quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Aconteceu em 26 de setembro de 1994: O desastre aéreo de Vanavara, na Rússia


O desastre aéreo de Vanavara ocorreu em 26 de setembro de 1994, quando um Yakovlev Yak-40, operado pelo avião regional russo Cheremshanka Airlines, caiu na margem de um rio perto de Vanavara, na Rússia. Todos os 24 passageiros e 4 membros da tripulação morreram.

A equipe de investigação russa concluiu que o erro do piloto foi a causa do acidente. As más condições meteorológicas obrigaram o voo a abortar várias tentativas de aterragem e a tripulação aérea falhou em manter a consciência da quantidade de combustível. Isso resultou na queda da aeronave devido ao esgotamento do combustível.

Posteriormente, a equipe de investigação culpou o aeroporto por "não relatar as condições meteorológicas" em tempo hábil para a tripulação.

Aeronave



A aeronave envolvida era o Yakovlev Yak-40, prefixo RA-87468, da Cheremshanka Airline (foto acima). O avião foi fabricado na planta de aviação de Saratov em 11 de novembro de 1974 com o número de série 9441337. Foi registrado novamente como CCCP-87468 e entregue ao Ministério da Aviação Civil da URSS. 

Em 16 de novembro, a aeronave foi enviada à Administração de Aviação Civil do Cazaquistão. Quatorze anos depois, em 16 de novembro de 1988, o 87468 era operado pela Krasnoyarsk Civil Aviation Administration. Cheremshanka Airlines posteriormente recuperou o Yak-40 em 1993. O tempo total de operação da aeronave foi de 22.203 horas de voo e um ciclo de voo de 17.220 ciclos.

Voo e acidente


O voo foi operado pela Cheremshanka Airlines, uma companhia aérea regional com base no aeroporto de Krasnoyark Cheremshanka. No momento do acidente, o Yakovlev Yak-40 transportava 24 passageiros, incluindo 21 adultos e 3 crianças, e 4 tripulantes. O piloto do vôo foi o Capitão Anatoliy A. Danilov e o copiloto foi o Primeiro Oficial Anatoliy G. Shcherbakov. Também a bordo estava o mecânico de voo Mikhail N. Shurpatov e um comissário de bordo.

As condições meteorológicas começaram a piorar enquanto a aeronave estava a caminho do Aeroporto de Tura, mas o ATC em Tura não informou à tripulação de voo sobre as mudanças nas condições. A tripulação foi, portanto, apanhada de surpresa pelo mau tempo quando chegaram a Tura. Devido à visibilidade limitada, a tripulação perdeu o aeroporto. 

Após três tentativas fracassadas de pouso, a tripulação decidiu desviar para o campo de pouso de Vanavara, um pequeno aeroporto a cerca de 453 quilômetros do Aeroporto de Tura.

A 41 quilômetros de Vanavara, a uma altitude de 3.000 metros, os motores dos aviões pegaram fogo quando o suprimento de combustível se esgotou. A tripulação decidiu então fazer um pouso de emergência em um pântano. 

Dois helicópteros e uma aeronave An-24 tentavam ajudar, sugerindo a direção do Yak-40 para o pântano onde seria possível fazer um pouso de emergência. A tripulação decidiu então pousar na margem do rio Chamba.

O capitão Danilov ordenou que o primeiro oficial Shcherbakov e o mecânico de voo Shurpatov olhassem pela janela e vissem se conseguiam encontrar o rio Chamba. O trem de pouso foi estendido pela tripulação e iniciou sua descida inicial. 

A uma velocidade de 235 km/h, a aeronave cortou copas de árvores e a asa direita se desprendeu da fuselagem. O Yak-40 então rolou fortemente para a direita e bateu na margem do rio Chamba invertida, com a parte frontal na água e a empenagem apoiada na costa. 

Não houve explosão ou incêndio, pois a aeronave ficou sem combustível, mas o impacto não sobreviveu. Todas as 28 pessoas a bordo morreram.


Imagens do local do acidente, tiradas de um helicóptero, mostraram que a cabine do Yak-40 foi completamente destruída. A fuselagem foi severamente esmagada enquanto a cauda estava relativamente intacta. Vítimas do acidente, junto com seus pertences, estavam espalhados em uma grande área gramada perto dos destroços.

Investigação


A investigação foi prejudicada pelo fato de que a gravação da conversa da tripulação com o ATC no Aeroporto de Tura foi perdida de alguma forma antes do início da investigação oficial. AM Chernov, o proprietário da Cheremshanka Airlines, ordenou que antes que os registros fossem transferidos para a equipe de investigação, ele deveria ouvi-los primeiro. Depois que os registros foram transferidos para a equipe de investigação russa, as gravações não foram encontradas, o que poderia indicar uma possível sabotagem por Chernov.


A investigação constatou que havia várias deficiências graves na organização do trabalho de voo na Cheremshanka Airlines, bem como na cultura de segurança de voo no controle de tráfego aéreo no aeroporto de Tura. Funcionários do Tura ATC escreveram cartas e em reuniões sindicais levantaram a questão de que a desorganização e a falta de uma cultura de segurança eram endêmicas no Tura ATC. 

No entanto, a administração da Tura Aviation Enterprise não eliminou essas deficiências, e o departamento de transporte aéreo regional de Krasnoyarsk não controlou seu trabalho adequadamente.


Conclusão da equipe de investigação russo


A comissão que investigou o incidente concluiu que a catástrofe ocorreu devido a uma série de fatores:
  • A tripulação calculou incorretamente o suprimento de combustível necessário para o voo;
  • O navegador de serviço do Aeroporto Cheremshanka, VA Tsurikov, não preparou adequadamente a tripulação para o voo;
  • O despachante não informou a tripulação em tempo hábil sobre a forte deterioração do tempo no Aeroporto de Tura;
  • Com a escassez de combustível a bordo, a tripulação optou por desviar para Vanavara, que ficava a mais de quatrocentos quilômetros de distância, quando o aeródromo de Baykit estava cem quilômetros mais perto (354 quilômetros); e
  • Ao se aproximar em Vanavara, a tripulação escolheu incorretamente o nível de vôo, bem como o ponto de início da descida.
Clique AQUI e assista uma matéria sobre o acidente no Youtube.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN e baaa-acro

Aconteceu em 26 de setembro de 1969: A queda do avião com jogadores do The Strongest - A Tragédia de Viloco


A Tragédia de Viloco aconteceu em 26 de setembro de 1969, quando o avião Douglas DC-6B, prefixo CP-698, da empresa aérea Lloyd Aéreo Boliviano - LAB, acidentou-se numa região montanhosa e de difícil acesso, denominada "La Cancha", situada em Viloco, uma localidade situada no departamento de La Paz. Todos os 69 passageiros (destes, 17 jogadores do The Strongest) e os 5 tripulantes morreram.

