Avião saiu do Rio em direção a Paris no domingo à noite.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou nesta terça-feira (2) que os destroços encontrados durante a madrugada no Oceano Atlântico são do Airbus da Air France. De manhã, a Aeronática informou que não poderia confirmar a origem do material.
De acordo com Jobim, as aeronaves de busca avistaram uma mancha de óleo, destroços e uma poltrona. "Nós temos uma posição no sentido de que isso é do Airbus da Air France."
Ao responder a um repórter, Jobim garantiu: "Os destroços são do avião. Isso não há mais dúvida". E acrescentou:
"Eu não trabalho com hipóteses. Nós trabalhamos com dados empíricos. A determinação, que foi feita pelo ministro da defesa em obediência ao presidente Lula e do vice José Alencar, é que essas buscas continuam dentro da modelagem estabelecida pelo sistema Parasar. Há um sistema de buscas que independe de hipóteses e que trabalha exatamente esgotando todas as possibilidades neste perímetro", disse o ministro da Defesa.
Fios e metais da aeronave
O Airbus da Air France desapareceu após decolar do Rio de Janeiro no domingo (31) em direção a Paris e desapareceu. O voo AF 447 levava 228 pessoas. Jobim disse que não é possível saber se há sobreviventes.
Segundo o ministro, o avião Hércules da Força Aérea Brasileira identificou diversos materiais em uma faixa de 5 km. "Fios, metais, enfim, elementos que compõem a aeronave", esclareceu. O local fica dentro da área em torno do arquipélago de São Pedro e São Paulo.
Ele esclareceu que os objetos encontrados no mar serão recolhidos e embarcados no navio Grajaú, da Marinha. A embarcação levará o material para Fernando De Noronha.
Investigações
Jobim explicou que as investigações ficam sob responsabilidade do governo na qual a aeronave foi registrada, no caso, a França. O Brasil ficará responsável pela busca de corpos, resgate de vítimas e destroços.
"São duas coisas distintas. A investigação de apuração das circunstâncias são feitas pelo governo francês. A legislação da Ical ( (Organização Internacional da Aviação Civil) estabelece que as investigações são feitas pelo governo ou autoridade aeronáutica do governo de registro da aeronave, mas com a participação de outros governos que envolvam passageiros de outras nacionalidades ", afirmou Jobim, ressaltando que não é possível saber se o avião explodiu.
Familiares
O ministro teve um encontro com a famílias dos passageiros que estavam a bordo do avião. Ele contou que não conversou com familiares sobre a possibilidade de haver sobreviventes.
"Eu não disse nada (sobre a hipótese de sobreviventes), absolutamente nada sobre isso. Eles perguntaram, mas eu disse: nós não trabalhamos com hióteses , trabalhamos com resultados empíricos. Porque se nós trabalhássemos com hipóteses, nós poderíamos suspender as buscar só por causa de hipóteses, então não se trabalha no sistema de resgate com hipóteses, trabalha-se com fatos empíricos. Ou seja, esgota-se os esforços até um determinado momento, que é um momento definido pelos técnicos que trabalham no sistema. Agora, até o momento não foi divisado nenhum corpo, somente destroços", esclareceu Jobim.
Sobre a lista de passageiros, Jobim afirma que pela legislação internacional, a lista é fornecida pela empresa responsável pela aeronave. No entanto, alguns parentes afirmam que não desejam que os nomes das vítimas estejam na lista.
Fonte: G1