentando evitar a colisão, mas já era tarde. 

A aeronave desintegrou-se e pegou fogo. Os fragmentos foram espalhados em uma faixa de 270m de comprimento e 180m de largura. Como resultado do acidente, todas as noventa pessoas a bordo morreram.


No momento do acidente, havia nuvens cumulo-nimbus a uma altitude de 3.000–4.500 m (9.800–14.800 pés) com topos de nuvens de 7.000–8.000 m (23.000–26.000 pés) e uma visibilidade de 10. km (6,2 mi; 5,4 milhas náuticas).

A queda do voo 5463 foi atribuída às seguintes causas:
  • Violação do esquema de aproximação aprovado para o aeroporto de Alma-Ata;
  • Falha do gerente de voo executivo em monitorar a situação;
  • Violação do manual de operações de voo pela tripulação por seguir as instruções do controlador final para descer abaixo de uma altitude segura.
Memorial às vítimas do voo 5463 da Aeroflot
Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN e kazan.aif.ru

Aconteceu em 30 de agosto de 1978: O sequestro do voo LOT 165 - Fuga para a Alemanha Ocidental


Em agosto de 1978, os cidadãos da então Alemanha Oriental (RDA) Hans Detlef Alexander Tiede (também conhecido como Detlev Tiede) e sua amiga Ingrid Ruske e sua filha de 12 anos viajaram para a Polônia para se encontrar com o namorado alemão ocidental de Ruske, Horst Fischer, que planejava trazer documentos falsos da Alemanha Ocidental para permitir sua fuga para Travemünde, na Alemanha Ocidental.

No entanto, Fischer não apareceu e, após quatro dias de espera por ele, Ruske e Tiede - sem nenhuma informação sobre seu paradeiro - concluíram que Fischer teria sido preso quando viajava pela Alemanha Oriental. A conclusão deles estava certa, já que Fischer havia de fato sido preso e mais tarde seria condenado a oito anos de prisão na Alemanha Oriental por preparar seu Republikflucht ("deserção da República"), um crime sob a lei da RDA.

Ruske e Tiede concluíram então que estavam presos e que a prisão os aguardava se retornassem à Alemanha Oriental. Assim, eles desenvolveram um plano para sequestrar um avião no Aeroporto Schönefeld, em Berlim Oriental, e forçar uma voo e aterrissagem na Base da Força Aérea dos EUA no Aeroporto de Tempelhof, em Berlim Ocidental, na Alemanha Ocidental (RFA).

Eles compraram uma pistola de brinquedo em um mercado de pulgas polonês e, em seguida, reservaram três passagens no voo 165 da LOT Polish Airlines, que viria de Gdańsk, na Polônia, para Berlim Oriental.


Em 30 de agosto de 1978, Tiede e Ruske sequestraram o avião Tupolev Tu-134, prefixo SP-LGC, da LOT Polskie Linie Lotnicze (foto acima), com 62 passageiros, que realizava o voo 165 de Gdańsk para Berlim Oriental. Tiede, armado com a pistola de brinquedo, pegou um comissário de bordo como refém e conseguiu forçar a aeronave a pousar no aeroporto de Tempelhof, em Berlim Ocidental.

Dos 62 passageiros, havia 50 cidadãos da RDA, 10 cidadãos poloneses, um homem de Munique e uma mulher de Berlim Ocidental. Os passageiros tiveram a oportunidade de permanecer em Berlim Ocidental ou de retornar a Berlim Oriental. 

O avião sequestrado após o pouso em Berlim Ocidental
Não só Tiede, Ruske e sua filha reivindicaram refúgio em Berlim Ocidental, mas também outros sete alemães orientais: um assistente de radiologia de Erfurt, um casal com dois filhos e um casal de Leipzig, embora o assistente de radiologia tenha voltado para o leste Alemanha no dia seguinte. Os passageiros restantes foram entrevistados e levados para Berlim Oriental em um ônibus.

O governo federal da Alemanha Ocidental estava muito relutante em processar Tiede e Ruske por causa da política da Alemanha Ocidental de apoiar o direito dos alemães orientais de fugir da opressão na RDA. 