Um Douglas DC-6B da empresa aérea Lloyd Aéreo Boliviano - LAB 
Antecedentes

Em 26 de setembro de 1969, o The Strongest disputara um torneio amistoso em Santa Cruz de la Sierra, e sua participação não foi boa, tendo perdido por 4 a 0 para o Club Petroleros. Em seguida, a delegação, composta por 17 atletas e parte da comissão técnica e da direção, além de um integrante da direção do Cerro Porteño, embarcou para um voo que seguiria direto para a capital boliviana.

O time do The Strongest em 1969
O acidente

No mesmo dia, a Bolívia mergulhou num período complicado na política, uma vez que o General Alfredo Ovando Candía derrubou o presidente Luis Adolfo Siles Salinas. Este fato produziu rumores sobre o acidente, até hoje não confirmados. Às 15 horas e 15 minutos da tarde, a torre de controle do Aeroporto El Trompillo havia perdido contato com a aeronave que transportava a delegação do The Strongest.

Em Viloco, espalhavam-se notícias de que um avião havia se chocado em uma região montanhosa, conhecida por La Cancha, que possuía um difícil acesso, impedindo que veículos e máquinas chegassem ao local, e o resgate dos corpos foi feito por animais de carga. Pelos destroços, uma verificação concluiu que tratava-se do Douglas DC-6B. Nenhum passageiro ou tripulante conseguiu sobreviver. A notícia ganhou repercussão internacional.


Com mais de três mil voluntários ajudando, as buscas terminaram no dia 29 e no primeiro dia de outubro os restos mortais dos jogadores chegaram a La Paz, onde foram velados e enterrados sob o testemunho de uma multidão de mais de 15 mil pessoas. A tragédia era um golpe duríssimo para o Strongest.

As vítimas do acidente

Jogadores: Armando Angelacio, Orlando Cáceres (paraguaios), Ángel Porta, Hernán Andretta, Héctor Marchetti, Eduardo Arrigó, Raúl Óscar Farfán (argentinos), Julio Alberto Díaz, Oswaldo Franco (bolivianos naturalizados), Ernesto Villegas, Jorge Durán, Juan Iriondo, Óscar Guzmán, Jorge Tapia, Germán Alcázar, Óscar Flores e Diógenes Torrico (bolivianos).

Vítimas da tragédia do The Strongest
Comissáo técnica: Eustaquio Ortuño (treinador) e Felipe Aguilar (auxiliar-técnico) e Diretoria: José Ayllón Guerra (The Strongest) e Antonio Arena (Cerro Porteño). Em homenagem, o The Strongest construiu um mausoléu.

O velório dos jogadores da equipe
O acidente fez com que muitos previssem o fim do The Strongest. O clube estava em frangalhos. Neste momento, foi crucial a administração de Rafael Mendonza Castellon, Don Rafo, como ficou conhecido, que tomou sucessivas ações para não deixar o aurinegro morrer.

Nesse contexto todo deve-se destacar também a enorme participação do Boca Juniors, que organizou amistosos com o Strongest Simbolo (escrete criado para angariar fundos para a recuperação financeira do Tigre com jogadores empresados pelo time do Bolivar e do Boca Juniors) e com outras equipes com a renda indo para a recuperação do time boliviano, além de emprestar Fernando Bastida “Zorro” e Victor Hugo Romero (Romerito), que se tornariam gigantes do futebol local. No Brasil, a renda de um jogo entre Flamengo e Fluminense foi toda revertida para o Strongest. 

Por pouco um brasileiro não esteve a bordo do avião. Nilton Pinto, do Always Ready, estava em negociação com o The Strongest e não embarcou para a viagem apenas porque o clube ainda não havia depositado o valor acordado entre eles na conta do Always. O "calote" acabou por poupar sua vida. Outros jogadores se salvaram por motivos mais corriqueiros: Luis Gini e Rolando Vargas estavam entregues ao departamento médico, e Marco Antonio Velasco optou por prorrogar a estada em Santa Cruz de la Sierra para passar mais dias com a família.


Investigações

As causas do acidente nunca foram oficialmente esclarecidas. Provavelmente, o motivo pode ter sido um incêndio no interior do avião.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, O Curioso do Futebol, O Globo e ASN

Aconteceu em 26 de setembro de 1960: A queda do voo Austrian Airlines 901 em Moscou


Em 26 de setembro de 1960, a aeronave turboélice quadrimotor Vickers Viscount 837, prefixo OE-LAF, da Austrian Airlines (foto abaixo), operava o voo 901 entre o Aeroporto de Viena, na Áustria, com escala no Aeroporto Okecie, na Varsóvia, na Polônia, com destino final ao Aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, na Rússia (então URSS).


A aeronave que havia voado pela primeira vez em 10 de fevereiro de 1960 e havia sido entregue à Austrian Airlines cerca de duas semanas depois (sete meses antes do acidente), levava a bordo 31 passageiros e seis tripulantes. 

A rota do voo 901 da Austrian Airlines
A primeira etapa do voo entre a Áustria e a Polônia transcorreu dentro da normalidade. Após a escala, a aeronave partiu de Varsóvia com seis tripulantes e 31 passageiros a bordo. 

Já à noite, o voo estava em aproximação para pousar na pista 07 do Aeroporto Internacional de Sheremetyevo, na periferia norte de Moscou, em más condições climáticas. 

Após a aproximação de quatro curvas, a tripulação continuou a descida abaixo do planeio quando o avião bateu em árvores e caiu em uma área arborizada localizada a 11 km da pista 07. 

A aeronave foi destruída. Cinco tripulantes e 26 passageiros morreram, enquanto outros seis ocupantes ficaram gravemente feridos. No momento do acidente, a visibilidade estava limitada devido à noite, neblina e chuva.

As investigações revelaram que não houve deficiências técnicas na própria aeronave ou fenômeno meteorológico envolvido no acidente. 

Os observadores austríacos que participaram na investigação do acidente foram de opinião que o acidente estava relacionado com a medição da altitude, na medida em que era evidente pelas comunicações rádio, bem como pelo exame dos destroços, que a tripulação acreditava estar a voar a a altitude normal de aproximação. 

