Em 1 de abril de 1960 os norte-americanos lançaram seu primeiro satélite meteorológico bem sucedido, o Tiros 1.
Duas câmeras da televisão (uma de baixa e outra de alta resolução) e um gravador de fita magnética, onde eram armazenadas as fotografias captadas em órbita. O TIROS I (Television Infrared Observation Satellites, na tradução para português, Satélite de Observação por Televisão em Infravermelho) marcou o arranque da década mais produtiva da tecnologia espacial.O aparelho esteve operacional durante 78 dias e enviou milhares de imagens da superfície terrestre coberta de nuvens. A partir daí, passou a ser possível observar e compreender a estrutura da nebulosidade associada aos fenômenos climáticos.
Há 50 anos, o primeiro satélite meteorológico, desenvolvido pela NASA, demonstrou a importância dos satélites na vigilância dos fenômenos meteorológicos a partir do espaço. "Foi um salto enorme poder ver de outra maneira os sistemas nebulosos e a sua evolução numa escala espacial ampla", explica o meteorologista portugues Manuel Costa Alves admitindo, no entanto, que a inovação não foi suficiente para que, no imediato, as previsões se tornassem mais fiáveis.
"No princípio dos anos 70, estes aparelhos permitiam ajustar o conhecimento" a esta nova forma de observar os fenómenos. "Os métodos de previsão ainda eram muito subjectivos", lembra o especialista.
Mais tarde, a informática introduziu os modelos físico-matemáticos que "possibilitam a elaboração de previsões à escala global com nove dias de alcance, embora com diferentes graus de predictabilidade a partir do quinto dia".
Atualmente, as previsões da meteorologia dificilmente erram. Quando muito, por horas. Ou por poucos dias, no máximo. Mas há falhas que, apesar da evolução tecnológica, permanecem incontornáveis. No caso das situações de intempérie iminente, há variáveis imprevisíveis, que conduzem muitas vezes a situações de alarme público por causa dos alertas, tanto do Instituto de Meteorologia como da Protecção Civil.
Costa Alves dá o exemplo da precipitação como "um fenómeno difícil de prever e de quantificar com valores próximos dos reais". Por outro lado, "a Protecção Civil não está organizada de modo a que possa conhecer bem as vulnerabilidades resultantes dos efeitos da precipitação, do vento, do frio ou do calor extremos". Por isso, a gestão dos avisos e alertas deve ser feita com ponderação, porque "os falsos alarmes constituem um problema, dado que insensibilizam as pessoas para a recepção do verdadeiro alarme".
Costa Alves defende, por estas razões, uma melhor cooperação entre a Proteção Civil e a Meteorologia.
Fonte: André Rodrigues (Rádio Renascença - Portugal)
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