quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Pequeno aeroporto luta na justiça para não ter de construir ‘Turnpads’ nas cabeceiras da pista

Cabeceira da pista sem Turnpad, em cena do vídeo apresentado abaixo
Um aeroporto de pequeno porte e baixíssimo movimento, com pista estreita e sem taxiway, mas que esporadicamente recebe enormes aviões para estocagem ou desmontagem, luta na justiça para conseguir uma isenção.

Nessa segunda-feria, dia 21 de novembro, o tribunal de Zwolle, na Holanda, ouviu o caso entre a Inspetoria de Aviação (ILT) e o Aeroporto de Twente sobre o pedido de isenção da construção de Turnpads (áreas de retorno para o avião fazer a volta) nas cabeceiras da pista, para chegada e partida de grandes aeronaves (categoria D e E).

Esses retornos são prescritos para permitir que o piloto, em aeroportos sem taxiway, gire rapidamente a aeronave por conta própria e, em seguida, saia rapidamente da pista devido à possível chegada de uma aeronave seguinte. Esses Turnpads não estão disponíveis no Aeroporto de Twente, e a ILT requisita que sejam construídos para maior segurança.

O vídeo a seguir, embora na língua local, mostra animações de como seriam os Turnpads no Aeroporto de Twente. Ele também mostra como são atualmente os procedimentos que fazem com que não seja necessário ter as áreas de retorno.

Abaixo do player, na continuidade desta matéria, está um resumo das explicações contidas no vídeo.


Em sua petição, o Aeroporto de Twente explicou em detalhes ao tribunal por que seria perfeitamente razoável se a Inspetoria concedesse uma isenção ao Aeroporto de Twente para que essas áreas não tivessem que ser construídas.

Manuseio eficiente e seguro no Aeroporto de Twente


No Aeroporto de Twente, todos os relatos de tráfego aéreo são feitos com pelo menos 24 horas de antecedência:

– É um aeroporto tranquilo, então o tráfego aéreo pode ser bem programado;

– Não há nenhum tráfego aéreo não anunciado;

– Aeronaves maiores apenas ocasionalmente.

Dessa maneira, não há necessidade de liberar rapidamente a pista para outro tráfego.

Aeronaves maiores não fazem retorno na pista no aeroporto de Twente. Elas são empurradas de volta para o pátio com um caminhão de reboque (elétrico) após o pouso.

O método já é conhecido, verificado, rápido e seguro.

Turnpads no aeroporto de Twente


Diante das características acima descritas, o aeroporto conclui que:

– Não haverá nenhum valor agregado para a segurança de voo;

– A construção de Turnpads acarretará custos extra desnecessários: entre 2,3 e 2,5 milhões;

Além disso, o aeroporto destaca que a isenção não significará perda de renda, pois não afeta as receitas com o estacionamento de aeronaves, e nunca foi perdida nenhuma solicitação de estacionamento de longa duração para aeronaves maiores devido à impossibilidade de garantir a manobra da aeronave.

O aeroporto encerra com a seguinte mensagem: “O conselho está ansioso pela decisão do tribunal, que não é esperada antes de janeiro do próximo ano, no mínimo. Neste ponto, não estamos especulando sobre um resultado possível, mas contando com a confiança de que fizemos tudo o que pudemos para transmitir claramente ao tribunal a razoabilidade de nosso pedido.”

Esse processo judicial surgiu como consequência do problema com os Boeings 747-400 da Lufthansa, que foram estocados em Twente em 2020, quando retirados de serviço devido à pandemia.

Escorregadores infláveis do Airbus A380 deverão ser trocados

Após detectar degradação, escorregadores infláveis do Airbus A380 deverão ser trocados.


A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (Easa) emitiu uma diretiva de aeronavegabilidade obrigando a substituição de alguns escorregadores infláveis do maior avião de passageiros do mundo: o Airbus A380.

Eles são utilizados para a evacuação da aeronave, em caso de emergência. A determinação vale para unidades que estão saindo do período de estocagem, imposto por conta da pandemia de covid-19, depois de relatos de rachaduras nas costuras dos equipamentos, por conta do armazenamento das unidades em altas temperaturas por longo prazo, somada à umidade causada pela condensação em voos anteriores.

“Foram relatadas ocorrências em que, durante a revisão dos escorregadores de emergência do Airbus A380 após o retorno ao serviço após um período de estacionamento e armazenamento, as costuras locais se abriram durante o insuflamento. Embora a investigação esteja em andamento, suspeita-se que as condições ambientais durante o estacionamento e o armazenamento sejam os principais fatores que contribuem para a degradação das costuras das lâminas”, de acordo com um trecho do documento da Easa.

O maior modelo de passageiros do fabricante europeu possui 16 escorregadores infláveis, sendo três no andar superior e cinco no andar inferior, nas duas extremidades do avião. O problema está concentrado nos equipamentos localizados no andar superior e nos que ligam a saída de emergência sobre a asa ao solo.

A Easa ainda alertou que se “esta condição, se não for corrigida, pode levar à perda da capacidade de retenção de ar de um escorregador que, em caso de emergência, impediria a evacuação oportuna do avião, possivelmente resultando em ferimentos aos ocupantes.”

O número de voos com o A380 mais que dobraram em novembro, em relação ao mesmo mês de 2021, de acordo com a plataforma de dados de voos global Cirium.

Via Marcel Cardoso (Aero Magazine) - Imagem: CRM Engineering

Veja alguns dos principais helicópteros de ataque utilizados pela Aviação do Exército da Rússia

Kamov Ka-52


Kamov Ka-52 (Foto: Ministério da Defesa da Federação Russa)
O Ka-52 é um helicóptero de ataque de fabricação russa, produzido pela empresa Kamov. Foi baseado no Ka-50 desenvolvido na década de 1980 e introduzido no serviço ativo nas Forças Armadas da Rússia em 1995. Em 2008, a versão atualizada, chamada Ka-52, foi lançada pela Kamov. Considerado um dos helicópteros mais avançados do seu tipo, ele é armado com um canhão automático de 30 mm no nariz, além de lançadores de mísseis ar-terra, também sendo capaz de atingir alvos no ar. Cada unidade desta aeronave custa em média US$ 16 milhões de dólares. Possui uma velocidade de cruzeiro de 270 km/h e um alcance operacional de 545 km.

É utilizado como helicóptero de ataque e escolta pesado, com forte blindagem e uma variedade de armamentos. Seus dois rotores coaxiais lhe dão muita estabilidade e manobrabilidade.

Mil Mi-24


Mil Mi-24 (Foto: Ministério da Defesa da Federação Russa)
O Mil Mi-24, é um helicóptero de ataque e transporte de tropas de baixa-capacidade produzido pela Mil Moscow Helicopter Plant em 1970 e operado desde 1972 pela Força Aérea Soviética, por seus sucessores e por mais de outras trinta nações. A sua designação para exportação é Mi-35.

