domingo, 26 de novembro de 2023

Aconteceu em 26 de novembro de 1962: Colisão de avião da VASP com Cessna - O Desastre Aéreo de Paraibuna


O Desastre aéreo de Paraibuna foi um acidente aéreo ocorrido no dia 26 de novembro de 1962, envolvendo duas aeronaves - um Saab 90 Scandia da VASP e um Cessna 310 particular - que após colidirem no ar, caíram na cidade de Paraibuna, São Paulo, matando todos os 26 passageiros e tripulantes das duas aeronaves.

O SAAB 90 Scandia foi idealizado para substituir o Junkers Ju 52, que sofria escassez de peças por conta da Segunda Guerra Mundial. Porém com o fim do conflito, milhares de Douglas DC-3 ficaram ociosos, sendo vendidos pelo governo dos Estados Unidos e o Scandia foi perdendo mercado, sendo produzidas apenas 18 aeronaves, que após voarem pouco tempo na companhia aérea SAS e seriam vendidas para as empresas brasileiras Real Aerovias e VASP. 

Aeronaves Scandia, da VASP estacionadas no Aeroporto de Congonhas, São Paulo, em 1965
A VASP operou todas as 18 aeronaves, incluindo o protótipo. A aeronave acidentada tinha o número de série 90107 e seria fabricada em 1951. Nesse ano, a VASP adquiria seus 5 primeiros Scandia, aeronaves que se tornariam frequentes nos serviços entre Rio e São Paulo. 

Com a criação da ponte aérea em 1959, os voos se tornariam cada vez mais frequentes. A aeronave Cessna 310 era particular. Nova, a aeronave havia sido adquirida por James Tzeku–Sung diretamente de revendora Cessna credenciada no país.

O sol brilhava na manhã da segunda-feira, 26 de novembro de 1962. O Aeroporto de Congonhas agitava-se com o movimento de pessoas e veículos. Quem estivesse no amplo terraço aberto, debruçado sobre o pátio de estacionamento, podia observar uma fila de passageiros se deslocando em direção a um bimotor azul e branco, estacionado a poucos metros dali.


Assim que a porta do avião SAAB Scandia 90A-1, prefixo PP-SRA, da Vasp (foto acima), foi fechada, um mecânico portando um extintor de incêndio correu para as imediações do motor direito, cuja hélice já começava a girar. Rolos de fumaça branca saíam pelo escapamento, e a inesquecível melodia dos antigos motores radiais, que embalou os sonhos juvenis de muitos veteranos pilotos de hoje, mais uma vez ressoou no velho aeroporto, anunciando a partida da ponte aérea das oito horas e quarenta minutos para o Rio de Janeiro.

Por volta das 8h40min a aeronave decolou do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com destino ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, onde deveria pousar cerca de 1 hora depois, cumprindo mais um voo da Ponte aérea Rio-São Paulo. Transportava 18 passageiros e 3 tripulantes .

A tripulação do Scandia era formada pelo comandante Jack Torres Soares, copiloto Manoel Carlos (retornando ao serviço depois da lua de mel), radiotelegrafista Edson Miranda da Silva e comissários Selma da Silva Carvalho e Antônio Lourival Nóbrega.

Um Cessna 310, similar ao envolvido na colisão
A aeronave Cessna 310, prefixo PT-BRQ, de propriedade particular havia decolado quase na mesma hora do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro e deveria pousar no Aeroporto Campo de Marte em São Paulo e transportava 2 passageiros e 1 tripulante.

Ambas as aeronaves utilizavam a aerovia AB6. Enquanto o Scandia voava por meio de instrumentos (IFR), o Cessna fazia um voo sob Regras de voo visual (VFR). O controle aéreo havia instruído o Scandia a voar sob teto de 8000 pés, enquanto que o Cessna deveria manter teto de 8500 pés. 

Por motivos ignorados, o Cessna manteve teto de 8000 pés. Com isso, ambas as aeronaves colidiram de forma frontal, por volta da 9h10min, a 8000 pés de altitude, nas proximidades de Paraibuna, em São Paulo. 

Eram 9h10 quando os moradores da cidade de Paraibuna ouviram um grande estrondo no céu. Levantando as cabeças, avistaram duas bolas de fogo despencando em direção à terra. Eram as piras funerárias de todos os vinte e seis ocupantes do Scandia PP-SRA da VASP e do Cessna 310 PT-BRQ, que tinham acabado de colidir em pleno ar.

Com a colisão, as duas aeronaves explodiram, matando instantaneamente seus 26 passageiros e tripulantes. Os destroços do Scandia cairiam num vale alagadiço, enquanto que o que restou do Cessna foi encontrado num local 5 km distante dos destroços do Scandia.

Entre os mortos estavam o ator Cilo Costa, que recentemente fizera sucesso nacional com a montagem da peça 'Society em Baby Doll', João Moreira Salles, sobrinho do embaixador Walter Moreira Salles, e Elisa Mignone, esposa do maestro Francisco Mignone. 

Jornal do Brasil, 27.11.1962 (clique nas imagens para ampliá-las)
A investigação concluiu que o acidente ocorreu porque os pilotos do Scandia e do Cessna não estavam atentos à presença de outros tráfegos. Os dois aviões voavam na mesma aerovia, A-6 (âmbar-meia), espécie de autoestrada que ligava Rio e São Paulo. O Scandia operava sob as regras de voo por instrumentos (IFR), mantendo a altitude aprovada de 8.000 pés. O Cessna voava em sentido contrário, do Rio para São Paulo (Campo de Marte), pelas regras de voo visual (VFR), e deveria estar mantendo 8.500 pés de altitude. Se assim fosse, os dois aviões se cruzariam com 500 pés (150 metros) de separação vertical. O piloto do Cessna teria provocado a colisão por manter 8.000 pés, 500 pés abaixo da altitude aprovada pelo controle de tráfego aéreo.

Esse seria o pior acidente ocorrido com uma aeronave Scandia. Posteriormente seriam proibidos voos do tipo VFR na ponte Aérea Rio-São Paulo. Após mais alguns acidentes, a VASP aposentaria seus Scandia. 

O impacto desse acidente na sociedade mal tinha sido assimilado quando, no dia seguinte, um Boeing 707 realizando o voo internacional Varig 810 entre o Rio e Lima bateria numa montanha nas proximidades do Aeroporto de Lima matando todos os seus 97 ocupantes. Um mês mais tarde cairia um Lockheed Constellation da Panair do Brasil nas proximidades de Manaus matando mais 50 pessoas. 

Esses acidentes, somados aos demais ocorridos em 1963, contribuiriam para uma queda momentânea na venda de passagens aéreas no Brasil e obrigariam empresas aéreas e governo a investirem em melhorias no sistema aéreo nacional, que encontrava-se em grave crise naquele momento.