Mas o governo dos Estados Unidos havia acabado de passar anos, finalmente com sucesso, persuadindo o governo da Alemanha Oriental a assinar um tratado anti-sequestro. Consequentemente, o caso foi processado no Tribunal dos Estados Unidos de Berlim, nunca antes convocado.

Apesar das objeções do promotor, o juiz federal americano Herbert Jay Stern decidiu que os réus tinham o direito de serem julgados por um júri, um procedimento abolido na Alemanha pela Reforma Emminger de 1924. 

À direita, o juiz federal americano Herbert Jay Stern
O caso contra Ingrid, co-réu de Tiede Ruske foi cancelado porque não havia sido notificada de seus direitos Miranda antes de assinar uma confissão. Tiede foi absolvido de três acusações, incluindo sequestro e porte de arma de fogo, mas foi condenado por fazer um refém. O júri considerou Tiede culpado de tomada de reféns, mas não culpado de atos contra a segurança da aviação civil e privação de liberdade de reféns. 

A pena mínima para a tomada de reféns era de três anos. No entanto, Stern sentenciou Tiede a penas cumpridas durante a prisão preventiva, cerca de nove meses. Stern foi responsável pela situação de emergência de Tiede e sua luta para enfrentar a prisão na Alemanha Oriental por tentativa de deserção.

Dois anos depois de sua prisão, Fischer foi libertado depois que o governo federal da Alemanha Ocidental pagou um resgate à Alemanha Oriental. Ruske e Fischer se casaram após sua libertação na Alemanha Ocidental.

O livro e o filme
O livro de 1984 que o juiz Stern escreveu sobre o evento, Judgment in Berlin, foi transformado em um filme de mesmo nome em 1988. Martin Sheen o retratou.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia e ASN

Aconteceu em 30 de agosto de 1975: Falha da tripulação leva a queda do voo 99 da Wien Air Alaska

Um Fairchild F-27B da Wien Air Alaska similar ao acidentado (Foto: Bruce Drum)
Em 30 de agosto de 1975, a aeronave 
Fairchild F-27B, prefixo N4904, da Wien Air Alaska, operava o voo 99, um voo doméstico regular de passageiros no Alasca, do Aeroporto Nome, para o Aeroporto Gambell, na Ilha de São Lourenço, no Mar de Bering. 

O voo 99 teve origem em Nome no sábado, 30 de agosto de 1975, com destino a Savoonga e Gambell. O voo de Nome para Savoonga transcorreu sem intercorrências, e o avião partiu de Savoonga com destino a Gambell às 13h27, horário de verão de Bering, levando a bordo 28 passageiros e quatro tripulantes.

Como Gambell não tinha torre de controle, o agente em Gambell, ao ouvir o rádio do avião sua partida de Savoonga, ligou o farol não direcional em Gambell para ajudar a tripulação do voo na navegação.

O nevoeiro prevalecia na área de Gambell e a tripulação discutiu estratégias para pousar no aeroporto. Depois de várias aproximações erradas, o avião voou para o norte sobre a comunidade e virou para o leste e depois para o sul para fazer uma passagem final. 

O avião passou sobre o Lago Troutman, a leste de Gambell, e virou para o sul, antes de colidir com a montanha Sevuokuk, a leste da pista do aeroporto, a uma altitude de 424 pés (130 m).

Após o impacto, o avião se partiu e foi impulsionado montanha acima por aproximadamente 132 pés (40 m), parando invertido. Ocorreu um incêndio e os moradores da aldeia vieram ajudar, tentando extinguir o fogo com extintores manuais.

Todos, exceto um dos passageiros feridos, conseguiram escapar dos destroços. A maioria dos passageiros feridos ou mortos eram nativos de Nome, Gambell ou Savoonga.


causa do acidente, segundo o NTSB, foi a operação inadequada do IFR (regras de voo por instrumentos), não cumprindo os procedimentos de aproximação por instrumentos. O avião colidiu com uma montanha em uma aproximação perdida para pouso, após múltiplas aproximações perdidas. O clima no aeroporto era inseguro para o pouso, com teto baixo e neblina marítima.


Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia e ASN

Os pilotos caem no sono durante o voo? Sim, e a quantidade é espantosa

Pilotos em cabine de avião comercial (Imagem: Getty Images/iStockphoto)
Três em cada quatro pilotos admitiram ter caído no sono recentemente ao menos uma vez por alguns segundos enquanto voavam, aponta uma pesquisa com 6.900 profissionais da categoria em 31 países europeus entre 1º e 22 de julho.

Enquanto um quarto dos entrevistados relatou ter passado por até cinco ou mais episódios do tipo, a maioria (73%) queixou-se de não conseguir descansar adequadamente entre um voo e outro.

O estudo, realizado pela associação europeia de pilotos, a European Cockpit Association (ECA), cita "deficiências estruturais" nas companhias aéreas e na fiscalização por parte de autoridades públicas no que diz respeito ao gerenciamento de riscos relacionados ao cansaço desses profissionais.

"Os riscos de segurança devido à fadiga não são suficientemente levados a sério por muitas companhias aéreas europeias", critica Vivianne Rehaag, especialista em segurança do sindicato alemão de pilotos Vereinigung Cockpit (VC).

As duas entidades cobram maior supervisão das autoridades, especialmente no Reino Unido, na Irlanda, em Malta e na Espanha, países cujas companhias tiveram o pior desempenho na pesquisa. Suíça, Holanda e Áustria teriam pontuado melhor no estudo.
Pesquisa cobriu período antes do pico da alta temporada

Ao apresentar os dados, a ECA ressaltou que o estudo inquiriu sobre a situação dos pilotos nas quatro semanas que antecederam as entrevistas - abarcando, portanto, o período de junho a julho, antes do pico da alta estação -, e alerta que o quadro de exaustão desses profissionais deve ter piorado no pico da temporada de férias, quando o número de voos atinge o seu ápice.

O VC aponta uma "tendência preocupante de extensão dos horários de trabalho" da categoria para além dos "parâmetros legais do que é seguro": em situações excepcionais, o comandante responsável por um voo pode estender o turno de trabalho da tripulação para além do limite máximo previsto em lei - isso acontece, por exemplo, quando uma viagem acaba se estendendo além do planejado por causa do mau tempo.

Segundo a pesquisa, quase um em cada cinco pilotos relatou ter tomado essa decisão duas ou mais vezes recentemente. Em um indicativo de que sofrem pressão das companhias aéreas, seis em cada dez deles demonstraram receio em se opor a essas medidas - ordenando, por exemplo, que seja feita uma escala para que possa haver troca de tripulação.

Apenas 11% dos pilotos informaram que houve mudanças por parte das companhias aéreas para melhorar a segurança dos voos após eles relatarem cansaço.

A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) já havia alertado no final de junho para o risco elevado de cansaço entre tripulantes durante o verão e pedido às companhias aéreas que evitassem estender os turnos de trabalho dos pilotos.

Via DW/UOL

Vai voar? Conheça as doenças que impedem sua viagem

(Imagem: microstock-11/ freepik)
As viagens costumam ser um momento muito aguardado pelos passageiros, já que ao viajar podemos nos divertir e tirar um tempo para descansar.

No entanto, como tudo na vida, alguns imprevistos podem surgir antes de chegar a hora da tão esperada viagem, como adoecer, por exemplo.

Assim, é aí que pode surgir a seguinte dúvida: existem doenças que impedem o passageiro de viajar de avião?

Nos últimos anos muito se falou sobre como a Covid-19 atrapalhou as viagens de avião de muita gente. Afinal, a doença causada pela infecção pelo Coronovírus se enquadra na categoria de doenças que são infectocontagiosas.

Assim, já vale saber que as doenças que impedem de viajar de avião são as que fazem parte dessa categoria. Isso porque, ao estar infectada, é possível que uma pessoa transmita a doença para outras.

Ainda mais se considerarmos que as aeronaves são um local fechado, portanto as chances de contaminação aumentam ainda mais. Porém, vale lembrar que não é nenhuma gripe ou mal-estar que pode fazer seus planos serem adiados. 

Mas apenas algumas doenças específicas podem te impedir de viajar de avião. Em outros casos isso pode se estender para outros tipos de transporte coletivos, então é bom ficar atento. Portanto, em resumo, todas as doenças classificadas como infectocontagiosas te impedem de viajar de avião.