De grande tamanho, as suas mais notáveis variantes são os Mi-25 e Mi-35. Os pilotos soviéticos apelidaram esta aeronave como “tanque voador” (em russo: letayushchiy tank). Outros nomes não oficiais que recebeu foram Krokodil (“Crocodilo”), por causa da camuflagem do novo helicóptero, e Stakan (“Cristal”), devido às janelas como grandes placas de vidro ao redor do cockpit da primeira versão Hind A.

Em outubro de 2007, a Força Aérea da Rússia anunciou que em 2015 iria substituir os cerca de 250 helicópteros Mi-24 para os últimos trezentos Mil Mi-28 helicópteros de ataque e, possivelmente, o Kamov Ka-52.

Mil Mi-28


Mil Mi-28 (Foto: Ministério da Defesa da Federação Russa)
O Mil Mi-28 é um helicóptero de ataque de fabricação russa. É um dos mais avançados do seu tipo, considerado uma versão otimizada do Mil Mi-24 e um “concorrente” do Apache. Ele é armado com uma metralhadora de 30 mm no nariz, além de lançadores de mísseis ar-terra, também sendo capaz de atingir alvos no ar. Cada unidade desta aeronave custa em média US$ 16 milhões de dólares.

O primeiro protótipo voou em novembro de 1982, com as primeiras unidades sendo entregues somente em 2004. O programa havia sido cancelado em 1993, em favor do desenvolvimento do Ka-50. Em 2003, o comando da força aérea russa confirmou este helicóptero finalmente iria integrar as forças militares do país.

Mil Mi-8


Mil Mi-8 (Foto: Divulgação)
O Mil Mi-8 é um helicóptero russo desenvolvido na década de 1960 para transporte de carga ou tropas. O Mi-8 é uma das aeronaves mais produzidas do mundo (cerca de 17 mil unidades foram construídas), estando em serviço em mais de 50 países. A Rússia é o seu principal construtor e o maior operador dos helicópteros tipo Mi-8/Mi-17.

Via IstoÉ

Vasco da Gama teve dois aviões lutando na 2ª Guerra Mundial contra o Nazismo

Avião doado pelo Vasco para a Força Aérea Brasileira (Foto: NetVasco)
Todos sabemos do posicionamento político do Vasco da Gama: um clube historicamente progressista, que se não foram os pioneiros a ter um negro no time – há versões que falam que foi o Bangu ou a Ponte Preta –, não deixam dúvidas de que o Club de Regatas Vasco da Gama adotou uma atitude que contribuiu decisivamente para a inclusão de atletas negros, mulatos e demais brasileiros que não pertenciam à elite, numa luta contra o racismo que era regra na década de 1920.

Mas a contribuição cruzmaltina na 2ª Guerra Mundial ainda é sim uma história pouco contada.

A Comissão Pró-Avião no Vasco

Estamos em 1942, no auge da Segunda Grande Guerra. O mundo tenta formar uma aliança geral contra os nazistas alemães. E o Vasco da Gama se prontifica a ajudar o Brasil a fazer sua parte.

O estádio São Januário, que tem a mística de ser o local onde Getúlio Vargas assinou a CLT em 1943 e onde Luis Carlos Prestes discursou a favor da redemocratização em 1945, teve antes, ainda em 1942, sua primeira participação política: o Vasco da Gama colocou o estádio à disposição do Exército brasileiro, e lá foi montada a Escola de Instrução Militar do Rio de Janeiro, onde se formaram mais de 10 mil soldados.

Além da formação, São Januário era o local onde os recrutas podiam se distrair jogando futebol, e serviu também como alojamento para soldados que chegavam de outros estados rumo à Europa em guerra.

Mas a participação do Vasco na luta contra o nazismo não acabou por aí. Na costa brasileira, principalmente no Nordeste, os submarinos alemães estavam fazendo muitas vítimas. Marinheiros e suas famílias estavam sendo mortos pelos ataques nazistas.

O presidente do Vasco na época, Ciro Aranha, a partir do clamor popular pelas vidas perdidas, decide convocar uma campanha de doações para as famílias. Para animar a força de sua torcida, o presidente disse que, com as doações, além de ajudar as famílias dos marinheiros, iria comprar um avião de guerra e doar para a Força Aérea Brasileira. Estava criada a Comissão Pró-Avião no Vasco da Gama.

Na costa brasileira, principalmente no Nordeste, os submarinos alemães estavam fazendo muitas vítimas.

Um avião? Ah, manda logo dois

As doações começaram a chegar, e ao visitar a importadora para fazer o pedido do avião, Ciro e outros dirigentes vascaínos se empolgaram e encomendaram logo dois. A confiança na ajuda da torcida era gigante. E não erraram: as doações se multiplicaram. Cada torcedor que fazia uma doação ganhava um distintivo do clube, e por um bom tempo não se via um vascaíno sem o distintivo da campanha em São Januário.

"Os aviões foram comprados, e foram devidamente pintados com a cruz de malta. E o dinheiro – você pode perguntar – deu?"

Não só deu como sobrou. O Vasco quis iniciar uma campanha de devolução do excedente, mas os torcedores negaram. O clube então construiu, com ajuda desse dinheiro, a sua sede náutica na Lagoa Rodrigo de Freitas.

No dia 10 de dezembro de 1942, no intervalo de um jogo entre seleções estaduais em São Januário, os aviões foram oficialmente entregues pelos dirigentes vascaínos ao ministro da Aeronáutica do Brasil.

Como diz o belo hino vascaíno, “tua estrela, na terra a brilhar”. No caso, não foi na terra, mas a cruz de malta esteve nos ares de um mundo em guerra, lutando pela causa certa.

Por Bola Parada EC via Verminosos por Futebol

Vídeo impressionante mostra dezenas de helicópteros russos no primeiro dia da invasão da Ucrânia


Um vídeo divulgado nas redes sociais, mostra dezenas de helicópteros russos voando a baixa altitude em Vyshhorod, a 20 km de Kyiv ne Ucrânia, no dia 24 de fevereiro de 2022.

No vídeo podemos indentificar vários Mil Mi-24, Mil Mi-8 e Kamov Ka-52. Eles voavam rente a água lançando flares para não serem atingidos pelas defesas aéreas, mas tão baixo que em certa hora um deles bate na água e cai.

Via IstoÉ

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Acidentes aéreos e falhas na tecnologia que mudaram a aviação

Após tragédias, órgãos governamentais e independentes investigam causas para evitar acidentes semelhantes no futuro.

Falhas mecânicas, erros de comunicação, colisões no ar, incêndio a bordo. São dos acidentes que surgem os avanços tecnológicos e de treinamento que aumentam a segurança aérea. Após um acidente, órgãos governamentais e independentes investigam as causas e, ao final da investigação, divulgam um relatório com recomendações para que acidentes semelhantes não aconteçam. Confira abaixo alguns acidentes que mudaram as normas de segurança aérea. 

Colisão no ar entre United e TWA 

O acidente: Em 30 de junho de 1956, um avião Super Constellation da TWA e um DC-7 da United decolaram de Los Angeles com apenas três minutos de intervalo. Os dois tinham o leste dos EUA como destino. Dezenove minutos depois, enquanto manobravam para dar aos passageiros a vista do Grand Canyon, as duas aeronaves colidiram no ar, matando as 128 pessoas a bordo dos dois aviões. 