Uma indenização que demorou 43 anos para ser paga

A viúva de um dos ocupantes do avião da Vasp, em 1965, entrou com ação de indenização na Justiça, em favor das filhas, então crianças menores, contra a Vasp e contra o dono do Cesna que, pela Justiça brasileira, tem responsabilidade solidária em caso de acidente com sua aeronave.

Ao longo do tempo, outros familiares de falecidos entraram com ações desse tipo, mas em geral foram desistindo delas, dada à demora de uma solução. Esse processo, o último do caso, durou 43 anos, o que mostra a ineficiência e a morosidade da Justiça brasileira.

Durante 41 anos e meio, o processo correu na Justiça, com demora causada por interposição de recursos de toda ordem e uma ação rescisória, que anulou todo o processo, fazendo-o retroceder à estaca zero.

O dono do Cesna passou a ser defendido pelo escritório L.O. Baptista Advogados, através de um de seus sócios, o Dr. André Carmelingo, especialista em negociação e arbitragem, para quem "o acordo, que seria uma alternativa, nesse tipo de caso, acaba sendo a única possibilidade de solução".

As filhas do falecido, com idade em torno dos 50 anos em 2008, aceitaram um acordo proposto pelo dono do Cesna, acertado entre seu advogado, José Carlos Etrusco Vieira, e o Dr. Carmelingo.

Em 31 de março de 2008, foi protocolada no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, no setor de Conciliação, uma escritura pública de transação, para pagamento de R$ 4,4 milhões, em favor das filhas da vítima fatal.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, Tribuna do Paraná, Livro 'O Rastro da Bruxa' e ASN

Aconteceu em 26 de novembro de 1979: Voo PK 740 - 156 mortos em queda de avião na Arábia Saudita

Em 26 de novembro de 1979, o voo 740 da Pakistan International Airlines foi um voo de peregrinação do Hajj de Kano, na Nigéria a Karachi, no Paquistão, com escala intermediária em Jeddah, na Arábia Saudita. Operado pela Pakistan International Airlines, o Boeing 707-340C que servia a rota caiu logo após a decolagem do Aeroporto Internacional de Jeddah. Todas as 156 pessoas a bordo morreram.


A aeronave envolvida era o Boeing 707-340C, prefixo AP-AWZ, da Pakistan International Airlines. O avião foi fabricado em 1970 e, em 30 de julho desse ano, fez seu primeiro voo. Dez dias depois, em 10 de agosto, ele foi entregue à Pakistan International Airlines (PIA) e foi registrado como AP-AWB. Foi registrado novamente como AP-AWZ em 1972, após ter sido alugado por vários meses para outra companhia aérea. A aeronave tinha 30.710 horas de voo no momento do acidente.

O avião operou como o voo 740 de Jeddah a Karachi, durante o qual transportou peregrinos que retornavam do Hajj. Havia um total de 156 pessoas a bordo, sendo 11 tripulantes e 145 passageiros. 

Às 01h29, o voo 740 partiu de Jeddah e começou a subir ao nível planejado de 37.000 pés (11.000 metros). O primeiro alerta de emergência veio às 01h47, 21 minutos após a decolagem, quando um comissário informou aos pilotos que um incêndio havia começado na porta dos fundos. 

Após relatar ao despachante a situação a bordo e iniciar uma descida de emergência dos 30.000 pés (9.100 metros), a tripulação recebeu permissão para descer a uma altura de 4.000 pés (1.200 metros). O piloto pediu pelo rádio para retornar a Jeddah porque a fumaça estava entrando na cabine e no cockpit. 

Às 02:03, a tripulação enviou um sinal de socorro. A torre de controle de Jeddah ouviu o piloto gritar "Mayday! Mayday!" antes que o rádio ficasse em silêncio. 

Cerca de um minuto depois, ao tentar um pouso de emergência em uma área deserta, o avião atingiu o solo e se desintegrou com o impacto. Os destroços foram encontrados a cerca de 48 km ao norte de At Ta'if, em uma área rochosa. Nenhum dos 156 ocupantes sobreviveu ao acidente.


A causa da catástrofe foi determinada como um incêndio que começou na parte traseira da cabine. O fogo se espalhou rapidamente, fazendo com que os passageiros entrassem em pânico e corressem para a frente para escapar da fumaça. 

Isso atrapalhou o alinhamento da aeronave, o que, em combinação com a forte fumaça, incapacitou a tripulação de voo e levou à perda de controle da aeronave. 

A causa exata do incêndio não foi determinada. A versão mais provável é que tenha havido vazamento de gasolina ou querosene de um dos fogões, que os peregrinos levaram consigo. Como a pressão de subida na cabine se torna um pouco mais baixa, uma gaxeta com vazamento pode levar ao vazamento de combustível. 

Houve um mau funcionamento nos circuitos elétricos, mas a rápida propagação do fogo neste caso era difícil de explicar devido à natureza do projeto dos sistemas elétricos e dispositivos de proteção da aeronave. 

Um Boeing 707 da PIA Cargo se preparando para partir de Karachi para Jeddah. A aeronave carregava caixões para as vítimas do acidente do PK-740. Alguns investigadores de acidentes aéreos do Paquistão também viajaram nesta aeronave (Foto: historyofpia.com)

A chance de o acidente ser um ataque terrorista não foi confirmada, pois não havia evidências de uso de artefatos incendiários.

O acidente continua sendo, até o momento, o terceiro acidente de avião mais mortal em solo da Arábia Saudita e o terceiro acidente mais mortal envolvendo um Boeing 707.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia e ASN

Hoje na História: 26 de novembro de 2003 - Voo final do último Concorde da frota

O Concorde prefixo G-BOAF, o último Concorde a ser construído, faz seu voo final (Concorde SST)
Em 26 de novembro de 2003, o Concorde 216, G-BOAF, fez o voo final da frota do Concorde quando voou do Aeroporto Heathrow de Londres (LHR) para o Aeroporto Bristol Filton (FZO) com 100 funcionários da British Airways a bordo. 

A aeronave estava sob o comando do capitão Les Brodie, com o capitão-piloto Mike Bannister e o capitão Paul Douglas, com os engenheiros de voo sênior Warren Hazleby e Trevor Norcott. A duração do vôo foi de pouco mais de 1 hora e 30 minutos e incluiu segmentos supersônicos e de baixa altitude.

O Concorde 216 foi o último de vinte Concordes a serem construídos. Foi originalmente registrado como G-BFKX e fez seu primeiro voo no Aeroporto Bristol Filton, em 20 de abril de 1979. 