A medição errada da altitude pode ser atribuída a: Uma deficiência técnica de qualquer um dos dois altímetros; as configurações divergentes dos altímetros; ou omissão da leitura do altímetro ou leitura errada dos altímetros.

O mecanismo interno de ambos os altímetros ficou tão danificado que já não era possível verificar se, no momento do acidente, os altímetros estavam funcionando corretamente. 

Ambos os altímetros foram regulados para a pressão atmosférica correta, mas as suas definições eram diferentes, nomeadamente o altímetro esquerdo foi regulado para QFE 990 milibares e o altímetro direito para 1013 milibares, o que dadas as condições de pressão atmosférica prevalecentes, poderia ter correspondido tanto a QNH como a a configuração de pressão padrão. Estas definições divergentes estão em desacordo com o procedimento habitual da Austrian Airlines. 

Não foi possível apurar as razões que levaram o comandante de voo a afastar-se da prática habitual. Não foi possível chegar a uma conclusão categórica sobre quais das três causas foram responsáveis ​​por uma aproximação abaixo da altitude mínima de voo.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com ASN, Wikipedia e baaa-acro

Aconteceu em em 26 de setembro de 1949: A queda do voo da Mexicana de Aviación que vitimou uma estrela de cinema mexicana


Em 26 de setembro de 1949, a aeronave Douglas DC-3A, prefixo XA-DUH, da Mexicana de Aviación, operava o voo doméstico entre o Aeroporto de Tuxtla Gutiérrez e o Aeroporto Internacional Cidade do México-Benito Juárez, com escalas nos aeroportos de Ixtepec, Oaxaca e Tapachula, todas localidades no México.

Um DC-3 da Mexicana de Aviación similar ao avião envolvido no acidente
As escalas foram cumpridas sem intercorrência. Para cumprir a última perna do voo, o DC-3 saiu de Tapachula às 12h40, horário local, para um voo de uma hora até a Cidade do México, levando a bordo 21 passageiros e três tripulantes.

O DC-3 enfrentou forte turbulência ao chegar à Cidade do México e o piloto Alfonso Reboul Lasscassies comunicou-se com uma base da Força Aérea, informando que estavam perto do vulcão Popocatépetl

O vulcão Popocatépetl
Em seguida, o piloto iniciou a descida para o Aeroporto da Cidade do México e a aeronave atingiu a encosta do Monte Popocatépetl, matando todos os 24 ocupantes a bordo. O avião ficou completamente destruído. 

Entre os mortos estavam a atriz Blanca Estela Pavón, o senador Gabriel Ramos Millan, apelidado de “O Apóstolo do Milho”, o arqueólogo e funcionário do INAH Salvador Toscano, o fotógrafo Francisco Mayo e um repórter do El Nacional, Luis Bouchot.


Foi na manhã seguinte que outro avião da Mexicana de Aviación sob o comando de Luis Boyer, Gerente de Operações, localizou a aeronave completamente destruída e sem vestígios de vida, informando a localização exata para que as equipes de resgate pudessem chegar ao local da tragédia.

Lentamente, as informações começaram a fluir na tarde de 26 de setembro: os moradores de Huejotzingo e de outras localidades de Puebla confirmaram a passagem do avião. Outros alegaram que uma coluna de fumaça poderia ser vista em uma encosta do Popocatépetl. Brigadas de busca começaram a ser organizadas. 

Alguns grupos partiram de Puebla; da capital, outros, nos quais estavam repórteres e fotógrafos. O corpo de ajuda alpina chegou primeiro. Foi uma ladeira difícil. rochoso, próximo ao ponto conhecido como Pico del Fraile. A poucos metros da neve do vulcão, encontraram os restos do avião. Espalhados, carbonizados, os corpos dos passageiros e tripulantes.

O resgate das vítimas foi lento e doloroso. A transferência dos corpos teve que ser feita com mulas pertencentes aos moradores locais que apoiavam o trabalho, e em mulas transportaram os corpos até Tlamacas, onde uma caravana de ambulâncias esperava para levar os corpos para a Cidade do México.

A atriz mexicana Blanca Estela Pavón morta no acidente
Em 1949, as imagens, por mais grosseiras que fossem, eram matéria de primeira página. Os mexicanos viram, assim, cadáveres virados para baixo, sem pernas, crianças pequenas arrancadas dos braços das mães. Um dos repórteres que chegou ao local afirmou que quando encontraram Blanca Estela Pavón “ela parecia estar dormindo”. 

Outros afirmavam que seu corpo parecia um novelo de linha, devido a inúmeras fraturas. O dentista do secretário Ramos Millán teve que chegar a Tlamacas para identificar o corpo carbonizado do funcionário. Suportando a dor de ver o irmão morto, o fotógrafo Faustino Mayo integrou o grupo de jornalistas que fez a cobertura.

Enrolados em esteiras, em dorso de mula, todos os passageiros desceram do Popocatépetl. Na última foto que as pessoas viram de Blanca Estela Pavón, publicada num jornal, seu rosto não estava visível. Da trouxa de esteiras e roupas, usadas como mortalhas improvisadas, carregada por uma mula, sobressai apenas um pé calçado de sandália.


O famoso escritor mexicano e posteriormente político, Andrés Henestrosa, deveria estar no voo com seu amigo, o senador Ramos Millan. Henestrosa teve uma premonição e embarcou em um trem para a Cidade do México.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, Crónica, ASN e baaa-acro

Radian Aerospace conclui testes em solo de protótipo de avião espacial

(Imagem: Radian Aerospace)
A Radian Aeroespacial deu um passo mais perto de alcançar o “santo graal” do voo espacial: um avião espacial reutilizável que pode decolar de um campo de pouso e pousar em uma pista como um avião convencional. A startup acaba de anunciar a conclusão de uma série de testes em solo em Abu Dhabi no início deste verão.

Os testes foram concluídos com um protótipo de veículo de voo em subescala que a empresa está chamando de PFV01. O principal objetivo do teste period gerar dados sobre como o veículo voaria e se comportaria, e comparar esses dados com simulações que a empresa vem fazendo nos últimos anos. Embora o veículo não tenha voado, ele realizou uma série de pequenos saltos na pista, disseram executivos ao TechCrunch em uma entrevista recente.

O PFV01 é muito menor que o veículo remaining, com cerca de 4,5 metros de comprimento, mas os dados ainda ajudam a informar peças-chave do projeto remaining e dos sistemas de controle de voo, como onde o trem de pouso deve ser localizado ou onde o centro de gravidade deve estar para maximizar a estabilidade no ar, explicou o cofundador e CTO Livingston Holder.