O resultado: Após o acidente, o governo americano investiu cerca de US$ 250 milhões (uma fortuna para a época) na modernização dos sistemas de controle de tráfego aéreo. Além disso, a colisão também provocou a criação da Agência Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), que até hoje supervisiona a segurança aérea nos EUA. 

Colisão no ar entre Piper Archer e DC-9 

O acidente: Em 31 de agosto de 1986, um pequeno avião Piper Archer sobrevoou a região do aeroporto internacional de Los Angeles, na Califórnia. Não detectado pelos controladores de tráfego aéreo, a aeronave entrou na rota de um DC-9 da Aeroméxico que se aproximava do terminal. O Piper atingiu um estabilizador horizontal do DC-9, os dois aviões perderam o controle e caíram em um bairro residencial a 30 quilômetros do aeroporto, matando 82 pessoas, incluindo 15 em terra. 

O resultado: Embora a colisão no ar entre aviões da TWA e da United, em 1956, tenha melhorado o sistema de controle de tráfego aéreo, as pequenas aeronaves ainda não eram controladas. Com a colisão em Los Angeles, a FAA exigiu que pequenos aviões passassem a utilizar o transponder, dispositivo eletrônico que transmite a altitude e velocidade do avião aos controladores. Além disso, os aviões foram obrigados a ter sistemas anticolisão TCAS II, que detecta possíveis colisões com outras aeronaves. Desde então, nenhum pequeno avião colidiu com um avião em voo nos EUA. 

Perda de fuselagem no Havaí 

O acidente: Em 28 de abril de 1988, um Boeing 737 da Aloha Airlines, que fazia o voo entre Hilo e Honolulu, no Havaí, perdeu parte da fuselagem, deixando dezenas de passageiros voando em um "avião conversível". Apesar do incidente, os pilotos conseguiram pousar a aeronave com sucesso e apenas uma comissária de bordo morreu ao ser arremessada para fora do avião. A investigação apontou que a causa do acidente foi uma combinação de corrosão e fadiga das partes mecânicas da aeronave, que tinha 19 anos de uso e mais de 89 mil voos registrados.

O resultado: Após o acidente, a FAA iniciou um programa de fiscalização e inspeção das aeronaves para verificar a manutenção dos aviões com muitas horas de voo. 

Explosão no ar de um 747 

O acidente: Em 17 de julho de 1996, um Boeing 747 da TWA, com 230 pessoas a bordo, explodiu após decolar do aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, com destino a Paris. Após cuidadosa montagem dos destroços, órgãos que investigavam o acidente descartaram a possibilidade de uma bomba ou de um ataque de míssel contra o avião. Eles concluíram que um curto-circuito causou faíscas em um sensor de medição de combustível, causando a explosão dos gases no tanque central do avião. 

O resultado: Após o acidente, a Boeing desenvolveu um sistema que injeta gás nitrogênio nos tanques de combustível para reduzir as chances de explosões. A FAA, por sua vez, pediu mudanças no sistema de fiação das aeronaves para evitar fagulhas. 

Queda de DC-10 na França 

O acidente: Em 3 de março de 1974, um avião DC-10 da Turkish Airlines caiu nos arredores de Senlis, na França. Conhecido como "Desastre Aéreo de Ermenonville", por causa da floresta onde houve a queda, o acidente foi causado por uma fala de projeto do avião que fez a porta do compartimento de cargas se desprender da aeronave durante voo. As 346 pessoas a bordo morreram. 

O resultado: Após o acidente, a McDonnell Douglas, fabricante do DC-10, implementou um completo redesenho do sistema de travamento das portas do compartimento de cargas. As modificações tiveram de ser implementadas em toda a frota produzida até então. O DC-10 parou de ser fabricado em 1988, mas ainda tem 150 unidades em operação, a maioria (85) pela empresa FedexExpress. 

Colisão entre dois jumbos em Tenerife 

O acidente: Em 27 de março de 1977, dois aviões Boeing 747, um da companhia holandesa Royal Dutch Airlines (KLM) e outro da Pan American World Airways (Pan Am), se chocaram na pista do aeroporto de Los Rodeos, na Ilha de Tenerife, na Espanha. Os aviões explodiram, causando a morte de 583 pessoas e ferindo 61. A investigação concluiu que houve falhas de comunicação entre a torre de controle e os aviões e também interferência de rádio nas transmissões. Além disso, os pilotos não usavam linguagem padronizada para conversar com os controladores de voo ou outras aeronaves. 

O resultado: Após o acidente, autoridades do mundo inteiro padronizaram a linguagem e os termos técnicos utilizados na comunicação via rádio e adotaram o inglês como idioma oficial de trabalho. 

Incêndio após pouso de emergência em Riad 

O acidente: Em 19 de agosto de 1980, um Lockheed L1011-200 TriStar que partiu de Karachi, no Paquistão, pegou fogo no aeroporto de Riad. A aeronave havia decolado para a cidade saudita de Jeddah, mas piloto voltou para Riad por problemas no voo minutos após decolagem, quando houve alertas de fumaça no compartimento de carga. O piloto voltou para Riad e pousou em segurança. 

O resultado: Após o acidente, a Lockheed alterou a composição da espuma que fazia o isolamento térmico do compartimento de carga da aeronave, que era altamente inflamável. Além disso, a empresa revisou e reforçou os treinamentos para ocasiões de emergência. 

Fim da Era Concorde 

O acidente: Em 25 de julho de 2000, um avião Concorde da Air France que decolava do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, com destino a Nova York, pega fogo durante a decolagem e cai sobre a vila de Gonesse, a poucos quilômetros de distância do aeroporto. As 109 pessoas a bordo morreram, assim como quatro pessoas em solo. De acordo com a investigação, uma peça de titânio desprendida por outro avião na pista do Charles de Gaulle atingiu o Concorde e iniciou o incêndio na hora da decolagem. 

O resultado: Após o acidente, todos os voos com o Concorde foram suspensos. A aeronave, que atingia velocidades muito mais altas e era considerada o futuro da aviação, foi aposentada definitivamente em 2003. 

Acidente em Congonhas 

O acidente: Em 17 de julho de 2007, um Airbus A320-233 da companhia brasileira TAM, que saiu de Porto Alegre com destino a São Paulo, ultrapassou o final da pista durante o pouso no Aeroporto de Congonhas, atravessou uma avenida e explodiu após colisão com um prédio do setor de cargas da própria companhia. As 187 pessoas a bordo da aeronave morreram, assim como 12 pessoas atingidas em terra. 

O resultado: A investigação do acidente concluiu que a principal causa foi o posicionamento dos manetes de aceleração na hora do pouso. O manete da direita estava, por erro humano ou falha mecânica, em posição de aceleração. Além disso, foi constatado que a pista do aeroporto de Congonhas estava escorregadia e que o aeroporto não comportaria tantos voos diários. Após o acidente, o comando da Aeronáutica restringiu o uso do aeroporto em dias de chuva forte e diminuiu a capacidade operacional das pistas. 