O novo avião foi entregue à British Airways em 9 de junho de 1980 e foi registrado novamente como G-BOAF. “Alpha-Foxtrot” havia voado um total de 18.257 horas no momento em que completou seu voo final. Ele havia feito 6.045 decolagens e pousos, e ficou supersônico 5.639 vezes.

(Da esquerda para a direita) O Piloto-chefe do Concorde da British Airways,
Capitão Michael Bannister e o Capitão Les Brodie (Concorde SST)
O G-BOAF foi armazenado em Filton. Pretende ser a peça central do Centro Aeroespacial de Bristol, com inauguração prevista para 2017.

O transporte supersônico Concorde, conhecido como “SST”, foi construído pela British Aerospace Corporation e Sud-Aviation. Havia seis aeronaves em pré-produção e quatorze aviões comerciais de produção. 

A British Airways e a Air France operaram sete Concordes cada uma. Era um transporte intercontinental de passageiros com asas em delta Mach 2+, operado por uma tripulação de três pessoas e capaz de transportar 128 passageiros.

Os aviões comerciais de produção tinham 202 pés e 4 polegadas de comprimento (61,671 metros) quando em repouso. Durante o voo supersônico, o comprimento aumentaria devido à expansão do metal devido ao aquecimento por atrito. 

A envergadura era de 83 pés e 10 polegadas (25,552 metros) e a altura total era de 40 pés (12,192 metros). A fuselagem era muito estreita, apenas 9 pés e 5 polegadas no ponto mais largo. O Concorde tem um peso vazio de 173.500 libras (78.698 kg) e um peso máximo de decolagem de 408.000 libras (185.066 kg).

O Concorde é equipado com quatro motores turbojato Rolls-Royce / SNECMA Olympus 593 Mk.610 com pós-combustão. O Olympus 593 é um motor de fluxo axial de dois eixos com uma seção de compressor de 14 estágios (7 estágios de baixa e 7 de alta pressão), câmara de combustão única e uma turbina de dois estágios (1 de baixa e 1 de alta pressão) etapa. O Mk.610 foi avaliado em 139,4 kilonewtons (31.338 libras de empuxo) e 169,2 kilonewtons (38.038 libras) com pós-combustor. 

Durante o cruzeiro supersônico, os motores produziram 10.000 libras de empuxo (kilonewtons, cada. O Olympus 593 Mk.610 tem 7.112 metros (23 pés, 4,0 polegadas) de comprimento, 1.212 metros (3 pés, 11,72 polegadas) de diâmetro e pesa 3.175 quilogramas (7.000 libras).

A velocidade máxima de cruzeiro é Mach 2.05. A altitude de operação do Concorde é de 60.000 pés (18.288 metros). O alcance máximo é de 4.500 milhas (7.242 quilômetros).

O Concorde G-BOAF faz uma passagem baixa sobre a ponte suspensa de Clifton, a caminho de Filton, em 26 de novembro de 2003 (Concorde SST)

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com informações de Wikipédia e This Day in History

Vídeo: Como um avião pode voar sem asas? Conheça o Lippisch Dornier Aerodyne

Via Aero Por Trás da Aviação

Por que as janelas dos aviões nunca estão alinhadas com as poltronas?


Alguma vez você se questionou por que as janelas de um avião não são necessariamente alinhadas com as fileiras de poltronas? Não, não foi um erro de projeto por parte dos engenheiros!

Em um vídeo no canal de Youtube Today I Found Out, o vlogueiro Simon Whistler explica a real razão por que muitas vezes você precisar se inclinar mais para conseguir espiar pela janelinha.

Segundo o apresentador, o principal motivo é porque as companhias aéreas optam por reconfigurar a disposição dos assentos que foi originalmente sugerida pelo fabricante. Dessa maneira, obviamente, elas conseguem colocar mais poltronas e, assim, aumentar o número de passageiros em cada aeronave. As próprias empresas já projetam as fileiras com essa possibilidade de ajuste, que pode trazer as fileiras mais para frente ou para trás. Com a remodelagem, no entanto, o alinhamento vai para o espaço – assim como o conforto dos clientes.

Mais do que estar alinhado com a janela, de décadas para cá, o tamanho do pitch (a distância entre as poltronas) também diminuiu muito nas aeronaves. Antes, era comum um espaçamento de 86 cm, enquanto hoje é comum haver apenas 71 cm. Até a largura das poltronas tem encolhido – costumava ser cerca de 46 cm contra os 42 cm atuais.

Em voos mais curtos, é ainda mais comum encontrar essas versões de aviões “lata de sardinha”. Nessas rotas, os passageiros tendem sempre a procurar a passagem mais barata, independente do conforto oferecido. Assim, as aéreas aproveitam para ter mais oferta de lugares e poder oferecer preços mais competitivos.

Mas se há uma vantagem nessa falta de alinhamento é que fica mais confortável encostar a cabeça na parede do avião para tirar aquela soneca, não é mesmo?

Aqui você pode assistir ao vídeo (em inglês) com a explicação na íntegra:

Por que a tripulação não dá 'marcha à ré' para empurrar os avião para trás?


Quando um avião vai sair do portão de embarque de um aeroporto, ele usa um pequeno, mas poderoso caminhão ‘rebocador’ para fazer a 'marcha à ré'. Por que as companhias aéreas não economizam no custo e usam os potentes motores a jato para fazer essa manobra?

Nos aeroportos, quando um avião precisa ser deslocado para trás para deixar o portão de embarque antes da decolagem, um pequeno trator, chamado de push back, é acoplado no trem de pouso dianteiro do avião para empurrá-lo. Isso não significa, no entanto, que os aviões não têm condições de andar de ré por conta própria. No vídeo abaixo, um MD80 realiza sozinho a "marcha à ré".

Embora as aeronaves não tenham uma marcha à ré, os aviões conseguem andar para trás por conta própria com o uso dos reversos dos motores. Criado para funcionar como freio durante o pouso, o reverso forma uma concha na parte traseira do motor e inverte a direção do fluxo de ar. 

Com a aeronave parada em solo, o piloto aciona o reverso e aplica potência no motor. Dessa forma, o ar que dá impulso ao deslocamento do avião é direcionado para frente, e a aeronave se movimenta para trás.

O reverso forma uma concha na saída de ar do motor (foto: Divulgação)

Nos aviões turbo-hélice, o sistema de reverso é um pouco diferente. A mudança da direção do fluxo de ar é feita ao alterar o ângulo das pás. A hélice continua girando na mesma direção, mas o ar passa a ser direcionado para frente. Assim como nos jatos, o sistema foi criado para auxiliar na frenagem durante o pouso. 

Os dois sistemas, no entanto, só estão presentes em aviões comerciais e executivos de grande porte. Nas aeronaves mais leves, quando não há tratores push back, elas podem ser empurradas manualmente sem grandes dificuldades. 

