A NASA e outras entidades já enviaram diversas mensagens ao espaço, tentanto “telefonar” para os ETs.
A Agência Espacial Americana, que há dois anos transmitiu a música dos Beatles "Across the Universe" no cosmos, discutiu na quarta-feira sua mais recente estratégia de busca por vida fora da Terra.
“A busca pela vida é o ponto central dos nossos próximos passos na exploração do sistema solar”, disse o cientista planetário da Universidade Cornell Steve Squyres, membro de um grupo especial da National Academy of Sciences que aconselha a NASA em futuras missões.
O grupo está analisando 28 possibilidades de missão- de Marte às luas de Júpiter e Saturno. E a NASA tem foco principal em buscar formas simples de vida, como bactérias, em nosso sistema solar ao invés de supor sobre a possibilidade de alienígenas invadindo a Terra.
Há alguns dias, Hawking disse que em programa de TV que uma visita de extraterrestres à Terra seria como a chegada de Colombo à América “o que não terminou muito bem para os nativos americanos”.
O famoso físico britânico especulou que, enquanto a maior parte da vida extraterrestre seria similar a micróbios, formas de vida avançadas seriam provavelmente como “nômades, procurando conquistar e colonizar”.
O comentário deu vida nova a um debate de três anos que se passa nos bastidores da pequena comunidade de astrônomos que buscam por vida extraterrestre, disse Seth Shostak – astrônomo sênior do SETI, que busca alienígenas. Deveriam os astrônomos parar de enviar mensagens ao espaço pelo medo do ataque de alienígenas perigosos?
Shostak afirma que isso não importa, dizendo que a abordagem é desnecessariamente temerosa.
Enquanto algumas pessoas pensam que transmitir no universo é “como gritar na selva, não necessariamente uma boa ideia”, Shostak pergunta “Nós vamos nos esconder para sempre sob uma pedra? Isso, para mim, não parece jeito de se viver".
Há uma grande diferença de opinião em astronomia sobre esse assunto, disse Mary Voytek, astrobiologista sênior na NASA.
"Estamos preparados para fazer descobertas de qualquer tipo de vida, de qualquer forma”, disse Voytek em uma teleconferência da NASA. Mas muito da busca por vida inteligente recebe patrocínio privado de grupos como o STEI, ela disse.
Uma das imagens enviadas na nave Pioneer 10
Há cerca de 20 anos, a NASA fez uma conferência sobre o assunto. Na época, a maioria dos especialistas estava preocupada em atrair o tipo errado de alienígenas, disse Christopher Kraft, ex-diretor do NASA Johnson Space Center.
Mas Kraft, uma lenda da NASA que recebeu um prêmio na quarta feira por seus feitos da Smithsonian Institution, disse que ele daria as boas vindas aos alienígenas. “Eu poderia ter algumas coisas a aprender”, ele disse.
O SETI Institute, em Mountain View, Calif., tem uma abordagem mais passiva, escutando qualquer sinal dos aliens. Mas por mais de um quarto de século vários grupos enviaram de propósito sinais para outros mundos. O mais famoso foi uma transmissão de 3 minutos do Arecibo Observatory, em Puerto Rico, em 1974 - disse Shostak.
Os canadenses fizeram uma série de transmissões usando uma antena ucraniana em 1990. o extinto Team Encounter of Houston e um famoso astrônomo russo tornaram públicas as “chamadas cósmicas” para o universo.
A NASA transmitiu "Across the Universe" à estrela Polaris em 2008 para promover o 50º aniversário da agência espacial, o 45º aniversário da Deep Space Network e o 40º aniversário da música dos Beatles.
No mesmo ano, como parte da publicidade para o remake de “O dia em que a Terra parou”, o filme foi transmitidos para as estrelas – disse Shostak.
Quatro naves da NASA — Pioneer 10 e 11 e Voyager 1 e 2 — carregam gravadores que dizem “olá” da Terra e dão as direções para se chegar aqui. Essas sondas, lançadas na década de 70, estão nas bordas do sistema solar.
Mas a Terra envia ao espaço sem querer parte de seu dia a dia, por meio de transmissões de rádio e TV ou e aeroportos e outros radares.
De uma conferência em Houston, Squyres disse “Quer você faça intencionalmente ou não, os sinais estão aí”. A cientista planetária do MIT Sara Seager não pensa muito nas transmissões ao espaço porque, até o momento, elas estão voltadas para locais aleatórios, não planetas potencialmente parecidos com a Terra.
Nós nem saberíamos para onde mandar a mensagem de tão vasto que é o espaço”, disse Seager. Isso irá mudar em poucos anos quando novos telescópios conseguirão identificar planetas como o nosso que consigam sustentar a vida.
Mesmo quando isso acontecer, Seager disse que qualquer alienígena chegando à Terra provavelmente seria tão avançada que não precisariam ouvir nossa mensagem para nos encontrar. Exatamente como Colombo chegando ao Novo Mundo, ela disse.
"Se eles tiverem a capacidade de chegar até aqui, nós seremos para eles o que as formigas de Manhattan são para nós”, disse o ex-chefe de ciência da NASA Alan Stern.
O mais próximo que algum alienígena pode estar é algumas dezenas de anos-luz de distância. Com cada ano-luz equivalendo a cerca 9,4 trilhões de quilômetros, isso significa que levaria gerações para que eles chegassem aqui viajando na velocidade da luz – explica Shostak. E até isso é improvável, ele disse.
Frank Drake, que fez os primeiros experimentos modernos em busca inteligência extraterrestre, estima que existam cerca de 10 mil civilizações inteligentes no universo, enquanto o falecido Carl Sagan estimou que fossem cerca de um milhão, disse Shostak.
Dado o tamanho do universo, nosso vizinho inteligente mais próximo deve estar a 9,4 trilhões de km de distância, ele disse. "Deus gentilmente nos protegeu”, ele disse.
Fonte: AP via INFO Online - Imagem: AP