Queda de Airbus da Air France no Atlântico 

O acidente: Em 31 de maio de 2009, o voo 447 da Air France decolou do Rio de Janeiro com destino a Paris. A aeronave, um Airbus A330-200, levava 12 tripulantes e 216 passageiros. A aeronave atravessou uma zona de tempestade com fortes turbulências e caiu no meio do Oceano Atlântico, matando todos a bordo. A investigação do acidente ainda está em andamento, mas evidências apontam para uma falha nos sensores de velocidade do Airbus A330. 

O resultado: Um mês após o acidente, em 30 de junho de 2009, a empresa Airbus recomendou que todas as companhias proprietárias dos modelos Airbus A330 e A340 trocassem o sensor de velocidade (conhecido também como "Pitot") em suas aeronaves. F

Fonte iG - Imagens: Reprodução

Mayday Desastres Aéreos: Ethiopian Airlines 961 - Sequestro na África


Legendado

Aconteceu em 23 de novembro de 1996: Ethiopian Airlines voo 961 - Sequestro e pouso forçado no mar


Em 23 de novembro de 1996, três jovens embriagados sequestraram um Boeing 767 da Ethiopian Airlines com 175 pessoas a bordo. Ameaçando explodir o avião, exigiram que o capitão voasse com o avião até a Austrália para que pudessem pedir asilo, mas o avião não tinha combustível suficiente para a viagem. 

O capitão acabou sendo forçado a abandonar o avião na água perto de uma praia turística lotada nas Ilhas Comores, causando um acidente catastrófico que matou 125 pessoas. Esta é a história incomum de como o voo 961 da Ethiopian Airlines se tornou o maior avião a fazer uma aterrissagem no mar.


O voo 961 da Ethiopian Airlines era operado pelo Boeing 767-260ER, prefixo ET-AIZ (foto acima), programado para transportar 163 passageiros e 12 tripulantes de Adis Abeba, na Etiópia, a Abidjan, na Costa do Marfim, com escalas intermediárias em Nairóbi, no Quênia; Brazzaville, República do Congo; e Lagos, Nigéria. 

No comando da aeronave, (apelidada de “Zulu”), estava o Capitão Leul Abate, por todas as medidas um veterano da aviação africana. Ele voou mais de 11.000 horas e foi sequestrado duas vezes antes, em ambos os casos pousando o avião e mantendo a ordem até que as autoridades negociaram com sucesso a libertação dos passageiros. No total, ocorreram 17 sequestros envolvendo a Ethiopian Airlines nos anos anteriores.


Quinze minutos após a decolagem de Adis Abeba, três jovens se levantaram de seus assentos e correram para a cabine. Mais tarde identificados como Alemayehu Bekeli Belayneh, Mathias Solomon Belay e Sultan Ali Hussein, dois estavam desempregados e um era enfermeiro; todos os três estavam psicologicamente perturbados e altamente intoxicados. Eles alegaram ter sido perseguidos por um governo não especificado e escaparam da prisão; no entanto, ninguém no avião sabia de nada disso. 

Os sequestradores rapidamente irromperam pela porta da cabine e se armaram com machados, extintores de incêndio e garrafas de álcool do carrinho de bebidas. Eles ordenaram que o primeiro oficial Yonas Mekuria saísse da cabine e, quando ele inicialmente se recusou a obedecer, o golpeou na cabeça até que ele foi forçado a fugir. 

O líder do grupo então se sentou no assento do copiloto e disse ao capitão Leul Abate que havia onze sequestradores (na verdade, eram apenas três). Ele acrescentou que se Abate não obedecesse aos comandos dos sequestradores, eles explodiriam o avião (isso também foi um blefe; nenhuma bomba foi encontrada). No entanto, pagar o blefe era muito arriscado, então Abate obedeceu.


Tendo experimentado dois sequestros antes, Abate esperava que os sequestradores ordenassem que ele pousasse em um país vizinho onde as negociações seriam realizadas. No entanto, os sequestradores tinham outras ideias. Em vez disso, eles ordenaram que Abate voasse para a Austrália. Isso era extremamente problemático porque o avião só era abastecido para a viagem a Nairóbi, mais uma hora e meia a duas horas extras. 

O avião poderia fazer a viagem de 10 horas até a Austrália se os tanques de combustível estivessem cheios, mas não estavam. Os sequestradores descobriram o alcance máximo do avião nas revistas de bordo, mas não estavam cientes de que os aviões geralmente carregavam apenas a quantidade de combustível necessária para a viagem. O capitão Abate tentou explicar isso, mas os sequestradores pensaram que ele estava blefando e se recusaram a mudar suas exigências.


Abate contatou o controle de tráfego aéreo para explicar a situação, tentando fazer com que os controladores argumentassem com os sequestradores. A tática não teve sucesso e os sequestradores forçaram Abate a cortar todo o contato com o ATC. 

Na hora seguinte, Abate voou para o sul ao largo da costa africana para manter possíveis aeroportos ao alcance. Eventualmente, no entanto, os sequestradores perceberam que a terra ainda era visível pela janela e ordenaram que Abate voltasse para o mar. Incapaz de saber com certeza se os sequestradores não tinham uma bomba, ele não teve escolha a não ser obedecer. 

Nesse ponto, ele passou para o Plano C. Usando um pequeno atlas portátil, ele identificou Comores, uma nação insular na costa da África perto de Madagascar, com uma grande pista de pouso na capital, Moroni. O voo 961 já havia se desviado o suficiente para o sul para que as ilhas pudessem ser alcançadas com uma curva para sudeste, aparentemente provando aos sequestradores que eles finalmente estavam indo para a Austrália.


Após cerca de três horas de voo, a aeronave ainda estava a alguma distância do extremo norte das Ilhas Comores. O capitão Abate começou a tentar convencer os sequestradores a deixá-lo pousar ali, mas eles se recusaram. 

Aparentemente percebendo que o avião nunca chegaria à Austrália, eles mudaram de objetivo e agora se concentraram em impedir o Capitão Abate de pousar. Ficou claro que os sequestradores preferiam morrer a pousar e ser levados sob custódia. 

Mesmo assim, Abate continuou se dirigindo para as ilhas, mesmo enquanto o avião chegava até seus últimos restos de combustível. Durante esse tempo, o sequestrador no assento do copiloto estava bebendo uísque roubado e tentou fazer com que Abate bebesse também, mas ele se recusou.


Depois de quase quatro horas no ar, um motor ficou sem combustível e queimou. Com impulso insuficiente para permanecer a 39.000 pés, o avião começou a cair. Por um momento, os sequestradores deixaram a cabine e Abate assumiu um risco calculado: ele entrou no PA e disse aos passageiros para “reagir contra os sequestradores”. 

Sua formulação era ambígua para evitar que os sequestradores descobrissem, mas isso também confundiu os passageiros, que não estavam dispostos a agir com base apenas neste pedido, quando poderia haver uma bomba a bordo. 

A única pessoa que reagiu foi o lendário cinegrafista Mohamed Amin, que por acaso era um passageiro do voo 961. Suas reportagens sobre a fome na Etiópia e as inúmeras guerras na África eram bem conhecidas em todo o mundo e seus esforços para se envolver em todos os conflitos tinha até lhe custado um braço quando foi atingido por uma explosão de bomba. 