“Este veículo nos dá a capacidade de ajustar o centro de gravidade para frente e para trás, para cima e para baixo, nos dá a capacidade de ajustar a localização do trem de pouso. Esses ajustes nos dão suggestions do mundo actual sobre o que nossos dados analíticos dizem”, disse ele. “Onde quer que haja ambiguidade… essa é uma das coisas que o PFV realmente nos dá a oportunidade de fazer, é reduzir a incerteza para que tenhamos melhor fidelidade com nossos processos analíticos à medida que vamos mais rápido com o veículo e fazemos mais voos.”

O plano é que o avião espacial Radian One decole de um trenó ferroviário de aproximadamente duas milhas de comprimento, acione os motores em órbita e então retorne à Terra em uma pista regular. O conceito é considerado um santo graal porque remover a necessidade de um veículo de lançamento torna o espaço, de certa forma, tão acessível aos veículos espaciais quanto a atmosfera superior é para os aviões.

A economia também é promissora: um avião espacial reutilizável poderia fazer viagens de e para o espaço diariamente ou até com mais frequência, e com margens melhores para começar. Já foi tentado antes; um dos exemplos mais notáveis ​​é o programa X-33 da NASA para desenvolver um avião espacial suborbital. Holder liderou o esforço X-33 da Boeing.

“O ao menos uma coisa interessante que esse sistema tem o potencial de fazer é lançar satélites”, disse o cofundador e CRO da Radian, Jeff Feige. “O que é realmente impressionante sobre a Radian é que é um sistema que pode fazer uma ampla, ampla gama de missões, então ele basicamente acessa um mercado muito maior do que um foguete tradicional. Você não só pode potencialmente lançar algo, mas pode fazer a manutenção, pode recuperá-lo. Podemos trazer cargas úteis inteiras ou satélites do espaço. Podemos transportar pessoas para cima. Podemos mergulhar na atmosfera e, teoricamente, soltar coisas ou observar coisas no planeta. Então, há uma gama muito mais ampla de capacidade.”


O design é dramaticamente diferente de um foguete vertical, e isso significa que o processo de desenvolvimento também é diferente, observou Feige: “Você tem que se aposentar de muitos riscos cedo.” Então, enquanto as empresas de foguetes devem construir veículos em escala actual, o estilo gradual de desenvolvimento de aviões espaciais se assemelha mais a como um avião é desenvolvido.

A startup sediada em Seattle não está divulgando nenhuma especificação técnica dos testes, como as velocidades máximas do veículo ou por quanto tempo ele estava taxiando, mas Holder disse que o PFV01 “atingiu sua velocidade para decolagem”. Agora, a empresa passará algum tempo analisando todos os dados coletados dos testes antes de embarcar em uma série de testes de táxi de alta velocidade e no início dos testes de voo reais. Paralelamente a isso, a empresa estará trabalhando para obter aprovação regulatória para operar em um aeroporto diferente nos Emirados Árabes Unidos e voar para lá.

Executivos da empresa dizem que esperam iniciar voos em grande escala do avião espacial Radian One em 2028. A empresa levantou US$ 27,5 milhões até o momento em financiamento conhecido de investidores, incluindo High quality Construction Ventures, EXOR, The Enterprise Collective, Helios Capital, SpaceFund, Gaingels, The Non-public Shares Fund, Explorer 1 Fund e Sort One Ventures.

Via techcrunch.com

Embraer investirá em novas instalações para manutenção de jatos comerciais no Texas (EUA)

Dois hangares no Aeroporto Perot Field Fort Worth Alliance aumentarão a capacidade de manutenção para os E-Jets nos EUA. O início das operações do novo centro de serviços está previsto para o primeiro trimestre de 2025


A Embraer anunciou na terça-feira (24) a expansão de sua rede de serviços de manutenção, reparo e revisão (MRO, na sigla em inglês) com o objetivo de apoiar a crescente frota de E-Jets nos Estados Unidos. A empresa irá inaugurar um novo centro de serviços próprio no Aeroporto Perot Field Alliance, em Fort Worth, Texas.

Em parceria com a cidade de Fort Worth, o Condado de Denton e o Estado do Texas, a Embraer espera iniciar as operações no primeiro trimestre de 2025, em um hangar já existente. Um segundo hangar será construído posteriormente, com previsão de conclusão em 2027. Com as novas instalações, a Embraer prevê um aumento significativo na capacidade instalada para atender aos clientes de E-Jets nos Estados Unidos.

“Essa expansão aumentará significativamente a capacidade, os recursos e a cobertura de nossa rede de serviços, oferecendo excelência em serviços aos nossos clientes e à crescente frota de E-Jets na América do Norte. Além disso, a expansão é parte da estratégia de crescimento da Embraer nos Estados Unidos”, afirma Carlos Naufel, Presidente e CEO da Embraer Serviços & Suporte.

O novo centro de serviços de Fort Worth irá integrar a rede global de serviços da Embraer, que inclui 80 centros autorizados e 12 centros próprios em todo o mundo. A cidade de Fort Worth foi selecionada como finalista para o projeto, que está sujeito à aprovação de incentivos propostos pelas autoridades governamentais locais.

Com informações da Embraer

Avião símbolo das enchentes no Rio Grande do Sul é repassado por empresa aérea

Raro Boeing 727-200 vai para o exterior junto com dois outros modelos semelhantes da companhia; trijato continua no aeroporto de Porto Alegre.

Boeing 727-200 da Total Linhas Aéreas; cargueiro ficou preso na inundação do aeroporto
Salgado Filho, em Porto Alegre (Foto: Diego Vara - 7.mai.24/Reuters)
O Boeing 727, que se tornou um dos símbolos das enchentes no Rio Grande do Sul no primeiro semestre deste ano, por ter ficado na inundação do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, vai se aposentar. A aeronave será repassada pela Total Linhas Aéreas, que ainda não confirmou como está sendo a venda.

O anúncio da aposentadoria de sua frota de 727 no Brasil foi feito pela empresa em sua conta no Instagram no último sábado (21).

Na publicação, em um texto em primeira pessoa, como se fossem as aeronaves dando adeus, a Total explica que seus aviões, de matrícula TTW, TT0 e TTP (esse, o que ficou no aguaceiro do aeroporto gaúcho), seguirão voando, mas com outro operador e novas cores em outro pais.

O Boeing continua no pátio do Salgado Filho, segundo a Fraport Brasil, concessionária que administra o aeroporto, mas desde julho foi transferido para um lugar mais próximos dos hangares.

Procurada sobre o estado da aeronave, se ela tem condições de decolar e quem é o comprador, a Total Linhas Aéreas não respondeu até a publicação deste texto.