Doenças infectocontagiosas que podem te impedir de viajar de avião


Em primeiro lugar, as doenças infectocontagiosas podem impedir de viajar de avião porque são um risco para todos os passageiros.

Além dos riscos, embarcar em uma viagem com esse tipo de doença pode ser perigoso também para a população do destino que você escolheu para visitar.

Por isso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não é adequado embarcar com esse tipo de doença.

Ou seja, essa atitude é uma tentativa de prevenir e controlar a disseminação de doenças em território nacional e internacional.

Portanto, se você desconhece, aqui estão alguns exemplos das principais doenças infectocontagiosas que impedem viajar de avião:
  • Hepatite A, B e E;
  • Dengue;
  • Malária;
  • Febre-amarela;
  • Caxumba;
  • Tuberculose;
  • Rubéola;
  • Sarampo;
  • Catapora;
  • Ebola;
  • E zika.
Ou seja, todas as doenças acima impedem de viajar de avião por representarem um grade risco à saúde de muita gente.

Conheça nova aeronave não tripulada testada pela Petrobras

Primeiros exercícios foram concluídos na semana passada; tecnologia pode reduzir custos no transporte de cargas para plataformas de petróleo.

(Imagem: Cezar Fernandes/Agência Petrobras)
A Petrobras estuda utilizar drones para diminuir custos de transporte e reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Testes nesse sentido vêm sendo realizados desde 2018 pela estatal. E, na semana passada, a empresa concluiu o primeiro exercício de grande escala dessa tecnologia.

Uma aeronave civil remotamente pilotada (RPA) viajou da base da Petrobras em Imbetiba, Macaé (RJ), até a plataforma P-51, que fica na bacia de Campos. O percurso total tem 180 quilômetros, ou seja, estamos falando de um voo de longo alcance. Essa foi também a maior distância percorrida por uma aeronave do tipo na aviação civil.

A operação contou com a colaboração do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), da estatal NAV Brasil e da OMNI Táxi Aéreo, contratada pela Petrobras para operar veículos aéreos não tripulados em missões offshore.

A experiência foi bem-sucedida. A empresa, no entanto, afirma que ainda vai realizar mais testes antes de adotar o sistema em definitivo.

Como a Petrobras vai usar os drones?


A aeronave é um pouco maior do que outros drones que você já viu
(Imagem: Cezar Fernandes/Agência Petrobras)
  • De acordo com a Petrobras, a aeronave pode levar cargas de até 50 quilos.
  • É material que fica no continente e que precisa ir para alguma plataforma, que fica em alto mar.
  • Atualmente, esse transporte é feito por helicópteros.
  • A operação do drone, no entanto, é muito mais barata.
  • Além de ter outras vantagens, como a possibilidade de viajar à noite.
  • Hoje, a empresa já utiliza essa tecnologia em operações mais simples, como a pintura de embarcações e outros trabalhos em altura, reduzindo a exposição humana a riscos.
  • A grande novidade é o uso desse tipo de aeronave em grandes distâncias.
  • Outra vantagem, segundo o diretor de Logística da Petrobras, Claudio Schlosser, é ambiental.
  • Ele explicou que a iniciativa representa um avanço na descarbonização, porque a emissão de gases das RPAs é menor do que a de helicópteros.

Próximos passos


Após a conclusão dos testes com a tecnologia RPA, a estatal vai iniciar agora a análise dos dados. Isso deve ser finalizado ainda no segundo semestre deste ano.

Como já dissemos aqui, a Petrobras vai simular outros voos com aeronaves no mesmo espaço aéreo.

Dependendo dos resultados, o procedimento será implantado de fato, informou a companhia em nota.

Primeiro teste levou material do continente até a plataforma P-51, que fica na
Bacia de Campos (Imagem: Geraldo Falcão/Agência Petrobras)

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Como um Boeing 747 Dreamlifter pousou no aeroporto errado

Por acaso, houve vários casos disso acontecendo ao longo da história da aviação.