Agora, confrontado novamente com o tipo de situação perigosa em que tantas vezes se encontrava, ele assumiu o comando e tentou convencer os passageiros a dominar os sequestradores com ele, mas nenhum se ofereceu.


Irritados com a insubordinação do capitão Abate e convencidos de que ele estava descendo o avião de propósito, os sequestradores tentaram assumir o controle e subir novamente. O avião realizou vários movimentos selvagens durante a luta, mas o capitão Abate foi finalmente capaz de manter o controle. 

Não muito tempo depois, o segundo motor também parou quando o avião ficou completamente sem combustível. Os instrumentos de Abate morreram, as luzes da cabine se apagaram e a energia dos sistemas hidráulicos foi cortada, tornando o avião difícil de controlar.


Abate começou uma descida impotente até Morôni, enquanto os sequestradores ficavam cada vez mais agitados em seus esforços para impedi-lo de pousar. Na abordagem final, o sequestrador líder novamente tentou assumir o controle e uma luta começou. Durante a luta, o capitão Abate perdeu de vista a pista e não conseguiu localizá-la novamente. Um pouso na água agora era inevitável. 

Abate instruiu os passageiros a colocarem os coletes salva-vidas, mas não a inflá-los; no entanto, muitos passageiros entraram em pânico e inflaram seus coletes salva-vidas de qualquer maneira. Então, poucos minutos antes de atingirem a água, o primeiro oficial Mekuria voltou à cabine. 

Finalmente percebendo a gravidade da situação, o sequestrador líder permitiu que ele retomasse seu assento e ajudasse Abate com o pouso, o que seria um pouso sem força nunca antes tentado no oceano. Abate instruiu os sequestradores a se sentarem e apertarem os cintos de segurança, mas eles não o fizeram. Enquanto isso, na cabine, Amin ainda tentava sozinho convencer os sequestradores a deixar o avião pousar, sem saber que já era tarde demais.


O avião veio baixo em direção à praia e, no último segundo, Abate fez uma curva fechada para a esquerda para tentar pousar paralelo a ela. Na praia, turistas de um resort próximo avistaram repentinamente o avião, incluindo um visitante da África do Sul que, confundindo-o com parte de um show aéreo, treinou sua câmera de vídeo na aeronave que se aproximava, capturando em fita os segundos finais do voo 961.

Saindo da curva, a asa esquerda atingiu a água primeiro, arrastando o lado esquerdo para baixo. O motor esquerdo o seguiu, cavando na água. O torque do motor agindo como uma colher virou o avião de lado e a fuselagem se estilhaçou em quatro ou cinco pedaços principais. A cabine e a cauda quebraram, assim como as asas e ambos os motores, inundando a cabine de passageiros com uma parede de água do mar.


O acidente matou instantaneamente os três sequestradores e Mohamed Amin, todos os quais estavam fora de seus assentos. Outros incontáveis ​​também morreram quando o avião se partiu, mas muitos mais agora enfrentavam uma corrida desesperada para escapar do avião que afundava. 

Aqueles que já haviam inflado seus coletes salva-vidas ficaram presos no teto e não puderam nadar pelas saídas; dezenas se afogaram dessa maneira após terem sobrevivido ao acidente. O resto dos sobreviventes, incluindo o capitão Leul Abate e o primeiro oficial Yonas Mekuria, nadaram até a superfície e agarraram-se aos destroços flutuantes. 


Em segundos, os barcos correram para o local e começaram a tirar os sobreviventes da água. Muitos foram levados para um resort próximo, onde foram tratados por um grupo de médicos visitantes antes de serem encaminhados para o hospital. 

No fim, 125 passageiros e tripulantes morreram no acidente, enquanto 50 sobreviveram. Dos sobreviventes, apenas quatro escaparam dos ferimentos.

Mapa de assentos mostrando passageiros e tripulantes mortos e sobreviventes
A queda é notável por ser uma das poucas tentativas de pouso na água em um grande avião comercial, e o resultado exemplifica perfeitamente os perigos de tentar um fosso. A regra para pilotos em situações de emergência é tentar chegar a um campo de aviação a todo custo; uma vala só deve ser tentada se não houver esperança de chegar a um aeroporto.

A água não oferece uma superfície dura para pousar e não é compressível, portanto, quando o avião começa a afundar, a desaceleração é enorme e pode despedaçá-lo, como aconteceu no voo 961 da Ethiopian Airlines. 


Lições informais aprendidas com o acidente posterior ajudou a tripulação do voo 1549 da US Airways a pousar seu próprio avião impotente no rio Hudson sem danos catastróficos, salvando todos os 154 passageiros e tripulantes.

Outras lições que deveriam ter sido aprendidas com o voo 961 foram tristemente ignoradas. Depois do acidente, e mesmo antes dele, os especialistas em segurança alertaram que era muito fácil sequestrar um avião comercial e que as cabines do piloto precisavam ser mais bem protegidas. 

No entanto, as companhias aéreas pareceram apáticas em relação à ideia e nenhuma mudança significativa na segurança da cabine foi feita. Foram necessárias a morte de quase 3.000 pessoas nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 para que essa lição fosse levada a sério. 


Na época, era fácil descartar o sequestro do voo 961 como um sintoma de instabilidade política na África, mas, na verdade, as mesmas vulnerabilidades existiam em aeronaves comerciais em todo o mundo e, de fato, os sequestros eram uma ocorrência frequente não apenas na África, mas também na Ásia e na Europa. 

Hoje, é quase impossível sequestrar uma aeronave graças aos avanços na segurança, mas essas mudanças vieram como resultado do 11 de setembro e não do voo 961.

A última lição do voo 961 - e talvez a lição mais relevante para o viajante comum - é prestar muita atenção aos cartões de segurança, instruções de segurança e instruções da tripulação. Embora o capitão Leul Abate tenha ordenado aos passageiros que não inflassem seus coletes salva-vidas, muitos o fizeram mesmo assim, custando várias vidas. 


A maioria dos cartões de segurança em voo agora afirma explicitamente que os coletes salva-vidas não devem ser inflados dentro do avião, mas a razão para isso pode não ser imediatamente aparente para os passageiros que não estudaram o voo 961. 

Além de apenas fornecer uma explicação para a regra do colete salva-vidas, isso também ressalta a importância de seguir todas as normas de segurança, mesmo que sua finalidade inicialmente pareça obscura. 

Para os passageiros do voo 961, era uma questão de vida ou morte, e da próxima vez que um avião for forçado a fazer um pouso na água, convém lembrar os erros que cometeram.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

Com Admiral Cloudberg, ASN, Wikipedia - Imagens: airlinereporter.com, This Is Africa, India Times, gannett-cdn.com e ccplusmedia.com. Clipes do Mayday, cortesia da Cineflix. Mapas: Google.

Aconteceu em 23 de novembro de 1962: Voo 355 da Malev - Estol na aproximação causa queda de avião na França

Em 23 de novembro de 1962, o Ilyushin Il-18V, prefixo HA-MOD, da Malev (foto acima), realizava o voo 355, um serviço de transporte internacional de passageiros entre Budapeste, na Hungria, para Frankfurt e outro países. 

