A aeronave foi sequestrada na terça-feira depois de deixar a conturbada região de Darfur, no Sudão, e foi forçada a aterrissar no oásis de Kufrah, no deserto do Saara.
Os sequestradores disseram ser membros de uma facção rebelde de Darfur.
A Autoridade Civil de Aviação da Líbia disse que 95 passageiros estavam no Boeing 737/200. Todos eram sudaneses, com exceção de dois passageiros do Egito, dois da Etiópia e um da Uganda.
Todos foram libertados, junto com duas mulheres que faziam parte da tripulação. Outros seis tripulantes continuam com os sequestradores.
"As negociações continuam com os sequestradores para libertar os outros tripulantes e para que eles se entreguem", disse o chefe da Autoridade Civil de Aviação da Líbia, Mohamed Shlibek, de acordo com a agência estatal de notícias Jana.
Ele disse que os sequestradores reiteraram o pedido para que o avião seja reabastecido para que voe a Paris. A Autoridade Civil de Aviação do Sudão disse que dois sequestradores exigiram status de refugiados no país.
"Eles pediram por direito de asilo político, status de refugiados. Esta foi sua primeira exigência", disse o porta-voz Abdel Hafiz Rahim.
A identidade dos sequestradores ainda não está clara.
O piloto disse às autoridades libanesas que os sequestradores eram membros de um braço do Movimento da Libertação do Sudão, grupo rebelde de Darfur, e queriam se encontrar com o líder Abdel Wahed Nur em Paris, segundo a agência Jana.
Mas o grupo negou veementemente que os sequestradores fossem seus membros.
Outra facção do Movimento, que assinou acordo em 2006 com Cartum apesar de Nur ser contra, disse que, entre os passageiros do avião sequestrado estavam sete oficiais seus, três dos quais eram membros de um governo regional transicional, em Darfur.
"Estamos muito, muito preocupados e estamos fazendo tudo o que podemos para entrar em contato com eles", disse Mohammed Bashir, importante membro de uma facção liderada por Minni Arcua Minnawi, único grupo rebelde de Darfur a assinar um acordo de paz.
Darfur vive um conflito desde que explodiu uma rebelião contra o comando de Cartum, há cinco anos. Especialistas dizem que mais de 2,5 milhões de pessoas tiveram de abandonar suas casas e 200 mil pessoas foram mortas. O número de mortos oficial é de 10 mil.
Os rebeldes estão dividos entre várias facções no país.
O avião saiu da capital de Darfur do Sul, Nyala, para Cartum. A Líbia concedeu permissão para o avião pousar depois que o piloto disse que eles estavam ficando sem combustível, segundo a agência de notícias estatal líbia.
Fonte: Reuteurs - 09:15 hs.