Folha - Que tipo de serviço a Capital fez para a MTA?
Eduardo Artur Rodrigues Silva - Em dezembro do ano passado a Anac suspendeu os voos da empresa porque uma certidão [que comprova pagamento de imposto] estava vencida. Eles [MTA] nos informaram então que contrataram uma assessoria em Brasília para agilizar o procedimento na Anac.
Por que contrataram uma outra consultoria se já tinham contrato com a consultoria do senhor?
Disseram que embora a Martel tenha filiada em Brasília, só tem uma funcionária, então contrataram consultoria para ajudar. Antes de mandar para a Anac, por solicitação da MTA, essa consultoria mandou e-mail para que a Tatiana [filha de Silva e diretora da Martel] desse uma olhada no expediente porque ela é especializada em direito aeronáutico.
Por que era preciso "acelerar" a renovação da concessão da empresa?
A certidão venceu numa semana de pico para o setor e a empresa parou de operar. Como estavam desesperados, eles [MTA] contrataram uma consultoria em Brasília. Após renovar a concessão, a MTA conseguiu um contrato milionário com os Correios sem licitação. Em dezembro, a TAF Linhas Aéreas, que tinha dois aviões operando para os Correios, teve problema com as aeronaves. Em janeiro, a Total Linhas Aéreas teve dois aviões parados pela Anac e em fevereiro uma outra empresa foi considerada inidônea. Por isso tiveram que fazer contrato de emergência.
O sr. tratou da MTA com a ministra Erenice Guerra ou com o Israel, filho dela?
Eu vi a doutora Erenice duas vezes na vida. O Israel não sei quem é.
O sr. era o procurador da MTA. O sr. disse que quem fez esse trabalho na Anac foi a Capital. Qual a relação entre a MTA e a Martel?
Fui procurador da MTA e renunciei em maio. A MTA informou que tinha uma consultoria em Brasília que estava ajudando a renovar o funcionamento jurídico. Para atender o nosso cliente, olhamos o documento que a Capital estava fazendo.
Fonte: jornal Folha de S.Paulo