Quando a aeronave foi transferida em julho, a companhia aérea estava à espera de uma vistoria da Boeing no avião, que não quis comentar o caso.

"Hoje eu me despeço dos ares, foram 45 anos dedicados a cumprir com maestria aquilo que os meus engenheiros me projetaram para fazer, VOAR!", diz o texto, em primeira pessoa.

"No passado, eu era uma aeronave de passageiros e na minha época eu era o avião mais moderno que existia. Mas a tecnologia dos novos aviões foi evoluindo muito rápido e eu fui ficando para trás mas nunca deixaram de acreditar no meu potencial e então eu fui convertido em cargueiro, levando toneladas de cargas pelos céus", completa.

"Nesse momento meus 3 JT8D silenciam-se para sempre nos céus do Brasil, mas, ainda não é o meu fim pois, sigo voando e dessa vez com um novo operador, novas cores e em um outro país", diz a publicação sobre os trijato. Os 727, como os que se despedem da frota da Total, têm três motores e as turbinas ficam junto à cauda e não embaixo das asas. Por isso, no caso do Boeing em Porto Alegre, não foram atingidas pela água.

O modelo, que começou a ser fabricado na década de 1960, é considerado raro. Na publicação, a companhia aérea chama o avião de "Cadillac dos céus".

O anúncio provocou comoção entre fanáticos por aviação na publicação. Foram centenas de comentários.

"O mundo a aviação está ficando cada vez mais chato", escreveu um seguidor.

Em resposta a um outro comentário, que fala sobre o caso de as aeronaves virarem desmanche, a empresa diz que "elas ainda vão voar para outros operadores".

Spotters (apaixonados que fotografam e filmam aviões) publicaram imagens de voos dos outros dois 727 da Total.

Segundo o site Aeroin, os três aviões foram aposentados pela companhia aérea com a chegada de quatro aviões cargueiros mais novos e econômicos, do modelo Boeing 737-400.

Reabertura do Salgado Filho


A retomada parcial dos voos no aeroporto de Porto Alegre está programada para o dia 21 de outubro, com 70% das operações.

Ela será em pista reduzida (1.730 m) e terá a capacidade de receber até 128 pousos e decolagens diários, das 8h às 22h.

As empresas aéreas Azul, Gol e Latam confirmaram a retomada de seus voos e já estão com as vendas de bilhetes abertas.

Segundo a concessionária, até o momento, foi anunciado o retorno das rotas para as cidades de Belo Horizonte, Brasília, Campinas (SP), Curitiba, Guarulhos (SP), Rio de Janeiro e São Paulo.

"O aumento de frequências e novos destinos ocorrerá de acordo com o planejamento de cada companhia aérea", afirma a Fraport, em nota.

Para 16 de dezembro está prevista a entrega da pista em sua extensão completa, de 3.200 m, além da infraestrutura necessária para a retomada dos voos internacionais.

As companhias aéreas Aerolíneas Argentinas (Buenos Aires), Copa Airlines (Cidade do Panamá) e Latam (Santiago e Lima) já estão com vendas de bilhetes abertas.

Em 15 de julho, o Salgado Filho reabriu para check-in, despacho de bagagens, embarques e desembarques. Os voos emergenciais seguiram na base aérea de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, e os passageiros são transportados em ônibus entre os dois endereços.

O aeroporto está fechado para voos e decolagens desde o dia 3 de maio. Os aviões que ficaram retidos por causa da da inundação começaram a ser retirados em junho, mas o lendário trijato continuou no aeroporto.

Via Fábio Pescarini (Folha de S.Paulo)

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Ela estava em um voo histórico nos EUA, mas isso ficou em segredo por anos

Lynn Rippelmeyer fez história na aviação comercial como piloto quando eram poucas as mulheres que faziam isso.

Lynn Rippelmeyer sentada no assento do capitão de um Boeing 747 em 1984, sete anos depois
de ter pilotado um voo que fez história na aviação (Foto: Arquivo pessoal/Lynn Rippelmeyer)
A busca de Lynn Rippelmeyer pelo céu começou de um lugar improvável.

“Eu cresci em uma fazenda na década de 1950. Não havia mulheres voando, não havia mulheres pilotos de avião. Eu me interessava por aviação porque havia aviões sobrevoando e pensei como seria divertido ver o mundo lá de cima. O mais próximo que pude chegar de fingir isso foi andar a cavalo até o topo dessas falésias calcárias com vista para o rio Mississippi, a cerca de um quilômetro e meio de distância da fazenda, e imaginar que o cavalo tinha asas — como Pégaso — e poderia voar alto e voar sobre os campos.”

Então, ela fez a próxima melhor coisa: tornar-se comissária de bordo. Ela foi contratada em 1972 pela TWA, então uma grande companhia aérea, e começou a trabalhar no Rainha dos Céus, o Boeing 747: “Tinha acabado de sair e a TWA foi uma das primeiras companhias aéreas a voá-lo. Adorei a aparência”, diz ela.

No entanto, ela estava mais curiosa sobre como funcionava: “se eu começasse a fazer perguntas sobre o que estava acontecendo na cabine e perguntasse [à tripulação] sobre seus trabalhos e o avião, poderíamos ter uma conversa adulta quase inteligente, e eu poderia sentar lá e me divertir, então foi isso que eu fiz.”

Na época, as tripulações de aeronaves de grande porte eram compostas por dois pilotos e um engenheiro de voo, com quem era mais fácil conversar porque seu assento ficava atrás do dos pilotos. Assim, diz Rippelmeyer, ela poderia fazer ainda mais perguntas e aprender ainda mais sobre interruptores, sistemas hidráulicos e motores.

No verão seguinte, ela levou a sério sua paixão e começou a ter aulas de voo em Vermont, em um pequeno hidroavião Piper: “eu simplesmente adorei. Foi o mais perto que estive de ficar viciado em alguma coisa.”

Em 1975, ela soube que as duas primeiras mulheres pilotos de avião nos Estados Unidos – Bonnie Tiburzi, da American Airlines, e Emily Warner, da Frontier – haviam sido contratadas. Encorajada, ela iniciou o programa de carreira de piloto para a função de engenheira de voo em Miami. Ela obteve sua primeira licença comercial em 1976.

