Sete tipos de aeronaves e cinco de embarcações participam das buscas.
Desde o início das buscas por vítimas e destroços da aeronave que fazia o voo AF447, da Air France, na segunda-feira (1º), a Força Aérea Brasileira (FAB) vem acionando diversas aeronaves para auxiliar as operações em alto-mar. Uma delas é a de modelo R-99, responsável por buscas noturnas, segundo a FAB. A aeronave localizou, na madrugada da terça-feira, vestígios que poderiam ser do Airbus 330-200.
A FAB descreve o modelo R-99 como a “aeronave de alerta aéreo antecipado e controle mais avançada e de menor custo do mercado. Ele proporciona alta eficiência em missões através de rápidos tempos de reação, atingindo elevadas altitudes e podendo cobrir áreas extensas”.
Radares de “abertura sintética”, sensores e sistemas de comunicação e inteligência eletrônica equipam a aeronave e permitem que ela forneça imagens e informações eletrônicas sobre pontos no solo em tempo real ou com mínima margem de atraso. O radar de abertura sintética, localizado na parte inferior do R-99 marcou as coordenadas geográficas e delimitou a área de busca pelos destroços.
Por essas características, a aeronave é usada pela FAB para, dentre outras funções, efetuar missões de vigilância na bacia do Amazonas. Atualmente, o R-99 faz parte do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam).
Conheça outras aeronaves da FAB e embarcações da Marinha envolvidas nas buscas
O Amazonas C-105 é um avião militar de transporte tático e versátil. É capaz de realizar missões em larga escala, com eficácia máxima, como transporte tático e logístico, lançamento de pára-quedistas, cargas ou evacuação médica. Foi projetado para decolar de pistas curtas em diversos ambientes. Cargas volumosas podem facilmente ser carregadas ou descarregadas através da porta traseira da rampa, a qual pode ser aberta durante o voo. Uma aeronave C-105 está sendo usada pela FAB nas buscas por destroços.
Um dos mais versáteis aviões de carga de sua classe, o C-130 Hércules foi encomendado em 1951 pela Força Aérea dos Estados Unidos. Atualmente, é utilizado em todo o mundo e se tornou uma das lendas da aviação atual. Foi usado no Vietnã como transporte aéreo. No Brasil, o C-130 é chamado por seus pilotos de "O Gordo" sendo responsável por inúmeras missões, que vão do lançamento de pára-quedistas ao reabastecimento em voo, passando por missões de busca e salvamento e de transporte aéreo. Atinge a velocidade máxima de 560 km/h e chega a 79,3 toneladas quando carregado. Três aeronaves Hércules estão participando da operação de buscas – um C-130 2474, um C-130 2466 e um KC-130 2462.
Versão do Bandeirante para patrulhamento marítimo, o P-95 "Bandeirulha" foi criado para preencher uma lacuna na aviação moderna. Seu desempenho é elevado em razão dos motores e dos tanques de ponta de asa que lhe aumentam a autonomia para 7 horas e 20 minutos de voo. Equipado com um potente aparelho de radar colocado no nariz, a aeronave conta também com faróis de longo alcance destinados à busca noturna. O Bandeirulha patrulha a costa, executa a identificação e o controle do tráfego mercante e é usado em operações de busca e salvamento. Ele é capaz de voar a 393 km/h e atinge 7 toneladas quando carregado. O P-95 participa das atuais operações de busca e uma aeronave Bandeirante SAR (SC-95 6545) está pousada em Natal à disposição da FAB, caso seja necessário.
O helicóptero Black Hawk é uma aeronave de combate. Além das metralhadoras laterais de seis canos, o helicóptero possui blindagem nos tanques de combustível, na cabeça do rotor e nos assentos dos pilotos. Ele tem a capacidade de transportar até quatro toneladas de carga externa. A aeronave é usada pela FAB para vigiar a Amazônia, além de situações de resgate militar e civil.
O Super Puma é um helicóptero que se destaca por sua grande capacidade de transporte e resistência. As pás de seus rotores em fibra de vidro e as engrenagens e rolamentos que podem funcionar sem óleo por uma hora são itens que tornam a aeronave mais segura. Sua capacidade para transportar 20 soldados totalmente equipados faz dele um helicóptero apropriado para operações de assalto. Os Super Puma da FAB atuam constantemente na Amazônia e no auxílio à população em casos de calamidade.
O helicóptero Lynx é transportado pela Fragata Constituição. Ele resgatou, na tarde da quinta-feira (4), um suporte utilizado para acomodação de cargas, de aproximadamente 2,5 m². O helicóptero faz parte do trabalho de buscas no Oceano Atlântico do avião da Air France. O voo AF 447 decolou no domingo (31) do Rio de Janeiro em direção a Paris, com 228 pessoas a bordo.
A Fragata Constituição, que atualmente opera no local das buscas pelo Airbus, é uma embarcação de 129,2 m de comprimento, 13,5 m de largura e 5,5 m de altura. Pesa cerca de 3,3 mil toneladas e consegue se locomover com carga plena de 3,7 mil toneladas. A Constituição, que transporta um helicóptero Super Lynx, se desloca a uma velocidade máxima de 54 km/h.
A Fragata Bosisio é uma embarcação de 131.2 m de comprimento, 14.8 m de largura, e 6.0 m de calado de altura. Pesa cerca de 3,9 mil toneladas e consegue se locomover com carga plena de 4,4 mil toneladas. A Bosisio, que transporta dois helicópteros Super Lynx, se desloca a uma velocidade máxima de 54 km/h.
O Navio-Patrulha classe Grajaú atinge velocidade máxima de 43,2 km/h, e é capaz de se deslocar com carga plena de 217 toneladas. O navio tem 46,5 m de comprimento, 7,5 m de largura e 2,3 m de altura e leva uma tripulação de até 31 homens. A embarcação também está no local das buscas.
A Corveta Caboclo, terceira embarcação no local de procura pelo Airbus, pesa 911 toneladas e suporta carga plena de 960 toneladas. Tem 56 m de comprimento, 9,3 m de largura e 3,6 m de altura. Atinge velocidade máxima de 43,2 km/h e pode levar até 31 tripulantes.
O navio-tanque Almirante Gastão Motta tem 135 m de comprimento, 19 m de largura e 7,5 m de altura e atinge velocidade máxima de 36 km/h. Pode transportar até 121 homens. Pesa 9 mil toneladas e é capaz de transportar até 5 mil toneladas de combustível para abastecer outras embarcações.
Fonte: G1