Utilização da manobra é algo raro 

O uso dessa técnica, conhecida como power back, para dar ré nos aviões só deve ser utilizada em último caso, quando não há nenhum trator de push back disponível e a aeronave precisa se movimentar. O principal problema está relacionado ao alto consumo de combustível exigido para a manobra, já que o motor precisa estar com potência elevada. 

A força dos motores ainda polui e faz muito barulho, o que pode causar um incômodo ainda maior caso o avião esteja perto do terminal de passageiros.

O método mais comum é o uso dos tratores de push back (foto: Divulgação)

A manobra ainda pode causar outros problemas, como o aumento das chances de algum detrito que estava no chão ser jogado para dentro do motor. E como nos aviões não há espelho retrovisor, sem o auxílio de um mecânico em terra, seria impossível o piloto saber para onde estaria indo. 

Por tudo isso, a manobra é feita em raríssimas ocasiões. A grande maioria dos aeroportos em todo o mundo conta com tratores de push back suficientes para movimentar adequadamente todos os aviões que estão em terra.

A Iberia comprou oito dispositivos Mototok, que não necessitam de operador, para empurrar suas aeronaves da família A320 em dois aeroportos (Foto: Iberia)

Por Jorge Tadeu com UOL

sábado, 25 de novembro de 2023

Sessão de Sábado: Filme "Desbravadores - Na Companhia de Estranhos" (dublado)


A verdadeira história dos desbravadores americanos, os paraquedistas voluntários cuja missão era mortal para a terra, 30 minutos antes da invasão da Normandia, localizar e assinalar as zonas estratégicas “gota” e configurar o equipamento de navegação ultra-secreto necessárias para orientar o ataque aéreo principal em D-Dia.

("Pathfinders: In the Company of Strangers", 2011, EUA, 100 min., Ação, Guerra, História)

Vídeo: Entrevista - Luta, sequestro e fé! Dando a volta por cima


O comandante Alexandre Calaço passou por poucas e boas na vida, tirar o brevet de helicóptero foi um desafio, driblar o cobrador do ônibus e a fome, mas a maior dela ainda estava por vir!

Via Canal Porta de Hangar de Ricardo Beccari

Aconteceu em 25 de novembro de 1985: O último voo da equipe de cross-country da Universidade de Iowa

Já se passaram 35 anos desde que a equipe feminina de cross-country da Universidade Estadual de Iowa (Iowa State University - ISU) desafiou as expectativas e terminou em segundo lugar no campeonato da NCAA de 1985 em Milwaukee naquela segunda-feira, 25 de novembro de 1985. Eles fizeram isso com alguns de seus melhores tempos individuais, marcando 98 pontos e terminando atrás apenas Wisconsin com a melhor classificação.

A equipe feminina de cross-country da Iowa State University, em 25 de novembro de 1985, a partir da esquerda: Charlene Letzring; Sheryl Maahs; Bonnie Sons; Susan Baxter; Jill Slettedahlk; e na frente: Tami Colby, à esquerda, e Julie Rose no Campeonato Feminino de Cross Country da NCAA em Milwaukee. Maahs, Baxter e Rose morreram mais tarde naquele dia em que o avião em que voltavam para casa com dois treinadores, um treinador esportivo e o piloto caiu em um bairro de Des Moines (Foto: AP)

Porém, a alegria dessa conquista foi seguida por uma triste notícia quando, poucas horas depois, um avião transportando sete passageiros da ISU - os treinadores Ron Renko e Pat Moynihan, o piloto Burton Watkins, a estudante de treinamento atlético Stephanie Streit e os corredores Sue Baxter, Julie Rose e Sheryl Maahs - caiu em um bairro residencial, deu uma cambalhota em um gramado e explodiu em chamas, matando todos a bordo.

O avião era um dos três que transportavam as equipes de cross country masculino e feminino da ISU. Todos eles tinham planos de ir para o aeroporto de Ames, mas com uma pista de pouso em construção e a outra sob uma camada de gelo, eles foram desviados para Des Moines. Os dois primeiros aviões pousaram em segurança e todos os membros da equipe masculina foram encontrados.

De acordo com os investigadores na época, o gelo originado por uma garoa extremamente fria se formou nas asas do terceiro avião, o Aero Commander 500S Shrike Commander, prefixo N81589da Universidade Estadual de Iowacausando uma turbulência severa a cerca de 2,5 milhas do aeroporto. 

Os controladores de tráfego aéreo instruíram o piloto Watkins a aumentar sua altitude. Ele tentou, mas sem sucesso. Sua última transmissão, de acordo com fitas divulgadas dias após o acidente, foi “Não consigo fazer nada. Estou nas árvores. ”

O avião caiu às 17h41, deitado de cabeça para baixo contra a base de um carvalho no Country Club Boulevard, a cerca de 21 metros da casa mais próxima. O fogo atingiu a altura de 30 pés, bloqueando qualquer tentativa de resgate. O acidente cortou brevemente a energia de cerca de 1.600 residências na área. Se não fosse pelas árvores ao redor, o avião teria atingido três casas. Os sete ocupantes da aeronave morreram na hora.

Os dois primeiros aviões pousaram minutos um do outro e, depois, todos se sentaram e esperaram a chegada do terceiro. Meia hora finalmente se passou quando o medo e a preocupação se estabeleceram.

“Podíamos ver a discussão e ver a preocupação, mas ainda não sabíamos o que aconteceu”, disse Bill Bergan, então técnico masculino da ISU. “Então, nós apenas esperamos. É indescritível como nos sentimos depois disso.”

As memórias daquele dia horrível ainda são vivas; a dor, ainda poderosa. Nos 35 anos desde então, os membros sobreviventes da equipe feminina os carregaram como uma lembrança perpétua, tentando desesperadamente esquecer algo que nunca vai embora. Muitos se lembram da sequência de eventos como se tivessem acontecido ontem, usando exatamente a mesma expressão ao falar sobre isso.

“É algo que nunca vai embora”, disse Bergan. “Ganhamos muitos campeonatos e tivemos muitos atletas excelentes, mas o que mais me lembro, e que me assombra, é aquele acidente de avião.”

Nove dias após o acidente, o ISU realizou uma cerimônia fúnebre no Hilton Coliseum. As aulas entre 8h e meio-dia foram canceladas. Cerca de 5.500 pessoas compareceram enquanto amigos e companheiros de equipe prestavam homenagem por meio de elogios e anedotas.

O serviço começou tocando “Ain't Nothin 'Gonna Break My Stride,” de Matthew Wilder, o hino adotado pelo time naquela temporada. O refrão reverberou por Hilton enquanto as pessoas ocupavam seus assentos.

