Segundo presidente da associação brasileira de vítimas, retorno deve ser em novembro, e custo chega a 12 mi
As buscas pelos destroços do Airbus-A330 da Air France, que caiu no Atlântico quando ia do Rio a Paris em maio de 2009, podem ser retomadas a partir de novembro, segundo afirmou, em Paris, Nelson Marinho, presidente da associação brasileira que reúne as famílias das vítimas do acidente.
A declaração foi feita na terça após reunião com representantes do ministério francês dos Transportes, o diretor-geral do BEA - agência que investiga as causas do acidente - oficiais da marinha francesa, além de representantes de outras três associações que representam as famílias das vítimas.
Segundo Marinho, tanto o governo da França quanto o BEA demonstraram vontade de retomar as buscas, mas sem fixar uma data precisa. "O impasse ainda é o financiamento da nova fase, que pode custar cerca de 12 milhões de euros", disse.
Uma nova reunião será realizada em Paris em 30 dias. O encontro foi convocado por um comitê criado pela França para manter contato com os familiares.
Contatada pela Folha, a agência que investiga as causas do acidente foi cautelosa. A assessoria do BEA assumiu que defende a continuidade das investigações, mas ressaltou que "ainda é cedo para falar em quarta fase".
O ministério francês dos Transportes também não quis comentar, afirmando apenas que o processo é complicado e que existem problemas na "modelização das correntes marinhas".
Local das buscas
Nelson Marinho afirmou que durante a reunião, os especialistas pareciam "perdidos". De acordo com ele, ainda há dúvidas sobre onde retomar as buscas.
Os especialistas do BEA continuam analisando os dados recolhidos durante as três primeiras tentativas, para tentar delimitar a nova área onde poderiam estar os destroços e, eventualmente, as caixas-pretas, que nunca foram encontradas.
Até hoje as causas do acidente que causou a morte de 228 pessoas não foram estabelecidas. Em um dos relatórios parciais divulgados sobre as investigações, o BEA determinou que falhas nos sensores Pitot, que medem a velocidade das aeronaves em voo, poderiam ser um dos fatores, mas não o único.
A Air France havia iniciado um programa de troca do equipamento em seus modelos A330 e A340, pouco antes do acidente.
Fonte: Ana Carolina Dani (jornal Folha de S.Paulo)