O voo partiu de Budapeste para Frankfurt às 07h44 (GMT) levando a bordo 13 passageiros e oito tripulantes. A tripulação se reportou ao escritório meteorológico de Frankfurt para o briefing às 09h50, quando a atenção do piloto foi chamada para as ocorrências frequentes de nuvem stratus e a possibilidade de gelo leve em nuvem stratus.

Antes do voo, a tripulação havia permanecido no escritório meteorológico por duas horas, verificando sucessivamente boletins meteorológicos dos aeroportos de Orly e Le Bourget.

Quando o voo partiu de Frankfurt para o Aeroporto Le Bourget, na França, o piloto em comando ocupava o assento esquerdo. O primeiro contato de rádio com o Centro de Controle da Área Norte foi feito às 13h32, quando o voo relatou que havia passado sobre Luxemburgo às 13h31 horas no nível de voo 180 e estimou o próximo ponto de relatório MY às 13h35. 

A tripulação foi então instruída a relatar sobre MY, CH e BE. De 13h44:20 a 13h55:20, o voo recebeu ordens de descida progressiva até 1800 pés. 

Às 13h48:50, quando a aeronave reportou sobre CH, foi instruída a seguir para BN. No entanto, às 13h54:40, ao reportar que se aproximava de BN, o controlador afirmou que foi autorizado a BE e não a BN. Isso foi reconhecido pela aeronave sem repetir a mensagem. 

Às 13h56:10, o voo foi autorizado pela Aproximação de Le Bourget para a aproximação final. Nesse momento, o controlador perguntou à aeronave se ela se dirigia para BE ou ONU. Dez segundos depois, a aeronave confirmou que se dirigia para BN e foi novamente solicitada a seguir para BE. 

A aeronave foi instruída a chamar quando estivesse sobre BE e informada de que era o número 2 para pousar. A confirmação do QNH (ajuste do altímetro) foi dada à aeronave, e ela foi liberada para a aproximação final às 13h59. 

Às 14h01:40, a o controlador de abordagem de Le Bourget ligou para a aeronave e a aeronave relatou declarou que chamaria "over BE". O controlador deu à aeronave sua posição como 2 milhas a leste de BE e perguntou ao piloto se ele estava fazendo uma aproximação por ILS. Isso foi confirmado. 

Às 14h05, a aeronave contatou a torre e avisou que chegaria a BE a 1.800 pés e estava fazendo uma aproximação ILS na pista 25. Às 14h05: 30 horas a aeronave relatou sobre BE. Ele deveria estar em voo nivelado com 15 graus de flap, a cerca de 500 m (1500 pés) e a uma velocidade de 310-320 km/h. 

Não houve mais contato de rádio entre a aeronave e a torre, embora a aeronave devesse ter reportado sobre o marcador externo a aproximadamente 300 m (900 pés). 

Às 14h21, as autoridades do aeroporto foram informadas pela polícia de que a aeronave havia caído cerca de 800 metros além do marcador externo e cerca de 135 m à direita da linha central do ILS.


O acidente foi resultado de um estol durante a aproximação na configuração do trem de pouso estendido, flaps de 30 graus. No momento do impacto, os quatro motores estavam quase na potência máxima. 

O Conselho não foi capaz de estabelecer a causa disso estol cujo padrão, de acordo com os dados fornecidos pelos especialistas soviéticos, só pode ser compatível com uma manobra de carga G. O Conselho não foi capaz de descobrir o que causou a manobra.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia, ASN e baaa-acro.com)

Aconteceu em 23 de novembro de 1962: Voo UA 297 - A colisão com pássaros que mudou as regras da aviação

O voo 297 da United Airlines foi um voo programado do Aeroporto Internacional de Newark com destino final no Aeroporto Internacional de Atlanta, na Geórgia, que caiu a 16 km a sudoeste de Baltimore, em 23 de novembro de 1962, matando todas as 17 pessoas a bordo. 

O acidente resultou em uma maior compreensão da quantidade de danos que podem ser causados ​​por colisões de pássaros durante o voo. Como resultado, a Federal Aviation Administration (FAA) emitiu novos regulamentos de segurança que exigiam que as aeronaves recém-certificadas fossem capazes de suportar melhor os impactos em voo com pássaros, sem afetar a capacidade da aeronave de voar ou pousar com segurança.

Um Viscount da United similar ao avião acidentado (Wikipedia)
A aeronave era o Vickers 745D Viscount, prefixo N7430, da United Airlines, era um avião turboélice britânico de médio alcance, que foi fabricado em 30 de junho de 1956. Na época do acidente, tinha um total de 18.809 horas de voo registradas. Ele era equipado com quatro motores turboélice Rolls-Royce Dart 510. A United Airlines adquiriu o avião da Capital Airlines quando as duas empresas se fundiram em 1961. Era um dos 60 já construídos e tinha capacidade para 48 passageiros.

O piloto do avião era Milton Balog, da Pensilvânia, que tinha 39 anos. Ele serviu como piloto no United States Army Air Corps voando um bombardeiro no teatro europeu da Segunda Guerra Mundial e recebeu a Distinguished Flying Cross. Após a guerra, ele conseguiu um emprego na Capital Airlines. 

O copiloto era Robert Lewis, de 32 anos. Ele possuía uma licença de piloto de linha aérea que expirou porque ele estava atrasado para um exame físico, mas ele estava qualificado e licenciado para voar como copiloto com sua licença de piloto comercial. 

A tripulante Mary Key Klein completou o treinamento da empresa e começou a trabalhar em 21 de junho de 1962, e a tripulante Karen G. Brent começou a trabalhar para a companhia aérea em 16 de agosto de 1962.

O Viscount, voando como voo 297 da United Airlines, era um voo regular de passageiros de Newark, Nova Jérsei, para Atlanta, na Geórgia, com escalas no Aeroporto Nacional de Washington DC, no Aeroporto de Raleigh-Durham, na Carolina do Norte, e no Aeroporto Municipal de Charlotte, também na Carolina do Norte. 

O avião levava a bordo 13 passageiros e quatro tripulantes. A primeira etapa do voo foi programada para durar uma hora a uma velocidade real de 260 nós (300 mph; 480 km/h).

O avião decolou de Newark às 11h39, horário local. Às 12h14, foi autorizado a descer de 10.000 para 6.000 pés. Às 12h19, os controladores de tráfego aéreo informaram ao voo que haviam recebido inúmeros relatos de um grande número de patos e gansos na área, e os pilotos reconheceram o relato.

Às 12h22, o Controle de Aproximação de Washington DC direcionou o voo para virar à esquerda para um rumo de 200 graus, o que também foi confirmado pelos pilotos. Uma mudança de curso adicional foi transmitida às 12h23, mas não foi confirmada pela tripulação. Às 12h24, os controladores perderam o contato do radar com o avião.

