A gripe suína, que já matou pelo menos sete pessoas no México - outras 152 mortes ainda estão sendo investigadas - e uma nos Estados Unidos , está assustando os cariocas. Passageiros que chegaram na manhã desta quarta-feira no voo com procedência do Panamá reclamaram da falta de informações sobre o contágio pelo vírus da gripe no Aeroporto Internacional Tom Jobim. Na terça-feira, um simples caso de asma em uma passageira do avião que vinha de Miami, nos Estados Unidos, causou preocupação em quem estava no aeroporto. Até agora, nenhum caso foi confirmado no estado, mas duas pessoas estão sendo monitoradas. No Brasil, ao todo, são 29 as pessoas monitoradas em dez estados do país e no Distrito Federal .
Na foto, a passageira Alline Moraes, que chegou do Panamá, reclama que só recebeu um informativo em inglês quando chegou ao Rio- Já vi pela internet que há casos em São Paulo e Belo Horizonte, mas durante a viagem não teve ninguém para nos orientar. No Panamá todo mundo estava usando máscaras. Meu marido ficou apavorado, tentou comprar uma máscara no Panamá, mas não tinha nenhuma a venda no aeroporto. Ele pegou o cobertor que tem no avião e pôs no rosto para se proteger. Eu preferi arriscar mesmo, seja o que Deus quiser - contou Maria Niobel Monteiro Mattos, que chegou ao Rio no voo 873Y do Panamá, às 6h20m, e reclamou que só teria recebido um panfleto, em inglês, com os sintomas da doença.
No voo que chegou de Miami, um funcionário da Riotur distribuía panfletos no terminal 2, no setor de desembarque internacional. A auxiliar de cartório Alline Monnerat dos Reis, 29 anos, que passou 25 dias de férias em Miami e Nova York, disse que ficou bastante preocupada, mas não viu ninguém usando máscara no voo.
- Até pensei em comprar uma, mas não achei local que vendesse - comentou.
Apesar disso, a Anvisa afirma que reforçou seu plantão no aeroporto internacional e desde a terça-feira opera com seis funcionários orientando os passageiros no momento de desembarque. Além disso, fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão vistoriando as aeronaves que vêm de países onde há registros da gripe suína. Assim que os passageiros saem do avião, esses fiscais desinfetam a aeronave.
Uma outra medida que está sendo tomada é que a Infraero está veiculando nos alto-falantes de 67 aeroportos do Brasil avisos sonoros falando sobre os sintomas e os cuidados que a pessoa deve ter caso apresente haja suspeita da gripe suína. Os funcionários das empresas aéreas e da Anvisa que estão trabalhando no aeroporto também são orientados para que, caso algum passageiro apresente qualquer sintoma, ele seja imediatamente levado até a unidade de referência do estado que está cuidando desse assunto.
Na terça-feira, uma passageira do avião que vinha de Miami, nos Estados Unidos, teve uma crise de asma e assustou quem estava no aeroporto Tom Jobim. É que havia a suspeita de que ela pudesse estar com gripe suína. O velejador Torben Grael estava no mesmo voo.
- Tinha um médico esperando essa senhora, e o desembarque foi retardado para fazer a avaliação. Tinha um pessoal de máscara esperando. Até o pessoal da alfândega estava com mascara também - relatou o atleta.
O secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, e o secretário municipal de Saúde e Defesa Civil, Hans Dohmann, anunciaram na terça-feira a criação do Gabinete Integrado de Emergência para a Influenza Suína no estado. Para o gabinete, os secretários anunciaram que foram separados dez leitos do Evandro Chagas para possíveis casos da gripe suína. Até 20 leitos da UTI do Iaserj serão ocupados, se necessário. O Hospital Antônio Pedro, em Niterói, também faz parte da rede de referência de atendimento.
- A população não precisa fazer qualquer medida preventiva, como o uso de máscara ou comprar medicamentos na farmácia. Pedimos que não faça isso. A Secretaria Estadual de Saúde, a Municipal e o Ministério da Saúde estão fazendo toda a estratégia necessária para, se existir algum caso, fazer o bloqueio imediato e isolamento imediato desse caso - explicou Sérgio Cortes.
Apenas duas pessoas estão sendo monitoradas no estado. Uma médica espera em casa, em Volta Redonda, o resultado dos exames feitos na Fiocruz. Ela e o marido estiveram em Cancun, no México, e voltaram ao Brasil, há duas semanas. Na terça-feira, uma equipe da Vigilância Sanitária Estadual esteve em Volta Redonda e recolheu amostras da saliva e da mucosa. Outra paciente, que veio de Nova York, está internada em um hospital particular do Rio.
Fontes: Vera Araújo e Taís Mendes (O Globo e Bom Dia Rio) - Foto: Celso Meira