(Foto: Getty Images)
De vez em quando, ouvimos falar de aeronaves pousando no aeroporto errado. Com todas as ajudas disponíveis para os pilotos hoje, isso é uma ocorrência rara. Quando isso acontece, geralmente não há danos, exceto por um pequeno atraso para os passageiros a bordo. No entanto, quando é algo tão grande quanto um Dreamlifter, e acaba de pousar em um aeroporto da Aviação Geral, as consequências são um pouco mais graves.

Um visitante inesperado


Para avgeeks de todo o mundo, localizar aviões de transporte pesado dos fabricantes é um objetivo de vida. Os Dreamlifters da Boeing e os Belugas da Airbus atraem a atenção em todos os lugares que vão, trazendo fãs esperançosos para tirar uma foto dos gigantes. Mas para os moradores perto de um pequeno aeroporto do Kansas em 2013, um Dreamlifter chegou um pouco perto demais para o conforto.

A enorme aeronave estava voando de Nova York JFK para a Base Aérea de McConnell, localizada a cerca de 6,5 quilômetros a sudeste de Wichita, Kansas, em novembro de 2013. Operado pela Atlas Air , o Dreamlifter decolou às 13h16, horário local, para o curto viagem para McConnell. No entanto, a aeronave não pousou lá, mas sim, aterrissou a cerca de oito milhas náuticas de distância no Aeroporto Coronel James Jabara.

O Dreamlifter estava um pouco deslocado nas instalações da aviação geral (Foto: Getty Images)
O Aeroporto de Jabara é um pequeno aeródromo público, mais utilizado pela aviação geral. De fato, certamente não está acostumado a receber algo tão grande quanto um Dreamlifter. Como tal, seu touchdown improvisado foi um choque.

"Acabamos de desembarcar no outro aeroporto"



De acordo com a APOA, as comunicações do ATC no momento do erro confirmaram que o Dreamlifter estava em uma abordagem RNAV (GPS) para a pista 19L em McConnell. Depois de ser liberado para pousar, a torre aconselhou a tripulação a esperar um desvio no Taxiway Delta. A resposta dos pilotos foi "Gigante 14...4241 nós podemos, teremos que voltar para você momentaneamente, não estamos em sua abordagem."

Para isso, o controlador respondeu "Giant 4241 Heavy, McConnell está a nove milhas ao sul de você". O dinheiro então caiu para os pilotos perplexos, que, percebendo seu erro, informaram que haviam " acabado de pousar no outro aeroporto".

O Dreamlifter surgiu devido aos desafios logísticos do programa 787 (Foto: Getty Images)
Por um tempo, os pilotos pensaram que estavam no BEC – um aeroporto próximo chamado Wichita Beech Field. Levou vários minutos de verificações e uma conversa com alguém no local antes que eles percebessem a extensão de seu erro.

A pista de Jabara tem pouco mais de 6.000 pés de comprimento, cerca de metade do comprimento do McConnell 19L, que chega a mais de 12.000 pés. Como tal, sua construção de concreto não foi projetada para suportar o peso de uma aeronave tão grande quanto um 747. Portanto, a instalação teve que fechar por várias horas como resultado, a fim de inspecionar danos.


Claro, essa foi apenas a primeira parte do problema. O comprimento ideal da pista para um 747 decolar é de 9.199 pés, de acordo com a PrivateFly. Felizmente, depois que muitos cálculos técnicos foram feitos, o Dreamlifter conseguiu decolar e se reposicionar em McConnell sem incidentes, trazendo a história para um final seguro.

Por que isso aconteceu?


Após o incidente, a Atlas Air realizou uma investigação interna sobre a causa do erro. A AIN informou sobre os resultados da investigação, que identificou alguns fatores importantes que explicam por que o erro aconteceu.

Os dois aeroportos são muito próximos um do outro (Imagem: RadarBox.com)
De acordo com um vídeo de treinamento da tripulação visto pela AIN, a Atlas Air disse que alguns problemas intermitentes com a exibição de voo do primeiro oficial durante o voo fizeram os pilotos questionarem a confiabilidade do sistema de automação. Ao programar uma aproximação GPS para a pista 19L em McConnell, o piloto acreditou que eles estavam chegando muito alto.