Um momento histórico, mantido em segredo


Rippelmeyer e a capitã Emilie Jones antes de um voo com a Air Illinois, onde se tornaram a primeira tripulação exclusivamente feminina de um voo regular nos Estados Unidos (Foto: Arquivo Pessoal/Lynn Rippelmeyer)
O primeiro trabalho de Rippelmeyer na cabine ocorreu apenas um ano depois com uma pequena companhia aérea, a Air Illinois, como primeiro oficial em um Twin Otter – um avião regional turboélice para 20 passageiros.

A companhia aérea já tinha uma capitã em suas fileiras, mas ao contratar Rippelmeyer, o proprietário disse a ela que eles nunca voariam juntos. “Perguntei por quê e ele disse: ‘Bem, precisamos de um homem lá em cima, caso algo dê errado, não é? E também não queremos assustar nossos passageiros, não é?’ Como ele era o proprietário, ele poderia fazer as regras que quisesse. E naquela época, não havia lei ou regulamento contra isso, então simplesmente seguimos em frente.”

No entanto, com apenas três aviões e cerca de 20 pilotos, impedir que as duas mulheres voassem juntas era um pesadelo de agenda. “Um dia, tivemos que fazer isso — Emilie, a capitã, já estava lá, mas seu primeiro oficial estava doente e não havia mais ninguém que pudesse chegar ao avião a tempo além de mim”, disse Rippelmeyer.

Ela pediu ao despachante que ligasse para o dono da companhia aérea e o ouviu gritar ao telefone: “Ele disse que eu poderia pegar o voo, mas não pudemos fazer nenhum anúncio e tivemos que manter a porta da cabine fechada. Ninguém precisava saber que havia duas mulheres lá. Então foi isso que fizemos.”

Era 30 de dezembro de 1977 e aquele foi o primeiro voo programado nos Estados Unidos com uma tripulação exclusivamente feminina – mas foi mantido em segredo. Pelo menos, “já que ninguém morreu”, diz Lippenmeyer, as duas não foram mais mantidas separadas intencionalmente e voaram juntas muitas mais vezes.

No entanto, seus dias na Air Illinois estavam contados: “O pagamento por ser piloto do primeiro ano não era suficiente nem para pagar o aluguel”, diz ela. Para sobreviver, ela ainda trabalhava como comissária de bordo, o que resultava em uma agenda cansativa: “Não dava para fazer as duas coisas. Tentei por cerca de um mês e deveria haver uma regra contra isso. Mas na Air Illinois, eu tinha um objetivo: precisava de 1.000 horas de voo em turbina a gás. E uma vez que consegui isso, realmente não havia mais motivo para ficar lá.”

Muito baixa para ser piloto?


A Trans World Airlines (TWA) foi fundada em 1930 e encerrou suas operações em 2001,
quando foi absorvida pela American Airlines (Foto: Arquivo pessoal/Lynn Rippelmeyer)
Com experiência de voo suficiente no bolso, Rippelmeyer poderia tentar companhias aéreas maiores. Uma delas — a agora extinta Ozark Air Lines — rejeitou-a no final do processo de entrevista porque, disseram, com 5’4″ de altura (cerca de 1,62 m) ela era baixa demais para ser piloto: “Eu sabia que não era, mas, novamente, eles poderiam criar as regras que quisessem.”

Ela foi contratada pela TWA como engenheira de voo, voando no Boeing 727. A companhia aérea tinha outras duas pilotos e elas se davam bem. No entanto, todos foram dispensados apenas uma semana antes de saírem da período probatório: “Você mal pode esperar para sair do período probatório, porque seu salário dobra – o primeiro ano em qualquer companhia aérea é pobreza”, diz ela.

Foi uma bênção disfarçada.

Rippelmeyer encontrou emprego em uma transportadora de carga chamada Seaboard World Airlines – como primeiro oficial do Boeing 747, voando do JFK em rotas transatlânticas.

“Foi uma situação única, porque na maioria das companhias aéreas você começa como engenheiro de voo – como eu fiz na TWA – e depois foi subindo”, diz ela. “Mas na Seaboard eles tinham engenheiros profissionais. Caras que não tinham licença de piloto e não se importavam em atualizar para piloto. Então, quando eu fui contratada como piloto, imediatamente fui para o assento de primeiro oficial.”

O ano era 1980 e Rippelmeyer tinha acabado de se tornar a primeira mulher piloto a pilotar o 747. “Nem pensei que uma mulher pudesse fazer isso”, diz ela, porque os pilotos homens com quem ela trabalhou disseram que seria muito difícil – psicológica e fisicamente.

“Eles meio que me convenceram de que havia um aspecto físico nisso. Disseram-me que em aviões quadrimotores, se dois motores parassem de um lado, nenhuma mulher teria força para empurrar o leme para baixo e manter o avião voando em linha reta.”

Mas o capitão Carl Hirschberg, um piloto experiente que era seu superior e instrutor de voo, estava entusiasmado por ter uma piloto do 747 e disse-lhe que sim. Melhor ainda, ele mostrou a ela como fazer.

“Um dia, no simulador, ele disse que teríamos uma falha de motor na decolagem e depois uma segunda falha do mesmo lado. E isso não deveria acontecer. Isso nunca acontece. O primeiro oficial não precisa demonstrar isso. Mas não tive tempo para pensar sobre isso – só tive que lidar com isso.”

“Eu voltei e pousei com os dois motores desligados. E não foi tão bom quanto ele poderia ter feito, mas consegui. Minha perna, de tanto empurrar o leme para dois motores, estava tremendo. Eu não conseguia ficar de pé. Por que você faria isso comigo? E ele disse: ‘Porque não vou deixar você aí pensando que não pode fazer algo que pode. E de nada’.”

Quebrando recordes


Enquanto trabalhava para a People Express, Rippelmeyer se tornou a primeira mulher a
pilotar um Boeing 747 transoceânico (Foto: Arquivo pessoal/Lynn Rippelmeyer)
O sonho não durou muito, pois Rippelmeyer foi novamente dispensada: “Eu tinha 30 anos nessa época, não tinha emprego, não era casado, não tinha renda. Voar não estava funcionando. Eu queria saber se eu tinha bagunçado minha vida.”

Felizmente, a desregulamentação das companhias aéreas – que eliminou o controle federal sobre rotas e tarifas – levou a um influxo de recém-chegados ao mercado, e entre eles estava uma companhia aérea chamada People Express, que voou de 1981 a 1987: “Comecei como primeiro oficial do 737 e desde que fui contratada logo no início, demorou menos de um ano para me tornar capitão. Fui uma das primeiras capitãs de avião do mundo.”