Há uma placa no campus da ISU em Ames em homenagem às vítimas do acidente

Resultado da Investigação do acidente


As investigações apontaram que o N81589 estava seguindo um Boeing 727 em abordagem ILS em condições IFR. Aproximadamente 2,5 milhas da pista, N81589 repentinamente desviou para a esquerda quase 90°. 39 segundos depois, o piloto relatou que encontrou turbulências severas e disse que estava tentando subir. 

O N81589 posteriormente voou através do topo das árvores em terreno ascendente por aproximadamente dois quarteirões da cidade, então atingiu linhas de energia e um poste e bateu contra uma árvore. 

Nenhuma evidência de turbulência devido ao clima na ou próximo à altitude de aproximação. A investigação mostrou uma separação de 4,7 milhas entre as aeronaves quando o 727 ultrapassou o ponto de desvio. Nesse ponto, 727 estava no glide slope ILS a 850 pés. A altitude do N81589 não foi determinada. 

O vento era de 120° a 3 a 6 nós, deslocando-se mais para o sul com asfalto. A visibilidade predominante era de 1/2 milha. O RVR para a pista 12L foi de 6.000 pés; foi relatada cobertura de gelo leve. 

Testemunhas ouviram interrupção da energia de um motor no ponto de desvio, mas não houve indicação de perda de potência onde a aeronave atingiu árvores. Os dados do radar mostraram aeronaves desaceleradas para 80 nós no ponto de desvio, aceleradas para 100 nós durante o desvio, desaceleradas para 70 nós antes do impacto. 

O conselho de segurança acredita que o piloto provavelmente perdeu o controle devido à baixa velocidade e congelamento leve da fuselagem; possivelmente encontrou turbulências de esteira. Nenhuma razão encontrada para a perda de potência do motor.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreoscom amestrib.com, iowapublicradio.org, ASN, baaa-acro.com e  geocaching.com

Aconteceu em 25 de novembro de 1985: O Abate do An-12 da Força Aérea Russa na Guerra Civil de Angola

Um Antonov An-12 similar ao envolvido no abate
Em 25 de novembro de 1985, o avião 
Antonov An-12BP, prefixo CCCP-11747, da Força Aérea Soviética, operando na Guerra Civil de Angola, realizava o voo entre o Aeroporto Cuito Cuanavale, e o Aeroporto de Luanda, levando a bordo 21 ocupantes, sendo 13 passageiros e oito tripulantes.

O avião era oficialmente uma aeronave civil, que fazia parte de um destacamento militar de transporte aéreo composto por vários aviões An-12 e suas tripulações, sob o comando direto do Conselheiro Militar Chefe Soviético em Angola. 

O destacamento fazia parte do 369º Regimento de Aviação de Transporte Militar, 7ª Divisão de Aviação de Transporte Militar, Aviação de Transporte Militar, baseado naquela época na cidade de Jankoi/Dzhankoy, na Crimeia, na Ucrânia. 

Os An-12 foram usados ​​principalmente para apoiar as Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) e suas operações militares. Todos os oito tripulantes e quatro passageiros eram cidadãos soviéticos. Outros nove passageiros eram angolanos.


A tripulação de voo era composta por (foto acima): Capitão: Sergei Vasilievich Lukyanov; Primeiro Oficial: Alexei Nikolaevich Nikitin; Engenheiro de Voo: Viktor Viktorovich Osadchuk; Navegador: Vladimir Borisovich Zhurkin; Operador de voo: Sergei Nikolaevich Grishenkov; Intérprete de Voo: Vladimir Alekseevich Shibanov; e Estagiário de Intérprete de Voo: Sergei Nikolaevich Sholmov.

O incidente ocorreu no rescaldo da operação 2 Congresso do Partido das Forças Armadas Populares para a Libertação de Angola (FAPLA), apoiada pela União Soviética, conduzida contra unidades da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, que recebeu apoio da África do Sul).

De acordo com relatos de testemunhas oculares e gravações da caixa-preta, o An-12BP decolou de Cuito Cuanavale às 11h20. Com cerca de 15 minutos de voo, na altitude de aproximadamente de 10.000 pés (3.000 m), o piloto relatou uma explosão ao controle de tráfego aéreo a bombordo da aeronave, próximo à asa e aos motores. O avião havia sido atingido por um míssil terra-ar.


Segundos depois, o piloto também informou que a aeronave estava com problemas nos motores três e quatro e manifestou a intenção de virar em direção ao aeroporto de Menongue, localizado a menos de 50 quilómetros (31 milhas) de distância, para uma aterrissagem de emergência. 

Após a explosão, a carga (dois enormes motores) se soltou e se deslocou, alterando o centro de gravidade da aeronave e fazendo-a inclinar-se para bombordo. As gravações da caixa negra indicavam que a tripulação tentou nivelar o An-12 e direcioná-lo para o aeroporto de Menongue para uma aterrissagem de emergência; no entanto, 47 segundos após a detonação do míssil, a asa de bombordo explodiu e separou-se da aeronave. 

A aeronave em chamas caiu então num campo a cerca de 43 quilómetros (27 milhas) de distância de Menongue, tendo a maior parte dos destroços caído nas proximidades da estrada Menongue-Cuito Cuanavale. 


No dia seguinte, vários oficiais da Missão Militar Soviética em Menongue, acompanhados por tropas cubanas e angolanas, chegaram ao local do acidente onde encontraram todos os 21 corpos – a tripulação de 8 e 13 passageiros – no local. 

Os restos mortais foram primeiro transportados para Menongue para identificação e posteriormente para Luanda, a capital de Angola. Caixões contendo os restos mortais da tripulação e dos passageiros soviéticos foram então transportados para a União Soviética.


Civis das aldeias locais e membros da organização de defesa popular local (ODP – Organização de Defesa Popular), que testemunharam a explosão no ar e a queda, disseram ter ouvido e visto o que acreditavam ser um míssil terra-ar sendo lançado imediatamente antes do acidente. 

Eles descreveram os rastros de som e fumaça que se originavam do solo até o ponto de impacto no ar. As gravações da conversa de tráfego aéreo da tripulação do An-12BP com os operadores de radar de defesa aérea de Menongue foram obtidas pelas autoridades angolanas. Posteriormente, eles foram repassados ​​aos investigadores soviéticos que conduziam sua própria investigação sobre o acidente. 

As gravações revelaram que a tripulação havia relatado uma explosão de míssil a bombordo da aeronave. Na União Soviética, foi criada uma comissão especialmente designada, sob a supervisão direta do Chefe do Comando de Transporte Militar Aéreo das Forças Armadas Soviéticas, para estabelecer a causa do acidente. O exame da comissão de partes da fuselagem da aeronave revelou vários vestígios de matéria explosiva e fragmentos do míssil terra-ar.

