Paul-Louis Arslanian, diretor do Escritório de Investigações e Análises francês, durante coletiva em 17 de junho, em Paris
"A busca deve ser retomada durante o outono. Quando durante o outono não sei", afirmou o diretor do Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês).
Ao mesmo tempo, Arslanian afirmou que o BEA aguarda os resultados detalhados das nceropsias.
"Nossos colegas brasileiros nos proporcionaram, à medida que nossa investigação avançava, uma grande quantidade de informações disponíveis no Brasil. É por este canal que espero os resultados detalhados das autópsias. Ainda não tenho os mesmos", afirmou.
"A justiça francesa nos comunicou os elementos que tinha em seu poder, ou seja, os resultados globais, mas não os resultados detalhados das autópsias", completou.
As necropsias realizadas no Brasil indicam que as vítimas não morreram afogadas. A operação de resgate recuperou apenas 50 corpos das 228 vítimas e 43 foram identificados formalmente
Quanto às tarefas de busca das caixas-pretas, podem custar pelo menos 10 milhões de euros (14 milhões de dólares), ou mais, segundo Arslanian.
A construtora europeia Airbus anunciou no início do mês que participaria no financiamento.
No dia 20 de agosto, uma segunda fase das operações de busca submarina das caixas-pretas do Airbus A330 da Air France, que caiu no Atlântico em 1º de junho entre Rio de Janeiro e Paris, terminou sem obter resultados. Uma primeira fase havia sido encerrada em 10 de julho, quando, a princípio, os aparelhos deixaram de emitir sinais.
Na terceira fase, a investigação se ampliará a outros países, segundo Arslanian.
"Vamos atuar não apenas com os países que já têm trabalhado conosco na investigação, Estados Unidos, Brasil, Alemanha, mas também com outros", completou.
"Até agora não podemos explicar o acidente. Ainda não encontramos a causa do acidente do AF447", afirmou Arslanian. Mas ele disse esperar poder apresentar uma explicação sobre o acidente "em um ano ou um ano e meio".
Na apresentação de um relatório em 2 de julho, o BEA considerou que os problemas com as sondas "pitot" que medem a velocidade da aeronave eram "um elemento mas não a causa" do acidente que matou 228 pessoas.
A suspeita é de que estas sondas de medição de velocidade transmitiram informações incoerentes aos pilotos. Assim aparece nas mensagens técnicas automáticas enviadas pelo avião antes do acidente.
Em outras ocasiões já haviam sido detectados problemas similares nos Airbus A330.
Em 31 de julho, a Agência Europeia de Segurança Aérea exigiu a substituição das sondas Pitot do grupo francês Thales nos Airbus A330/A340 pelas de outro fabricante.
"Os problemas da pitot existem desde que existe a aviação", declarou Arslanian, justificando por quê "com ou sem razão" o BEA se absteve de emitir uma recomendação sobre a substituição destes sistemas.
Um novo relatório sobre o acidente deve ser divulgado dentro de algumas semanas, de acordo com Arslanian.
Fonte/Foto: AFP