Mais tarde, a People Express começou a voar nos Boeing 747 e, em 1984, Rippelmeyer tornou-se a primeira mulher a comandar um jumbo num voo transoceânico, de Newark a Londres Gatwick. “Tempo lindo, passeio adorável, pouso agradável. Passei pela cabana e as pessoas me parabenizaram. Houve todo tipo de comemoração, TV, rádio e fotógrafos aguardando a chegada. Todos foram muito, muito gentis e maravilhosos com isso. Foi algo e tanto”, diz ela.

Rippelmeyer voou brevemente no Boeing 727 antes da People Express ser adquirida pela Continental em 1987.

A incerteza que surgiu com a fusão fez com que ela tirasse uma folga para navegar pela Polinésia Francesa e depois se estabelecer na Califórnia para se casar e ter filhos. Após um hiato de quase 10 anos, um divórcio e uma mudança para o Texas, ela voltou aos céus em 1998, encontrando maneiras engenhosas de equilibrar a vida familiar e profissional.

“Meus dois filhos e eu nos mudamos para Houston, onde a Continental tinha uma base. Voltei a voar internamente no 737 para poder ficar mais em casa com meus filhos. As crianças tinham apenas 3 e 7 anos. Inicialmente, pensei que precisava encontrar uma babá que morasse em casa”, diz ela.

“Mas havia um voo para Tegucigalpa, Honduras, que fez check-in às 9h e voltou às 16h — para que eu pudesse deixar as crianças na escola, ir trabalhar e buscá-las de volta. Foi uma abordagem difícil ao aeroporto, que exigiu treinamento extra. É um pouso apenas visual em uma pista curta em grande altitude cercada por montanhas e sem orientação eletrônica. O piloto-chefe me ligou para perguntar por que diabos eu queria voar para o aeroporto mais perigoso que tínhamos. Eu disse a ele que combinava com o horário escolar dos meus filhos.”

“Então foi assim que voei durante quase 12 anos, até que as crianças tivessem idade suficiente, e funcionou muito bem. Eu poderia deixá-los na escola, ir ao aeroporto e voar para a América Central – são apenas duas horas e meia de Houston. Foi divertido quando me acostumei.

De castigo


Foto mais recente de Lynn Rippelmeyer na cabine de um 747 (Foto: Arquivo pessoal/Lynn Rippelmeyer)
Os voos de Rippelmeyer para Tegucigalpa também levaram ao que ela chama de “emprego de reforma” – ajudar a população de Roatan, uma ilha ao largo da costa das Honduras. Depois de conhecer os missionários a bordo de seus voos, ela começou a trazer suprimentos doados por amigos e familiares.

Ela então criou uma organização sem fins lucrativos chamada ROSE (Roatan Support Effort) para apoiar clínicas, escolas, cozinhas comunitárias, programas esportivos e um abrigo de animais.

Seu último voo como piloto decolou em 2013 em um Boeing 787 da United Airlines, que havia se fundido com a Continental Airlines no ano anterior.

“Meu primeiro voo no 747 foi para Londres e depois meu último voo no 787 foi para Londres”, diz ela. “Foi um voo perfeito. A tripulação foi fantástica. A escala foi ótima. O tempo em Londres estava lindo. E pensei, isto é o melhor que pode acontecer – e pela primeira vez, prefiro fazer outra coisa. Meu coração estava em Honduras com a organização sem fins lucrativos. Então, quando voltei, disse ao piloto-chefe que queria me aposentar.”

Rippelmeyer, que escreveu duas memórias – intituladas “Life Takes Wings” e “Life Takes Flight” – é nostálgica em relação ao 747 e nunca gostou do 787 mais moderno, que ela chama de “um computador voador” que é reparado com um laptop em vez de um kit de ferramentas.

“São equipamentos eletrônicos conversando com outros equipamentos eletrônicos e não há nada de errado com isso”, diz ela. “Geralmente funciona. É muito mais leve e consome menos combustível, o que é fantástico. Talvez eu nunca tenha voado com ele por tempo suficiente para me apegar a ele do jeito que estava com o 747.”

Ela avalia que as coisas melhoraram para as carreiras das mulheres na aviação: “Agora todas as mulheres que querem ser pilotos de avião têm essa oportunidade. As escolas de aviação e as companhias aéreas estão aceitando candidatas do sexo feminino com a mesma boa vontade que os homens. Não vejo mais nenhuma discriminação contra as mulheres”, diz ela.

“Talvez, se sobrou algum, seja porque ainda existem algumas velhas escolas de pensamento que dizem que uma mulher deveria estar em casa com seus filhos. Mas acho que isso vai mudar gradualmente.”

Via CNN

Vídeo: O dia que o ACRE CHOROU, Voo Rico 4823


Nesse Senta que lá vem história, Lito Sousa nos conta como uma série de erros levou a um trágico acidente que parou o Acre. Sobreviventes desse acidente nos contam detalhes do que pode ter acontecido de errado.

Aconteceu em 25 de setembro de 2011: Voo Buddha Air 103 - Acidente fatal em voo turístico ao Everest


Em 25 de setembro de 2011, o  turboélice bimotor Beechcraft 1900D, prefixo 9N-AEK, da Buddha Air (foto acima), uma aeronave de transporte regional de 19 lugares e que tinha treze anos de uso, realizava o voo 103, um voo turístico para o Monte Everest, partindo do Aeroporto Kathmandu-Tribhuvan, no Nepal, com 16 passageiros e três tripulantes.

Ao retornar ao Aeroporto Kathmandu-Tribhuvan, o copiloto (PIC) foi autorizado a descer a 6.000 pés para um pouso na pista 02. As autoridades aeroportuárias em terra perderam contato com o avião às 7h30 (01h45 GMT) e ele caiu quatro minutos depois.

Em condições meteorológicas marginais, ele passou abaixo de 6.000 pés até que a aeronave tocou em árvores e caiu em um terreno acidentado e arborizado localizado perto da aldeia de Bishanku Narayan, em perto de Lalitpur, cerca de 6,7 km a sudeste do aeroporto. 


A aeronave foi destruída por forças de impacto e um incêndio pós-colisão. Um passageiro ficou gravemente ferido enquanto outros 18 ocupantes morreram. Poucas horas depois, o único sobrevivente morreu em decorrência dos ferimentos. Os 16 turistas eram respectivamente 10 indianos, 2 americanos, 1 japonês e 3 nepaleses.

Um residente da vila de Bishanku Narayan disse que o avião atingiu o telhado de uma casa na vila antes de se desintegrar. 


Estações de televisão locais relataram que testemunhas viram chamas saindo da aeronave pouco antes de ela cair.