Em seu livro 'Journey Without Boundaries', o coronel da SADF André Diedericks, ex- oficial das Forças Especiais sul-africanas, afirma que foi ele quem deu a ordem de lançamento do míssil que derrubou o An-12. 

O que aconteceu neste dia,  Andre Diederiks relembra: “Era de manhã e tínhamos acabado de orar. Todos foram para suas posições e ficamos com nosso médico para fazer café . tivemos tempo de cozinhar, ouvimos o som dos motores inconfundivelmente reconhecíveis do avião de transporte russo An-12. O avião vinha do Cuito Cuanavale. Estamos prontos. Logo vimos o avião. Ele estava em baixa altitude, e rapidamente percebemos que era estava ao alcance dos SAMs . Christy Smith, nossa fotógrafa oficial, pronta para filmar o lançamento do míssil. Assim que Hammer Stride (operador SAM - SK) informou que o foguete atingiu o objetivo, dei a ordem de partida. O míssil atingiu um dos motores na asa esquerda, a mais próxima da fuselagem. A princípio parecia que a entrada não afetava o voo do Antonov, mas depois de alguns segundos apareceu uma nuvem de fumaça e o avião mudou de rumo. Observei o transportador caindo com binóculos. Vi quase o plano terrestre virar e desaparecer entre as árvores. No momento seguinte, vimos uma enorme nuvem de fumaça negra subindo para o céu. O Antonov foi completamente destruído. Rapidamente nos viramos e seguimos para a base."           

Durante o início do verão de 1985, um dos sistemas Strela-l (SA-9) anteriormente capturados, tripulado e operado por um grupo sul-africano Recce sob o comando do então capitão Diedericks, cruzou para a província de Cuando Cubango, em Angola, e com a ajuda, proteção e escolta da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) foram secretamente distribuídas pela área de Menongue.


A principal missão do grupo era realizar operações de combate secretas, codinomes "Catamaran 1" e "Catamaran 2", com o objetivo de perturbar o tráfego aéreo na província do Cuando Cubango, abatendo transportes cubanos e angolanos, combatendo aeronaves e navios de guerra com o Strela-l (SA-9) (foto acima).

O relato de Diedericks é reiterado por Koos Stadler, outro soldado do Regimento de Reconhecimento (coloquialmente conhecido como "Recces") em seu livro de 2015, 'RECCE: Small Team Missions Behind Enemy Lines'.
      
As vítimas foram todos os 21 tripulantes da Força Aérea e os passageiros militares. A tripulação do SSSR-11747 composta por cinco oficiais, dois suboficiais Força Aérea Soviética, um tradutor do Instituto Militar Soviético de Línguas Estrangeiras, quatro oficiais do exército soviético e nove oficiais das FAPLA.

Nas 12 horas após o acidente, os noticiários depois da meia-noite emitidos pela BBC, pelo Serviço Africano da Voz da América e pela estação de rádio Galo Negro da UNITA fizeram anúncios quase idênticos: A UNITA foi noticiada como tendo abatido um avião militar de carga cubano com aviões cubanos pessoal a bordo, na mesma área em que o An-12BP foi abatido, por meio de um míssil terra-ar. 

No dia seguinte, 26 de Novembro de 1985, a UNITA assumiu oficialmente a responsabilidade pelo abate da aeronave. No entanto, vários meses depois, informações obtidas através de várias fontes de inteligência indicaram que o An-12 foi derrubado por um míssil lançado de um 9K31 Strela-1 de fabricação soviética, um sistema de mísseis terra-ar guiado de curto alcance montado em veículo. Vários Strela-1 foram capturados pelas Forças de Defesa Sul-Africanas (SADF) durante uma incursão anterior em Angola.

O veterano angolano Andrew Babayan, então em Angola, recordou: “Naquele trágico dia 25 de Novembro de 1985, lembro-me que era uma segunda-feira, tinha o dever de interceder pela nossa missão militar. para preparar os dados para a informação política que “retiramos” da rádio. Antes do noticiário “Beacon” fiz uma audição e treinei o telejornal angolano. Mas lembro-me bem que depois da meia-noite a votação do “inimigo”, primeiro da Força Aérea em português, e depois da “Voz da América”, e informou que na província do Cuando Cubango os rebeldes da UNITA tiveram outra operação bem sucedida: o avião de transporte cubano abatido AN-12. Não acreditei na notícia, sabendo que tipo de informação “precisa” passava para essas agências.  Todos sabíamos muito bem que não poderia ser um An-12 cubano, os cubanos voavam no AN-26. na madrugada do dia 26 de Novembro , ouvi novamente a notícia "Farol" - ainda nada, mas às 9h00 a agência 'Angop' deu a terrível notícia de que o avião foi abatido pelo AN-12 com militares do MPLA a bordo, mas nada mais específico foi disse. Na noite do “Farol” transmitiu a mesma notícia, mas desta vez, indicando que abateu um avião de transporte militar da Força Aérea de Angola. E não há nada sobre o nosso povo! Nem uma palavra sobre a tripulação ou conselheiros - enfim, estávamos lá, em Angola, então algo assim não existia! ". 

Após o acidente, em 5 de dezembro de 1985, um helicóptero Mil Mi-8 foi abatido. Duas tripulações do Mi-8 foram encarregadas de fornecer apoio aéreo aproximado a um batalhão de infantaria reforçado por Cuba que tinha ordens de proteger a área do acidente para a chegada de uma equipe para conduzir uma investigação no local e ajudar a remover os destroços para uma investigação mais aprofundada. 

À medida que o batalhão se aproximava da área do acidente, foi emboscado por uma força combinada SADF/UNITA muito superior, posicionada ao longo da estrada Menongue-Cuito Cuanavale. Seguiu-se uma luta feroz, resultando em um grande número de mortos e feridos de ambos os lados. 

Os dois Mi-8, ambos tripulados por tripulações da Força Aérea Soviética, foram chamados para prestar apoio ao batalhão cubano. Ao chegarem, eles foram alvo de forte fogo terrestre antiaéreo. Um foi abatido; ele caiu e pegou fogo, matando a tripulação soviética. Havia também dois soldados angolanos da recém-formada 29ª Brigada de Assalto Aerotransportada, que manejavam armas montadas nas portas do helicóptero, que também morreram no acidente.


Em 1987, um monumento comemorativo (foto acima), com imagens dos tripulantes do An-12BP e seus nomes, foi erguido na cidade de Dzhankoy (atualmente disputada entre a Ucrânia e a Rússia devido à anexação russa da Crimeia em 2014), onde a maioria deles estava estacionada. e havia vivido.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN e veteranangola.ru

Aconteceu em 25 de novembro de 1973: O desconhecido sequestro do voo KLM 861 - Três dias de tensão


Em 25 de novembro de 1973, a aeronave 
Boeing 747-206B, prefixo PH-BUA, da KLM - Royal Dutch Airlines, operava o voo 861, um voo regular internacional de passageiros de Amsterdã, na Holanda, para Tóquio, no Japão, com escalas planejadas em Atenas, na Grécia, Beirute, no Líbano, e Delhi, na Índia. 