A aeronave havia atingido dois cisnes com seus estabilizadores a 6.000 pés. Uma das aves causou apenas danos superficiais ao estabilizador direito, com aproximadamente um pé de comprimento e um oitavo de polegada de profundidade, enquanto a outra atravessou completamente o estabilizador esquerdo e saiu pelo outro lado. 

O impacto fez com que o estabilizador se separasse do avião. O Viscount perdeu o controle e, em menos de um minuto, a altitude da aeronave caiu de aproximadamente 6.000 pés para o nível do solo, e sua velocidade no ar aumentou de 240 para 365 nós (280 a 420 mph; 440 a 680 km/h).

O avião caiu a 16 quilômetros (10 milhas) a sudoeste de Baltimore e explodiu, matando todos os 17 ocupantes. Dos treze passageiros a bordo do avião, seis eram funcionários da United Airlines fora de serviço.

Destroços do voo 297 da United Airlines (Domínio Público)
O estabilizador da aeronave foi encontrado posteriormente a quatrocentos metros dos destroços principais. Os investigadores estimaram que o acidente poderia não ter ocorrido se os dois pássaros tivessem atingido a aeronave apenas alguns centímetros mais alto ou mais baixo. 

Mapa apontando o local da queda do voo da United (CAB)
Após o acidente, uma equipe de dez investigadores de Washington chegou, chefiada por George A. Van Epps, chefe de investigação de segurança do Conselho de Aeronáutica Civil. Os destroços do avião se espalharam por uma área de 100 a 150 jardas (90 a 140 m) de diâmetro, com o maior pedaço de destroços de apenas 15 pés (4,6 m) de comprimento. 

Um grave incêndio terrestre que eclodiu após o acidente consumiu a maior parte da fuselagem, asa direita e parte da asa esquerda. O incêndio removeu a evidência potencial de colisões de pássaros adicionais que podem ter ocorrido em outras partes da aeronave, mas os investigadores foram capazes de recuperar o gravador de voo.

Os investigadores remontaram partes críticas da aeronave no Aeroporto Nacional de Washington, onde concluíram que a aeronave havia atingido pelo menos dois pássaros.

Uma carcaça parcial de ave, bem como penas, tecido e sangue foi encontrada a 10 pés (3 m) da seção separada do estabilizador esquerdo e foi identificada pelo Examinador Médico Chefe do Estado de Maryland como sendo de origem de ave. 

Espécimes de penas e ossos encontrados no local foram levados ao Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos, que os identificou como pertencentes a cisnes que assobiam, pássaros que podem atingir pesos superiores a 18 libras (8 kg). 

Um piloto nas proximidades do voo relatou ter visto um bando de aproximadamente cinquenta pássaros brancos muito grandes voando em uma trilha a aproximadamente 5.500 pés. Outros pilotos na área também disseram que os controladores de tráfego aéreo do Washington Center relataram contatos de radar próximos a eles que os pilotos identificaram como grandes bandos de pássaros. 

O Conselho de Aeronáutica Civil divulgou um relatório final de sua investigação em 22 de março de 1963. Os investigadores concluíram que a causa provável do acidente foi "uma perda de controle após a separação do estabilizador horizontal esquerdo que havia sido enfraquecido por uma colisão com um cisne." 

O conselho recomendou que pesquisas adicionais fossem realizadas para determinar os riscos para aeronaves modernas de colisões com pássaros e para aprender como aumentar a segurança da aeronave no caso de colisões com pássaros.

Antes do acidente, a aeronave havia sido projetada com o entendimento de que os serviços de controle críticos da aeronave eram protegidos de colisões de pássaros pelas asas e hélices da aeronave. 

O design do Viscount 745D criou novas vulnerabilidades porque o painel traseiro foi montado mais alto do que o topo dos discos da hélice e, portanto, estava desprotegido. As velocidades de cruzeiro mais altas das aeronaves mais novas também aumentaram a quantidade de danos que poderiam ser causados ​​por um pássaro, mas quase todas as pesquisas anteriores sobre os perigos de colisões com pássaros foram realizadas na década de 1930. 

O único regulamento de aeronavegabilidade que estava em vigor sobre a segurança de colisão com pássaros era o Civil Air Regulations (CAR) 4b, que exigia que o para-brisa de uma aeronave fosse capaz de suportar o impacto de um pássaro de quatro libras (dois quilos) em velocidade de cruzeiro.

Como resultado do acidente, a FAA revisou dados de outros incidentes de colisão com pássaros e realizou testes de colisão com pássaros em vários tipos de aeronaves a jato. Os investigadores concluíram que a maioria dos tipos de aeronaves eram inerentemente resistentes às aves, mas alguns tipos, incluindo o tipo que caiu, eram vulneráveis ​​na área da empenagem. 

A repercussão do acidente nos jornais da época (Reprodução)
Em 1968, a FAA propôs o acréscimo de uma regra exigindo que os aviões fossem capazes de voar e pousar com segurança após um impacto na empenagem de um pássaro de quatro quilos em velocidade de cruzeiro. 

A agência recebeu uma série de comentários, alguns sugerindo que o limite de três libras para pássaros era insuficiente e não teria evitado a queda do voo 297 da United Airlines, outros sugerindo que as asas da aeronave também eram vulneráveis, não apenas a cauda.

Em 8 de maio de 1970, a seção 25.631 "Danos causados ​​por pássaros" do Código de Regulamentações Federais entrou em vigor. Este regulamento adicionou a exigência de que a estrutura empenada de uma aeronave deve ser projetada para garantir a capacidade de vôo e pouso seguros contínuos após um impacto com uma ave de quatro quilos durante o vôo nas velocidades operacionais prováveis.

No final da década de 1960 e no início da década de 1970, a Joint Aviation Authorities foi formada para produzir os Requisitos Conjuntos de Aviação para a certificação de aeronaves de grande porte na Europa. Os Requisitos de Aviação Conjunta foram amplamente baseados na Seção 25 do Código de Regulamentações Federais dos EUA. 

Os regulamentos implementados na seção 25.631 especificavam que a aeronave inteira, não apenas a empenagem, tinha que ser projetada para resistir a uma colisão de pássaro, mas em vez de uma ave de quatro libras, especificava apenas uma ave de quatro libras.

Por Jorge Tadeu (com Wikipedia e ASN)

Aconteceu em 23 de novembro de 1961: Voo 322 Aerolíneas Argentinas - Tragédia em Campinas

LEIA O RELATO SOBRE ESSE ACIDENTE CLICANDO AQUI.

Passageiro detido a bordo de voo para o aeroporto JFK após tentar invadir cabine dos pilotos

Um passageiro do sexo masculino foi detido a bordo de um voo da LOT Polish Airlines para o aeroporto JFK depois que ele foi até a porta da cabine e começou a bater nela.


O Boeing 787-9 da LOT Polish Airlines, com matrícula SP-LSF, estava realizando o voo LO26 do aeroporto Chopin de Varsóvia, na Polônia, para o aeroporto de Nova York – JFK na noite de sexta-feira. O voo LO26 partiu de Varsóvia às 17h25 e pousou no Aeroporto de Nova York – JFK por volta das 20h30.