O piloto observou que, em voos anteriores, a aproximação VFR trouxe sua aeronave a uma altitude maior do que o esperado. Acreditando que o equipamento estava dando erro, desligou o piloto automático para fazer uma aproximação por instrumentos.

Do lado dos pilotos, o principal erro foi que a dupla não havia feito um briefing sobre outros aeroportos da região, ou sobre o sistema de iluminação de aproximação 19L que os ajudaria a verificar se estavam pousando no lugar certo. De acordo com os pilotos, no momento da aproximação inicial, o piloto responsável avistou uma pista bem iluminada à esquerda, que julgou coincidir com a que pretendia.

Uma investigação descobriu que vários fatores contribuíram para o pouso incorreto (Foto: Boeing)
No entanto, não são apenas os pilotos que foram considerados culpados. De fato, depois de perceber a pista à sua esquerda, o piloto desengatou os sistemas de automação e iniciou uma aproximação manual ao aeroporto. Nesta fase, a torre de Controle de Tráfego Aéreo deve ter percebido o desvio e, posteriormente, alertado os pilotos sobre o erro.

Em uma tentativa de evitar que a mesma situação aconteça novamente, a Atlas Air implementou uma regra de que os pilotos devem permanecer em uma aproximação por instrumentos, mesmo em boa visibilidade, até que tenham passado pela correção de aproximação final.

Situações semelhantes


Embora seja uma ocorrência rara, esta não é a única vez que um avião pousou no aeroporto errado. De fato, o Simple Flying explorou vários outros estudos de caso desse fenômeno, que você pode ler mais nos links abaixo.
Via Simple Flying com informações de AIN, AOPA e PrivateFly

Vídeo: Isso é o que você NÃO VÊ na aviação


Isso é o que você NÃO VÊ na aviação - No vídeo de hoje, Lito Sousa visita o Centro de controle operacional da Gol Linhas Aéreas e revela todos os segredos dos bastidores de uma sala de operações de uma companhia aérea.



Aconteceu em 29 de agosto de 2001: Voo Binter Mediterráneo 8261 - Piloto desligou ambos os motores


Em 29 de agosto de 2001, o avião CASA CN-235-200, prefixo EC-FBC, da Binter Mediterráneo (foto abaixo), operava o voo 8261, um voo doméstico de passageiros Melilla e Málaga, na Espanha.

O voo 8261 da Binter Mediterráneo decolou do aeroporto de Melilla às 09h37 CEST do dia 29 de agosto de 2001,  com 47 pessoas a bordo (44 passageiros e 3 tripulantes). O tempo estava bom.


Após um voo sem intercorrências de Melilla, a tripulação foi autorizada a descer ao Aeroporto Málaga-Pablo Ruiz Picasso. Durante a aproximação à pista 32 de Málaga, uma luz de alerta na cabine indicava incêndio no motor de bombordo. Na verdade, foi um alarme falso, possivelmente causado por umidade e/ou sujeira nos circuitos, embora a tripulação não soubesse disso.

O comandante continuou a aproximação, enquanto o copiloto seguiu o procedimento de emergência para incêndio no motor. No processo, ele ativou erroneamente as manivelas do motor direito e esquerdo, fazendo com que ambos parassem. 

O avião tentou pousar, atingindo as luzes de aproximação do aeroporto, e parou cerca de 500 m (1.600 pés) antes da cabeceira da pista e parou no aterro da rodovia N-340. 

Quatro das 47 pessoas a bordo morreram, incluindo o piloto e três passageiros. A aeronave ficou destruída.


O piloto não comunicou nenhuma informação sobre a emergência em andamento à tripulação de cabine e, consequentemente, os passageiros não foram instruídos a assumir a posição de apoio antes do impacto. 


Dois anos e dois meses após o acidente foi divulgado o Relatório Final. Embora a execução incorreta do procedimento de emergência pelo copiloto tenha sido a principal causa do acidente, os investigadores descobriram que ele não havia recebido nenhum treinamento em simulador de procedimentos de emergência da companhia aérea.


A investigação também considerou que a adesão incompleta aos procedimentos de manutenção relevantes era a razão mais provável para o falso alarme de incêndio.


