A própria Airbus divulgou ontem um levantamento onde afirma ter identificado um potencial de negócios próximos aos US$ 60 bilhões no Brasil, o que significaria adicionar 510 novos aviões com capacidade entre 110 e 140 assentos à frota local nos próximos 20 anos — considerando tanto a renovação quanto inclusão de novas unidades.
“O mercado de aviação no Brasil está crescendo como um todo, onde continuará sendo necessária a adição de aviões de maior capacidade, que possibilitem um custo por assento menor”, avaliou Rafael Alonso, vice-presidente sênior da Airbus para a América Latina. Na conta feita pela fabricante norte-americana, a frota deve saltar das atuais 248 aeronaves para mais de 590 até 2028, ou seja, o dobro da atual.
O executivo lembrou que o tráfego aéreo brasileiro vem crescendo acima da média de outros países. “Somente no mês passado houve um incremento de mais 30% no número de passageiros transportados, em relação ao mesmo período do ano anterior”, disse Alonso ao acrescentar que a tendência ocorre mesmo antes da realização de eventos mundiais por aqui como a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas de 2016.
A Airbus também aposta na ascensão das viagens internacionais do turista brasileiro e pretende vender para companhia brasileiras, pelo menos nove aviões da família A 380, hoje a maior aeronave mundo, o que a empresa acredita ser uma boa solução para aeroportos como o de Guarulhos, em São Paulo.
No Brasil, o vice-presidente sênior da Airbus contabiliza 70 pedidos de aviões a serem destinados à TAM Linhas Aéreas e outros três para a Avianca Brasil. Atualmente a frota brasileira da marca Airbus é constituída por 130 aeronaves na TAM, uma da Avianca e outra de propriedade do governo federal. Em toda a América Latina, as aeronaves da Airbus atendem 22 companhia aéreas, o equivalente a 42% da frota em serviço pela região.
Promissor
A Boeing também deve seguir a rota do incremento na aviação brasileira, já que ontem, executivos de sua principal cliente local, a Gol Linhas Aéreas, projetaram que o nosso mercado doméstico deve dobrar até 2016, especialmente por conta da ascensão de renda da população que começa a ter mais acesso as viagens aéreas. A Gol mantém hoje uma frota aproximada de 100 Boeings.
De acordo com Michael J. Tull, gerente de comunicação e vendas da Boeing para América Latina, o continente apresenta mercados emergentes estáveis, com fortes taxas de crescimento. “Só o Brasil representa pelo menos 40% dos nossos negócios na região”, respondeu ao DCI, a partir da sede da empresa em Seatle.
Além disso, nos céus brasileiros é que circula a maior frota da Boeing, entre os países latino-americanos. “As companhias aéreas do Brasil também estão entre as maiores e mais rentáveis do mundo”, ressaltou Tull.
Para o executivo, a perspectiva de estabilidade econômica, a longo prazo, aliada à facilidade de acesso ao capital são outros fatores que favorecem a empresas aéreas brasileiras, o que as coloca com capacidade de competitiva diante de outras grandes companhias de aviação pelo resto do mundo.
Em relação à disputa do mercado com outros fabricantes de aviões, a Boeing afirma estar confiante quanto ao futuro positivo da empresa, que já “compete agressivamente por novos negócios”, conforme respondeu à reportagem.
Nacional
Em recente reportagem publicada no DCI, a nacional Embraer reafirmou seu desejo em cavar espaço dentro do mercado nacional, inclusive, com o objetivo de fornecer aeronaves para as grandes companhias aéreas do País, habituadas a comprarem aeronaves tanto da Boeing, como da Airbus. Por aqui a Embraer é fornecedora de toda a frota da Azul Linhas Aéreas.
Segundo afirmou Luiz H. Lima, diretor de Aviação Comercial da Embraer para América Latina, mesmo entre as companhias que operam com aviões de grande porte podem surgir novos negócios. “Não temos dúvida que haverá necessidade de adicionar jatos de 70 a 100 assentos não só no mercado regional, mas também nas grandes empresas”, afirmou.
As grandes fabricantes de aeronaves prometem uma boa disputa pelo mercado brasileiro nos próximos anos.
A Embraer planeja aumentar sua participação na venda de jatos com até 100 assentos às grandes companhias aéreas locais e as concorrentes estrangeiras de peso, como Airbus e Boeing, também pretendem lutar por sua fatia no bolo.
Um levantamento realizado pela Airbus alega ter identificado um potencial de negócios de cerca de US$ 60 bilhões no Brasil, o que corresponderia a adicionar 510 novos aviões com capacidade de 110 a 140 assentos à frota local nos próximos 20 anos — considerando-se tanto a renovação quanto a inclusão de novas unidades.
No Brasil, a Airbus contabiliza 70 pedidos de aviões a serem destinados à TAM Linhas Aéreas, e três, à Avianca Brasil.
A Boeing também confirma o interesse no País e informa que o Brasil representa pelo menos 40% dos seus negócios na região.
Fonte: DCI