O voo 861 tinha como comandante Issac Risseeuw. O voo transcorreu dentro da normalidade desde sua origem, incluindo a escala em Atenas, na Grécia, até sua segunda escala em Beirute, no Líbano.

Três cidadãos árabes embarcaram no avião durante a escala em Beirute e sequestraram o avião no espaço aéreo iraquiano com 247 passageiros e 17 tripulantes a bordo. Seguiu-se uma viagem caótica de três dias ao redor do Mar Mediterrâneo e do Golfo Pérsico, com diferentes paradas e exigências cada vez menores por parte dos terroristas. 

Imediatamente após assumirem o controle do avião, os sequestradores obrigaram o piloto a pousar em Damasco, na Síria, onde ameaçaram explodir o avião caso não recebessem mais combustível.


As autoridades sírias cederam e os terroristas partiram para Nicósia, no Chipre. O avião aterrissou ali à 1h00 do dia 26 de novembro, e os raptores apresentaram pela primeira vez as suas condições. 

Os reféns seriam libertados se sete prisioneiros palestinos em Chipre fossem libertados e se o primeiro-ministro holandês emitisse uma declaração pública de que não haveria campos de trânsito para judeus nos Países Baixos, e que os Países Baixos suspendessem toda a ajuda militar a Israel e que a KLM não deveria apoiar Israel.

Anteriormente, os representantes palestinos tinham censurado a política pró-israelense do governo holandês, mas não estava claro o que queriam dizer com “campos de trânsito para judeus” nos Países Baixos. 

Os sete prisioneiros eram terroristas palestinos que perpetraram dois ataques em Chipre, em 9 de Abril de 1973, um contra a residência do embaixador israelita em Chipre e outro contra um avião da El-Al no aeroporto de Nicósia. 


As autoridades cipriotas garantiram sucintamente aos sequestradores que os prisioneiros seriam libertados em breve, reabasteceram os tanques da aeronave e os deixaram sair do aeroporto de Nicósia. 

Os sequestradores forçaram o piloto a seguir para Trípoli, na Líbia, onde pousaram na madrugada de 26 de novembro e logo iniciaram negociações com o encarregado de negócios holandês em Trípoli, M. De Roos. 

Quando as suas exigências foram rejeitadas, os sequestradores fizeram com que a tripulação voasse para Malta no dia seguinte (27 de novembro). Lá, todos os passageiros e parte da tripulação foi libertada.


As negociações falharam novamente e no dia seguinte, 28 de novembro, os sequestradores exigiram serem levados de avião para Bagdá, no Iraque. O governo iraquiano recusou-se a conceder permissão de desembarque, tal como o fizeram os governos do Kuwait e do Qatar.

Como o avião ficou sem combustível, eles foram autorizados a pousar em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. De lá, os sequestradores queriam voar para Aden, no Iêmen do Sul. As autoridades iemenitas rejeitaram os seus pedidos de desembarque, tal como as autoridades turcas. 

Depois de sobrevoar Áden por uma hora, o avião voltou para Dubai. Os sequestradores finalmente se renderam quando foram informados de que poderiam deixar o país sem consequências legais. A tripulação foi libertada e o incidente finalmente terminou sem quaisquer vítimas.

A aeronave no aeroporto de Dubai. O sequestro chegou ao fim 
Os sequestradores foram retirados do aeroporto de Dubai em um helicóptero da Força de Defesa de Dubai. Não se sabe para onde os sequestradores foram levados ou o que aconteceu com eles. Eles nunca mais foram vistos.

Os passageiros foram posteriormente levados para Amsterdã, na Holanda, e para seu destino final, em Tóquio, no Japão, onde desembarcaram no dia 30 de novembro (vídeos abaixo).


 
Durante e após o sequestro, o sistema de alerta do Club de Berne foi marcado por um intercâmbio ativo, especialmente para compreender as lacunas de segurança e identificar os sequestradores. 

Com base nas conversações entre a tripulação e os sequestradores, vários elementos da operação foram reconstruídas. Mais importante ainda, descobriu-se que os sequestradores conseguiram contrabandear as suas pistolas e granadas de mão em latas de conserva fechadas cheias de serragem.

Ao passarem pela segurança do aeroporto de Beirute, os sequestradores alegaram que as latas continham comida e por isso não foram abertas. A agência de inteligência holandesa, BVD, relatou que um sequestrador disse à aeromoça que “riu durante o check-in no aeroporto de Beirute, pois enquanto eles verificavam minuciosamente a bagagem de mão, ignoraram completamente as caixas de doces em conserva nas quais os sequestradores carregavam suas armas”.

Quando todos os passageiros foram libertados em Malta, as autoridades holandesas examinaram a lista de passageiros do voo 861 da KLM e conseguiram identificar os nomes dos sequestradores e os seus documentos de viagem. Dois dos terroristas voaram com passaportes do Bahrein e um com passaporte dos Emirados.

O serviço de inteligência holandês também encontrou a agência de viagens em Beirute que havia emitido os bilhetes dos sequestradores. O MI5 consultou a inteligência do Bahrein e informou aos parceiros do Club de Berne: “para sua informação e para não ser divulgado fora do seu serviço” que, de acordo com o autoridades do Bahrein, os nomes usados 'não eram nomes do Bahrein' e que as autoridades não tinham registros dessas pessoas".

Os sequestradores destruíram os passaportes, bilhetes e outros meios de identificação antes de deixarem a aeronave e não forneceram quaisquer detalhes de suas identidades para as autoridades de Dubai. Os passaportes eram de Ras al-Khaimah, que é um dos sete Emirados que compõem os Emirados Árabes Unidos. 

Assim, a inteligência britânica, israelense e holandesa presumiu que os homens viajavam com passaportes falsos e sob nomes falsos. A identificação da organização terrorista que cometeu o ataque revelou-se igualmente difícil, uma vez que nenhum grupo palestino assumiu a responsabilidade. 

Pelo contrário, na Liga Árabe em Argel, que teve lugar simultaneamente em 26 de novembro de 1973, sob os auspícios do presidente egípcio Anwar Al Sadat, a delegação palestina condenou formalmente o sequestro e afirmou que o movimento palestino não tinha absolutamente nada a ver com o sequestro.

No início, a Mossad suspeitou da FPLP (Frente para a Libertação da Palestina) devido a três pistas. Em primeiro lugar, os métodos operacionais eram “tipicamente FPLP”, particularmente a utilização de passaportes do Bahrein e dos Emirados. Em segundo lugar, a FPLP anunciou que se opunha ao cessar-fogo com Israel e que continuaria a realizar ataques. Terceiro, uma das descrições do sequestrador correspondia à aparência de um membro conhecido da FPLP.