Depois de ser recusado a entrar na cabine, ele se tornou agressivo e foi contido pelos membros da tripulação e outros passageiros antes que a polícia encontrasse a aeronave no aeroporto JFK. Segundo informações, um comissário de bordo foi atingido na briga.


A polícia da Autoridade Portuária prendeu o suspeito no Portão 9 do Terminal 7 e posteriormente ele foi levado a um hospital próximo para avaliação mais detalhada.

Ouça a conversa da Torre com o avião da Latam e os bombeiros segundos antes do acidente no Peru

Mais detalhes sobre o trágico acidente envolvendo um Airbus A320neo da LATAM e um caminhão de bombeiros no Peru foram revelados, agora com a conversa com o Controle de Tráfego Aéreo.


As informações preliminares indicavam que o caminhão de bombeiros não estava autorizado a entrar na pista, enquanto o A320neo da LATAM decolava de Lima, mostrando que houve uma falha de comunicação. A incursão de pista dos Bombeiros resultou na colisão com o jato, que estava a mais de 200 km/h. Isso acabou vitimando os dois bombeiros que estavam no caminhão.

Agora, mais detalhes surgiram e esta informação se confirmou, mostrando que o Airbus tinha a decolagem autorizada, de fato, e que os Bombeiros também podiam fazer o treinamento, mas não na área de pista.

O áudio, mostrando a conversa da Torre do Aeroporto de Lima com o avião da LATAM e com o Caminhão de Bombeiros foi divulgado na imprensa peruana, e revelam como tudo aconteceu.

De início, os Bombeiros, chamados aqui de “Resgate 6”, estão na nova taxiway “Alfa”, esperando autorização para o início do treinamento. Logo após isso, o avião da LATAM tem a entrada na pista de decolagem autorizadas.

Em seguida, o controlador de Solo fala ao “Resgate 6”, autorizando o treinamento a 90 metros do eixo da pista (de decolagem) com os cones na via veicular. Segundo a TV América Notícias, esta via veicular seria uma nova taxiway que está em construção, já que o aeroporto está sendo expandido e terá uma nova pista, paralela à atual, no outro lado do terreno.


A imagem acima, obtida a partir de uma foto de satélite do Google Maps, mostra a rota autorizada para o Caminhão de Bombeiros em verde e a rota realizada em vermelho, entrando na pista de decolagem e em conflito direto com o Airbus da LATAM, representando por uma seta azul.

A seguir está o áudio em espanhol da comunicação do Controle de Solo com o avião e com o caminhão, confira.


Apesar da conversa mostrar uma clara instrução para seguir pela via veicular e distante 90 metros do centro da pista de decolagem, não é possível afirmar que a informação foi recebida pelos Bombeiros, e se isso ocorreu de maneira correta, já que até o momento os áudios divulgados não mostram uma continuidade, mas são cortados.

Logo após o Controle passar a informação, seria esperado que os Bombeiros a repetissem, confirmando o que foi passado. Caso eles não respondessem, o Controle novamente deveria chamá-los e perguntar se copiaram a informação. Uma investigação está em andamento.

Protótipo da nave espacial Polaris completa primeiro voo

O demonstrador do avião espacial Athena, construído pela startup Polaris em nome das Forças Armadas Alemãs, completou seu voo inaugural.


A empresa informou que o primeiro voo de teste foi realizado no aeroporto de Peenemünde em espaço aéreo restrito sobre as águas adjacentes do Mar Báltico em 8 de novembro de 2022. O demonstrador voou por uma distância de cerca de 10 quilômetros (6 milhas).

O demonstrador Athena foi construído especificamente após um contrato concedido pelo Bundeswehr, as Forças Armadas Alemãs, em março de 2022. A aeronave tem 3,5 metros de comprimento e massa de 120 quilos. É alimentado por quatro turbojatos e pode atingir uma velocidade máxima de Mach 0,4 (493 quilômetros por hora).

É o terceiro demonstrador construído pela Polaris. A primeira aeronave da empresa, Stella, completou um voo bem-sucedido em abril de 2020. Em julho de 2021, o Ministério da Defesa alemão concedeu à startup com sede em Bremen um contrato de € 250.000 para estudar a aplicação de seu futuro avião espacial de produção, chamado Aurora, para missões de reconhecimento.


Espera-se que o Aurora tenha um motor de foguete e atinja a velocidade hipersônica. Em colaboração com o Instituto de Engenharia Aeroespacial da Technische Universität Dresden, a Polaris investigará o potencial de equipar o Aurora com bicos aerospike que usam 25-30% menos combustível em baixas altitudes, tornando-os uma solução perfeita para lançadores orbitais de estágio único.

Via Aero Time

Avião-tanque da USAF quebra recorde mundial de voo mais longo

KC-46A Pegasus realizou o voo sem escalas, recebendo combustível de outros aviões-tanques.

Além de ter a capacidade de transferir combustível,o KC-46A também pode ser reabastecido em voo (Foto: USAF)
Um KC-46A Pegasus, da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF, na sigla em inglês) quebrou um recorde mundial ao realizar uma volta ao mundo, sem escalas, em cerca de 36 horas.

O voo histórico começou no dia 16 de novembro, quando o mais novo avião-tanque da USAF, do 157th Air Refueling Wing, decolou de uma base aérea estado de New Hampshire, na Costa Leste dos EUA, e seguiu rumo ao oeste, voando sem escalas por 25.700 quilômetros.


Após atravessar o território continental dos Estados Unidos, com destino ao Oceano Pacífico, o avião sobrevoou o arquipélago do Havaí e ainda transferiu combustível aos caças F-22 Raptor.

O KC-46 ao longo da viagem foi reabastecido em voo, com uma série de transferências de combustível programadas que garantiram o voo sem escalas ao redor do globo. Há várias décadas a USAF opera com aviões-tanque, caças e vigilância, entre outros, em várias regiões do mundo, em especial na Europa e na Ásia, permitindo seu alcance global.

"O voo demonstrou as habilidades da aeronave para projetar e conectar a força conjunta por meio de sua capacidade de resistência, suporte a tripulação, reabastecimento, consciência situacional e conectividade, assim como planejamento de missão aérea", disse Bill Daley, comandante do KC-46 e na longa missão ao redor do planeta.

Outro ponto de destaque foi o revezamento de tripulação, o que sempre ocorre em voos de longa duração, demonstrando a capacidade do avião em permitir um descanso adequado para os pilotos e demais tripulantes.

Diferente de outros aviões-tanques, o KC-46, um Boeing 767 modificado, dispõe de uma ampla cozinha (galley), beliches e banheiro completo, similares aos existentes em aviões comerciais, melhorando consideravelmente o conforto a bordo. A saúde dos tripulantes também foi avaliada por uma médica que estava no voo.

“Temos uma frota 'saudável'(SIC) e demonstramos total prontidão para missões com recursos de carga e descarga. Poderíamos executar [uma missão] amanhã se fosse necessário", disse o major Daley.

Após cruzar todo globo, o KC-46A e sua tripulação pousaram em New Hampshire, no dia 17 de novembro, totalizando 36 horas de voo sem escalas.

Via André Magalhães (Aero Magazine)