"O avião estava voando muito baixo. Ficamos surpresos. Ele caiu na colina e houve uma enorme explosão", disse uma testemunha ao canal de notícias Avenues Television.

“Subimos por uma hora e meia sem descansar para chegar ao local do acidente”, disse ele. "Partes do corpo humano eram visíveis."

Controladores de tráfego aéreo e membros da equipe de investigação afirmam que o motivo do acidente foi erro do piloto.


Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN e baaa-acro

Aconteceu em 25 de setembro de 1998: A queda do voo PauknAir 4101 - A Tragédia do Cabo Três Forças


British Aerospace 146-100 (BAe 146-100), prefixo EC-GEO, da PauknAir (foto abaixo), que realizou seu primeiro voo em 1983, era o sétimo BAe 146 construído. Ele foi originalmente entregue à British Airways e foi transferido para Dan-Air London um ano depois. Depois que a aeronave passou vários anos armazenada, a PauknAir assumiu o controle da aeronave quando a companhia aérea iniciou suas operações em setembro de 1995.


Em 25 de setembro de 1998, a aeronave decolou da pista 14 do Aeroporto Pablo Ruiz Picasso de Málaga, na Espanha, às 8h23, horário da Espanha, para realizar o voo 4101, em direção ao Aeroporto Melilha, uma cidade autônoma espanhola, situada no norte de África, na parte oriental da cadeia montanhosa de Rif, na parte norte do Cabo das Três Forcas e na margem do mar de Alborão.

A bordo do BAe 146 estavam 34 passageiros e quatro tripulantes. O voo estava sob o comando do capitão Diego Clavero Muñoz, de 39 anos, e do primeiro oficial Bartolomé Jiménez, de 28 anos. 

O voo decorreu normalmente, sem problemas e com boas condições meteorológicas. A descida para o aeroporto de Melilha começou às 8h41 no horário de Melilha (6h41 no horário do Marrocos). Na área do Cabo Três Forcas (o promontório em que Melilha está situada), a baixa visibilidade é comum, pois as nuvens se acumulam entre os vales formados pelas montanhas íngremes do cabo. 

A descida continuou em condições meteorológicas por Instrumento . Nas comunicações com controladores de tráfego aéreo, o piloto reclamou do nevoeiro. Algumas de suas últimas palavras foram: "Não vejo nada".

Às 6h49, havia dois alertas do sistema de alerta e proximidade do terreno (TAWS, também conhecido como GPWS) de "terreno" na cabine, o que indica que a aeronave estava muito baixa. 

Às 6h50, a aeronave colidiu com um terreno a 886 pés de altitude e se acidentou. Todos os 38 passageiros e tripulantes a bordo da aeronave morreram no acidente.


A inacessibilidade do terreno rochoso montanhoso, ao qual só era possível aceder a pé ou de helicóptero, e as tremendas consequências do impacto, que fez com que os restos se espalhassem por uma área de mais de um quilómetro quadrado, motivaram a recuperação do corpos durarão mais de dez horas.


Todo o pessoal militar e de saúde civil de Melilla foi alertado para a possibilidade de haver sobreviventes. Horas depois, o Governo marroquino confirmou a tragédia: não houve sobreviventes. Empresários, operários da construção civil e um casal que iria se casar dentro de algumas semanas foram algumas das vítimas.


Após as negociações realizadas pelo então Ministro Jaime Mayor Oreja por telefone com o Ministro do Interior marroquino, conseguiu-se que a identificação dos corpos pudesse ser efetuada em Melilla, para onde foram transferidos em helicópteros do Exército Espanhol. O avião volatilizou após a colisão, espalhando-se em dezenas de pedaços por terrenos de difícil acesso. Unidades do Exército Espanhol, Cruz Vermelha, médicos espanhóis e tripulações do exército marroquino colaboraram na recuperação dos corpos.


A notícia da morte dos 38 ocupantes chocou especialmente Melilla, de onde eram 17 dos falecidos, e Málaga, de onde eram sete passageiros. O Tribunal Nacional rejeitou o caso do acidente em 2002, e o juiz destacou a “absoluta falta de controle” das torres de Melilla e Sevilha durante o voo. 


No despacho, o juiz exonerou a tripulação e referiu que “dada a absoluta falta de controlo da torre de Melilla e do controle de Sevilha, tiveram que se preocupar em autocontrolar a sua posição e a de outro avião que, vindo de Madrid, tinha o aeroporto de Melilla como destino. Acrescentou que a tripulação do avião danificado teve que manter “conversas constantes” com o avião de Madrid, que“Momentos antes do impacto contra o Cabo Três Forcas ele estava praticamente acima dele , numa fase de voo visual em que nenhuma autoridade aérea controlava a sua posição e situação para evitar o desfecho fatal.”


A ordem de demissão, com base no relatório da Comissão de Investigação do Ministério dos Transportes e da Marinha Mercante de Marrocos, estabeleceu que as análises toxicológicas que confirmaram a presença de 0,41 gramas de álcool por litro de sangue no corpo do piloto da aeronave " não forneceu informações significativas", uma vez que, segundo o juiz, os corpos "com grandes mutilações" estiveram "mais de nove horas ao ar livre, em meados de Setembro, numa zona do Norte de África que favoreceu a decomposição dos corpos, o processo de putrefação e produção post mortem de etanol.


O Instituto Nacional de Toxicologia descartou, no entanto, que esta quantidade de álcool tenha tido origem na decomposição do cadáver, porque "pouco tempo" decorreu desde a morte do piloto até à sua autópsia e posterior refrigeração, "pelo que não pode ser admitido cientificamente que o álcool etílico encontrado se devia à decomposição.


Foi realizado um enorme funeral, com a presença de cerca de 4.000 residentes de Melilla. Estiveram também presentes o Duque e a Duquesa de Lugo e o Ministro do Desenvolvimento, Rafael Arias Salgado. Um ponto polêmico na cidade foi justamente o fato de o Presidente do Governo, José María Aznar, não ter comparecido.


A investigação do acidente concluiu: "Atendendo aos fatos e análises efetuadas, a Comissão concluiu que o acidente foi causado por uma colisão com o terreno no IMC. Isto confirma a hipótese apresentada pelos membros da comissão de investigação desde o início das suas investigações, é um tipo de acidente CFIT (Voo Controlado para o Terreno) devido a uma combinação de vários fatores: Não aplicação do procedimento de chegada, incluindo descer abaixo da altitude mínima segura; Coordenação inadequada da tripulação; e Não aplicação dos procedimentos da empresa em relação ao alarme GPWS."

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, SUR, ASN e baaa-acro