Em linha com tudo isso, uma “fonte fiável” relatou aos serviços de inteligência britânicos que altos funcionários da Fatah acreditavam que a FPLP era responsável por esta operação, o que também significou que o informante indicou ao MI5 que o Fatah não era responsável pelo sequestro.

Finalmente, as agências de inteligência seguiram uma pista que veio diretamente das próprias alegações dos sequestradores e que mais tarde se revelou a informação mais importante: os sequestradores disseram à tripulação da KLM que faziam parte de um novo grupo denominado 'Organização Nacional Árabe da Juventude para a Libertação da Palestina' (ANYOLP).

A agência de inteligência israelita Shin Bet explicou que não tinha conhecimento da existência de tal grupo, mas conseguiu ligá-lo a ataques anteriores onde a designação “Juventude Nacional Árabe” foi utilizada. O ponto comum de todos esses ataques foi o fato de terem sido “inspirados pela Líbia”.

O Shin Bet identificou três desses ataques com ligações à Líbia. Primeiro, houve o sequestro de um avião da Lufthansa em 29 de Outubro de 1972 em Beirute para obter a libertação dos autores do massacre de Munique. O Shin Bet especificou que ‘esta operação foi realizada pela FPLP (Habash) usando a designação “Juventude Nacional Árabe” e o avião pousou na Líbia

Às vezes também era referida como a 'Organização da Juventude Nacional Árabe para a Libertação da Palestina' ou palavras eram omitidas como 'Juventude Nacional Árabe para a Libertação da Palestina' ou 'Organização da Juventude Árabe para a Libertação da Palestina'. 

Em segundo lugar, o telegrama mencionava a tentativa da PFLP-GC de contrabandear um gira-discos com uma armadilha explosiva a bordo de um avião da El-Al em Agosto de 1972. O Shin Bet explicou que "os perpetradores usaram o nome 'Organização Nacional da Juventude Árabe para a Libertação da Palestina' e estiveram em contato com a embaixada da Líbia em Roma." 

Terceiro, Israel mencionou que a FPLP usou o nome ANYOLP quando tentou explodir um avião da El-Al e atacar a residência do embaixador israelita em Chipre, em 9 de Abril de 1973. 

O Shin Bet tinha “relatos de que a Líbia tinha planeado e financiado o ataque e que o terrorista transportava um mapa de voo marcado para a Líbia”. É interessante notar que os sequestradores da KLM de 25 de Novembro desembarcaram em Nicósia solicitando a libertação precisamente dos palestinos detidos que tinham perpetrado o ataque de Chipre de 9 de abril de 1973.

O telegrama de Israel não mencionou isso, mas o Shin Bet deduziu do acima exposto que quando os terroristas usaram a designação ANYOLP durante um ataque, foi uma forma de indicação oculta de que tinha havido envolvimento da Líbia no planeamento ou execução do ataque. 

No que diz respeito ao sequestro da KLM em novembro de 1973, o Shin Bet acreditava que o terrorismo apoiado pela Líbia tinha agora assumido uma nova dimensão porque a ANYOLP se tinha tornado um grupo terrorista por direito próprio, que operava independentemente de outras organizações palestinas - especialmente porque os grupos já existentes distanciaram-se demonstrativamente dele. 

Posteriormente, os israelitas investiram esforços consideráveis na compreensão da ANYOLP e dos seus métodos operacionais e prometeram enviar atualizações aos seus parceiros o mais rapidamente possível.

Como revelaram as investigações policiais no final de 1973, o então ditador da Líbia, Muammar Kadafi, esteva fortemente envolvido na organização de dois ataques terroristas. Os dois ataques eram o sequestro do voo da 861 da KLM de Amsterdã para Tóquio em 25 de novembro de 1973 e no massacre ocorrido no aeroporto Fiumicino de Roma, na Itália, com um sequestro subsequente em 17 de dezembro de 1973.

Muito pouco se sabe hoje sobre este sequestro do voo 861 da KLM e quase não foi mencionado na literatura secundária. Com o estudo de arquivos policiais e artigos de jornais, foi possível reconstruir os acontecimentos. 


O comandante do voo, Issac Risseeuw, foi agraciado pelo Ministro dos Transportes da Holanda, Tjerk Westerterp, com uma comenda pelo papel que desempenhou durante o sequestro (foto acima).

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia, ASN e Journal of Strategic Studies

iPhone tem função secreta que todo mundo que voa de avião deveria conhecer

Técnica ainda desconhecida por muitos pode ajudar aqueles que tem um certo hábito de viajar por esse meio de transporte.


Uma função secreta disponível para quem tem celulares no modelo iPhone pode ser bastante benéfica principalmente para quem tem a prática de voar de avião.

Por meio dessa técnica contida no aparelho, é possível trafegar de forma mais tranquila durante o trajeto e, de quebra, ter mais tranquilidade caso um ente querido seu esteja viajando.

Leia até o final e descubra qual é a função secreta do iPhone que todo mundo que possui o costume de viajar de avião deveria conhecer.

Embora esteja difundido em todo mundo, alguns atalhos e funcionalidades presentes no iPhone ainda seguem sendo uma incógnita até mesmo para os portadores do aparelho.

Por exemplo, você sabia que existe uma função secreta contida na plataforma que pode ser uma espécie de ‘mão na roda’ para aqueles que têm o costume de viajar de avião? Pois saiba que sim.

A modalidade pode ser ativada de forma simples, rápida e não requer a instalação de nenhum outro aplicativo. Ao utilizá-la, você poderá acompanhar o trajeto da aeronave em que você está ou que alguma outra pessoa, seja ela um ente querido ou colega, esteja.

Para que a função seja ativada, é necessário, primeiramente, ir até o aplicativo de mensagens, clicar na opção “Nova Mensagem” e, logo em seguida, colocar o seu próprio número como destinatário do conteúdo.

Depois disso, no local onde a mensagem é escrita, no chat, basta você colocar o número do seu voo ou o número do voo da pessoa que você quer acompanhar.

Após escrever o conteúdo basta enviá-lo. Você pode notar que, alguns segundo depois desse processo, você receberá uma mensagem e é nesse momento que você deve selecionar a opção “Pré visualizar o voo”.

Dessa maneira, você conseguirá acompanhar o voo, ou qualquer voo, diretamente do seu telefone. Além disso, também é possível ver a hora de partida, hora de chegada e até mesmo se o voo está atrasado.

Veja o passo a passo:


Via Gabriella PinheiroGabriella Pinheiro (Portal 6) - Foto: Reprodução