Os restos do avião foram levados à fábrica da CASA Sevilla, para investigação. Após a conclusão da investigação, a aeronave foi sucateada. A cauda foi salva e está exposta no Museu Aeronáutico de Málaga.


Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN e baaa-acro

Aconteceu em 29 de agosto de 1998: Acidente com o voo Cubana de Aviación 389 no Equador


Em 29 de agosto de 1998, o voo 389 da Cubana de Aviación era um voo doméstico regular de passageiros, voando do Aeroporto Internacional Old Mariscal Sucre, em Quito, para o Aeroporto Internacional Simón Bolívar (atualmente renomeado como Aeroporto Internacional José Joaquín de Olmedo) em Guayaquil, ambos no Equador. 

A aeronave que operava o voo era o Tupolev Tu-154M, prefixo CU-T1264, operado pela transportadora de bandeira cubana Cubana de Aviación (foto abaixo).


 A aeronave transportava 91 pessoas, sendo 14 tripulantes e 77 passageiros. A maioria dos ocupantes eram equatorianos, com alguns argentinos, italianos, jamaicanos, chilenos e cubanos.

O voo 389 estava se preparando para decolar. Durante a primeira partida do motor, uma válvula pneumática foi bloqueada. O problema foi corrigido e dois motores foram acionados com força de solo. Durante o táxi, o terceiro motor foi ligado. 

Mais tarde, o voo 389 obteve sua autorização de decolagem e começou sua rolagem. A primeira e a segunda tentativa de decolagem falharam. Em seguida, ele tentou sua terceira decolagem. 

Quando o voo 389 atingiu a velocidade VR, o nariz da aeronave não levantou (girou). Mesmo que a tripulação tenha iniciado uma decolagem rejeitada, a aeronave invadiu a pista, errou por pouco a avenida movimentada no final da pista do aeroporto em um bairro residencial de classe média, bateu em uma parede, atropelou uma oficina mecânica e bateu em duas casas e aradas em um campo de futebol. Na época, muitas pessoas, incluindo crianças, estavam brincando no campo.


As equipes de resgate chegaram ao local do acidente e começaram a evacuar os sobreviventes do local do acidente. Explosões puderam ser ouvidas repetidamente após o acidente. Os bombeiros lançaram jatos de água nas ruínas fumegantes para evitar explosões adicionais e as autoridades locais isolaram o local do acidente e procuraram um morador local desaparecido. 

Muitas pessoas no solo desapareceram no acidente. Uma mãe afirmou que seus três filhos desapareceram após o acidente. Vinte e seis 26 feridos foram levados às pressas para três hospitais, sendo 15 para o Hospital Metropolitano de Quito. 


Os sobreviventes afirmaram que algumas portas do avião não abriram após o impacto e vários sobreviventes escaparam dos destroços através de um buraco na fuselagem. Várias pessoas pularam no avião enquanto eles estavam em chamas. 

No domingo, 30 de agosto, A Cruz Vermelha Equatoriana afirmou que até 77 corpos gravemente queimados foram recuperados do local do acidente. Cinco crianças brincando no campo morreram quando o avião as atingiu.

No total, 70 pessoas morreram a bordo do avião e 10 pessoas em solo, incluindo as crianças que brincavam no campo de futebol.


Pouco depois do acidente, o Aeroporto Internacional Mariscal Sucre foi fechado e todas as operações de voo foram canceladas em resposta ao acidente. O presidente equatoriano Jamil Mahuad visitou o local do acidente e expressou sua solidariedade aos familiares e familiares das vítimas do acidente.

Ele ordenou um relatório completo sobre a causa do acidente e afirmou que construiria um novo aeroporto longe da cidade, já que o aeroporto havia sido criticado por estar muito perto de uma área densamente povoada. O novo aeroporto foi inaugurado em 2013, cerca de 18 quilômetros (11 milhas) a leste de Quito, fora de sua área urbana.


Como causa provável do acidente, foi apontado que "acredita-se que a tripulação não cumpriu o checklist de táxi e pré-decolagem e esqueceu de selecionar as chaves das válvulas hidráulicas do sistema de controle. Nenhuma anomalia técnica foi encontrada na aeronave e nos motores."

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN e baaa-acro